Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

castorphoto

Dr. Cláudio Almeida

Tela cheia
 Feed RSS

Blog Castorphoto

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Blog dedicado à política nacional e internacional

RodapéNews - 31/01/2013, Quinta-Feira - Por que governo Alckmin e PSDB foram contrários à conta de luz mais barata

30 de Janeiro de 2013, 22:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda
(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)

De: Paulo Dantas 
 
CONTA DE LUZ  MAIS BARATA
 
NESTA DISPUTA, QUE FAVORECIA A POPULAÇÃO E AS EMPRESAS BRASILEIRAS, GOVERNADOR DE SP, GERALDO ALCKMIN, E SEU PARTIDO - O PSDB - FORAM OS GRANDES DERROTADOS
 
Viomundo
Vídeo e texto: Carlos Cavalcanti: Energia que vale R$ 6,80 custa R$ 96 reais ao consumidor
Entrevista com Carlos Cavalcanti, Diretor de Infraestrutura da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de SP
Estas são algumas afirmações, entre outras, feitas por Cavalcanti nesta entrevista:
  • A regra é a seguinte: a Constituição brasileira de 88, mas até antes disso, ela não permite a propriedade privada dos ativos de infraestrutura no Brasil [como os da produção de energia elétrica].
  • Ela não permite propriedade privada de estrada, não permite propriedade privada de porto, não permite propriedade privada de aeroporto, isto é sempre, pode e deve ser administrado pela inciativa [privada], mas isso é uma concessão. É assim que está definido na Constituição. Isso é um contrato entre a União e uma empresa pública ou privada, para fazer a gestão e o aproveitamento, exploração econômica, por um determinado período de tempo. O que  acontece agora nos setores elétricos?
  • Esses contratos, que são da década de 70 e já estiveram em vigor por 30 anos — no governo do Fernando Henrique eles foram prorrogados por mais 20 anos, em 95…
  • Vence em 2015, os contratos acabam, não é? Que a FIESP fez há dois anos atrás? Por quê? Porque as mesmas, CESP, CEMIG, Eletrobras, a COPEL estão há cinco anos pedindo prorrogação desses contratos no mesmo patamar de preço. E aí a população precisa entender, porque isto é fundamental.
  • Veja, construir uma usina hidrelétrica custa muito caro e o investidor tem que ser ressarcido. Mas isto é dividido, custo da obra que representa 80% do preço da energia, ele é dividido num crediário de 30 anos, tá, que eu, você, você, pagamos na conta de luz.
  • Então, produzir 1 megawatt de energia no Brasil custa R$ 6,80, em média, seis e oitenta.
  • Sabe por quanto estas empresas estão vendendo para o sistema este megawatt, que custa seis e oitenta? A noventa e seis reais
  • É como se a gente comprasse uma televisão numa loja, em 36 parcelas, chegasse no triségimo sétimo mês — você pagou todas as 36 — no triségimo sétimo mês  o dono da loja liga para você e diz, continue pagando o crediário. Você diz não, péra, eu já paguei, a televisão é minha. [O dono da loja] Não senhor, continua, porque eu não posso perder receita. Isso é o que ele está dizendo [o secretário Anibal], da CESP. Eu não posso perder receita, eu não posso vender energia mais barata. E é mentira, ele pode e deve

Veja a íntegra da entrevista em vídeo e em texto

 
SP prefere briga política a baixar conta de luz, diz Fiesp
 


Os Riscos do Hiperativismo na Economia

30 de Janeiro de 2013, 22:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 31/01/2013

 

O desafio de uma política econômica virtuosa é conseguir trabalhar de forma pragmática todos os instrumentos que melhorem investimentos e ambiente econômico, sem deixar que o pêndulo se incline demais em uma das duas direções: do mercado ou do Estado.


O governo Collor deu início ao desmonte do excesso de Estado herdado do regime militar. 


