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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
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A Casagrande toma de volta o Brasil na mão grande

31 de Agosto de 2016, 17:59, por Feed RSS do(a) News

RecreioImagem extraída do site http://locale.blogs.sapo.pt

Consumado o ritual do golpe de estado dado em 17 de abril de 2016, quando vergonhosamente a Câmara Federal iniciou o processo de cassação de Dilma sem que esta tivesse cometido crime algum, podemos afirmar que o Brasil repete a tragédia histórica e copia a Rússia.

Nos anos 1990, dois economistas marxistas soviéticos, Boris Rakitskii e Galina Rakitskaya, membros do PCUS e da Academia de Ciências da URSS, diziam que até 1991 na Rússia e na URSS havia "fascismo" e que o período de Ieltsin (1991-1999) era o recreio. Quando Putin assumiu, afirmaram "o recreio acabou".

Pois, o Brasil vai na mesma. De 1500 a 2002 tivemos o país da Casagrande. De 2003 a 2016, o recreio, onde nós da Senzala pudemos descansar do autoritarismo e nos divertir com o sonho de liberdade e ascensão social. Como resultado da votação no circo do senado, bateu o sinal do fim do recreio. Voltamos ao Brasil velho de guerra, o Brasil feudal da Casagrande, gerente de multinacional, predatória e excludente.

Para os legalistas

Jesus Cristo também foi condenado observando-se todas as regras do ritual jurídico de sua época. Ah! e o povo escolheu Barrabás...

 



No circo do senado

30 de Agosto de 2016, 13:17, por Feed RSS do(a) News

Atropelamento



Um festival de craques da música, uma ofensa aos indigentes culturais

29 de Agosto de 2016, 21:25, por Feed RSS do(a) News

Numa de suas mais recentes entrevistas, o compositor, violonista e cantor Carlos Lyra, um dos pais da Bossa Nova, melodista de primeira, autor de inúmeras canções que se tornaram clássicos da música brasileira, disse que artistas como ele têm cada vez menos espaço para se apresentar e, além disso, acha uma estupidez monumental que o Rio de Janeiro não use, como ferramenta de marketing, o movimento que mudou e levou a MPB para o mundo.

- O pessoal de fora que vem ao Rio me liga querendo saber onde se escuta Bossa Nova na cidade. E eu respondo: no meu apartamento.

No fim de semana passado, Lyra teve um palco para mostrar seu imenso talento - e para contar histórias que de certa forma resumem a sua vida artística e a da Bossa Nova. Ele foi a atração de sábado, 27 de agosto, do 10º Festival Etapa de Música de Arte, realizado anualmente na cidade de Valinhos, ao lado de Campinas. Neste ano também estiveram lá outros artistas que formam um time de primeira - não só do Brasil, mas de todo o mundo: Nelson Ayres, Egberto Gismonti, João Bosco, Carlos Malta, Duo Fel, Jaques e Paula Morelenbaum, e Robertinho Silva.

A professora do Etapa que fez as honras da casa para a plateia que lotou o auditório do colégio, com capacidade para umas 500 pessoas, no mínimo, ressaltou que o festival, que reúne a fina flor da música brasileira desde 2007, é realizado pelo colégio sem nenhum tipo de ajuda de fora, ou seja, de programas de incentivo fiscal.

Não entendi bem o que ela quis dizer com isso: afinal, pelo menos na minha concepção, o Estado tem o dever de apoiar a arte e a cultura.

Talvez o pessoal do Etapa não pense assim e ache que os empresários é que devem cuidar disso, no papel de mecenas. Ou apenas usem o festival como uma grande sacada de marketing.

Seja como for, o fato é que, convenhamos, pagar R$ 40 ou R$ 20, no meu caso que já passei dos 60 anos, para ver e ouvir Egberto Gismonti, Carlos Lyra e João Bosco, que foram os shows que pude assistir, é uma pechincha.

E também uma benção.

Já escrevi sobre Gismonti outro dia - acho que ele está, artisticamente, no nível de um Villa Lobos, de um Hermeto Pascoal, de um Tom Jobim, para citar só os gênios brasileiros.

Sobre Carlos Lyra também não há muito o que dizer. Um cara que fez "Primavera", "Minha Namorada", "Maria Moita", "Marcha da Quarta-Feira de Cinzas", "Influência do Jazz", entre tantos outros clássicos da riquíssima MPB, já conquistou o seu lugar entre os mestres. 

