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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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O Secretário de Segurança do Zap Zap

15 de Agosto de 2015, 11:24, por MariaFrô

Já perceberam que não há chacinas em Higienópolis, na Vila Madalena, nos Jardins? Lá crimes bárbaros são praticados por filhos que matam seus pais ou são suspeitos de terem feito: em 1988 o crime da rua Cuba, nº 109; em 2002 o praticado por Suzane Richthofen .

Esses crimes das áreas nobres da capital paulista são exaustivamente comentados pela imprensa, reconstituídos, teatralizados, viram livros, enfim, tornam-se histórias que rendem versões em muitas outras narrativas. Mas nunca encapuzados chegam num bar na Avenida Paulista, na Fidalga, na Faria Lima e descarregam seus cartuchos a queima roupa na cabeça de 18 pessoas. Nunca. Chacina é crime contra a vida de pobre, crime na periferia, de gente sem elã, de gente cidadã de segunda, terceira, quarta, quinta classe, sem apelo para narrativas cinematográficas dos parricídios nas mansões praticados por filhos bem-nascidos, sem apelo para merecer do Secretário de Segurança, do governador cuidado com suas vidas.

Os familiares de 18 pessoas assassinadas no intervalo de menos de 2 horas na última chacina de quinta-feira em Osasco e Barueri choram desde então porque se esqueceram de avisar ao ente querido que o secretário de segurança do zap zap mandou recolher-se em casa.

De chacina em chacina vamos morrendo nas periferias e não importa se o sujeito não viu o aviso que circulou no whats app que, naquele dia, ele não poderia sair para tomar cerveja no bar da vizinhança muito próximo a uma escola estadual. Não importa se tem escola, hospital, corpo de bombeiros, Segurança Pública na terra sem deuses das periferias dos grandes centros não existe.

Todos que vivem nas periferias brasileiras sabem que bandido e polícia usam o ‘zap zap’ e sabem que o uso que eles fazem é semelhante porque eles têm práticas semelhantes. Sabem que  o comando paralelo do crime e comando paralelo dentro da polícia usam redes como o whats app para ameaçar, para divulgar fotos de tortura e mutilação para que sirvam como uma espécie de pedagogia dos justiceiros. Enfim, parece inacreditável que uma polícia que é uma instituição legal busque na ilegalidade uma tentativa de manter sua autoridade tão abalada por ações nas periferias que não distinguem a morte praticada pelo Estado daquela praticada por aqueles que o Estado combate. Elas não se diferenciam, elas são o mesmo lado da moeda.

E ontem, um dia depois da chacina de Baureri/Osasco,  enquanto um Secretário de Segurança institucional completamente impotente corria para as câmaras de tv para dizer que tudo estava sob a mais santa paz do Estado, as pessoas na região Oeste da capital paulista e suas cidades próximas se apressavam pra chegar em casa antes das 22H. E uma quantidade de mensagens, áudios, pessoas que você confia, que tem pai delegado, que tem tio que trabalha na Secretaria da Segurança,  que tem parentesco com Deus, ordena em uníssono: vai pra casa! E as escolas, os bares, as universidades foram rareando de gente antes das 21 horas.

Na terra que nunca dorme sua maior universidade cancelou duas festas por falta de quórum. Ontem, a USP experimentou um pouco do cotidiano das periferias brasileiras. Talvez, o fato seja um jeito da cidade que tem Segurança Pública descobrir como é o cotidiano da parte da cidade que o secretário de segurança mora no whats app, não conhecemos o rosto e a voz varia nas inúmeras gravações. Mas a periferia sabe que é melhor seguir o que a voz diz, pois isso pode significar ficar vivo mais um dia.

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Daniela Arbex: “A gente não publica denúncia, a gente apura a denúncia”

13 de Agosto de 2015, 11:37, por MariaFrô

Assisti todo o programa em que a jornalista Daniela Arbex foi entrevistada no Espaço público. A entrevista foi tão interessante que na hora fiz uma foto da tv e coloquei nas redes sociais na esperança que mais alguém ouvisse e refletisse sobre jornalismo investigativo com a qualidade do trabalho de Daniela. Por isso foi muito bom encontrar o programa na íntegra no youtube que reproduzo ao final deste post.

Daniela Arbex tem mais de vinte prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles três prêmios Esso, o americano Knight International Journalism Award (2010) e o prêmio IPYS de Melhor Investigação Jornalística da América Latina (2009). Jovem, talentosa e responsável, Daniela traz uma lufada de bom senso ao jornalismo que cedeu aos patrões e não informa nada, reduziu-se a fazer política pequena.

