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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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O dia em que, na Globo, um programa humorístico fez humor político de qualidade

25 de Julho de 2015, 17:17, por MariaFrô

Uma grande sacada dos roteiristas do Zorra Total: parodiar os festivais de música popular brasileira fins da década de 1960.

Várias Tvs brasileiras promoveram festivais musicais naquela época, o mais famoso e que bateu recorde de audiência foi o de 1967 da TV Record, feito que entrou para o Guinness Book.

A Globo,  na esteira das emissoras como a Excelsior, Record, Tv Rio, Tv Tupi, passou a produzi-los e adotou o nome dado pela Tv Rio: FIC (Festival Internacional da Canção). 

Na paródia feita pelo programa Zorra (ex- Zorra Total)  que será exibido hoje à noite e está disponível em seu site, no lugar das músicas de protestos entram canções reacionárias, com apresentadores vestidos em traje de gala, ao estilo dos apresentadores dos clássicos festivais da Record, orquestra no palco, plateia, flores para decoração.

Cheio de pompa e circunstância os apresentadores anunciam a abertura do FICO- Festival Internacional do Coxinha, o primeiro festival musical de apoio à volta da ditadura.

A jovem guarda e suas cantoras estilo ternuninha viram guardas jovens: e no lugar  de “Pare o Casamento” cantado por Wanderléa, jovens atrizes globais aparecem vestidas de guardas e cantam um “Seeeeenhor miliiiiico pare os rolezinhos”.

Disparada de Jair Rodrigues, vira  Disparate, uma paródia pedindo a volta da censura e cantada por “Capitão Rodrigues”.

A banda do Legislativo – Corrupção Urbana- , canta a volta do pau de arara num xote que abomina a classe C, os aeroportos cheios de pobres viajando de avião pós Era Lula. Travestidos como deputados mauricinhos, estilizados como o mais caricato deles, Bolsonaro, eles louvam a ditadura.

Enquanto a plateia de coxinhas vibra com cartazes repletos de frases em prol da ditadura: “o povo não tem cura, volta ditadura” os apresentadores anunciam a próxima atração do FICO: um Chico Buarque às avessas cantando a Banda às avessas, vestido com camisa polo, cardigã amarrado no pescoço, bem coxinha, bem almofadinha, bem mauricinho, a Banda marcial Almeida Prado Melo Franco de Holanda pratica autotrollagem: “dá choque neste coxinha que adora torturador”

Encerrando o festival “Os Paramilitares do Retrocesso” fazem a crítica à truculência das PM brasileiras: “Dou porrada em playboy black bloc e peão, a gente não livra ninguém”

Assistam ao quadro e apreciem a raridade que é o Zorra (ex- Zorra Total) fazer humor político e com qualidade:

PS. Um leitor me informou que toda a direção do Ex Zorra Total, atual Zorra foi trocada e tem outra proposta.

Aleluia, pelo visto ao menos neste programa, a Globo vai abandonar os lixos que andou produzindo nas últimas décadas nos supostos programas de humor, como o lamentável, reacionário e preconceituoso Casseta & Planeta que, infelizmente, substituiu o genial TV Pirata e parece que para compensar o novo Zorra abrirá mão de fazer piadas sem graça atacando grupos estigmatizados na sociedade. Aleluia!

Veja a matéria do Mauricio Stycer sobre o novo programa: “No ‘Zorra’ é proibido piada homofóbica”, conta Marcius Melhem.

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Tadeu Porto: A saga da alma penada antipetista

25 de Julho de 2015, 14:57, por MariaFrô

A saga da alma penada antipetista

Por Tadeu Porto*, Brasil em Debate

21/07/2015

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Se as mazelas são concentradas numa só instituição, ao combatê-la somente se tem a falsa sensação de dever cumprido. Com isso, toda uma estrutura viciada ganha sobrevida para continuar os malfeitos. Para grandes atores como a mídia, o mercado e a oposição, o raciocínio monoargumentativo “fora Dilma/PT” é extremamente vantajoso

O antipetismo é fruto de uma postura covarde e corriqueira: fulano quer criticar a República na figura do Partido dos Trabalhadores, mas se esquiva dos juízos acerca de outras agremiações, pois se considera “apartidário”. Em suma, quer que a dialética das discussões nacionais gire em torno exclusivamente do PT numa total incoerência com nosso sistema atual.