Cometeu imprudências em algumas áreas, mas tentou definir formas de atuação do Estado em ambiente de mercado. Quando entrou Fernando Henrique Cardoso, o pêndulo radicalizou: trocou-se a ideia do Estado enxuto, porém forte, pela do não-Estado. Matou-se a gestão pública no país.


***


De 2008 para cá iniciou-se um novo tempo na política econômica, consolidado no ano passado com a redução dos juros, melhoria do câmbio e um ativismo maior das empresas estatais, bancos comerciais, BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Eletrobras e Petrobras.


Esse ativismo permitiu superar a crise de 2008, baratear o custo do crédito, prover a economia de uma enorme massa de financiamento a longo prazo. Sem a freada de arrumação, corre-se o risco de exagerar na direção oposta ao do movimento anterior.


***


Analise-se a questão da reciclagem da poupança.


Nas últimas décadas, criou-se enorme volume de poupança privada, seja na ciranda do mercado, na venda de ativos familiares, na expansão dos fundos de previdência.


De um ano para cá, mudou-se o ambiente econômico, com a redução da taxa Selic e o controle das arbitragens entre juros e câmbio. O objetivo final desse movimento é reciclar essa poupança, trazendo-a para a economia real e para o financiamento da infraestrutura.


Ora, o caminho natural para essa reciclagem é o mercado de ações. Esse ativo está sendo jogado fora.


***


Numa ponta, devido à política de financiamento do BNDES.


O foco principal deveria ser o aumento da taxa de investimento na economia e o apoio às pequenas e médias empresas. Logo, entrar de forma complementar aos demais instrumentos de captação.


Em vez disso, está ocorrendo o efeito substituição do investimento privado.


Uma das linhas do banco são megafinanciamentos para fusões e aquisições que não acrescentam um tijolo à infraestrutura existente.


Outra linha temerária são os megafinanciamentos às empresas de telefonia e multinacionais em geral. Esses financiamentos estão liberando as empresas para distribuírem todo seu lucro e remeterem para fora não apenas os dividendos como juros sobre capital. Além disso, especialmente no setor de telefonia estão acumulando passivos gigantescos.


***


Dentre as estatais, problema semelhante.


À Petrobras foi conferido o extraordinário desafio de administrar o petróleo do pré-sal. Não se pode sangrá-la, como está sendo feito com esse sub-reajuste dos preços de combustíveis ou jogando em suas costas prejuízos com a venda de gás para as termoelétricas. Os desafios que ela terá que enfrentar são muito relevantes.


Há limitações no front inflacionário, mas não se tratam esses problemas com gambiarras que poderão comprometer o desempenho futuro de peça-chave para a economia brasileira.


 

IGP-M perde força em janeiro


O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) subiu 0,34% em janeiro, abaixo dos 0,68% registrados em dezembro de 2012, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em janeiro de 2012, a variação foi de 0,25%. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,11%, abaixo dos 0,73% do mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,98%, ante 0,73% em dezembro, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,39% em janeiro, acima dos 0,29% apurados em dezembro.


 

Setor público tem superávit primário de R$ 22,3 bi


O setor público consolidado registrou um superávit primário de R$ 22,3 bilhões em dezembro, bem acima da economia de R$ 1,934 bilhão de igual mês do ano anterior, segundo o Banco Central. Ao longo do período, o Governo Central registrou superávit de R$27,9 bilhões e os governos regionais e as empresas estatais, déficit de R$3,1 bilhões e de R$2,6 bilhões, respectivamente. O superávit primário atingiu R$ 105 bilhões (2,38% do PIB) no ano, ante R$ 128,7 bilhões (ou 3,11% do PIB) em 2011.


 

Taxa de desemprego segue em queda


A taxa de desemprego registrou leve queda pelo quarto mês seguido, passando de 10% em novembro para 9,8% em dezembro, segundo dados da Fundação Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No último mês do ano, o nível de ocupação variou 0,2%, com a criação de 48 mil postos de trabalho, acima do contingente de 6 mil pessoas que ingressaram no mercado de trabalho, o que viabilizou a queda da taxa de desemprego.


