Saídas midiáticas para o cerco informacional do PIG
27 de Março de 2016, 19:12Nesse momento em que os 5 maiores conglomerados da grande mídia controlam 99% das notícias que circulam nos meios de comunicação sobre política, economia, sociedade, etc, torna-se importantíssimo divulgarmos canais alternativos de informação.
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Os novos golpes na América Latina
23 de Março de 2016, 11:32Por Elaine Tavares
Foto: Rafaela Martins
Já não é de hoje que se observa o movimento de endireitização na América Latina. A classe dominante nunca esteve quieta, até porque os governos mais progressistas que surgiram não foram revolucionários e buscaram a via pelas instituições burguesas, apostando na democracia liberal, que nada mais é do que a ditadura do capital. Na Venezuela, onde o processo de transformação à esquerda foi mais intenso, durante todo o tempo de governo de Chávez, a elite local, patrocinada por instituições estadunidenses, nunca deu trégua e chegou a dar um golpe em 2002, rechaçado pelo povo nas ruas. Hoje, com Maduro, a batalha segue cada vez mais acirrada e com vitórias por parte da direita, uma vez que o governo bolivariano capenga entre erros. O que segura o governo é o povo, que, mesmo conhecendo os equívocos, não quer voltar ao passado, quando estava fora das decisões.
Ocorre que a classe dominante latino-americana não consegue suportar sequer a perda de alguns anéis, que é o único que tem sido provocado pelos governos ditos populares. Em Honduras, no ano de 2009, quando o fazendeiro Mel Zelaya buscou apontar alguns pequenos ajustes no sentido de incluir os mais pobres através de acordos com a Venezuela, foi devidamente derrubado por um golpe judiciário. A história foi bem parecida com a que acontece hoje no Brasil. O Ministério Público de Honduras expediu uma ordem de prisão contra o presidente, alegando que era necessária uma detenção preventiva de Zelaya, para evitar que ele sumisse com alguns documentos que os procuradores consideravam relevantes num processo que corria contra o presidente, ou que o mesmo fugisse do país. Ora, não havia qualquer indício de que isso pudesse acontecer. Zelaya foi então sequestrado pelos militares e levado para fora do país, em flagrante desrespeito à Constituição e impedindo que o mesmo tivesse direito à defesa.
O que se seguiu em Honduras agora é história. O golpe foi respaldado, Zelaya foi deposto e seu único “crime” foi ter convocado o povo para decidir se queria ou não uma nova Constituição. Novas eleições foram chamadas, sem a participação da esquerda, e mesmo ilegítimas, tiveram a aprovação de toda a comunidade internacional. Era a volta dos golpes, dessa vez disfarçados na ação do Judiciário.
O ano de 2012 viu novo golpe ser aplicado em um governo progressista da América Latina. Desta vez foi no Paraguai. Fernando Lugo, que avançava timidamente no debate com os camponeses buscando uma reforma agrária, foi violentamente rechaçado pela classe dominante local, que não queria ter qualquer perda de seus históricos privilégios. Acusado pelo judiciário de ser o responsável por um massacre de camponeses no contexto de uma luta por terra, iniciou-se um processo de impedimento do presidente. O inédito é que esse processo durou menos de 24 horas. A Câmara dos Senadores do Paraguai deu aos advogados do presidente menos de cinco horas para defesa. Foi um golpe judiciário/parlamentar rápido e violento. Numa votação apressada e marcadamente decidida sem qualquer prova de culpa do presidente, por 39 votos a 4, Fernando Lugo foi cassado. De novo, o mundo respaldou o golpe. Eleições foram marcadas e a classe dominante voltou ao poder, livre de qualquer ameaça “comunista”. Tudo foi esquecido e a vida seguiu. Mas, na verdade, o que acontecia era a consolidação de um novo tipo de golpe, já sem a presença dos canhões, mas igualmente destruidor.