Eu mesmo fazia algo semelhante aos meus cinco anos de idade, quando brincava de pega-pega. Aqui em Minas a gente chama essa tática de “estar de altas”: você pode abdicar das regras do jogo a qualquer momento, dizendo, no melhor do mineirês, “tôdi altas”.

Obviamente, as crianças deixam para usar essa tática quando estão em perigo e, embora essa estratégia tenha o lado positivo da inclusão, nada mais ético e justo que ela seja deixada de lado quando os jovens alcançam a capacidade de competir de igual para igual.

Aparentemente, nossos eleitores participam dos processos eleitorais com uma estratégia semelhante a estar de altas, apesar de cada um ter o mesmo poder de voto. O que nos leva a um pleito distorcido no qual petistas são atacados, mas, quando tentam contra-argumentar, mostrando outras mazelas institucionais, acabam sendo ignorados e o debate verossímil não avança.

Existe uma grande ironia nisso, pois, os “apartidários” têm votos bem definidos e participam do processo de maneira firme e concreta (o whatsapp não me deixa mentir). Ou seja, vou negar até a morte que sou PSDB (só um exemplo, viu?!) e assim vou fugir de um trem de acusações – usando o mineirês de novo, mas dessa vez tem sentido literal – contudo, no dia da eleição, estarei com a disposição de um José Sarney para apertar o 45.

Considere, por exemplo, cinco crianças brincando de pega-pega (pegadores x fugitivos): PieTro, DEMosténes, PriScila Borges, PriScila De Brito e PaMela De Brito. Imaginem que o PieTro era fugitivo e foi pego. Agora, como pegador, toda vez que o ele chega perto de tocar alguém, a vítima em potencial grita “estou de altas”. Injusto não é?

Reparem, porém, que o debate sobre nosso sistema político se parece muito com esse cenário: quem nunca escutou “estou nem aí pra Arruda ou Azeredo” ou “tenho lado nenhum, só tem bandido e nenhum partido presta”, para depois ouvir “então, como estava falando, o Luladrão continua… ”

É fácil destacar pelo menos um grande problema nessa distorção, péssimo para o avanço natural da nossa democracia. Se as mazelas são concentradas numa só instituição, ao combatê-la somente, se tem a falsa sensação de dever cumprido. Com isso, toda uma estrutura viciada ganha sobrevida para continuar os malfeitos, pois nunca estará em foco. Por isso que grandes atores da política, como a mídia, o mercado e a oposição fomentam sem o menor pudor o raciocínio monoargumentativo “fora Dilma/PT” para tentar manter a lógica atual, extremamente vantajoso para eles.

Um exemplo disso está nas práticas de um dos políticos mais habilidosos e oportunistas do país, o presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Observem que o pupilo de PC Farias sempre reage as manifestações contra ele colocando a culpa no Partido dos Trabalhadores. Foi assim quando: (1) foi recebido com protestos na Paraíba; (2) criticou a posição da CUT frente ao PL 4330; (3) deu uma entrevista ao programa pingo nos is, culpando somente o PT pela crise nacional e (4) atacou a OAB por questionar as suas manobras.

Ademais, num movimento mais recente, imputou à presidenta e ao PT o fato de ter sido denunciado pelos também lobistas Júlio Camargo e Alberto Youssef, ignorando bisonhamente que todos os grandes partidos estão envolvidos em delações. Em sua entrevista de “rompimento” (como se alguma vez tivesse sido governo) bateu duro no partido da Dilma utilizando, inclusive, aquela falácia do “eles sabiam de tudo” que só encontramos no submundo da sujeira, ou seja, na Veja.

E dentro do anseio de manter o sistema como está, com os mesmos setores financeiros e políticos no comando, a estratégia do presidente da Câmara é exitosa, há de se confessar. Com o ódio ao PT aflorado, ele conseguiu, com manobras nada republicanas, aprovar o cerne da manutenção do poder pelo mercado financeiro que é o financiamento privado de campanha, onde empresas patrocinam políticos por trocas de favores.