Aos 83 anos, sem tocar violão por causa de um acidente doméstico que machucou o ombro, Lyra ainda está muito à vontade no palco, cantando tal qual um "chansonnier" num recital intimista, e contando histórias saborosas sobre seus parceiros, seus amigos e sua carreira.

Resta, para encerrar esta croniqueta, falar sobre João Bosco. Aí, como dizem,é  chover no molhado: a sua obra é uma das mais importantes dos últimos 40 anos da MPB, seu estilo de tocar violão e cantar é original e inconfundível, mas isso qualquer crítico musical e quem acompanha o artista está cansado de saber. 

O que deixou a plateia estupefata foi ver que João, aos 70 anos, está cantando ainda melhor que antes, com um pique de um artista iniciante - seu show durou duas horas -, e que atingiu um domínio musical raramente visto nesta e em outras terras, oferecendo ao público arranjos novos e sofisticados para antigas canções, executados por um grupo de excepcional qualidade, formado por Ricardo Silveira, na guitarra, João Batista, no baixo, e Kiko Freitas, na bateria - o que ele faz com as baquetas, escovas e mãos é algo difícil de acreditar e descrever.

Gostaria de ter visto as outras atrações do festival, principalmente Carlos Malta, Duo Fel e Robertinho Silva, mas infelizmente não deu.

O que vi, porém, serviu plenamente para reforçar a fé que tenho de que o solo brasileiro é fértil o suficiente para que brote dele muita coisa boa, muita árvore frondosa, forte e com frutos que alimentam o corpo e o espírito, e não apenas as ervas daninhas que hoje parecem tomar conta de tudo. (Carlos Motta)



Penumbra

29 de Agosto de 2016, 13:44, por Feed RSS do(a) News

Santa inquisição

No tribunal da Santa Inquisição Capitalista instalado em Brasília, Dilma é a primeira "bruxa" a ser condenada à fogueira divina do mercado.

Outras serão.

Santainquisição

É só o início da trevas.

Estamos na penumbra. Na transição da luz para as trevas.

 



Desmistificando o Déficit da Previdência Social

26 de Agosto de 2016, 15:41, por Feed RSS do(a) News

INSS Tabela 1INSS Tabela 2

Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), os governos, ao longo do tempo, têm demonstrado cálculo de déficit na Previdência Social porque consideram apenas parte dascontribuições sociais, incluindo somente a arrecadação previdenciária direta urbana e rural, excluindo outras fortes importantes, como o Cofins, o Pis-Pasep, entre outras, além de ignorar as renúncias fiscais.

Leia a cartilha da ANFIPDesmistificando o Déficit da Previdência 01-06-2016

“Elem falam em déficit, mas a Constituição Federal não isola a Previdência. Ela está dentro da seguridade social e da saúde, uma mesma fonte de recursos. Então, não se pode pegar só a guia previdenciária e dizer que existe um rombo.

Além disso, eles gostam de dizer que a Previdência é o maior dispêndio, mas, na verdade, ela só representa 22% do orçamento anual, incluindo servidores públicos e trabalhadores da esfera privada.

Então, esses dados que trazemos no material…

Ver o post original 290 mais palavras
Cidadania & Cultura



Impasse paralisa resistência ao golpe que avança no Congresso e na sociedade

24 de Agosto de 2016, 23:09, por Feed RSS do(a) News

No primeiro embate sério contra o fiel da balança (o PMDB), as legendas progressistas perceberam que a armadilha se fechara, o golpe seguia seu curso e estava estabelecido o impasse

Por Gilberto de Souza – do Rio de Janeiro

Concluídas as Olimpíadas, apagada a tocha do espírito olímpico no Rio de Janeiro, no Brasil, o que nos aguarda é um terrível impasse. No país onde pessoas quase civilizadas, principalmente nos grandes centros e nas cidades de médio porte das regiões Sul e Sudeste, em sua maioria, vão às ruas pedir pela volta da ditadura e da intervenção militar, com cartazes de apoio ao deputado afastado Eduardo Cunha — réu no Supremo Tribunal Federal (STF) — aos brados de impeachment à presidenta Dilma Rousseff, para que assuma os destinos do país este ser chamado Michel Temer, temos que parar, feito numa partida de vôlei, e pedir tempo. Mas isso é impossível.

