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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Coletivo de Luta pela Água cobra medidas do governo do estado

22 de Março de 2015, 12:31, por Desconhecido

No dia 20 de março, além da manifestação dos professores, o Coletivo de Luta pela Água também saiu às ruas para cobrar medidas urgentes contra as consequências do desabastecimento que afeta milhões de pessoas.

O Grito pela água ocorreu em vários estados brasileiros. Em São Paulo, movimentos populares mostram a imensa falta de competência, descaso do governo Geraldo Alckmin com o acesso à água para os mais pobres, além de expor o absurdo de viver em um estado onde chove absolutamente todos os dias (vivemos protestando embaixo de chuva) e mesmo assim vivemos há quase um ano secas na torneiras.

Aproveite e consulte o site da Agência Nacional de Águas que lançou no mesmo dia 20/03 um amplo relatório sobre os recursos hídricos no Brasil: http://conjuntura.ana.gov.br/

Nele temos um panorama sobre os recursos hídricos: 

Quantidade (Chuva, água superficial, água subterrânea e reservatórios)

Qualidade (Indicadores de qualidade e evolução da rede)

Uso da água (Demanda consuntiva total, abastecimento urbano e irrigação)

Balanço hídrico (Bacias e trechos críticos, balanço quantitativo, balanço qualitativo e balanço quali-quantitativo)

Secas e cheias (Eventos extremos de secas e cheias

Gestão (Plano de Recursos Hídricos, outorgas e comitês de bacia)

Alem disso relatórios e informes desde 2009 a 2014 e um especial sobre a Crise Hídrica.

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Pesquisa da Perseu Abramo traça perfil dos manifestantes de 13/03 e 15/03

22 de Março de 2015, 9:22, por Desconhecido

Recomendo fortemente examinar a pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo nas duas manifestações ocorridas em março deste ano.

Características da pesquisa: quantitativa, realizada face a face, com aplicação de questionário estruturado, de cerca de 10 minutos de duração, composto por questões fechadas.
Universo da pesquisa: Público presente nas manifestações dos dias 13 e 15 de março na Av. Paulista, em São Paulo.
Amostra: 305 entrevistas no dia 13 e 534 entrevistas no dia 15
Margem de erro: A margem de erro para a amostra do dia 13 é de 5.4 pontos percentuais e para a do dia 15
é de 4.13 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.
Data de campo: 13 e 15 de março de 2015.
Realização: Núcleo de Estudos de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo
Objetivos: Conhecer o perfil dos manifestantes e seu posicionamento político, bem como suas percepções e expectativas frente ao momento atual do governo

Destaquei alguns resultados que podem surpreender tanto os manifestantes do 13/03 como os do 15/03. O resultado de todos os gráficos podem ser acessados no site da Pesquisa da Fundação Perseu Abramo.

Em relação a alguns tabus, a esquerda que se manifestou em 13/03 se posiciona mais firmemente contra a prisão das mulheres que abortam, contra regimes ditatoriais, contra a pena de morte e no Brasil e a favor do direito a adoção para casais LGBT, e pela retirada de crucifixos de órgãos públicos.
semelhanças 4

Outras diferenças podem ser apontadas:

Embora a maioria da população dos manifestantes das marchas do dia 13/03 e 14/03 se declarem branca e católica, há mais pretos e pardos na marcha da esquerda, lembrando que a pesquisa foi feita exclusivamente nas marchas da cidade de São Paulo.

CORRAÇAESQUERDAMAISPRETA E MAIS ATEIA
Claramente a marcha do dia 13/03 mostra a prática de uma cultura política maior, seja pela participação em sindicatos, partidos políticos, entidades estudantis, associações de moradores ou movimentos sociais, o envolvimento dos manifestantes da marcha do dia 15/03 com instituições democráticas da sociedade civil é muito pequeno ou inexistente. Basta ver que o maior índice de manifestantes do dia 15/03 envolvidos com algum grupo relacionado à cultura política é de apenas 8% e com grupo religioso.