Cunha é apenas um exemplo desse método nefasto e maniqueísta de se levar o debate apenas para um lado, dentro de um octógono de possibilidades. Numa democracia recente, é natural que as forças políticas se excedam, portanto, devem-se pensar correções sistematicamente. Todavia, fica impossível construir uma maneira ótima de evoluir analisando apenas uma ou duas variáveis do processo.

O pior é que o deputado carioca se trata de uma marionete facilmente descartável, portanto mais relevante que combatê-lo seria construir ações progressivas mais concretas como uma constituinte exclusiva para uma reforma política com a cara do povo, a democratização das mídias e novas políticas que diminuam a desigualdade, como taxação de grandes fortunas e heranças.

Por fim, fica a dica: nem que a alma penada suba a Serra ou Caia do precipício, ela vai fazer uma busca Geral do nosso espectro político e encontrar outro corpo para encarnar e tentar combater a revolução social que o Brasil tanto deseja. Sendo assim, cabe a nossa população valer-se de novas práticas para participar da política com mais razão e ética. Chegou a hora de crescer e condenar a tática de “estar de altas”.

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Editora Atitude responde em nota matéria do Estadão

22 de Julho de 2015, 18:26, por MariaFrô

Está aberta a temporada de caça aos trabalhadores organizados.

NOTA A IMPRENSA: EDITORA Atitude Ltda.
Em relação a matéria “Gráfica ligada ao PT girou R$ 67 mi em cinco anos, aponta PF”, divulgada nesta quarta-feira (22) no blog do jornalista Fausto Macedo, no site Estadão, assinado por Julia Affonso, Valmar Hupsel Filho e Ricardo Brandt, a Editora Gráfica Atitude Ltda esclarece:

1. A Editora Gráfica Atitude, fundada em 2007, não funciona como gráfica e sim como editora com o objetivo de viabilizar um projeto de comunicação construído em conjunto por entidades sindicais e movimentos sociais para levar à sociedade informação de qualidade e fortalecer a luta dos trabalhadores e sua participação maior em assuntos relacionados ao seu cotidiano.

2. A Editora Atitude é formada por 40 entidades sindicais que escolheram o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para representa-los. Localizada no centro de São Paulo, sua estrutura é composta por 34 profissionais que integram a equipe.

3. A Editora Atitude é uma empresa privada que produz conteúdo jornalístico para vários veículos, sem vínculo partidário. Seu conteúdo é focado no mundo do trabalho, no emprego, no crescimento econômico do País com inclusão social, nos direitos humanos e na defesa da cidadania do povo brasileiro.

4. A matéria publicada pelo site ignora os depoimentos de diretores, funcionários e coordenadores da Editora Atitude, prestados no mês de julho, perante à justiça, onde foram esclarecidas as demandas com total transparência.

5. As transações financeiras da Editora passam por uma única conta corrente e sua contabilidade é retratada nos respectivos extratos. Entre junho de 2010 a abril de 2015, a Editora teve receita média de R$ 6,1 milhões/ano (o que totaliza R$ 33 milhões no período) para custeio de despesas com a folha de pagamento e produção jornalística, valor este totalmente compatível com as atividades prestadas.

6. Não é verdadeira a informação de que seriam depositados em espécie (em dinheiro) na conta Editora Atitude R$ 17,95 milhões entre dezembro de 2007 e março de 2015. Não há nenhuma movimentação financeira em dinheiro feita pela Editora e todos os depósitos ocorrem por meio de cheques cruzados e nominais.

7. A matéria também erra ao relacionar a Odebrecht com a Editora Atitude. Em relação a reunião organizada a pedido do ex-Presidente Lula em 2012, tratou-se de evento realizado entre sindicalistas e empresários para debater a conjuntura nacional, absolutamente comum no meio político e empresarial.

8. A Editora contesta a publicação do Estado de São Paulo que apresenta relatório policial confidencial, expondo dados pessoais de jornalistas e dirigentes sindicais.

9. A Editora Atitude reafirma que toda a receita da empresa destina-se ao custeio das atividades de produção jornalística.

