A Adam Capital, que construiu posições que ganham com a alta dos juros futuros, diz que não há espaço para o Banco Central afrouxar o tom, já que os itens de maior “inflação inercial” permanecem em níveis elevados – o que ecoa opiniões do próprio BC.
Por Redação, com Bloomberg – de São Paulo
As principais gestoras de fundos com sede no país estão divididas sobre como apostar nas taxas de juros, já que os investidores se deparam com pressão crescente por cortes da Selic pelo governo e sinais de que a economia está mais aquecida do que o esperado. Alguns dos fundos mais conhecidos do país estão receosos com a dinâmica da inflação ao consumidor, apesar do arrefecimento do ritmo de alta dos preços.
A alta na taxa básica de juros da economia brasileira repercute nas contas públicasA Adam Capital, que construiu posições que ganham com a alta dos juros futuros, diz que não há espaço para o Banco Central afrouxar o tom, já que os itens de maior “inflação inercial” permanecem em níveis elevados – o que ecoa opiniões do próprio BC.
Dados sólidos
A inflação desacelera há 10 meses consecutivos e recentemente atingiu o nível mais baixo em dois anos e meio. Ainda assim, os dados do IPCA de abril divulgados na sexta-feira passada (12) mostraram que os preços ao consumidor caíram menos do que o previsto pelos analistas.
A Absolute Investimentos compartilha da mesma aposta da Adam em juros futuros. O fundo descreve o núcleo da inflação como muito alto e destaca que os dados sólidos do mercado de trabalho sugerem um primeiro trimestre forte para a atividade. A operadora projeta que a Selic permanecerá inalterada em 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos, ao longo de 2023.
A Genoa Capital, a Legacy Capital e a Ibiuna Investimentos estão do outro lado da mesa, com a aposta na queda das taxas de juros futuros. Atualmente, o mercado precifica um ciclo total de flexibilização de mais de 350 pontos-base até o final de 2024.