Com poucos recursos, trabalhando na Tribuna de Minas, em Juiz de Fora, um jornal pequeno no interior de Minas Gerais, fora do eixo Rio-São Paulo, Daniea faz um jornalismo de primeiríssima linha, evita o denuncismo vazio: “A gente não publica denúncia, a gente apura a denúncia”. Evitando o jornalismo declaratório, fazendo investigações acuradas, o resultado são matérias informativas riquíssimas e ainda boas obras como os livros Holocausto Brasileiro e Cova 312. Durante a entrevista ela falou de ambos e teceu ainda comentários sobre o fazer jornalístico e nossa atual conjuntura.

Cova 312 conta a história de Milton Soares de Castro, um militante da Guerrilha do Caparaó, assassinado durante a ditadura militar no Brasil. Com seu trabalho investigativo, Daniela reconstitui a vida do jovem pobre e idealista Milton Soares, de seus companheiros e de sua família desde o desaparecimento até o descobrimento de seu corpo, na anônima Cova 312 que dá título ao livro, revelando como as Forças Armadas mataram pela tortura um jovem militante político, forjaram seu suicídio e sumiram com seu corpo.

Diante do discurso de ódio nas redes e nas ruas, a jornalista comenta: “Eu sempre me dediquei à defesa dos direitos humanos. A gente precisa dar voz a esses silenciados e a gente não pode deixar que esse discurso do ódio tome conta ou nos impeça de agir”.

Daniela aponta que há uma resistência dos jovens para se informar sobre a ditadura militar no Brasil, nossos jovens desconhecem o tema apesar de vários livros sobre o assunto, há ainda muitas histórias ocultas sobre esse período: “Eles não se interessam pela nossa memória, pela história recente do Brasil. E isso é um perigo porque acabamos reproduzindo esses modelos que levamos tanto tempo para vencer, como pedir a volta da ditadura, como dizer que ‘bandido bom é bandido morto’” A Ditadura “não é uma história que todo mundo já contou, tanto é que temos 434 mortos e desaparecidos [políticos] pelo país. Então, é puro desconhecimento”.

Mas quando os jovens são informados, descobrem as histórias eles ficam impressionados. Teríamos certamente menos jovens desfilando nas micaretas reacionárias atuais pedindo a volta da ditadura militar se o trabalho com a memória em nosso país tivesse sido realizado. Para a jornalista seria necessária uma mobilização permanente para apuração e punição dos crimes cometidos na ditadura, como ocorreu em outros países da América do Sul, para que as pessoas tenham a consciência sobre os danos causados pelo regime: “A nossa mobilização começou muito tarde, em relação a formar uma comissão para investigar [os crimes da ditadura]. A primeira tentativa de fazer uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] foi em 1995, muito tarde. A Argentina nunca se desmobilizou, essa busca pelos seus mortos e desaparecidos é permanente”. “Não houve nenhum ajuste de contas [julgamentos, no Brasil]. Temos uma lista com mais de 300 torturadores, essa lista foi divulgada [pela Comissão Nacional da Verdade] e ficou por isso mesmo. Poucos torturadores foram chamados e foram ouvidos”

Durante a entrevista Daniela falou também de seu best-seller, o “Holocausto Brasileiro”, que conta a história de ex-internos, familiares e funcionários do Hospital Colônia, em Barbacena (MG), um dos maiores manicômios do Brasil e precursor no movimento da reforma psiquiátrica no país. A alimentação precária, falta de higiene e sem cuidados médicos daquele hospital colônia provocaram a porte de 60 mil internos.

Leia também:

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Sete lições para você não pagar mico na hora de reclamar da Dilma

11 de Agosto de 2015, 19:11, por MariaFrô

Luis Henrique Mourão da Comuniade Mortadelas fez um vídeo excelente.

Numa linguagem jovem, didática ele desenha como funciona a República Federativa do Brasil. Qualquer pessoa, até mesmo a mais alienada e irascível consegue entender sua explicação.

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Se Luis não exagerasse nos palavrões, o vídeo poderia passar nas nas escolas, quem sabe assim os cidadãos brasileiros aprimoravam seus conhecimentos sobre coisas básicas como entender a divisão dos três poderes na República Federativa do Brasil (entendendo também o que é uma República Federativa).

Ele mostra com exemplos do cotidiano quem é responsável pelo quê. Vale a pena assistir e aprender.