A Pira Olímpica, minutos antes de ser apagada no Brasil, simbolizava o fogo da democracia que se extingue no país

A Pira Olímpica, minutos antes de ser apagada no Brasil, simbolizava o fogo da democracia que se extingue no país, diante do golpe

Uma distorção de tamanha envergadura nos pilares da democracia em que o Brasil constrói o seu futuro, produzida ao longo de décadas de submissão a este modelo de sociedade, identificado com roteiro de novelas e jornalismo avassalado; um fenômeno assim não passa despercebido. No segundo seguinte após cessar o ponto de luz do espírito mais alto, na chama olímpica, e descer a escuridão dos próximos anos, com direitos trabalhistas cassados, uma completa insegurança quanto ao calendário eleitoral e o cumprimento estrito ao resultado das urnas, se eleições houver, fica claro que política não é esporte. É luta por poder.

Quando a Câmara dos Deputados vota, naquela noite de terror em 13 de Maio, a abertura do processo de impeachment contra a mulher que simboliza a vontade política de uma nação, escancara a irresponsabilidade dos eleitores, de quem elegeu aqueles mesmos brasileiros e brasileiras que, investidos de um mandato popular, compactuam com um golpe de Estado. Esse mesmo golpe se alonga até o Senado, onde os ponteiros das corporações mundiais do petróleo, das telecomunicações, das montadoras, das farmacêuticas e do setor financeiro esperam pela presidenta Dilma com os dentes escancarados até o estômago. Está pronta para ser devorada. Com ela, será triturada qualquer chance de seguir adiante no projeto de país mais justo, igualitário e democrático.

Dia após dia, principalmente no Estado de São Paulo, mas da mesma forma por esse Brasil afora, as forças de repressão têm deixado impresso o peso do porrete e a força das balas de borracha no corpo dos manifestantes que integram a resistência popular. Para qualquer eventualidade o Judiciário está aí, pronto a culpar o fotógrafo que ficou cego de um olho pela estupidez do policial que disparou o tiro. Está instalado o Estado policial, tão competente quanto aquele outro, estruturado ao longo de 20 anos de ditadura civil-militar. Parece que se esqueceram da tortura, dos porões. Os atuais limites foram empurrados ao ponto em que se confunde segurança com truculência.

Na repressão à imprensa independente, os poucos jornais, revistas e blogs que ainda restam nesse deserto — e o Correio do Brasil resiste — entram para a lista de inimigos do Estado. Trata-se da etapa anterior à eliminação física de seus editores, redatores, correspondentes e repórteres, como ocorre agora na Turquia. A independência de um jornal é a arma mais perigosa que existe contra os regimes de exceção, tipo esse que se instala no Brasil. Em um passado recente, ou o jornal, como a Folha de S. Paulo, recebia milhões de dólares enquanto emprestava seus carros para o transporte de prisioneiros da ditadura entre o pau-de-arara e a máquina de choques, instalados em pontos diferentes da capital paulista, ou era desidratado em um cerco econômico até morrer de absoluta inanição financeira, como o Última Hora, no Rio de Janeiro.

O golpe em curso

Na falta de prisioneiros políticos para serem transportados, por enquanto, aqueles mesmos donos da mídia que prosperaram ao longo da ditadura passada agora emprestam os próprios veículos de comunicação aos algozes da democracia, na tentativa de tornar palatável o veneno com o qual a assassinam. As traições se multiplicam. A ditadura se aproxima, pé ante pé. Sem alarde. Enquanto as meninas e meninos pulavam de um lado para o outro, corriam, nadavam, velejavam, atiravam com armas laser e jogavam os Jogos Olímpicos de 2016, os velhos ricos em seus escritórios silenciosos calculavam o quanto haviam explorado o semelhante. As diretrizes dos donos do dinheiro são levadas a cabo no voto dos parlamentares comprados, nas ações negociadas com o potentado, os governadores das províncias, os alcaides e até o mais humilde dos vereadores. Serviço completo.

A “Ordem”, estabelecida no slogan provisório do período golpista, é a censura imposta sem-cerimônia. Se não há mais qualquer barreira capaz de deter o regime de exceção, a não ser o voto popular, tratam de influenciar o sufrágio e, assim, travestir o golpe com a capa de legalidade oferecida pelas urnas. O plano é diabólico mas, ao mesmo tempo, rocambolesco. Não enganam uma criança sequer. Enquanto o eleitor puder exercer o seu direito e o sistema legal brasileiro garantir a força desse voto, não há Temer que se segure no Planalto. E é aí que mora o perigo. Para impedir que a democracia floresça após a última pancada, inventaram o aparato ditatorial que consiste, didaticamente, na supressão dos direitos humanos e na proliferação da violência, em todos os seus matizes.

