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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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TeleSur é um dos projetos mais importantes da última década na América Latina

29 de Julho de 2015, 20:10, por MariaFrô

TeleSur: a revolução e o que veio depois

Tradução: Victor Farinelli, na Carta Maior

29/07/2015

A TeleSur surgiu como um projeto estratégico orientado a criar uma resposta ao relato jornalístico gerado pela ideologia capitalista sobre a América Latina

TeleSur é um dos projetos mais importantes da última década na América Latina. Apadrinhado pela Revolução Bolivariana e pelo presidente Hugo Chávez, o canal de notícias de tornou a primeira tentativa séria de liberação audiovisual e de descolonização midiática, talvez não só na América Latina. Nesta sua primeira década de vida, esse projeto revolucionário enfrentou muitas dúvidas e debates – que se acentuaram nas últimas semanas, quando as redes sociais discutiram a celebração dos seus dez anos. Vejamos alguns fatos importantes relacionados à história do canal:

– TeleSur surgiu como um projeto estratégico orientado a criar uma resposta ao relato jornalístico hegemônico das empresas de comunicação, que replica a visão de continente gerada do Norte. Para isso, era preciso a criação de um canal multi estatal latino-americano. A ideia era cristalizar aquele sonho acariciado durante anos por jornalistas e trabalhadores ligados à cultura na região, de oferecer a imagem e a voz da América Latina para todo o mundo, e, principalmente, ver o mundo a partir de uma perspectiva própria.

– A partir de então, pela primeira vez, havia um espaço público multi estatal de televisão, para difundir uma realidade latino-americana que era, em grande medida, invisibilizada, ocultada, ignorada ou minimizada pelos grandes meios de comunicação dos países desenvolvidos, e inclusive pelos meios comercias da região.

– Com a existência de uma alternativa ao relato hegemônico, novos apoiadores foram se somando à tela, aqueles que durante muitos anos não haviam tido voz nem imagem começaram a informar e ser informados.

– Uma das ideias fundadoras do projeto foi a de que a TeleSur pudesse servir de ponte entre os povos do continente. Como dizia um documento do canal: se vemos, nos conhecemos, se nos conhecemos, nos respeitamos, se nos respeitamos, aprendemos a gostarmos uns dos outros, e esse último é o primeiro passo para nos integrarmos. Se a integração é o propósito, a TeleSur é o meio.

– O projeto do canal TeleSur não consistia em fazer uma CNN latino-americana ou de esquerda, mas sim de revolucionar a televisão com um maior rigor jornalístico, veracidade, qualidade e entretenimento, informação e formação de cidadania. E, junto com o projeto da televisão, transitava outro ainda mais importante: a da Indústria Latino-americana de Conteúdos, que garante material novo – partindo do pressuposto de que podemos ver-nos com nossos próprios olhos – para TeleSur e todas as emissoras que foram surgindo. Esse projeto era (e continua sendo) imprescindível! Hoje, os processos de democratização da comunicação em nossos países permitiram o surgimento de novas frequências… que, em geral, repetem os mesmos conteúdos do inimigo.

– Os documentos preparatórios da televisora multi estatal incluíram a investigação diversa e plural da identidade latino-americana, e nessa tarefa encontraram algumas peculiaridades: a informalidade do latino-americano, o uso coloquial da linguagem e seu senso de humor transversal.

– A TeleSur demonstrou que era possível sim fazer um canal de alcance massivo, que mostrasse a nossa idiossincrasia, nossas realidades, nossas lutas e nossas ânsias. Que nos mostrasse tal qual somos, em toda a imensidade da nossa diversidade étnica e cultural, em toda a pluralidade da região. Lamentavelmente, o alcance da TeleSur sempre esteve limitado, por ser um canal satelital, e haver optado por enaltecer o seu caráter de canal informativo: sua criação, que poderia ter sido massiva como se esperava, lamentavelmente foi frustrada por essas problemáticas, e talvez pelo desinteresse ou pela falta de conhecimento para solucioná-las.