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Era possível prever a crise hídrica em São Paulo, segundo especialistas

10 de Agosto de 2015, 17:04, por MariaFrô

Era possível prever a crise hídrica em São Paulo, segundo especialistas

Origens do problema, cobertura da mídia e aspectos jurídicos da falta de água na Grande São Paulo foram destaques de mesa-redonda na USP
Por Guilherme Fernandes - gfz.desouza@gmail.com
Edição Ano: 48 – Número: 69, Agência Universitária de Notícias
05/08/2015
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Palestrantes durante a mesa-redonda. Crédito: Célio Sales.

Para acadêmicos da USP, da Unicamp e de outras instituições, alertas foram dados sobre a fragilidade do Sistema Cantareira e a iminência da maior crise hídrica já enfrentada no Estado de São Paulo. Em mesa-redonda no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP), sob organização da professora Vanderli Custódio, foi promovido um debate interdisciplinar sobre diferentes aspectos da atual crise, com foco na situação da Região Metropolitana de São Paulo.

Crise anunciada

Antonio Zuffo, professor de engenharia da Unicamp, apresentou o Efeito José para explicar a origem da crise. “O fenômeno é cíclico: temos de 35 a 50 anos com precipitações acima da média, seguidos por um período igual de chuvas abaixo da média”, explicou Zuffo. Medições de chuvas na bacia do rio Piracicaba, que faz parte do Sistema Cantareira, constataram o fenômeno.

Para o professor, “as médias históricas consideradas para o planejamento do Cantareira – de 1935 a 1970 – corresponderam a um intervalo de 35 anos de poucas chuvas”. Zuffo afirmou que “entre 1975 e 2011, já com o Sistema em operação, choveu cerca de 30% a mais do que nos 40 anos anteriores”, como prevê o Efeito José.

Para o professor, “o Sistema Cantareira foi construído com base numa baixa temporada de chuvas, e operou por muitos anos na alta”. Isso explicaria as discrepâncias no Sistema Cantareira, com picos extremos de secas e cheias, como em 2011, quando o reservatório encheu e foi necessário abrir as comportas, aumentando as inundações na região de Franco da Rocha.

A prática da Sabesp de aumentar o volume de água reservada, como feito em 2011, com o objetivo de poupar para o período seco, “coloca em risco a segurança do sistema”, afirmou o professor, pois um eventual aumento de chuvas obriga a abertura das comportas.

Com base no Efeito José, Zuffo afirmou que, após o período de elevadas médias de chuva no Cantareira até os anos 1980, entramos em um período de precipitações mais baixas. “A escassez e a falta de água serão mais recorrentes, e já estamos vivenciando esse cenário”, afirmou. Matéria do Uol, de janeiro deste ano, evidencia a diminuição do volume de chuvas no Cantareira desde os anos 1980, reforçando a teoria apresentada por Zuffo.

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A Sabesp começou a coletar dados sobre chuva na forma atual em 1983. Desde então, nunca houve no Sistema Cantareira um ano tão pouco chuvoso como o de 2014. Crédito: Uol.

A cientista social e geógrafa Ana Paula Fracalanza, professora da EACH/USP, apontou como causas principais da atual crise problemas ambientais; problemas de comunicação e transparência; maior demanda do que oferta de água e falhas de governança e gestão, sobretudo “quando se considera para quem é feita a governança”, disse ela.

A professora também lembrou que a atual outorga de uso do Sistema Cantareira pelaCompanhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), feita em 2004, estabeleceu contrapartidas para a empresa, como a recuperação e preservação de áreas verdes e a busca de fontes alternativas de água, para diminuir a dependência do Cantareira, que abastecia, antes da crise, cerca de 55% da Grande São Paulo. Para a professora, essas contrapartidas reforçam a previsão da crise. “Que medidas foram tomadas nesse sentido de lá pra cá?”, questionou.

A geógrafa Cleide Rodrigues, professora da FFLCH/USP, afirmou que “dados climáticos previam menor índice de chuvas para o período atual”. Cleide também apresentou estudos que mostram que aproximadamente 70% da área do Sistema Cantareira é usada para pastagens. Isso provoca o compactamento e o rebaixamento do solo, fazendo com que a água permaneça menos tempo no subterrâneo, devido à rápida evaporação. Assim, pode-se aumentar a ocorrência irregular de fortes chuvas, explicou a professora.