Talvez isso explique em parte as preferências partidárias das duas marchas a do dia 13/03  em sua maioria votou na Dilma e a do dia 15/03 em Aécio Neves; as expectativas em relação ao governo Dilma da marcha do dia 13/03 são mais altas e com maior grau de confiança, enquanto a do dia 15/03 mostram o desejo de um terceiro turno (não votaram em Dilma, e não querem Dilma);  a ideia sobre corrupção dentre outros aspectos que exigem uma cultura política maior sobre não apenas o sistema político do país, como conhecimento dos regimes democráticos, pós ditadura militar é bastante simplória. Mas algo que chama atenção, embora o dia 15/03 seja anti-Dilma e anti-PT, e embora tenham votado em Aécio eles não apresentam nenhum partido de preferência, nem o de Marina Silva. Entre os manifestantes do dia 15/03 apenas 32% declaram preferência ao PSDB e 43% apontam que nenhum partido dos existentes o atraem.
culturapolítica diferenças1 diferenças2 diferenças3 diferenças4 diferenças5 diferenças6 diferenças7 diferenças8 diferenças9impeachment diferenças10preferênciapartidária

Há semelhanças entre as duas marchas.

Por exemplo: o interesse demonstrado pela política é grande entre os manifestantes das duas marchas:

semelhanças5interesse na política

Há outras semelhanças interessantes, vamos a elas:

A INTERNET é o principal meio de informação, com vantagem de amplo uso para a marcha do dia 15/03
opesodainternte

 

Tanto na marcha do dia 13 como do dia 15 a maioria é masculina e de jovem com leve vantagem para a marcha do dia 15 que mobilizou mais mulheres e jovens que a marcha do dia 13.

perfilesquerdamasculinaevelha

 

A defesa do regime democrático é comum para as duas marchas com leve vantagem para a marcha da esquerda.semelhanças1

 

 

Em relação à convivência de ideologias diversas, a esquerda do dia 13/03 é mais democrática em aceitar a decisão da maioria e na ideia mais ampla que a política é o espaço da disputa e que é legítimo tentar convencer o outro sobre suas ideias:semelhanças2

semelhanças3

Há semelhanças também no número de membros por família e na condição da população economicamente ativa tanto na Marcha do dia 13 como na do dia 15/03, mais de 80% dos manifestantes fazem parte da população economicamente ativa:

SEMELHANÇASPOPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA

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De barbárie em barbárie MP e Justiça Paulista de mãos dadas em defesa do carro

22 de Março de 2015, 6:57, por Desconhecido

O prefeito de Paris acaba de tirar METADE dos carros de circulação em PARIS. Eu disse METADE.

Vamos à notícia:

“A partir desta segunda-feira (23), Paris deverá cortar pela metade o número de carros nas ruas. As informações são do jornal Le Monde.

A prefeitura da cidade anunciou que carros com placas ímpares só poderão circular em dias ímpares, e carros com placas pares só poderão circular em dias pares. As restrições não se aplicam a táxis, veículos híbridos e carros que carreguem mais de três pessoas.

Esta é a segunda medida restritiva a carros que entra em vigor em Paris nesta semana. Nesta quarta (18), a velocidade dos veículos foi limitada a 20 quilômetros por hora. A prefeitura também determinou catraca livre no transporte público a fim de desencorajar o uso de carros.

A intenção da medida emergencial é controlar a poluição do ar, que detona a qualidade do ar e o visual das paisagens turísticas da cidade.

No sábado, o sistema de monitoração da qualidade do ar da cidade previu que a concentração de poluentes estava próxima do máximo recomendado, de 80 microgramas por metro cúbico. Para se ter uma base de comparação, em Pequim, na China, a poluição média é de 121 microgramas por metro cúbico.

No ano passado, estas mesmas medidas foram adotadas para tentar solucionar a crise de poluição do ar da cidade.” (Via BrasilPost)

Enquanto isso, atentemos para o diálogo da Promotora do MP, que foi endossada pela Justiça Paulista. Cito alguns trechos destacados por Nassif, mas indico fortemente ouvir os argumentos da promotora na íntegra, é um primor da não cidadania, é um primor de um Ministério Público completamente contrário ao que ele deveria se prestar, ou seja, a defesa de fato dos direitos do cidadão:

A Constituição de 1988, conferiu ao Ministério Público, em seu art. 129 II, a função de “zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”.