– Quem mais teve que se adaptar a essa nova mensagem alternativa foi a CNN En Español, que depois de 10 anos de ocultamento e invisibilização de negros, índios e movimentos sociais, teve que começar a mudar sua agenda, quando percebeu que já não era transmissor exclusivo das mensagens: por exemplo, transmitiu a cerimônia indígena de posse presidencial de Evo Morales, não pode ignorar os golpes de estado em Honduras e no Paraguai, entre outros fatos.

– Um funcionário de TeleSur conta que o canal tinha uma audiência de mais de 460 milhões de pessoas… potencial. É difícil saber (por ser somente retransmitido através de cabo) a quantidade real de gente que vê um canal que, por ser eminentemente noticioso, é vítima fácil do zapping e pouco propenso a lealdades permanentes, apesar da sintonia política com os espectadores ou a preferência de alguns por programas específicos. A TeleSur é difundido na Venezuela por quatro canais UHF. No Equador, por cinco UHF, 13 canais via satélite e uma dúzia de operadoras de cabo – também pode chegar através de operadoras estrangeiras, através de assinatura.

– Contudo, vários jornalistas fundadores de TeleSur testemunharam as seguintes realidades críticas:

a) falta convicção sobre o que significa a democratização, sobre como garantir a democratização da palavra e da imagem, para que todos sejam protagonistas, sem necessidade de intermediários;

b) a agenda informativa é reativa à gerada pelos meios hegemônicos – e, portanto, dependente da agenda do inimigo);

c) se a maior parte das imagens dos noticiários são produzidas por duas cadeias multinacionais de informação, dificilmente haverá imagens dos fatos que envolvam a visão dos mais pobres e dos movimentos sociais;

d) existe uma prioridade em dar cobertura aos presidentes da região, o que acaba tirando protagonismo dos movimentos sociais;

e) deveria servir para resgatar a memória dos nossos povos, e não somente com documentários nostálgicos ou denunciantes, mas também com programas que estimulassem a reflexão sobre essa memória e o debate sobre para onde caminhamos. Um povo que não sabe de onde vem dificilmente saberá para onde vai.

– Muitas vezes se perde de vista aqueles que devem ser os sujeitos, os protagonistas das nossas histórias, e na louca ideia de competir (inseridos numa dinâmica capitalista), o canal acaba seguindo a agenda informativa dos meios hegemônicos. Não basta entrevistar os líderes dos movimentos sociais para promover suas lutas, é preciso explicar as razões delas, como funcionam, o porquê de lutar. Dando voz e imagem aos verdadeiros protagonistas, fazendo uma televisão realmente democrática, onde todos possam se expressar, não somente os representantes. Onde as pessoas se sintam identificada com as histórias narradas. Uma televisão que priorize claramente o protagonismo popular, como diria Chávez.

– Portanto, a TeleSur não aplicou totalmente sua própria fórmula de permitir que nos vejamos com nossos próprios olhos para poder ser um reflexo, espelho da nossa gente, e segue imitando o formato anglo-saxão de se vestir e discurso padronizado internacionalmente. Enquanto isso, CNN En Español, passou a ter apresentadores com mangas arregaçadas, conversação sobre as notícias tirando o peso da formalidade, e até com um toque de humor em algumas passagens, resgatando nossa investigação sobre a informalidade do latino-americano, o uso coloquial da linguagem e seu senso de humor como traço importante da identidade regional.

– Muitos “especialistas” chegaram oferecer assessoria ao canal (talvez atraídos pela possibilidade de acesso aos petrodólares), mas quase sempre com a ideia de que a comunicação alternativa significava comunicação marginal, enquanto TeleSur aposta na massificação da informação, para que essa possa chegar às grandes maiorias. Disputar a hegemonia. Alguns dos que chegaram tinham boa fé, outros tentaram impedir que o projeto fosse uma realidade. Talvez acreditavam que aquilo que eles não puderam, não souberam ou não quiseram fazer na Europa, não devia ser feito nestes países subdesenvolvidos… Foram fortes as pressões contra Chávez para que desistisse do projeto. E agora sobre Maduro, para abandoná-lo.