O Brasil
Hoje o Brasil vive processo semelhante. Com base em acusações feitas por pessoas – delações premiadas – sem que tenham sido apresentadas provas reais e concretas, estão em curso duas vias do golpe. Uma delas, muito parecida com a que aconteceu com Zelaya, envolve o judiciário e a tentativa de prisão forçada de Luis Inácio Lula da Silva, potencial candidato às eleições de 2018. O ex-presidente, acusado de corrupção, seria preso para evitar que fugisse do país, essa é alegação do juiz Sérgio Moro, elevado à condição de herói pela mídia, pela elite e pelos inimigos do PT. Há indícios de que durante sua detenção forçada para que prestasse depoimento em uma sala de um aeroporto de São Paulo, havia um plano para tirá-lo do país, exatamente como foi feito com Zelaya. Isso não teria acontecido por conta da recusa do comandante da base em participar do sequestro.
A outra via é a parlamentar, com o aceite do pedido de impedimento da presidenta Dilma Roussef, também baseado em acusações testemunhais de que ela teria sido conivente com casos de corrupção na Petrobras. Nada de provas, só testemunhos vindo de delações. O processo no Congresso Nacional também é viciado. Dos 65 parlamentares escolhidos para a comissão que vai analisar o pedido de impedimento, mais de 35% deles estão acusados de corrupção, e com bases reais. O próprio presidente da casa, Eduardo Cunha, teve contas no estrangeiro descobertas. Provas reais. Mas a esses, ninguém toca. Eles representam interesses dominantes, que querem recuperar a cadeira do planalto.
O mais trágico em toda essa “novela” brasileira é que o PT sequer se aproxima do que poderia ser chamado de um governo progressista. Durante todo esse tempo que está no poder governa aliado com o grande capital. O próprio Lula já disse que nunca os ricos ganharam tanto quanto no seu governo. Mas, a mídia – que é o braço armado do sistema – resolveu que esse é um governo “comunista”, coisa que reviraria os corpos de Marx e Lenin na tumba. O que o PT fez foi criar uma série de políticas que permitiram aos mais pobres entrarem na roda do consumo e aos extremamente pobres saírem da fome crônica. Um passo tão pequeno e que ainda não foi “engolido” pela classe dominante. Cotas para negros, índios e alunos de escola pública levaram milhões de empobrecidos para as universidades, 13 novas universidades foram criadas, bolsa-família, programas de pleno emprego e outra série de políticas que, apesar de usarem parte minúscula do PIB, fazem a diferença na vida de milhões de pessoas.
No bloco de esquerda as opiniões se dividem nessa hora de agonia do governo petista. Parte dela não quer nem saber se está em curso um golpe ou não. É contra o PT e contra ele luta, apontando que a saída para a crise tem de ser dada pelos trabalhadores. Grita “fora todos” e pede novas eleições. Outra parte, mesmo sendo crítica do governo petista desde a primeira hora, entende que esse é um momento em que se precisa, primeiro, evitar o golpe judiciário/parlamentar/midiático em curso, pois isso enfraquece o frágil processo democrático burguês que sustenta o país. No meio disso tudo estão também os apoiadores do governo, que não apenas lutam contra o golpe, mas defendem com unhas e dentes o modo petista de governar, que compõe com o capital.
É uma encruzilhada, mas cada um está fazendo suas escolhas. Marchas são chamadas a toda hora. A direita organizada, financiada pelos partidos de direita e entidades empresariais, como a FIESP, reúne sua gente e vai para a rua, arrastando também uma classe média que, apesar de tido acesso ao consumo nesses anos petistas, se bandeia para o lado da direita, buscando mais privilégios. Junto com ela também vão aqueles que, não tendo tido ganhos no governo petista, buscam apontar suas demandas. Nesse grupo vimos um festival de bizarrizes como os que pedem a intervenção militar, ou a ajuda de Donald Trump.
Também vão às ruas os militantes da esquerda, seja junto com os governistas na opção da luta conjunta contra o golpe, seja na luta isolada buscando reunir os trabalhadores para uma saída sem composição com o governo.