Em nenhum momento deste diálogo (veja trecho destacado abaixo) vemos os direitos dos cidadãos assegurados, o que vemos são os direitos dos carros sendo privilegiados. Em nenhum momento percebemos que esta promotora se deu ao trabalho de ver quantas pessoas morrem em acidente fatal atropeladas em suas bicicletas.

Participante – Para voltar a Avenida Paulista ao formato original. Quer dizer, mantém o ciclista exposto…

Promotora – Sabe por quê? Porque a gente não tem ainda a certeza, como ele falou, já houve um gasto, e por conta da falta de participação popular, por conta da falta de planejamento urbano…

Participante – A senhora sabia que todo ano a Associação de Ciclistas de São Paulo faz uma contagem na Avenida Paulista para mostrar a demanda real que já existe ali?

Promotora – Então o senhor veja, pelo menos pra nós não foi encaminhado nenhuma estatística…

Participante – Mas a senhora dialogou com as associações?

O Ministério Público e a Justiça de São Paulo com esta ação e concessão de liminar interrompendo a construção de ciclovias não põe apenas em risco a vida de ciclistas que em São Paulo a cada dois dias é vítima fatal de atropelamento no trânsito. Essa promotora e o juiz que lhe concedeu a liminar não lêem nem a Veja?

Continuemos com o diálogo entre ciclistas e promotora: 

Promotora – Você está errado, o que se coloca aqui é que a política pública foi desprovida de estudo e de participação popular.

Participante – Desprovida? A gente consegue provar para a senhora que não foi desprovida. A gente, por exemplo, criou uma câmara temática de bicicletas para acompanhar a implementação com 22 membros, ciclistas da sociedade civil.

Promotora – Veja, o que se coloca aqui é que as oitivas têm que ser feitas não só com os ciclistas, mas com a população como um todo.

Participante – Isso é feito com o carro também? Obra viária é feito isso também? A senhora pede pra obra viária isso?

Este trecho do argumento da promotora é exemplar do que ela efetivamente defende:

“Lamentavelmente, a Cidade de São Paulo, ao contrário do que ocorre em Nova Iorque e em Amsterdã, não possui um transporte público de excelência e, por ora, não há alternativa de transporte público coletivo. A bicicleta não é um meio de transporte de massa, de modo que sua eficiência é questionável, pois sua capacidade é ínfima”.

Por que esta promotora não processou o governo do estado de São Paulo como fez o Ministério Público suíço em relação às empresas Alstom e Simiens envolvidas com o propinoduto tucano?

Se não temos transporte público de qualidade, é porque temos uma corrupção generalizada no governo do estado de São Paulo, um metrô menor que o de Santiago do Chile (que tem metade dos habitantes de São Paulo), é porque a corrupção na gestão de trens e metrôs paulistas faz a vida do cidadão paulistano que depende de transporte público ser um verdadeiro suplício nos trens da CPTM e nas linhas sucateadas do metrô paulistano. Será que a promotora não acha isso importante?

Já que esta promotora e este juiz parecem não ler nem a Veja, vou pedir que façam uma busca no Google com os termos ciclistas atropelados em São Paulo. São 254 mil entradas para esta busca. Promotora e Juízes podem ficar apenas nos casos que deram maior repercussão como o presidente da Lorenzetti morto na Avenida Sumaré em 2011, Juliana Dias em março de 2012, Marlon Moreira de Castro em outubro de 2014 e as centenas de trabalhadores mortos ou mutilados a cada dois dias na cidade, como David que teve o braço decepado por um motorista embriagado na Paulista que além de não parar, arrastou o braço da vítima por quilômetros enganchado no carro e ao descobrir a barbárie jogou o braço da vítima num córrego. O criminoso está solto sem nenhuma ação do Ministério Público em defesa do trabalhador que teve seu braço decepado no acidente

“Em seu parecer, o desembargador Breno Guimarães afirmou “estarem ausentes os requisitos para a manutenção da segregação cautelar” de Siwek. O magistrado ainda afirmou que a soltura do acusado não oferece “perigo à ordem pública”.