Daí o impasse. Mais de 54 milhões de eleitores votaram em quem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou votar, de novo. No caso, Dilma Rousseff. Reeleita. Recebeu o apoio maciço da esquerda brasileira. Foi salva pelo gongo, no último assalto, pela ação da mesma imprensa independente que, em um lampejo de solidariedade e espírito de união para enfrentar as forças conservadoras, partiu para luta e desmontou os ardis da mídia golpista naquele momento. Fez o mesmo em 2010 — e o Correio do Brasil também esteve presente — na eleição do ‘poste’ chamado Dilma. E chega. O volume de erros cometidos, ao longo dos cinco anos e meio no comando da Nação levou a ‘base aliada’ a um ponto cego.

No primeiro embate sério contra o fiel da balança (o PMDB), as legendas progressistas perceberam que a armadilha se fechara. Se o PT votasse pela absolvição de Eduardo Cunha, na Comissão de Ética. Repito. Ética. Se Dilma houvesse concordado em assegurar o mandato do deputado. Se passasse uma borracha sobre os milhões dos quais é acusado de desviar da Petrobras para o seu bolso, alegria da mulher, Claudia Cruz, nada disso teria acontecido. A cleptocracia seguiria embutida na hipocrisia geral, o governo amamentaria os lobos de sempre e a caravana da imoralidade passaria, incólume, até 2018 e adiante. Dilma, mulher honesta e de fibra, resiliente, jogou todo o seu cacife na certeza de que uns poucos votos bastariam para encerrar o processo de impeachment no nascedouro, cassar Eduardo Cunha e passar com sua caravana rumo ao futuro. Foi aquilo a que se assistiu, na noite dos horrores do dia 13 de Maio.

No Senado, então, o espetáculo tem sido dantesco. O pequeno grupo de parlamentares que saiu em defesa de Dilma mostrou as fraturas expostas da resistência, apunhalada mil vezes nas ações da Operação Lava Jato — concebida e executada com precisão milimétrica para encontrar um dispositivo de áudio lotado de músicas bregas, na cela do ex-ministro José Dirceu, mas desconhecer o endereço da mulher do Cunha, que mora no condomínio Park Palace, na Barra da Tijuca. Quem quiser saber o número da casa, basta perguntar na portaria. Apesar dos esforços heróicos dos senadores de esquerda na tentativa de provar o óbvio, que Dilma não cometera crime algum, o governo golpista nada de braçadas nas negociações para afastar, definitivamente, qualquer tentativa de se restaurar a seriedade à coisa pública.

E o impasse permanece, pois os líderes progressistas que asseguraram a vitória de Dilma, nas urnas, parecem agora dispostos a deixar que o mal aconteça, em sua plenitude, para chegar a 2018 feito chuva alvissareira que salva lavoura. Até lá, porém, não é garantido que haja algum verde para aguar. O deserto avança. Os meios de comunicação independentes já não se entendem mais entre o #ForaTemer e o #VoltaQuerida. Todos, sim, mantêm a disposição de derrotar o regime ora instalado, mas dividem-se entre apoiar o plebiscito sugerido na carta de Dilma ao Senado ou deixar para trás o ‘poste’ e apostar no original para as próximas eleições. O ‘Lulinha paz e amor’ já está em campanha.

Enquanto a dúvida cruel leva ao impasse as organizações sociais, sindicatos, igrejas, escolas, partidos políticos e demais pólos de resistência contra a direita. Esta, sim, unificada na preservação do mandato de Cunha para evitar que ele faça uma delação premiada e devastadora, no controle das rédeas no Judiciário, na cassação urgente do máximo possível de direitos dos trabalhadores e na venda de ativos do Estado. As forças do retrocesso concentram-se na obtenção dos votos necessários para impedir, de uma vez por todas, que qualquer raio de luz rompa as trevas pós-Olimpíadas. De um outro prisma, já nas Paralimpíadas, seria a partida no futebol de cinco em que apenas o time de vermelho jogasse com tampões nos ouvidos.

O placar é previsível.