O fato é que as mobilizações mostraram aos golpistas que, apesar de terem o judiciário, o parlamento e um número expressivo de gente nas ruas, ainda existe um contingente muito grande de pessoas disposto a lutar contra o golpe. Na primeira mobilização da direita houve certa euforia, pois não é comum que a classe dominante se expresse nas ruas, em passeatas. E, ao final, foram quase dois milhões os que saíram em passeatas por todo o país. Mas, número semelhante formou uma vaga vermelha dias depois, e isso colocou um dado a mais na avaliação de conjuntura da direita. Esperava-se que a prisão de Lula fosse anunciada ainda no final de semana, coisa que não se deu. E, hoje, terça-feira, dia 22, as peças do tabuleiro não se mexeram.
A semana, que é santa para os católicos, está assim, em clima de tensão. O golpe segue apertando os nós, com a ajuda fundamental do oligopólio midiático. E, enquanto isso, o Congresso Nacional, o mais conservador dos últimos tempos, segue votando leis que destróem direitos e aprofundam as mazelas dos trabalhadores.
Versão em espanhol em tie-iberico
Fonte: IELA-UFSC
Perigo: O futuro do país nas mãos do congresso
13 de Março de 2016, 11:48Por José Sérgio Gabrielli de Azevedo
A decisão do Senado favorável à mudança no marco regulatório do petróleo torna ainda mais urgente o debate sobre a importância do pré-sal para a economia brasileira e o papel da Petrobras nos futuros leilões. Trata-se de uma política de Estado que transcende qualquer disputa entre governo e oposição.
Preocupantemente, o resultado da votação entre os senadores espelha o argumento, cada vez mais propalado pela mídia após o avanço da Lava Jato, de que a Petrobras não tem mais condições de ser a operadora única do pré-sal. Por isso, segundo tal visão, é preciso acelerar os novos leilões para atrair grandes players internacionais.
O argumento não para em pé por várias razões. A primeira é que o Brasil não precisa de novos leilões no curto prazo. O país ostenta hoje o segundo maior crescimento mundial em produção de petróleo estimado até 2020. A Petrobras tem 14,6 anos de produção garantida com suas atuais reservas. Acelerar as descobertas no novo pré-sal com inclusão de novas reservas não é uma necessidade de curto prazo.
A segunda razão diz respeito ao papel da Petrobras e seu fôlego financeiro. Não resta dúvida quanto à capacidade tecnológica e operacional da empresa, que já ultrapassou o pico de produção de mais de 1 milhão de barris por dia no pré-sal. A produtividade de seus poços, a rapidez da perfuração e a otimização da infraestrutura garantem uma produção economicamente viável.
Já a questão financeira é, sobretudo, uma crise de financiamento de curto prazo, já superada para 2016. Exigiu da companhia um plano de corte de investimentos, agora concentrados na excelência da exploração das atuais reservas.
Hoje, de fato, a Petrobras não teria como se comprometer com investimentos de no mínimo 30% em novas áreas leiloadas. Rever seu papel como operadora única, entretanto, só faria sentido se o país necessitasse de novas reservas no curto prazo, o que não ocorre.
A terceira razão diz respeito à cadeia produtiva nacional. Não é conveniente, também sob essa ótica, que o país acelere a produção do novo pré-sal enquanto sua indústria não pode ser uma grande fornecedora de equipamentos e serviços.
Com as refinarias em plena capacidade e sem planos para a construção de novas, todo o acréscimo de produção no Brasil será destinado às exportações. Isso aumenta a intensidade da "maldição do petróleo", com a chamada "doença holandesa" que destrói a capacidade produtiva nacional por meio do acelerado crescimento das exportações, das pressões no câmbio e da inundação de importações.
Em 2010, os congressistas foram sábios ao definir que o ritmo dos leilões para contratos de partilha de produção seria estabelecido pelo presidente da República, ouvido o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que, por seu turno, deveria observar "a política energética, o desenvolvimento e a capacidade da indústria nacional para o fornecimento de bens e serviços".
O marco regulatório, portanto, não prioriza apenas a Petrobras mas sim a indústria brasileira. Mudar a legislação, como propõe o senador José Serra, atenderá apenas aos interesses das grandes petrolíferas privadas globais que, hoje, buscam acesso a novos recursos para exploração futura.
O debate na sociedade sobre o novo pré-sal e o marco regulatório tem de ser amplo e desassociado das emoções e manchetes provocadas pela Lava Jato, sob o risco de o Congresso legislar e tomar uma decisão que instalará no país um neocolonialismo extrativista, penalizando toda a cadeia industrial brasileira.