– Um Comitê de Assessores, com interessantes propostas, foi desmantelado para dar lugar a assessores e capacitadores de empresas comerciais europeias, com enormes custos e perda de sentido real à televisora.

– Sem dúvidas, o processo de digitalização da televisão em nossos países pode ajudar a TeleSur a ser incluído nas plataformas de televisão digital, o que pode fazer com que o canal ganhe mais audiência, mas seria mais importante que os novos canais disponham dos conteúdos produzidos por TeleSur (e por muitas outras emissoras da região) para difundir esse material, superando os obstáculos capitalistas dos direitos de transmissão. E que a TeleSur aproveite esse acervo audiovisual que se está criando, para se transformar, como era previsto, numa janela importante para a difusão de conteúdos latino-americanos e caribenhos.

– TeleSur não é uma cadeia de televisão, como costumam definir os meios hegemônicos, é somente um canal, que deve responder a uma empresa estatal latino-americana, e que foi se burocratizando, ao insistir em copiar os modelos, em substituir o conselho assessor pelo caro assessoramento de empresas capitalistas europeias, em confundir a linha editorial com consignas.

– Inclusive a equipe que se formou no início, com uma certa “mística telesurenha”, foi desmantelada e substituída por profissionais de meios privados, que trouxeram sua cultura, seus vícios e se desinteresse pelo projeto.

– O “temor” de que se transformasse num meio de propaganda sempre existiu, mesmo antes da estreia do canal, quando o projeto foi apresentado em diferentes foros. Connie Mack, congressista republicano da Flórida, se atreveu a qualificar o TeleSur como “uma ameaça para os Estados Unidos”, porque, segundo ele, “sua existência pode minar o equilíbrio entre os poderes no hemisfério ocidental”, em declaração feita antes que o canal emitisse sua primeira programação. A Câmara de Representantes não duvidou em aprovar, em 20 de julho de 2005, uma emenda que autoriza o governo estadunidense a iniciar transmissões de rádio e televisão que ofereçam aos venezuelanos uma fonte de notícias precisa, objetiva e completa”, demostrando assim uma arrogância colonial descomunal.

– Obviamente, o projeto original não permitia que TeleSur se tornasse um canal propagandístico, ou que servisse à agenda política de algum governo. Porém, sitiados pelos problemas políticos surgidos na região, sua condução terminou não equilibrando a informação de cada país da região. Muitas vezes, pareceu ser mais um canal da Venezuela para o exterior, que uma emissora latino-americana e latino-americanista.

– Todo meio de comunicação tem uma linha editorial, seja ele estatal, público, privado, popular. Nenhum meio é objetivo, nem imparcial, nem neutro, ainda que se disfarce de objetivo – como muitas vezes acontece – para impor seus interesses políticos, econômicos ou religiosos. TeleSur também tinha sua linha editorial bem definida, mas ao não entender bem o que significa a batalha das ideias, muitas vezes acabou por flertar com os refrões, o que lhe valeu o rótulo de propagandístico. Como em todos os meios, os chefes são os que decidem que temas devem se cobertos, qual o enfoque, que fontes consultar. Não há muitas possibilidades de propor temáticas diferentes, já que não existe uma agenda própria, mas basicamente uma postura reativa, de contestar a agenda hegemônica.

– Não existe uma só visão, uma só leitura. Mas sim uma decisão de ver a América Latina com olhos latino-americanos, de visibilizar os processos que nossos povos viviam (e vivem), de contextualizar a informação, de ter uma visão alternativa – contra-hegemônica – à dos meios comerciais, das televisoras e agências europeias e estadunidenses, à mensagem e à imagem uniformizadas, no caminho de construir uma nova hegemonia, como adiantava Antonio Gramsci. Lamentavelmente, o discurso internacional está cheio de consignas, de golpes baixos, e carece de racionalidade, debate de ideias, construção de novas subjetividades e imaginários que ajudem à construção de novas democracias e novas sociedades.