 

Preços ao produtor sobem 7,16% em 2012


O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,30% em dezembro em relação ao mês anterior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado foi superior ao observado na comparação entre novembro e outubro, quando o total ficou em 0,27%. O indicador acumulado em 2012 chegou a 7,16%, acima do acumulado nos 12 meses anteriores (novembro), que chegou a 6,84%. Ao longo do período, 16 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 15 do mês anterior.


 

Atividade econômica deve avançar no semestre


A perspectiva de atividade econômica aponta um crescimento de 0,3% no mês de novembro frente ao período anterior, atingindo o total de 101,2 pontos, segundo a consultoria Serasa Experian. Esta foi a décima alta mensal consecutiva do indicador. Com o resultado, pode-se dizer que, após a quase estagnação do crescimento econômico brasileiro durante grande parte do ano passado, a atividade econômica deverá avançar um pouco mais rápido, especialmente ao longo do primeiro semestre de 2013.


 

Fluxo cambial tem déficit em janeiro


O fluxo cambial apresenta um déficit de US$ 2,692 bilhões ao longo dos 18 dias úteis de janeiro, segundo o Banco Central. Ao longo do período, a conta comercial apresentou perdas de US$ 3,364 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 11,427 bilhões contra importações de US$ 14,791 bilhões, enquanto a conta financeira apresenta um saldo positivo de US$ 672 milhões, decorrente de vendas no valor de US$ 22,964 bilhões e de compras de US$ 22,292 bilhões.


Email: luisnassif@ig.com.br

Blog: www.luisnassif.com.br 


"Todos os direitos reservados, sendo proibida a reprodução total ou parcial por meio impresso"


Visite o BLOG e confira outras crÔnicas

 



O Cenário Otimista Para 2013

29 de Janeiro de 2013, 22:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 30/01/2013

 

Nos últimos anos, sob comando do economista Otávio de Barros, o Bradesco constituiu a maior equipe de economia entre as empresas privadas brasileiras. Meticuloso com indicadores, Otávio montou um painel minucioso dos principais indicadores nacionais e internacionais, e  - o diferencial – passou a trabalhar a enorme base de clientes do banco.

A partir dessa montanha de informações, o Departamento de Economia chegou ao seguinte consenso:

O pibinho de 2012 se deveu a um conjunto inédito de fatores negativos.

Os principais fatores (que não deverão se repetir) foram:

1.    Seca no Nordeste e do sul, detonando o PIB agrícola.

2.    Crise no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), devido aos escândalos, paralisando os investimentos em infraestrutura.

3.    A implantação abrupta de novos padrões de motores, praticamente paralisando a venda de caminhões.

4.    Endividamento do setor sucroalcooleiro, paralisando a produção de álcool.

5.    Queda brutal na produtividade da Bacia de Campos que, de repente, passou a 70% da capacidade anterior.

6.    Queda brusca das exportações para a Argentina.

7.    Os apertos do Banco Central na Selic, em 2011, somados às medidas macro prudenciais, que acabaram afetando 2012.

Tais fatores teriam “roubado”  de 0,8% a 1% do PIB.

O segundo ponto é a metodologia adotada pelo IBGE (aparentemente, em revisão). Segundo Otávio, os mesmos dados, se colocados no sistema que roda o PIB da OCDE (o grupo de países mais avançados), haveria no mínimo um ponto a mais no PIB e outro nas taxas de investimento.

Novo “normal”

Em 2013 e, especialmente em 2014, se colherão os frutos do novo padrão de política econômica implantado a partir de agosto de 2011.

O “novo normal”, na economia mundial, seria constituído dos seguintes fatores:

1.    Crescimento moderado do crédito. Moderado porque mais cuidadoso, ao contrário do porre de 2010 e 2011.

2.    Maior intervenção do Estado.

3.    Menores taxas de retorno sobre o capital.

4.    Crescimento baseado na produtividade e no investimento, e não mais no consumo.

No caso brasileiro, a posição do governo Dilma, segundo Otávio, é a do território conquistado em batalha, portanto irreversível. O “território” em questão consiste na taxa Selic civilizada, nos aportes no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), câmbio mais competitivo, redução dos impostos, do custo de energia e dos encargos trabalhistas.