José Sérgio Gabrielli de Azevedo, 66, é professor titular aposentado pela UFBA - Universidade Federal da Bahia. Foi presidente da Petrobras (2005-2012)
Inminente golpe contra Dilma y Lula en Brasil / VICKY PELÁEZ
13 de Março de 2016, 11:48VICKY PELÁEZ / SPUTNIK – La cruzada de demonización contra todos los gobiernos progresistas de Latinoamérica por parte de los globalizadores “iluminados” norteamericanos y la puesta en marcha por la oposición derechista latinoamericana ya alcanzó a la presidenta de Brasil, Dilma Rousseff y al expresidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Vivimos en un tiempo de engaño universal cuando presentar la verdad parece un acto revolucionario (George Orwell, 1903-1950)
Bastó que el internacionalmente popular Lula anunciara su posible participación en las elecciones presidenciales del 2018 para que la Policía Federal ponga en marcha un gran operativo con 200 agentes para detener al exmandatario, trasladarlo al Palacio de Justicia e interrogarlo durante tres horas por una denuncia de corrupción nunca comprobada.El show mediático estaba bien coordinado y realizado con “bombos y platillos”. Ya en la propia madrugada del 4 de marzo el diario Folha de Sao Paulo apareció con un titular acusando a Lula a través de una supuesta delación, que nadie ha visto, del exsenador del Partido de los Trabajadores (PT), Delcidio Amaral, acusando a Lula da Silva de ser parte de una red que se apropió de unos dos mil millones de dólares. Posteriormente a las 6 de la mañana se inició la operación “Aletheia” (expresión griega “búsqueda de la verdad”) ordenada por el juez Sergio Mora implicando a 200 agentes de la policía, fuertemente armados, y 30 auditores de Hacienda que allanaron la casa del expresidente, la de uno de sus hijos, una finca, un apartamento en el balneario y el Instituto Lula.
Por supuesto, no encontraron nada que incriminase a Lula da Silva, pero el daño moral ya estaba hecho tanto al exmandatario como al Partido de los Trabajadores (PT) así lo comentó Dilma Rousseff cuando declaró que las acusaciones filtradas en muchos casos no son ciertas, “pero el impacto de lanzar barro a los otros ya ocurrió”. Precisamente esta estrategia fue usada y diseñada desde el 2014 por Washington para terminar de tajo con todos los gobiernos progresistas de América Latina. Los medios de comunicación en Latinoamérica en manos privadas se convirtieron en el primer partido de oposición en el continente que bajo la supervisión del Gran Patrón puso como meta principal acabar con el nacionalismo, populismo, soberanía nacional y apropiarse de los abundantes recursos naturales.En Brasil, el Grupo Globo que pertenece a la familia Marinho, Sistema Brasileiro de Televisao (dueño Silvio Santos), Rede Bandeirantes (grupo Saad) y Record, cuyo dueño es el multimillonario obispo evangélico, Edir Macedo, usaron todo tipo de desinformación, mentiras, suposiciones, especulaciones, acusaciones no probadas, denuncias inventadas día a día para crear una imagen de Lula como un “reo” probado y para mostrar que el gobierno de Dilma Rousseff está en un callejón sin salida. Hace poco la revista Veja publicó los informes de la CIA que le fueron suministrados por la revista chilena Clarín —un antiguo y reconocido colaborador de la inteligencia norteamericana-, que señalaban a Lula como un miembro de la red de corrupción en Brasil, sin confirmarlo con pruebas. Pero, en la percepción de O Globo no se necesita comprobar nada porque “en la política lo que interesa es la versión, no los hechos”.