– Durante décadas, os latino-americanos nacionalistas e/ou simpatizantes da esquerda se dedicaram a um denuncismo que parecia perpétuo. Conseguiram verdadeiros doutorados em denunciologia e choramingo. Poucas vezes mostrou alternativas às imposições dos regimes neoliberais: se conformam com denunciar, assumindo o lugar de vítimas. Nos últimos anos isso tem mudado. Agora, em muitos países da América Latina, o cidadão passou a ser sujeito da política (já não objeto), consciente de seus direitos, e vai assumindo a necessidade de passar da etapa de mais de 520 anos de resistência a uma etapa de construção de novas sociedades, baseadas numa democracia participativa, onde o cidadão seja o protagonista.

– E não mostrar essas realidades é o pecado. Existe muito a se informar, sobre o que fazemos, o que propomos, o que construímos o que sonhamos. Existe uma urgente necessidade de impor uma agenda informativa e política própria, sem perder tempo reagindo permanentemente às campanhas do inimigo. Ser reativo e não proativo dá enormes vantagens ao inimigo, que é quem impõe a temática e as regras do jogo. Ser reativo é ser, de alguma forma, cúmplice do inimigo.

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Instituto Lula lança Histórico dos 25 anos de suas atividades

29 de Julho de 2015, 18:57, por MariaFrô

O Instituto Lula lançou um relatório com as atividades das suas diversas frentes de atuação nos últimos quatro anos. Desde a preservação do acervo histórico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o trabalho de cooperação e intercâmbio com a África e a América Latina.

O relatório também conta a história de 25 anos do atual Instituto Lula desde que era conhecido como IPET, na década de 90, e depois como Instituto Cidadania. O ex-presidente, depois de dois mandatos, retornou para a mesma residência que tinha antes de ser eleito e para o mesmo escritório onde trabalhava antes de ser presidente.

Em um momento onde certos setores atacam a liderança do ex-presidente Lula e lançam mentiras sobre suas atividades, vale conhecer seu amplo trabalho no Brasil e no mundo, e divulgá-lo contra as mentiras espalhadas por certos setores da imprensa.

Conheçam esse histórico através do link: Relatórios Instituto Lula 2015 

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A alta do dólar e a imprensa reprovada em Matemática

29 de Julho de 2015, 11:44, por MariaFrô

Abundam as manchetes desinformativas na imprensa sejam nos jornais, portais ou telejornais. E você acredita.

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Raro é ver um veículo de comunicação fazendo autocrítica. Por isso, é louvável ver a crítica feita por Gamberini à imprensa da qual ele também faz parte.

Veja só, você foi inundado na última semana com uma mentira. Gamberini em seu comentário no telejornal da TV Gazeta não apenas fez a autocritica como lhe informou como você mesmo pode constatar como a desinformação que toda a toda imprensa anunciou sobre a alta é falsa. Gamberini levanta ainda algumas hipóteses sobre este comportamento doentio da mídia brasileira: ela, muitas vezes,  faz isso por incompetência, já que um jornalismo que desinforma não pode ser considerado jornalismo, mas também  por má fé.

As pessoas não se dão conta do quanto são desinformadas e enganadas diariamente pela grande mídia brasileira. Fique atento!

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É oficial: vitória das ciclovias ‘vermelho PT’ em Sampa, vitória do bom senso!