Gilberto de Souza é jornalista, editor-chefe do jornal diário Correio do Brasil.

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No solo desta mãe gentil...

22 de Agosto de 2016, 14:52, por Feed RSS do(a) News


O encerramento da Olimpíada do Rio, na noite de domingo, 21 de agosto, coincidiu com a apresentação do multi-instrumentista, compositor, arranjador e maestro Egberto Gismonti na 10ª edição do Festival Etapa de Música de Arte, em Valinhos, cidade de cerca de 110 mil habitantes localizada ao lado da superpopulosa Campinas. 


A plateia que lotou o grande e bem cuidado auditório do Colégio Etapa não cantou música nenhuma, nem gritou "fora, Temer", muito menos ouviu do artista o tradicional oba-oba de tantos outros que anseiam ganhar as graças do público dizendo que estão muito contentes em se apresentar em tal ou qual cidade.


Gismonti, em vez disso, mal entrou no palco e já foi contando uma história, logo depois de ser saudado por aplausos misturados a entusiasmados "uô, uô, uô" exclamados por fãs mais barulhentos:


- O "uô, uô, uô de agora me lembra de certa vez em que me apresentei no Circo Voador, no Rio, muitos anos atrás, com minha mãe e uma tia minha na plateia. Naquele tempo eu havia resolvido que não tocaria mais nas minhas apresentações uma de minhas músicas, "Palhaço". Mas não deu outra, terminado o show, a plateia começou a gritar "palhaço, palhaço", e foi aí que minha mãe saiu de seu lugar, pegou o microfone para dizer "que plateia mais mal educada" - e ir embora em seguida.


Gismonti ainda informou que há um mês e meio havia se apresentado em um teatro lotado em Xangai - "1.500 pessoas, todas parecidas, que não entenderam nada da história que contei de um tio meu lá de Carmo [sua cidade natal, no Estado do Rio de Janeiro], mas me aplaudiram intensamente quando terminei de falar" -, contou de sua experiência com os índios Yawailapiti, no Alto Xingu, com os quais viveu um mês, e apresentou ao público a pianista Sonia Rubinsky, presente na plateia, na suas palavras, "hoje, a maior intérprete da obra de Villa-Lobos".


O resto foi música e encantamento, criatividade e perfeição técnica de execução que foge a qualquer classificação que se queira dar, acima dos rótulos, e um universo além da mediocridade que nos impõe a chamada "indústria cultural".


Uma apresentação como essa nos nos faz pensar como é possível que gigantes como Gismonti e tantos outros nas mais diversas áreas de atividade - os atletas que ganharam as 19 medalhas na Olimpíada do Rio, por exemplo -, possam brotar em um país cujo Estado, com brevíssimas interrupções, nunca fez o menor, o mais ínfimo esforço, para revelar, incentivar e apoiar esses talentos natos.


A gente sai de um espetáculo desses e fica pensando: como é que o Brasil pôde dar ao mundo gênios musicais da dimensão de Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Pixinguinha, João Gilberto, Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Baden Powell, Raphael Rabello, Naná Vasconcelos, só para citar alguns poucos que alcançaram a dimensão global?


A gente fica pensando...


A gente fica pensando em como um país que teve mediocridades absolutas em seu governo máximo, e hoje se supera com esse anão moral, intelectual e ético chamado Michel Temer na chefia do Executivo, cercado por um bando dos mais repulsivos seres que já habitaram a política nacional, é capaz de produzir tanta coisa boa, de ter sido solo de onde brotaram tantas pessoas que engrandecem a humanidade.


Mistérios, mistérios...


(Carlos Motta)



O latido do vira-lata

22 de Agosto de 2016, 14:52, por Feed RSS do(a) News

A Copa do Mundo de futebol, disputada em 2014 no Brasil, foi um sucesso.

A Olimpíada de 2016, disputada no Rio de Janeiro, foi um sucesso.

Os dois megaeventos, muito além do esporte, são de dificílima organização, exigem altos investimentos, expertise em vários campos, e extremo profissionalismo.

A imprensa brasileira, nos dois casos, profetizou o caos e encarnou como poucas vezes visto o vira-latismo que grande parte dos brasileiros faz questão de carregar na alma. 

O Brasil é isso: uma nação capaz de executar os mais altos feitos, como por exemplo tirar mais de 30 milhões de pessoas da miséria em poucos anos, e ao mesmo tempo abrigar uma gente que não só se incomoda com o desenvolvimento do país, como faz de tudo para que ele não ocorra.