Aspectos jurídicos

A advogada Juliana Cibim, que atua no Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e também é professora da FAAP, ressaltou a perspectiva jurídica da crise hídrica. Para ela, falta transparência e planejamento na gestão da água em São Paulo, como mostra o relatório Sistema Cantareira e a Crise da Água em São Paulo, produzido pela ONG Artigo 19. “Se se sabia dessa crise há alguns anos, por que a população não foi informada e por que não houve racionamento desde o inicio de 2014, pelo menos?”, questionou.

De acordo com Juliana, o uso da água pela indústria e pela agricultura na crise deveria ser questionado, pois “a Política Nacional de Recursos Hídricos assegura que, num contexto de escassez de água, as prioridades são o consumo humano e a dessedentação de animais”.

A pesquisadora também afirmou que “a legislação vigente no país tem bons instrumentos, bons princípios e bons objetivos”.  Ela criticou, no entanto, o atual Código Florestal, pois representa, em sua visão, um retrocesso nos instrumentos legais de preservação ambiental.

O desafio a ser enfrentado, para a advogada, é a necessidade de articulação e integração de políticas públicas, em todos os níveis de governo, inclusive nos municípios, “muitas vezes esquecidos na discussão da crise hídrica”, disse. Ela também apontou a necessidade da atuação e do empoderamento da sociedade civil como um todo, em articulação com o Estado, para se ir além de ações emergenciais. Juliana destacou os trabalhos da Coalizão Aliança pela Água, que busca responsáveis e atores jurídicos para a crise, entre outros trabalhos.

Já a professora da EACH/USP, Ana Paula Fracalanza, lembrou que a partir da Constituição de 1988 foram instituídos os Comitês de Bacia Hidrográfica, que permitem uma composição diversificada e democrática de setores da sociedade na gestão da água. Para ela, “havia grande expectativa, mas os Comitês não planejam políticas públicas e ficaram com pouca força”. Na atual crise hídrica, “pouco se fala dos Comitês”, reforçou a professora.

Cobertura da mídia

Juliana Cibim apresentou um levantamento da cobertura midiática da crise hídrica. Realizado numa parceria entre o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e o Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, o estudo analisou as fontes consultadas pela imprensa e as origens e soluções da crise apontadas pelos jornais, entre outros tópicos. Foram consideradas notícias dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo, publicadas entre janeiro e outubro do ano passado. O levantamento, exposto no infográfico abaixo, pode ser clicado e ampliado.

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“Avaliamos que a maior parte das falas vem do governo, e que as universidades e as ONGs representam menos de 2% das fontes”, disse Juliana. O levantamento concluiu que 72% das   notícias afirmavam  que a estiagem originou a crise, enquanto 21% apontavam a má gestão e problemas no planejamento como origem. “A maior parte das matérias (46%) propõe soluções urgentes e imediatas para a crise,  como a espera da chuva”, afirmou a advogada.

A professora Cleide Rodrigues mostrou outro levantamento, feito por seu núcleo de pesquisa na FFLCH/USP, com o intuito de verificar se o foco da cobertura era mais na gestão imediata do que nas origens e responsabilizações da crise.

Com base em matérias dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, veiculadas nos dois últimos anos, a pesquisa apontou que 86% do conteúdo faz referência à gestão da crise em geral, com notícias sobre os níveis dos reservatórios, previsão de chuvas, e ações governamentais imediatas.

Os 14% restantes tratam da origem da crise e responsabilizações, “com destaque, no entanto, para eventos climáticos extremos e devastação ambiental. Debates mais amplos e críticos quase não aparecem”, afirmou Cleide. Isso mostra, para a professora, como “a discussão está mais voltada para a gestão da crise, do que para a gênese dela”. Cleide também destacou como os jornais analisados em sua pesquisa evitaram o uso da palavra rodízio, optando, por exemplo, por restrição.

Origens do problema

Ao comentar o cenário de estresse hídrico vivido pela Grande São Paulo pelo menos desde a década de 1970, a professora Ana Paula Fracalanza apontou como fatores desse quadro o intenso crescimento populacional, sobretudo a partir dos anos 1930; a falta de infraestrutura urbana adequada; a contaminação dos corpos hídricos por esgoto doméstico e poluição industrial, bem como o desvio dos cursos d’água de seu trajeto original; o modelo urbano que impermeabilizou o solo, e a prioridade no uso da água para a energia hidrelétrica. Sobre os fatores apresentados por Ana Paula, a professora Cleide Rodrigues afirmou que “muitos deles extrapolam os dias de hoje, mas que não isentam a responsabilização direta do governo atual em outros campos”.