Editora Gráfica Atitude Ltda

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Grandes infratores do Congresso estavam a julgar os trombadinhas

18 de Julho de 2015, 9:34, por MariaFrô

MAIORES INFRATORES

Por Lelê Teles

vovó me prepara um chá de capim santo enquanto sopra a brasa do fogão à lenha. as galinhas beliscam o chão, os pintos piam, a vaga muge e três cães farejam o rabo de uma cadela no cio.

tô na fazenda, fazendo visita à vovozinha. ela me pergunta como vai Brasília e por que os ladrões adultos estavam tão preocupados com os ladrões mirins.

vovó é antenada, tem uma parabólica na fazenda, daquelas que pegou Ricupero falando safadezas a Monforte.

puxei pra mim o cesto com pães de queijo ainda fumegantes e fui falando e comendo. 

tem um canalha lá no Congresso, vó, com sangue nos olhos a dizer que os adolescentes estão a tocar fogo no país. uma conversa mole, a molecada é quem menos comete crimes, é só mais uma estratégia de criminalização da pobreza.

vovó ouvia, curiosa. um cachorro mostrou os dentes para os seus colegas paqueradores, afugentando-os. jogou as patas dianteiras nas costas da cachorra no cio e passou a fazer sem-vergonhices ali mesmo, na frente de minha vó.

esse Cunha é o diabo, meu filho. lembro como os jornais humilharam Severino Cavalcanti, aquele baixinho, quando presidiu a câmara. 

tô ligado, vó. defenestraram Severino quando descobriram que Buani lhe pagava um mensalinho; dava-lhe umas coxinhas frias que ele enfiava no bolso do paletó, na surdina. 

era um conchavo para manter o boteco funcionando dentro da Câmara.

agora pegam Cunha com a boca na butija, abocanhando 5 milhões de dólares em propinas. se o ex-presidente da Câmara caiu por receber uns salgadinhos vencidos, o que não ocorrerá com esse agora?

vovó acendeu um cigarrim de palha no braseiro, pigarreou, cuspiu longe (tipo cocô de pato) e seguiu com a prosa. 

meu filho, Cunha está acabado. 

agora diz que vai tocar fogo no Congresso, isso é coisa de desesperado. você sabe por quê agora ele resolveu passar para a oposição?

como eu estava com a boca cheia, apenas meneei a cabeça negativamente.

porque na oposição ninguém vai preso, meu filho. veja esse aécio (grafemos em minúsculas), esse napoleão de hospício, o homem tá solto, livre, dando entrevistas.

acho que vão colocar uma tornozeleira eletrônica em Cunha para constrangê-lo, mas a cana dura ainda vai demorar. mas de qualquer forma ele já é um prisioneiro. está encarcerado na sua arrogância tresloucada. dará uma de doido, fiará gritando e espumando, como esse aécio (continuemos a grafar em minúsculas). 

todos vãos e afastar dele, como se fosse um leproso, ficará só. a bravatear, enquanto olha pela persiana se a polícia está vindo.

pisando nas hotaliças, o cachorro e a cadela agora estavam grudados, bunda com bunda, numa ridícula imagem pós coito. línguas de fora, salivas a escorrer.

pois é, vó. a ironia é que os maiores infratores estavam a julgar os menores infratores. 

digo maior infrator em relação ao tamanho da infração que esse cabras cometem. os menores infratores são como Severino, trombadinhas, ladrões de galinha, peixes pequenos.

Cunha é da turma dos peixes graúdos. e como os peixes, vai morrer pela boca.

andava a gritar e a exercer, ilegalmente, um parlamentarismo midiático. inventou cultos evangélicos na Câmara, cometeu algumas agressões à Constituição. inventou até um shopping, tamanha era a sua cara de pau e molecagem. e fez de tudo para odiarmos adolescentes periféricos.

esse canalha fez o Brasil inteiro ter medo de uns molecotes sem camisa e sem chinelos. 

enquanto a gente se distraía com os pivetes, os bandidões batiam nossas carteiras. 

vovó se cansou da conversa. 

trouxe o meu canabidiol, perguntou. claro, vó.

saquei um skankezinho, botei a ponta numa lenha em brasa, dei uma baforada e passei pra vovó.

ele fumou, tossiu, cuspiu e deu uma gargalhada. é meu filho, acho que esse Eduardo tomou no Cunha.

palavra da salvação.