Para eles, o que é bom no Primeiro Mundo é péssimo no Brasil. 

Nunca, para eles, vamos ter a oportunidade de viver numa sociedade sem tantas desigualdades, sem tanto ódio, sem tanto preconceito, sem tantos miseráveis.

Somo um povo, segundo eles, destinado ao fracasso, à ignorância, à dependência, ao eterno vexame de aceitarmos a nossa inferioridade.

Por mais que demonstremos o quanto somos capazes, para eles sempre seremos um pobre de um vira-lata sarnento, a vagar famélico, sujeito aos rigores das tempestades, sem abrigo e sem destino.

Um vira-lata enxotado a pontapés pelos homens de sempre toda vez que se aproxima das mesas fartas em busca de alguma sobra de comida. (Carlos Motta)



O tirano e o direito de destituí-lo

22 de Agosto de 2016, 14:52, por Feed RSS do(a) News


Desde o início da civilização o homem tem refletido sobre a vida em sociedade, o exercício do poder, a legitimidade e autoridade do governante, as formas de governo ideais e coisa e tal.

Bem anteriormente a Maquiavel, que com o seu "O Príncipe" estabeleceu alguns dos fundamentos da análise da sociologia política, outros pensadores trataram de temas relativos ao poder dos monarcas.

O golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff certamente vai merecer, nos anos vindouros, uma série de estudos que certamente vão esclarecer sua motivação, seu modus operandi, as causas da apatia da população que se privou de importantes conquistas sociais, e como foi possível que instituições fundadas para resguardar a carta máxima da nação ajudaram na conspiração contra seus fundamentos pétreos.

Nos dois parágrafos abaixo estão textos do filósofo e político romano Cícero (106 - 43 a.C.) e de São Tomás de Aquino (1225 - 1274), um dos mais influentes intelectuais do catolicismo, que exemplificam o quanto é antiga a preocupação do homem com os desvios éticos e morais dos governantes.

Cícero pinta o retrato do mau governante:

"Em contraponto ao Bom Governo, a teoria política ergue o retrato do tirano ou o príncipe vicioso: bestial, intemperante, passional, injusto, covarde, impiedoso, avarento e perdulário, sem honra, fama ou glória, odiado por todos e de todos temeroso. Inseguro e odiado, rodeia-se de soldados, vivendo isolado em fortalezas, temendo a rua e a corte." (Do livro "Convite à Filosofia", de Marilena Chauí, a respeito do Bom Governo preconizado por Cícero)

E são Tomás de Aquino afirma que é legítimo destituí-lo:

"Quer, assim, parecer que não se deve proceder contra a perversidade do tirano por iniciativa privada, mas sim pela autoridade pública. Primeiro, porque, competindo ao direito de qualquer multidão prover-se de rei, não injustamente pode ela destituir o rei instituído ou refrear-lhe o poder, se abusar tiranicamente do poder real. Nem se há de julgar que tal multidão age com infidelidade, destituindo o tirano, sem embargo de se lhe ter submetido perpetuamente, porque mereceu não cumpram os súditos para com ele o pactuado, não se portando ele fielmente, no governo do povo, como exige o dever do rei." (Escritos Políticos) (Carlos Motta)



Prazo final do abono salarial

18 de Agosto de 2016, 17:16, por Feed RSS do(a) News

Pis pasep Dia 31 de agosto está chegando e ainda tem muita gente que não foi sacar o PIS/PASEP (abono salarial) referente a 2014. Quem não sacar o benefício até a data limite, perde direito ao benefício. Portanto, fica o alerta, se não tiver sacado, faça-o o mais rapidamente possível.

Recursos não sacados voltam para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e só podem ser revertidos se houver decisão judicial favorável. Há um bom número de decisões judiciais favoráveis, mas leva-se anos até que a questão seja resolvida.

O saque pode ser feito através de sua conta na Caixa Econômica Federal, do Cartão Cidadão em caixas eletrônicos e lotéricas ou em uma agência da Caixa. Informações no site da Caixa.

Cabe lembrar que o BB é administrador do PASEP (para funcionários do setor público. O PIS é para quem trabalhar no setor privado) e que quem é correntista do banco pode receber o benefício em sua conta corrente. Se não recebeu ainda, verifique.