David foi atropelado na manhã do dia 10 de março, quando ia trabalhar, por Siwek. O ciclista estava na avenida Paulista. Seu braço ficou preso no carro e o universitário não parou para prestar socorro, levando consigo o membro superior de David. Minutos depois, Siwek jogou o braço do ciclista no córrego que divide as duas pistas da avenida Dr. Ricardo Jafet. ” Spresso SP.

Quando finalmente elegemos um prefeito que governa em defesa da vida, em defesa do transporte coletivo, que pensa uma cidade mais humana, com menos poluição de carros e menos violência no trânsito e mais segurança pra pedestres, ciclistas e para a maioria da população que anda de transporte público, temos um MP e uma Justiça empenhados em barrar as ações do prefeito Haddad em defesa do automóvel com os argumentos mais estapafúrdios e sem base na realidade.

Precisamos urgentemente decidir que cidade queremos e o MP e a Justiça de São Paulo precisam repensar seu papel urgentemente e agir em defesa do interesse público como prega a Constituição: zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”.

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Pedro Ramos de Toledo: A greve dos professores de SP, o silêncio e o tártaro

21 de Março de 2015, 17:34, por Desconhecido

Ontem os professores ocuparam novamente a Paulista, Consolação e Praça da República e de novo embaixo de chuva.

Nenhum destaque na mídia, nenhuma chamada da Rede Globo “vem pra Rua”, nenhum dos indignados do dia 15/03 se juntaram aos professores para lutar pelo desmonte da educação pública levado a cabo pelo tucanato há mais 20 anos governando o Estado de São Paulo.

A imprensa reacionária que ataca os governos progressistas da Venezuela, Equador, Bolívia adoram escrever, por exemplo, que não há papel higiênico na Venezuela. Será que eles já entraram em alguma escola pública do estado de São Paulo? Será que eles sabem que além de faltar água, não ter produtos de limpeza também não há papel higiênico? Por que será que não vemos posts indignados de Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo sobre as denúncias dos professores? Seria pelo fato de as escolas públicas do estado estarem sob gestão tucana há mais de 20 anos?

A greve, o silêncio e o tártaro

Por: Pedro Ramos de Toledo, especial para o Maria Frô

“Ser Professor e Não Lutar é uma contradição pedagógica” Paulo Freire

Na rede pública do Estado de São Paulo, a Angústia, a Insatisfação e a Sensação de Fracasso Profissional não faltam um único dia. Não abonam, não tiram licença médica e podem ser encontrados na sala dos professores das 7h às 23h, diariamente, entre a copa do cafezinho e a sala da direção. Verdadeiros profissionais, nunca chegam atrasados (o fato de morarem na escola ajuda bastante nesse quesito) e se gabam de receber, anualmente, o bônus dedicado aos “excelentes profissionais” que fazem do “mérito” uma importante política de incentivo. E como todo “funcionário-padrão”, nunca, nunca fazem greve.

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Este ano o bônus foi bem gordo e Angústia foi às compras. Os cortes de verbas repassadas às escolas conduziram à carência e à paralisação das atividades administrativas das Unidades Escolares (UEs). Secretarias deixaram de emitir documentos simples devido à falta de papel sulfite e toner. As áreas comuns se tornaram verdadeiros chiqueiros por falta de material de limpeza; nem mesmo papel higiênico era encontrado. A verba de manutenção, utilizada para dar um “tapa” nos horrorosos galpões escolares durante as férias, desapareceu. Ninguém sabe, ninguém viu. As aulas retornaram do mesmo jeito que acabaram no ano anterior: “saunas” de aula sem ventiladores; paredes pichadas e sujas; carteiras e cadeiras quebradas.