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Instituto Lula: NOTA À IMPRENSA SOBRE ABERTURA DE INQUÉRITO

16 de Julho de 2015, 20:50, por MariaFrô
NOTA À IMPRENSA SOBRE ABERTURA DE INQUÉRITO 
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula
São Paulo, 16 de julho de 2015,
O Instituto Lula e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram surpreendidos pela notícia de que o procurador Valtan Timbó Mendes Furtado, da Procuradoria da República no Distrito Federal, determinou a abertura de procedimento investigatório sobre tema que já vinha sendo examinado, no âmbito próprio, pela procuradora da República, Mirella de Carvalho Aguiar.
Trata-se de um procedimento absolutamente irregular, intempestivo e injustificado, razão pela qual serão tomadas as medidas cabíveis para corrigir essa arbitrariedade no âmbito do próprio Ministério Público, sem prejuízo de outras providências juridicamente cabíveis.
Diferentemente do que foi vazado anonimamente para órgãos de imprensa na tarde desta quinta-feira (16), o ex-presidente Lula nunca foi objeto de “investigação informal”. Tampouco foi ou é considerado “suspeito” de qualquer tipo de infração penal. O ex-presidente é, na verdade, alvo de grave violação de conduta por parte do procurador Anselmo Lopes, que deu início a este processo e por isso está respondendo à Corregedoria Nacional do Ministério Público.
Para que a verdade seja conhecida, sem manipulações e distorções, o Instituto Lula esclarece a cronologia dos fatos:
12 de abril: O jornal O Globo publica matéria sobre “voo sigiloso” do ex-presidente Lula à República Dominicana, em abril de 2013, onde realizou palestra contratada pela empresa Odebrecht. Mesmo tendo recebido, da assessoria do Instituto Lula, todos os esclarecimentos sobre a viagem, o jornal criminalizou um episódio corriqueiro: desde 2011, fora do governo, o ex-presidente fez 78 viagens ao exterior, para fazer palestras, receber homenagens, participar de debates e, principalmente, defender a imagem do Brasil e difundir programas sociais brasileiros para colaborar com o combate à fome e à pobreza no mundo. Na maioria dessas viagens ele realizou palestras contratadas por empresas, entidades privadas e entidades governamentais de países estrangeiros – todas as viagens foram amplamente divulgadas no site do Instituto Lula e informadas à imprensa brasileira.
20 de abril:  Tomando por base a matéria de O Globo e outras notícias de jornais e da internet, o procurador Anselmo Lopes, da Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) iniciou uma “Notícia de Fato”. No texto de apenas 50 linhas, sem apresentar qualquer prova ou indício, o procurador Anselmo Lopes levantou a hipótese de que o ex-presidente Lula “poderia”, “em tese”, “talvez” ser suspeito de tráfico de influência internacional, “caso se comprovasse” que teria recebido favores da empresa Odebrecht para “supostamente” influir sobre autoridades de países estrangeiros para que contratassem obras da empresa. No mesmo dia, a “Notícia de Fato” foi distribuída por sorteio à procuradora Mirella de Carvalho Aguiar, a quem caberia decidir pelo arquivamento, pela abertura de inquérito ou pedir diligências e informações para instruir sua decisão.
29 de abril: Sem que quaisquer das partes citadas tivesse sido notificada e antes que o despacho chegasse a conhecimento público, o repórter Thiago Bronzatto, da Revista Época extraiu cópia da Notícia Fato no protocolo da PRDF.  Sem fazer qualquer referência ao procedimento que havia obtido, o repórter enviou à assessoria do Instituto Lula perguntas sobre viagens do ex-presidente mencionadas na “Notícia de Fato”.
31 de abril: Numa edição escandalosamente manipulada, a página da Revista Época no site Globo.com e a edição impressa da revista assumiram como verdadeiras as ilações infundadas do procurador Anselmo, sob o título “Lula, o Operador”. A revista escondeu dos leitores a verdadeira natureza do procedimento e tratou mera “Notícia de Fato” como se fosse uma investigação coletiva do Núcleo de Combate à Corrupção da PRDF. Omitindo propositalmente o título, a revista manipulou o documento oficial, reproduzindo apenas o sumário das ilações do procurador Anselmo.
