Ir para o conteúdo

Blogoosfero

Voltar a Blogoosfero
Tela cheia

Serra e Kassab voltam a ser citados em caso de roubalheira em obras públicas

17 de Novembro de 2016, 16:36 , por Feed RSS do(a) News - | No one following this article yet.
Visualizado 28 vezes

A ampliação das pistas da marginal foi contratada por meio de convênio entre o governo de São Paulo, na época comandado por Serra, atual ocupante do Ministério das Relações Exteriores, e a prefeitura na gestão de Kassab

 

Por Redação – de São Paulo

 

O senador José Serra (PSDB-SP) e o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) voltaram às páginas policiais, nesta quarta-feira. O Ministério Público Federal (MPF) apura a distribuição de R$ 89,5 milhões em propinas para empresas ligadas ao operador financeiro Adir Assad, preso em Curitiba. O advogado Rodrigo Tacla Duran também é investigado por dois consórcios e empreiteiras em obras de ampliação da marginal Tietê, entre 2009 e 2011.

Serra e Kassab estão citados na delação premiada de Marcelo Odebrecht

Ministros de Temer, Serra e Kassab estão citados na delação premiada de Marcelo Odebrecht, junto com o chefe

A ampliação das pistas da marginal foi contratada por meio de convênio entre o governo de São Paulo, na época comandado por Serra, atual ocupante do Ministério das Relações Exteriores, e a prefeitura na gestão de Kassab, atual integrante da equipe do presidente de facto, Michel Temer, na pasta das Comunicações, Ciência e Tecnologia.

Mais de bilhão

Os repasses, segundo documentos vazados para a mídia conservadora, constam de relatórios produzidos pela Procuradoria da República, em Curitiba. Embasam o pedido de busca e de prisões da Polícia Federal. A nova etapa da Lava Jato, batizada de Dragão, aponta Assad e Duran como “operadores financeiros especializados na lavagem de capitais de grandes empreiteiras”.

Os consórcios Nova Marginal Tietê (Delta Engenharia e Sobrenco) e Desenvolvimento Viário (EIT e Egesa), responsáveis pelas obras, foram contratados pela estatal paulista Dersa. A companhia empregava o arrecadador de recursos para os tucanos Paulo Preto. O valor envolvido nas obras chegava a R$ 816,9 milhões. O total de recursos destinados à Nova Marginal foi a R$ 1,75 bilhão – 75% acima do estipulado no primeiro orçamento, de 2008.

Obra fraudulenta

Os repasses considerados suspeitos pelos procuradores foram feitos diretamente para três empresas ligadas a Assad. Parte dos recursos seguiu para um escritório de advocacia de Duran. Sem dispor de estrutura física ou pessoal para prestar um serviço dessa magnitude, as empresas “revelaram-se como meras pessoas jurídicas interpostas em operações de lavagem de capitais”, afirma o relatório do MPF. Duran ainda não foi preso e está na lista da Interpol como foragido. Assad segue preso em Curitiba desde agosto.

Os investigadores apuram se os pagamentos efetuados pelos consórcios e por empresas líderes estão relacionados a desvios na obra da Nova Marginal. Se a suspeita se confirmar, a investigação deve ser encaminhada para a Procuradoria da República em São Paulo.

Em resposta aos jornalistas, a Dersa informou que não fez qualquer pagamento às empresas denunciadas. Diz, por meio de nota, que todos os repasses referentes à Nova Marginal foram efetuados diretamente para os consórcios contratados. O senador José Serra não respondeu o contato da reportagem. Kassab afirma que a prefeitura de São Paulo prestou todo apoio técnico e logístico, conforme previsto na legislação, desde o início até a conclusão das intervenções.

— Esse apoio compreendeu o monitoramento do trânsito, aprovação de implementação de adequações provisórias de tráfego e sinalização necessárias durante a execução e, também, após o término das obras — disse Kassab aos repórteres.

Temer na mira

Se não bastassem as evidências contra os integrantes de seu grupo, Michel Temer também segue como suspeito no processo. A delação do empresário Marcelo Bahia Odebrecht aos procuradores da Operação Lava Jato, em processamento por técnicos e investigadores federais, na capital paranaense, revela a participação do presidente de facto em operações ilícitas do PMDB, nas últimas décadas. O partido recebeu R$ 10 milhões de Odebrecht, a pedido de Temer, segundo a delação em curso, provenientes de dinheiro sujo obtido em contratos fraudulentos com a estatal brasileira do petróleo, Petrobras.

A participação de Temer no esquema de corrupção pontua os discursos dos principais líderes da resistência. O tema é recorrente, durante o período de Temer na Presidência da República, após o golpe de Estado de 13 de Maio último.

O segundo a cair na malha fina da Lava Jato foi o senador José Serra. O candidato derrotado por Dilma Rousseff, em 2010, já havia deixado pegadas no lodo do escândalo conhecido como ‘Privataria Tucana’. Dessa vez, foi apontado também como beneficiário do dinheiro ilícito apurado nas obras viárias do Rodoanel, pagas por Marcelo Odebrecht.

Serra preso

Em sua defesa, disse apenas que nunca autorizou ninguém a falar em seu nome, sem admitir, ou negar, os fatos. Na delação premiada, Marcelo Odebrecht detalhou o caminho dos R$ 23 milhões recebidos por Serra durante a campanha presidencial de 2010. Parte dos recursos avaliados, hoje, em R$ 34,5 milhões, decolou de contas no exterior. Caso provado o delito, a Justiça pode pedir a cassação do registro do PSDB, se aplicada a Legislação Eleitoral brasileira.

Ou pior. Serra poderá ser preso, caso as doações sejam originárias de propina e desvios de recursos públicos da Dersa. A Odebrecht também apontou corrupção na construção do Rodoanel. Os supostos intermediários de Serra na arrecadação de propinas estão agora sendo presos pela PF.

Embora o chanceler do governo golpista negue irregularidades e diga que sua campanha captou apenas recursos legais. O executivo afirma dispor dos recibos de pagamentos feitos no exterior. Nesse caso, caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar Serra e abrir uma nova vaga no ministério de Temer.

O post Serra e Kassab voltam a ser citados em caso de roubalheira em obras públicas apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.


Fonte: http://blogoosfero.cc/news/blog/serra-e-kassab-voltam-a-ser-citados-em-caso-de-roubalheira-em-obras-publicas