Insatisfação não deixou por menos. Mais de 3.300 salas de aula foram fechadas, colocando na rua 20.000 professores que laboravam de sol a sol em estado precário. Milhares de professores efetivos foram obrigados a completar a jornada em até quatro escolas diferentes para poder pagar o aluguel e por comida na mesa. Professores eventuais são obrigados a passar 16 horas de pé, amontoados em quadras de futebol a centenas, para angariar meia dúzia de aulas. Desmaios e agressões são comuns, bem como o olhar de desprezo dos funcionários das diretorias de ensino. Salas de aula com 70 alunos, enfurnados em verdadeiros fornos, tornaram-se a regra. Não há livros didáticos e material de apoio em quantidade suficiente para atender à necessidade dos estudantes. (A apostila do Estado de São Paulo não conta. Criada às pressas em 2007 para despejar dinheiro público nas contas da Gráfica do Grupo Folha, nunca recebeu em oito anos uma única revisão. Ela é melhor utilizada para tapar as janelas quebradas.)

E a Sensação de Fracasso? Essa está como um pinto no lixo. As notas dos Ensinos Fundamental e Médio permanecem teimosamente estacadas no mesmo ponto há vinte anos, Alheias a todas as tentativas de melhoria da educação pelo viés neoliberal; o tráfico atua livremente dentro das escolas, um mercado bastante rico e diversificado. A violência entre alunos, professores e funcionários é cotidiana, tanto física quanto simbolicamente, fruto do modelo vigente que norteia o ensino público: a escola-prisão. Atores escolares são lembrados diariamente, por todas as condições acima citadas, o que, aos olhos do Estado e da sociedade, são de fato: Lixo. Não há outra interpretação. A Escola dos pobres não passa de uma prisão precária, destinada a mantê-los não apenas cincunstritos à periferia, mas também marginais em em seu próprio futuro. A invisibilidade dos professores da rede do Estado e o silêncio em relação ao tártaro da Educação deixa claro que tal postura não cabe apenas ao nosso Almirante do Tietê, mas também é norma entre a elite branca que desfila em micaretas fascistas e trabalha nas redações da grande mídia corporativa. Mas não há nada de novo nesse front.

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Frente a essa situação, dezenas de milhares de professores reunidos no vão do MASP, no último dia 13 de março, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A pauta de reivindicações é ampla e extensa, assim como é a lista de problemas que enfrentamos diariamente nas escolas e que vão muito além da nossa obscena condição salarial:

- reabertura de todas as 3,3 mil salas de aulas fechadas
- fim da superlotação das salas: máximo de 25 alunos por sala
- readmissão de todos os professores demitidos: fim da “quarentena” e “duzentena”
- fim da divisão da categoria: revogação da lei 1093.
- revogação do decreto do reajuste ZERO!
- reposição das perdas salariais: 75,33% de reajuste para equiparar os professores aos demais profissionais de nível superior.
- redução da jornada de trabalho (1/3 extraclasse já!)
- fim da política de bônus: pagamente de 14º salário a todos os professores
- fim da prova de mérito e da quebra da isonomia salarial da categoria
- convocação de todos os professores concursados e estabilidades aos professores temporários
- fim da limitação de faltas médicas e direito ao atendimento no Iamspe a todos os professores.
- direito de creche a todos os filhos de professores. Pagamento de adicional (auxílio-creche) às mães e pais professores, enquanto essa reivindicação não for atendida
- reajuste do valor do vale alimentação (R$ 30) e vale transporte, e que sejam pagos a todos os professores.
- não à Escola de Tempo Integral do governo tucano (gratificação de 70% para todos)
- não à política de corte de verbas destinada à manutenção das escolas
- garantia de abastecimento de água nas unidades escolares

Cada pauta reivindicatória de nossa greve busca apontar na direção daquilo que nossa categoria entende ser fundamental e imprescindível se quisermos transformar a educação pública brasileira. Esta transformação não pode, em momento algum, ignorar a necessidade de valorização da nossa categoria, hoje tão precarizada quanto as escolas nas quais atua.

No entanto, a despeito do consenso nacional sobre a importância estratégica da educação de base para o desenvolvimento pleno de nosso país, fica claro que em todas as esferas governamentais – assim como nas ditas camadas sociais “superiores” – a situação desesperadora em que vivem os professores brasileiros é um tabu a não ser discutido na sala de jantar. A precarização de nossa categoria, iniciada pelos golpistas de 1964 e consolidada pelos economistas liberais da década de 90, estendeu-se para a periferização dos professores no próprio debate nacional sobre Educação.