Para el dueño del Grupo mediático Globo, Roberto Marinho, esta estrategia ya le sirvió en 1964 cuando los militares dieron un golpe de Estado al presidente populista legítimamente elegido, Joao Gulart a instancias de las publicaciones de O Globo que advertía sobre el peligro del comunismo en Brasil. En 2014 Globo reconoció su apoyo al golpe militar y la asesoría que Roberto Marinho había ofrecido a los generales Ernesto Geisel y Joao Batista Figueiredo. Ahora, en vísperas del 52 aniversario de aquel golpe (31 de marzo y 1 de abril 1964) que instaló una dictadura militar que duró hasta 1985, los columnistas estrellas de O Globo, como Ricardo Noblat, crean impresión del malestar militar, escribiendo que “los generales están temerosos por la conjugación de la crisis económica y política…y piden encontrar una salida… piden prisa”. Inclusive están de acuerdo de cambiar a la presidenta, como lo ha afirmado Nublat.Tal es la situación, que el martes pasado en las calles de São Paulo aparecieron inscripciones: “El pueblo no es bobo, abajo la red Globo”, “La verdad es dura, Globo apoya la dictadura”. Pero no solamente el cartel mediático brasileño está detrás de esta campaña anti-Dilma y Lula, lo apoyan también organizaciones progolpe como VemPraRua, Movimiento Brasil Libre y Revoltados, entre muchos otros grupos y partidos. Los especuladores financieros, los empresarios, los oligarcas y un gran sector de la clase media ya consideran como un hecho la pronta y precipitada caída de Dilma Rousseff, la detención de Luiz Inácio Lula da Silva y la casi inmediata privatización de la petrolera Petrobras. Los mercados financieros después del interrogatorio de Lula tuvieron inmediatamente un aumento de 8.86 de las acciones de Petrobras.
La Federación de Industrias del Estado de São Paulo anunció su apoyo a la movilización popular programada para los próximos 12 y 13 de marzo para deponer a la presidenta al tiempo que la fiscalía anunció que podría presentar cargos para impedir la candidatura presidencial de Lula al imputarlo por “improbidad administrativa” por haber recibido el apoyo económico ilegal de empresas constructoras ligadas a Petrobras antes de dejar el gobierno en 2010. A los opositores no les importa que tanto Dilma como Lula fueron exculpados de toda responsabilidad en 2015, en el caso de la corrupción de la petrolera. El juez Sergio Moro decidió copiar la táctica del juez italiano Antonio di Pietro del caso “Manos Limpios” (en los años 1990) “utilizando subversión autoritaria del orden judicial para lograr determinados resultados”.No cabe duda que si el juez Sergio Moro hubiera utilizado este procedimiento en tiempos de la dictadura o durante el gobierno neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) habría sido destituido inmediatamente y castigado judicialmente, pero actualmente el proceso judicial se ha convertido abiertamente en un proceso político impuesto desde afuera y apoyado por la elite brasileña impaciente de empezar el saqueo del país, lo que tanto Lula como Dilma han tratado de impedir. No hay que olvidar que 100 mil millones de barriles de petróleo descubiertos en Brasil no hace mucho bajo el mar a 2.000 metros de profundidad en el lecho oceánico denominado pre-sal representan un gran interés geoeconómico para EEUU. Lo mismo pasa con el Acuífero Guaraní con el volumen de agua estimado de 37 mil kilómetros cúbicos perteneciendo a Brasil 840 mil kilómetros cuadrados del total, 1.200.000 kilómetros cuadrados.
La oposición puso en marcha el esquema de privatización de sus recursos naturales siguiendo el ejemplo de la petrolera mexicana Pemex cuyos yacimientos fueron entregados a las corporaciones norteamericanas bajo el plan elaborado por el equipo de Hillary Clinton. En Brasil, la presencia de Lula y el gobierno de Dilma no han permitido el inicio de este proceso. Entonces fue tomada la decisión de destituir a la presidenta y de meter a Lula a la cárcel. Según las publicaciones Veja, O Globo, Folha de Sao Paulo este proceso podría acelerarse con las manifestaciones bajo el pretexto de lucha contra la corrupción convocadas por la oposición y su partido mediático para los próximos 12 y 13 de marzo.La arremetida globalizada contra el progresismo en Brasil fue coordinada también con las marchas de protesta de la oposición venezolana bajo el liderazgo de la Mesa de la Unidad Democrática (MUD) en Venezuela exigiendo también la destitución del presidente Nicolás Maduro el próximo sábado 12 de marzo. Para reforzar este proceso en Venezuela, el gobierno deBarack Obama prorrogó por un año la vigencia de una orden ejecutiva que señalaba a Venezuela como una amenaza para la seguridad nacional de EEUU, declarando “emergencia nacional” debido a Venezuela.