O Bradesco trabalha com uma previsão de crescimento de 3,5% do PIB. Nas últimas semanas, os rumores de racionamento de energia fizeram o mercado derrubar um pouco a projeção.

Cenário internacional

Contribui para essa previsão a situação internacional. Os Estados Unidos já completaram as quatro etapas de entrada e saída da crise; a Europa estaria no terceiro quartil. O presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, teria operado uma impressionante reversão na ortodoxia, principalmente, do Bundesbank alemão. E a economia alemã já estaria refletindo essa situação.


Além disso, com a redução do risco sistêmico, a enorme injeção de liquidez na economia internacional poderá, finalmente, refletir-se na economia real.


Confiança industrial segue estável em janeiro


O Índice de Confiança da Indústria (ICI) manteve-se estável entre dezembro e janeiro, ao passar de 106,4 para 106,5 pontos, e seu maior resultado desde junho de 2011, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A estabilidade resulta do aumento de 0,3% do Índice da Situação Atual (ISA), para 106,8 pontos, e do recuo de -0,1% do Índice de Expectativas (IE), que atingiu 106,1 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) passou para 84,4%, o maior desde fevereiro de 2011 (84,5%).


 

Empresas melhoram pontualidade de pagamentos


A pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas chegou a 95,4% no ano de 2012 - desta forma, 954 em cada 1000 pagamentos realizados pelas companhias de micro e pequeno porte foram feitos à vista ou com atraso máximo de sete dias, segundo a consultoria Serasa Experian. Este foi o melhor desempenho anual desde 2006. O avanço foi favorecido pela queda dos juros e a melhora no gerenciamento, além do desempenho econômico mais focado no mercado doméstico.


 

Indústria tem forte retração em dezembro


A indústria recuou 8,6 pontos em dezembro, chegando a 41,2 pontos, ante os 49,8 pontos de novembro, chegando ao menor valor da série mensal iniciada em janeiro de 2010, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com a queda da produção, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu de 46 para 42,2 pontos na comparação com o mês anterior. Apesar do fraco desempenho, a indústria manteve seus estoques ajustados ao nível planejado, segundo análise técnica da pesquisa.


 

Empresário do comércio mostra menos confiança


O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) foi reduzido em 1,6% no mês de janeiro deste ano em relação ao mesmo período de 2012, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio fechou 2012 com queda de 4,3% ante 2011. A redução foi provocada pela confiança em relação ao momento atual, que caiu 7,2%. Em relação às expectativas para o futuro, o empresário do comércio mantém o grau de otimismo verificado em 2012.


 

Produção agrícola deve ter valor 18,2% maior em 2013


O valor bruto da produção (VBP) estimado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deve subir 18,2% em 2013, o que vai representar R$ 450,3 bilhões a mais no faturamento por conta da venda de 20 produtos agrícolas e cinco pecuários O setor faturou R$ 380,8 bilhões. Em nota, a CNA avalia que “a aceleração dos preços das principais commodities agrícolas e o aumento no volume de produção, especialmente de soja e cana-de-açúcar, indicam resultado positivo para o ano”.


 

Governo do Japão aprova orçamento


O governo do Japão aprovou um projeto de orçamento para o próximo ano fiscal que chega a 92,6 trilhões de ienes, o equivalente a US$ 1,02 trilhão. O objetivo das autoridades é que as receitas fiscais ultrapassem as vendas de novos títulos - caso o quadro se confirme, será o primeiro avanço registrado nos últimos quatro anos. O governo reduziu o tamanho do orçamento ante o ano anterior pela primeira vez em sete anos, levando em consideração o financiamento do governo para o pagamento de pensões.