Ana Paula também comparou a atual crise hídrica da Grande São Paulo com situação parecida que a região espanhola da Catalunha enfrentou em meados de 2007. Fazendo as devidas ressalvas, como as diferenças no tamanho dos territórios e o volume de recursos financeiros disponíveis, ela chamou atenção para o planejamento que a crise trouxe na Catalunha. “Para cada nível atingido pelo reservatório, havia restrição de certos usos da água, ou seja, houve gestão da demanda”, disse ela.

A professora também destacou que, a partir da crise, surgiram alternativas tecnológicas para o abastecimento de água na Catalunha. Os desdobramentos da crise na região espanhola contrastam, assim, com “a culpabilização individual que estamos vivenciando nessa crise, em que se insiste na ideia de que os usuários devem economizar”, disse Ana Paula.

Ela se mostrou mostrou preocupada quanto à privatização da água. “A sociedade tem que estar bem informada para que não cheguemos a uma situação em que cada um vai ter que resolver por si o acesso à água, transformando-a de um bem comum, garantido por lei, em um bem privado”, afirmou a professora.

Fonte: Instituto de Estudos Brasileiros

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Assista ao vivo: Seminário Internacional – Regulação da Mídia e Liberdade de Expressão

10 de Agosto de 2015, 16:50, por MariaFrô


Seminário internacional sobre regulação da mídia trará a Brasília Edison Lanza, relator especial para liberdade de expressão da OEA

Por Intervozes

Por iniciativa do Intervozes, em parceria com o Centro de Informação da ONU para o Brasil e a Universidade de Brasília, e o apoio do Fórum Nacional pela Democratizatização da Comunicação (FNDC) e da Fundação Ford, acontece em Brasília, no próximo dia 10 de agosto, o “Seminário Internacional Regulação da Mídia e Liberdade de Expressão”.

O objetivo do evento é debater, a partir da experiência de outros países e dos padrões internacionais de regulação e proteção da liberdade de expressão, como avançar internamente para uma agenda regulatória e de políticas públicas promotoras da diversidade e da pluralidade na mídia em nosso país.

O seminário tem presença confirmada do Relator Especial para Liberdade de Expressão da OEA, Edison Lanza, e de nomes como: Guilherme Canela (Assessor Regional de Comunicação e Informação da Unesco para o Mercosul e Chile); João Brant (Secretário Executivo do Ministério da Cultura); Aurélio Rios (Procurador Federal dos Direitos do Cidadão) e Luiza Erundina (Deputada Federal, presidente da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação com Participação Popular). O Ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, também foi convidado. O seminário contará ainda com a participação de acadêmicos do setor e organizações da sociedade civil que atuam em defesa da liberdade de expressão.

No dia 6 de agosto, às 19h, no Rio de Janeiro, o relator Edison Lanza também participa de um debate sobre liberdade de expressão, organizado pelo Centro de Informação da ONU para o Brasil, em parceria com o Instituto de Estudos Socais e Políticos (IESP) da UERJ e com o Intervozes. O evento acontece na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro – Rua Evaristo Veiga, 16 – Cinelândia. Também participarão do debate a professora Suzy dos Santos (UFRJ) e a deputada federal Jandira Feghali.

Confira abaixo a programação completa do seminário internacional.

Seminário Internacional Regulação da Mídia e Liberdade de Expressão
10 de agosto, 2a feira
Auditório Pompeu de Sousa – Faculdade de Comunicação – Universidade de Brasília

16h – Abertura/saudações

16h30 – Mesa “Regulação, concentração e diversidade: modelos, padrões internacionais e o caso brasileiro”
Conferencistas: Guilherme Canela (Assessor Regional de Comunicação e Informação da Unesco para o Mercosul e Chile) e João Brant (Secretário Executivo do Ministério da Cultura)
Debatedores: Murilo Cesar Ramos (UnB), Rosane Bertotti (coordenadora geral do FNDC) e Paula Martins (Artigo 19)
Moderação: prof. Fernando Oliveira Paulino (UnB)

19h – Mesa “Regulação da mídia e liberdade de expressão: uma agenda democrática”
Conferencistas: Edson Lanza (Relator Especial para Liberdade de Expressão da OEA) e Ricardo Berzoini (Ministro de Estado das Comunicações)
Debatedores: Luiza Erundina (Deputada Federal, presidente da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação com Participação Popular), Aurélio Rios (Procurador Federal dos Direitos do Cidadão) e Venício Lima (UnB)
Moderação: Intervozes

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