1º de maio: A mentira da revista Época começou a ruir quando a procuradora Mirella Aguiar declarou a repórteres de O Estado de S. Paulo e de O Globo que não havia inquérito contra Lula e que a “Notícia de Fato” trazia apenas notícias de jornais que, segundo ela, não têm validade por si como provas.
4 de maio: O Instituto Lula divulga nota com o título “As 7 mentiras da Revista Época”, esclarecendo os fatos e denunciando a manipulação editorial. A revista além de não ter publicado nossa resposta, jamais se preocupou de responder ou indicar qualquer equívoco no texto.http://www.institutolula.org/as-sete-mentiras-da-capa-de-epoca-sobre-lula/
6 de maio: Advogado procurador do ex-presidente Lula e do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, solicita audiência à procuradora Mirella Aguiar e apresenta espontaneamente os esclarecimentos sobre as atividades do ex-presidente no âmbito do Instituto e como palestrante contratado por meio da empresa LILS Palestras e Eventos Ltda.
18 de maio: Findo o prazo inicial de 30 dias para decidir sobre o encaminhamento da “Notícia de Fato”, a procuradora Mirella Aguiar, em despacho, afirma que não há elementos suficientes para a abertura de inquérito. “Os parcos elementos contidos nos autos – narrativas do representante e da imprensa desprovidos de suporte probatório suficiente – não autorizam a instauração de imediato de investigação formal em desfavor do representado”, escreveu a procuradora. No mesmo despacho ela prorroga o prazo de decisão por até 90 dias (ou seja, até 17 de agosto) e solicita informações do Instituto Lula, da empresa Odebrecht, da Polícia Federal, do Ministério das Relações Exteriores, do BNDES, da empresa Líder Taxi Aéreo e outros, para instruir sua decisão.
8 de junho: O Instituto Lula requer a extensão de 30 dias do prazo para a prestação de informações.
19 de junho:  A procuradora Mirella Aguiar, em despacho, prorroga novamente o prazo para diligências e tomada de informações (portanto até 18 de setembro).
8 de julho: O procurador da República Valtan Timbó Mendes Furtado, em portaria, inexplicavelmente determina a abertura de procedimento investigatório criminal,  mesmo apresentando como únicas razões: a) “o teor da Notícia de Fato” e b) “a iminência do esgotamento do prazo”,  mas também considerando a insuficiência de elementos para a formação da opinio deliciti. Note-se que o teor da “Notícia de Fato” já havia sido desqualificado pela procuradora Mirella Aguiar – motivo pelo qual ela havia solicitado novas informações. E note-se que, em 8 de julho, faltavam 40 dias para o esgotamento do prazo estabelecido na primeira prorrogação e 60 dias para o esgotamento do prazo estabelecido na segunda prorrogação.
9 de julho: Dentro do prazo estabelecido e sem ter conhecimento de que o processo havia sido literalmente atropelado por outro procurador, o Instituto Lula protocolou na PRDF o documento com as informações solicitadas pela Procuradora Mirella.
16 de julho: Informações incompletas e distorcidas vazam anonimamente para a Globonews, que, sem ouvir o Instituto Lula, divulga versão incorreta de que “procuradores” teriam determinado abertura de inquérito contra o ex-presidente Lula no âmbito da PRDF.
O Instituto Lula e o ex-presidente Lula desconhecem as razões pelas quais o procurador Valtan Timbó Mendes Furtado interferiu, de maneira indevida e arbitrária, no procedimento que vinha sendo conduzido pela procuradora titular.
Está claro, portanto que o ex-presidente Lula é alvo de um conjunto de manipulações e arbitrariedades com o propósito evidente de criar constrangimentos e manchar, sob falsos pretextos, a imagem do maior líder popular deste País no Brasil e no exterior.
Sob a luz desses fatos, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o Instituto Lula, esperam que o Ministério Público esclareça ao país o por que de procedimentos tão contraditórios.

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