Email: luisnassif@ig.com.br

Blog: www.luisnassif.com.br 


"Todos os direitos reservados, sendo proibida a reprodução total ou parcial por meio impresso"


Visite o BLOG e confira outras crônicas



Jornalismo da mentira

28 de Janeiro de 2013, 22:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Capa do El País (com a foto falsa) e Tommaso De Benedetti

 

Publicado em 29/01/2013 por Mário Augusto Jakobskind*

 

O jornal El País realmente bateu o recorde em matéria de barriga (termo utilizado por jornalistas para designar divulgação de notícias erradas) ao publicar uma foto de um suposto presidente Hugo Chávez entubado na cama de um hospital. Os primeiros exemplares impressos foram rodados e distribuídos, bem como a foto divulgada no site ficou no ar algum tempo.

 

Tudo começou quando o jornalista italiano Tommaso De Benedetti enviou a foto, capturada do YouTube, para três agências de notícias, que não divulgaram nada. Estranhamente, a imagem acabou aparecendo no jornal El País, cujos editores, sem nenhum tipo de checagem, publicaram.

 

De Benedetti alega que ao divulgar a falsa foto de Chávez queria apenas testar o jornalismo que vem sendo exercido atualmente. Será? Então, por que ao enviar a imagem se fez passar pelo Ministro venezuelano da Cultura, Pedro Calzadilla?

 

O jornalista italiano não é confiável. Tem antecedentes negativos como autor dos rumores sobre a morte do líder da Revolução cubana Fidel Castro, do escritor colombiano Gabriel García Márquez e se apresentou no Facebook e Twitter como personagens famosos, entre os quais Mário Vargas Llosa, Umberto Eco e até o Papa Bento XVI.

 

Na verdade, não é de hoje que a mídia de mercado tem publicado falsas informações sobre a saúde do presidente venezuelano. Aqui neste espaço já se comentou o desejo de algumas publicações em ver Chávez morto. A Rede Globo que o diga, bem como colunistas vinculados ao famigerado Instituto Millenium, já conhecidos e cujos nomes nem vale a pena citar.

 

O El País pediu desculpas aos seus leitores e teve de admitir publicamente o erro grosseiro. Se não o fizesse perderia de vez a credibilidade até mesmo entre os leitores que o consideram o melhor dos melhores.

 

Mas o governo venezuelano entendeu que não bastam as desculpas e decidiu entrar com uma ação judicial contra o jornal espanhol, conforme anunciou o Ministro da Comunicação e Informação, Ernesto Villegas.

 

Há muitos mitos sobre os meios de comunicação pelo mundo a fora. O El País, por exemplo, é citado por outros jornais, como “o consagrado jornal espanhol”. A BBC de Londres é considerada pelos acadêmicos de plantão como o exemplo de mídia pública a ser seguido. Mas nem todos pensam assim.

 

Dias desses, ativistas sociais fizeram manifestação em frente a sede da emissora britânica denunciando a parcialidade na cobertura dos acontecimentos no Oriente Médio. Os palestinos, segundo os manifestantes, são tratados de forma discriminada.

 

Na época da invasão e ocupação do Iraque pelos Estados Unidos e com o apoio do Reino Unido, a BBC foi acusada de apenas defender os interesses do Estado britânico, ou seja, estadunidenses, nas coberturas sobre os acontecimentos.

 

Se analisarmos as coberturas jornalísticas de outras mídias eletrônicas no Brasil, não há como silenciar diante das barbaridades que estão sendo cometidas.

 

Para ficarmos em um exemplo mais recente, já comentado na reflexão da semana passada, a intervenção francesa no Mali teve a unanimidade favorável ao que determinou o presidente François Hollande.

 

Em décadas passadas, por exemplo, antes da derrota dos franceses no Vietnã, substituídos em seguida pelos estadunidenses, vale uma consulta aos meios de comunicação para constatar a unanimidade em torno da defesa da ação colonial contra os “bárbaros nacionalistas comunistas” comandados pelo General Giap. Era um tempo em que comunistas eram acusados de “comer criancinhas” .