En Ecuador, Rafael Correa prometió dar cuenta sobre el complot contra su gobierno que está preparando la oposición. Lo mismo está sucediendo en Bolivia y las acusaciones de corrupción y narcotráfico se repiten y se hacen más insistentes al momento cuando Evo Morales anuncia el descubrimiento de nuevos yacimientos de gas en Bolivia y el país firma tratados con la empresa rusa Gazprom. Es decir, estamos presentando una cruzada internacional y continental contra todos los gobiernos que se atrevieron a aplicar medidas populistas y nacionalistas en sus países. En realidad esta lucha comenzó desde el inicio de 2000 y ahora está llegando a su fase más dramática como lo mostró el caso de Argentina. En el caso de Brasil, el periodista Augusto Zamora escribió en 2005 en el periódico “La Insignia” que “contra Lula se alinearon en una cacería sacrosanta el emperador, el gran capital, la oligarquía, las transnacionales, los empresarios europeos y los norteamericanos, la CIA y la cúpula militar estadounidense. Tenía que tejer fino Lula, un hilo como el de Ariadna para satisfacer la magnitud de sus adversarios”.A veces estos “tejidos finos” son difíciles de explicar como… ¿para qué Brasil sigue manteniendo en bonos del tesoro norteamericano la cantidad de 254,8 mil millones en momentos de severa crisis económica y falta de dinero y así solventando la deuda estatal estadounidense? Ese dinero es suficiente para aliviar la difícil situación financiera brasileña pero ¿a nadie ni a Dilma se le ocurre utilizarlo? ¿Cuál es ese arreglo con el agresivo EEUU y que no solo Brasil tiene en cuestión de bonos? Lo tienen China, países caribeños, Rusia etc, etc.
Debido a la crisis económica por la caída de los precios de la materia prima ya no hay condiciones ni tiempo para seguir “tejiendo fino” satisfaciendo a la izquierda y la derecha, a los ricos y a los pobres. Llegamos al otro período de tiempo cuando la lucha contra todo lo que se opone al Orden Económico Mundial diseñado por los globalizadores, ya se proyectó no solamente al nivel micro sino al macro. La cruzada abarca también la lucha contra las formaciones como el BRICS. Washington no solo trata de dominar Latinoamérica usando sus lacayos locales en Brasil, Bolivia, Ecuador, Venezuela, sino impone las sanciones contra Rusia y China todo esto orientado también a hacer derrumbar el Grupo BRICS para fortalecer su Fondo Monetario Internacional y el Banco Mundial junto con la Organización Mundial del Comercio (OMC).La cacería globalizada contra los líderes progresistas que, según Rafael Correa, “no agachamos la cabeza ante los imperios, ni antes la burguesía, ni ante los poderes económicos”, va ser cruel y despiadada. El asesinato en Honduras de la Coordinadora del Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas, Berta Cáceres y el encarcelamiento en Argentina de la fundadora de la Organización Barrial Tupac Amaru, Milagro Sala, a quien el Papa mandó un rosario en vez de exigir su liberación, son síntomas de los futuros golpes de Estado, llamados ahora “suaves” que requieren la respuesta del pueblo que no supo responder en Argentina ni hace tiempo ya en la Unión Soviética seducido por las promesas de “Cambio” sin esforzarse de entender lo que esto significa.
Ahora el turno le toca a Brasil y de su resultado va a depender el destino de Venezuela, Ecuador y Bolivia.
En su último libro “Pape Satan Aleppe”, que recién saldrá a la venta, escribió Umberto Eco que “la televisión elevó a los tontos del pueblo a nivel en que los espectadores podían sentirse superiores. Pero el drama de Internet consiste en la elevación de aquellos tontos del pueblo al nivel de poseedores de la verdad”.
http://www.contrainjerencia.com/?p=115229
Publicado por: David Díaz Ríos / @daviddr5129 / CubaSigueLaMarcha.blogspot.com