27 de Julho de 2015, 17:56, por MariaFrô

Os bebedores de gasolina que moram em carros, odeiam corredores de ônibus e ciclovias têm mais um motivo pra chorar: as ciclovias na capital paulista são legais. Segue a decisão do Tribunal de Justiça. Chorem, reaças!

vitor bike

Justiça aprova implantação de ciclovias em São Paulo
Acórdão destaca a importância da bicicleta como meio de transporte e da construção de vias exclusivas para a melhora da mobilidade urbana
De Secretaria Executiva de Comunicação
27/07/2015

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo confirmou a política de implantação de ciclovias na capital paulista. No julgamento do recurso da Prefeitura contra uma iniciativa do Ministério Público que visava impedir a construção das vias exclusivas para bicicletas, o desembargador Marcos Pimentel Tamassia, da 1ª Câmara de Direito Público, destacou a importância desse modal como meio de transporte e do projeto da administração municipal para a melhora da mobilidade urbana.

Em março, uma decisão de primeira instância, proferida em caráter liminar (provisório), havia determinado a paralisação da implantação das ciclovias na cidade. O pedido havia sido feito pela promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira, alegando que a administração não havia feito o planejamento necessário para a realização das intervenções.

A Prefeitura conseguiu suspender a liminar em 27 de março. No julgamento do agravo de instrumento, no último dia 21 de julho, o Tribunal de Justiça confirmou a decisão em favor da municipalidade.

O desembargador relator afirmou que a administração conseguiu provar que a implantação do sistema cicloviário na cidade “não está sendo feita a esmo e sem qualquer estudo, como quer fazer parecer o Ministério Público”.

Marcos Pimentel Tamassia destacou que essa iniciativa é uma das mais importantes da atual gestão, lembrando que ela foi eleita pelo povo paulistano para exercer suas opções de políticas públicas. “Não vislumbro determinação legal para que a implantação do projeto de ciclovias na cidade seja obrigatoriamente precedido de audiências públicas ou de outra forma de participação popular na execução de um projeto de governo municipal”, escreveu o magistrado em seu voto.

Ele lembrou que as bicicletas são um meio de transporte previsto pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), com direito a ocupar um espaço na via pública, e que a implantação de ciclovias e ciclofaixas oferecem maior segurança para o ciclista. Citou também o artigo 58 do CTB, que determina que, na ausência de faixas exclusivas ou acostamentos, a bicicleta tem preferência sobre os veículos automotores para circular nos bordos das faixas de rolamento.

O desembargador afirmou ainda que a necessidade de eventuais ajustes no processo de implantação das ciclovias não justifica “paralisação ou retrocesso do projeto que se apresenta como uma alternativa a uma melhor mobilidade urbana, que está no limite do caos na cidade”.

“Não há como se entender como leviana ou ilegal a opção do governo municipal pela implantação dos 400 quilômetros de ciclovias ou mesmo vê-la como uma suplantação dos interesses da Administração sobre os interesses dos administrados de modo suficiente a determinar sua interrupção”, escreveu o magistrado, que defendeu também o uso integrado da bicicleta a outros meios de transporte coletivo.

Leia o acórdão do TJ-SP na íntegra

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Bizarro: Prefeitura de Santo Antonio da Patrulha faz convite sexista para Conferência de Política para Mulheres

25 de Julho de 2015, 20:30, por MariaFrô

Da página Iniciativa das Mulheres Unidas do RS

“A Prefeitura de Santo Antônio da Patrulha, do PP, mesmo partido dos (ex) deputados: Adolfo Brito, Ernani Polo, Frederico Antunes, João Fischer, Mano Changes, Pedro Westphalen, Silvana Covati e Vinicius Ribeiro que votaram pela extinção da nossa Secretaria de Políticas para as Mulheres, agora convida para Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres e lança o convite abaixo.
Uma imagem que claramente objetifica mulheres, desumaniza as mulheres.

A explicação para a imagem bizarra é ainda mais bizarra, leia aqui

bizarro

A mensagem abaixo, escrita por Jurema Chagas  foi enviada à Administração Municipal e ao COMDIM de Santo Antonio da Patrulha ela sintetiza o absurdo de uma imagem circular neste contexto. 