 

Na África de décadas passadas, o esquema era semelhante. Para se ter uma ideia, há 52 anos a CIA e os serviços de inteligência belga assassinaram Patrice Lumumba, líder da luta de libertação nacional no Congo.

 

Vale também uma consulta sobre o noticiário da mídia de mercado. Aliás, praticamente nenhum meio de comunicação brasileiro concedeu agora espaço para analisar a figura de Lumumba, assassinado em 17 de janeiro de 1960.

 

Nem é preciso recuar muito no tempo para constatar a parcialidade da mídia de mercado em relação a fatos históricos recentes. Meios de comunicação que hoje posam de democratas desde sempre, apoiaram a ditadura chilena de Augusto Pinochet. Silenciaram sobre as atrocidades que ocorriam no Uruguai depois de 1973 e assim sucessivamente. Alguns chegaram a defender a invasão do Uruguai pelos “democratas” militares brasileiros para coibir os tupamaros. E assim sucessivamente.

 

Para citar um caso mais recente, já lembrado neste espaço, o atual presidente da CBF e do Comitê Organizador para a Copa do Mundo, José Maria Marin, um dos responsáveis pelo assassinato de Valdimir Herzog, ao discursar como deputado estadual da Arena pedindo “rigor das autoridades para enfrentar a infiltração na TV Cultura”, nunca foi questionado pelos grandes veículos de comunicação.

 

Tem aparecido muito em função dos cargos que ocupa, mas poucos foram informados sobre o seu passado de extrema direita e até defensor do famigerado delegado Sergio Fleury.

 

A exceção fica por conta de O Estado de S. Paulo que na semana passada, pelo menos, editou declaração de Igor Herzog pedindo a exoneração de Marin por considerá-lo um dos responsáveis pelo que aconteceu com o seu pai, Vladimir Herzog em outubro de 1975.

________________________

 

Mário Augusto Jakobskind* é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE.

 

Enviado por Direto da Redação




Um Estudo Clássico Sobre 1964

28 de Janeiro de 2013, 22:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 29/01/2013


 

Em 1962, Wanderley Guilherme dos Santos - o mais importante cientista político brasileiro vivo - produziu um texto clássico, prevendo o golpe que ocorreria dois anos depois. Com 52 páginas, o texto "Quem dará o golpe no Brasil" já revelava, no jovem Wanderley, as qualidades que se consolidariam no Wanderley adulto: a capacidade de enxergar a realidade sob diversos ângulos e, dentro de sua complexidade, identificar os fatores mais relevantes.


***


O texto destinava-se à "vanguarda das forças populares", seja lá isso o que fosse, e buscava  definir uma estratégia contra o golpe que se avizinhava. Valia-se de uma linguagem carbonária radical para passar uma mensagem acauteladora: não existe saída fora da democracia e da organização social.


***


O trabalho inicia identificando os golpistas. Focava, especialmente, Carlos Lacerda.


Depois, as contradições intrínsecas ao capitalismo, que acabam levando aos conflitos políticos.


A dinâmica do capitalismo global - sistema no qual o Brasil se inseria - consiste em consagrar o controle da minoria sobre o Estado, definindo leis e procedimentos que, aumentando a eficácia da economia, garantissem os ganhos do capital.


Dizia ele: tanto no regime democrático como na ditadura, o governo representa as minorias que detêm a influência política e econômica. O ambiente ideal é a democracia com suas leis restritivas, explicava no trabalho.


***


No entanto, o desenvolvimento cria suas próprias demandas, abre espaço para uma organização mais efetiva dos trabalhadores, assim como para o aumento das suas demandas.


Mesmo com todos os impedimentos legais - na época não se permitia voto para analfabetos nem se regulamentava o direito de greve - havia uma tendência irreversível de aumento do espaço de novos atores políticos (aliás, fenômeno de toda  democracia identificado desde os estudos pioneiros sobre o tema). E, aí, surgiam as resistências de alguns setores.