Não participamos dos Conselhos Estaduais; não somos chamados para debates públicos ou consultas; mesmo as universidades públicas e seus professores, do alto de seus doutorados, tratam-nos com o mais absoluto desprezo: aos seus olhos somos os serventes de pedreiros na construção do edifício do saber. Uma única noite entre os alunos que frequentam os cursos de licenciatura da FEUSP nos afoga em comentários de deboche com relação à docência. A maioria deles encara a licenciatura como último recurso a ser utilizado, no caso de tudo o mais dar errado em suas vidas. Isso explica porque apenas 3% dos professores da Rede são egressos de universidades públicas. Para a Casa Grande, aqueles que educam os escravos não têm absolutamente nada a oferecer. Devem ser silenciados para bem cumprir o papel de carcereiros da juventude preta e pobre da periferia.

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Esse descaso ficou ainda mais evidente na última semana. Enquanto nossa greve cresce, fruto do trabalho de milhares de professores organizados nos comandos de greve, centenas de casos de assédio moral se espalharam pelas escolas como uma epidemia. Dirigentes ameaçaram professores em seu legítimo direito de greve e professores eventuais foram constrangidos a entrar nas salas de professores grevistas. A ordem da Secretaria é ignorar a existência da greve. Essa política absurda e autoritária foi evidenciada por nota da Secretaria, que afirma que “96% dos professores encontram-se em sala”. Ora, essa é a taxa natural de presença dos professores em um dia letivo normal. É como se a greve simplesmente não existisse! Tampouco é possível saber da greve pelos oligopólios midiáticos, aliados viscerais do tucanato paulista.Na última sexta-feira, 40.000 professores pararam a Avenida Paulista e marcharam em direção à Secretaria da Educação. A Record tratava sobre a calvície; a Band ganhava pontos explorando a morte de um pobre trabalhador atingido por um relâmpago; da Globo, Folha, Estadão e SBT, sequer comentamos: sabemos bem o que esperar desse mato. Nos portais de internet, todas as notícias se resumem a uma única nota: Professores querem mais aumento. Mais nada.

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Cerca de 120.000 professores deixaram claro lutarão contra este deplorável estado de coisas. Nossa luta vai além da recuperação salarial da categoria – essencial e necessária – e se aprofunda na destruição sistemática da educação-mercadoria em favor da escola pública, gratuita e de qualidade para todos. Magistério não é sacerdócio. Queremos ser tratados como profissionais, trabalhadores que se orgulham do trabalho que fazem e que sabem ser fundamental para o sucesso escolar a construção de condições materiais favoráveis para que ele venha a criar raízes e florescer. Não lutamos apenas por nós, mas por todos aqueles que sonham e labutam pela construção de um ensino público de qualidade. Pedimos por isso o apoio de todas as forças progressistas que entendem ser a luta pela educação pública algo além de meras palavras vazias.

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“Todo ano é a mesma novela”. Foram estas as palavras de Geraldo Alckmim, Governador do Estado de São Paulo, ao ser questionado sobre a greve dos Professores da Rede Estadual de Ensino. Não, governador. Não é uma novela. É um filme de terror. Um filme que o senhor dirige e projeta há vinte anos. Está na hora de mudarmos o rolo do filme. Por bem ou por mal. Ignorar-nos não será mais uma opção.

Na luta.

*Pedro Ramos de Toledo é Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo.

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O 15/03 na ótica dos jornalistas Livres

21 de Março de 2015, 14:18, por Desconhecido

JORNALISTAS LIVRES: 15 DE MARÇO

15 de março passou a ser a data da posse dos presidentes da república durante a ditadura militar.

Ao escolherem essa data, 36 anos após o ultimo general assumir a cadeira de presidente no país, os organizadores das múltiplas manifestações que ocorreram principalmente em São Paulo no último domingo trouxeram à tona o receio de que o Brasil pudesse estar repetindo uma velha e terrível história.

Será mesmo?
FONTE ORIGINAL: Facebook Jornalistas Livres

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