Prezado COMDIM e Administraçao Municipal,

Não tenham nenhuma honra em convidar as mulheres para vossa Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres, com esse convite de imagem abjeta que reforça a ideia da diferença de gênero baseada no corpo e ignora toda a luta das mulheres para vencer os estereótipos e preconceito fundados num sistema sociohistórico que condicionou as mulheres a uma posição hierarquicamente inferior na escala de valores e produziu um campo de força de relações assimétricas entre homens e mulheres em nossa sociedade. Nosso repúdio é veemente a esse convite que coloca a mulher novamente naquele lugar em que o olhar masculino acostumou-se a situá-la, de subserviência e objetificação de onde desloca para si, o homem, o papel tão confortavelmente mantido através dos séculos de poder e controle sobre a mulher subjugada.
À Administração Municipal – e seu braço, o Condim – enquanto responsáveis por implementar as políticas públicas para as mulheres que essa Conferência tem por objetivo construir, cabe perceber, antes de aprovar uma peça publicitária como essa, que a sujeição da mulher ao homem se dá também por meio da linguagem imagética. Nessa imagem podemos ver toda a carga de preconceitos que subjaz ao pensamento do/a autor/a a ocupar importante espaço da narrativa moldada pelos valores convencionais que sempre nortearam a esfera masculina, e que contribuíram para erigir os pilares da sociedade patriarcal brasileira.
O mesmo homem opressor e também vítima de um sistema que o faz emissor e receptor de um conjunto de representações simbólicas que o subjugam a determinados paradigmas e o situam numa intencionalidade de desconstituir o feminino para constituir o masculino. É como se o homem necessitasse menosprezar, desqualificar, diminuir as demais características da mulher e apenas enaltecer o seu corpo, para afirmar e mesmo superestimar a própria inteligência, estabelecendo, consciente ou inconscientemente, uma relação de alteridade para satisfazer o próprio ego.
Como sabemos, essa dicotomia não é simplesmente uma divisão neutra de um campo descritivo abrangente, mas necessariamente hierarquiza e classifica os dois termos polarizados de modo que um deles se torna o termo privilegiado e o outro sua contrapartida suprimida, subordinada, negativa. “ O termo subordinado (a mulher) é a negação ou recusa, ausência ou privação do termo primário, sua queda em desgraça; o termo primário, o homem, define-se expulsando seu outro e neste processo estabelece suas próprias fronteiras e limites para criar uma identidade para si mesmo” (Grosz, 2000). Do mesmo modo, tendo-se em vista o teor da imagem, o visível tom depreciativo a princípio deveria soar como ‘elogio’ às formas e sensualidade femininas, mas estabilizam a mulher no lugar do subalterno, do recipiente, do objeto do olhar desejante masculino. Um olhar motivado pelas representações já cristalizadas do feminino, da imagem de mulher colocada no lugar de subserviência. Essa imagem não escapa à mediação das representações oferecidas pela linguagem, já que esta tem o poder de construir e não apenas de expressar significados, significado construído dentro da linguagem a partir de um processo de diferenciação. Nesse caso “o significado é construído através da contraposição de elementos diferentes, cuja definição reside precisamente nas diferenças entre eles. A imagem nos remete claramente à oposição macho/fêmea intimamente aliada à oposição mente/corpo, como tipicamente tem sido representada (explícita ou implicitamente) o corpo como equivalente ao feminino e a mente equivalente ao masculino, excluindo, assim, o status da mulher como sujeito do conhecimento e nos faz veririfcar como ainda hoje – ou, em outras palavras, passados tantos anos de luta e conquistas feministas – atuantes mecanismos da opressão patriarcal vinculam a mulher muito mais intimamente ao corpo do que o homem e, através dessa identificação polarizam homem e mulher, restringindo os papéis sócio-econômicos das mulheres a termos (pseudo) biológicos. (CHAGAS, Jurema.Blogs pessoais: a representação do eu na vida cibernética, Ed. Penalux, 2013

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