Quando o governo - e as leis vigentes - são incapazes de administrar os conflitos, ou impedir o aumento da espaço político das chamadas forças populares, apela-se para o golpe.


***


Na avaliação de Wanderley, o golpe em gestação era basicamente civil. E seria viável devido à disfuncionalidade do governo Goulart.


Até seria possível a participação dos militares, já que as Forças Armadas participam da fase final de todo golpe. Mas dificilmente seria uma golpe militar - como parte dos observadores supunham, dado o histórico das últimas décadas. Por golpe militar ele entendia a ocupação dos principais cargos da administração por militares.


***


Eram várias as razões:


1. O Brasil pertencia à zona de influência dos Estados Unidos. Enquanto pertencesse ao sistema capitalista, não haveria riscos de intervenção militar. E aí, Wanderley alertava para os riscos de uma prática temerária: a expropriação da empresas internacionais, iniciada pouco antes por Leonel Brizola, quando governador do Rio Grande do Sul.


2. A própria heterogeneidade das Forças Armadas. Ao contrário da Argentina, explicava ele, as Forças Armadas são constituídas por representantes da classe média e, como tal, sujeitas à mesma heterogeneidade de salários e de visões de mundo.


 

Os golpes de esquerda - 1


Essa mesma heterogeneidade ele observava no que chamava de "forças da burguesia". Havia interesses conflitantes entre burguesia industrial, agrícola etc. Enquanto fosse mantida a heterogeneidade, não haveria risco de golpe. O golpe só prosperaria se houvesse um fator uniformizador das expectativas, dizia Wanderley. Como, por exemplo, o risco de um "golpe de esquerda". No texto, ele demonstrava essa impossibilidade.


Os golpes de esquerda - 2


Golpes são sempre imprevistos e comportam traições. Então, só podem ser conduzidos por minorias que utilizam o povo apenas para convalidar socialmente suas manobras. As verdadeiras conquistas se dão no dia a dia, na construção de uma base social, em ambiente democrático, dizia ele. Ao mencionar a impossibilidade do golpe de esquerda, Wanderley tentava alertar para a imprudência de aventuras populistas.


Os golpes de esquerda - 3


É importante esse ponto, porque conflitaria, mais adiante, com as estratégias de resistência tentadas por Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e os grupos da luta armada.

"Não há golpe sem traição (...)  Precisamente por isto o poder conquistado pelo golpe está inevitavelmente condenado a ser perdido, mais cedo ou mais tarde, enquanto as conquistas reais do povo são historicamente irreversíveis".


O antídoto para o golpe


Segundo Wanderley, a grande disputa se daria na classe média, nos setores até então neutros. E o melhor antídoto seria informar a opinião pública sobre a legitimidade das reformas de base para o aprimoramento do país (tarefa impossível devido à radicalização na mídia e no governo). Por exemplo, o instituto do latifúndio representava o que de mais atrasado havia para o país, dificultando a produção de alimentos e produzindo crises periódicas de abastecimento.


Recomendações ignoradas


Nos anos seguintes, o governo Jango praticamente rompeu com o sistema capitalista mundial, ao atropelar negociações em curso com o Clube de Paris. O episódio resultou na demissão do Ministro da Fazenda Walther Moreira Salles, até então o grande avalista do governo junto à comunidade econômica mundial. Seguiram-se manifestações de rua crescentes, cujo único resultado prático foi fortalecer o discurso golpista.


O golpe militar


Veio 1964. Apesar da eleição do Marechal Castelo Branco, foi um golpe eminentemente civil. A reação dos destituídos, o fantasma da revolução cubana, o início da luta armada e a desmoralização das instituições políticas - pelos próprios conspiradores civis - finalmente criou o discurso legitimador para que o golpe civil se transformasse em golpe militar. Lacerda foi jogado fora, ao lado de todas as lideranças civis da época.


Email: luisnassif@ig.com.br

Blog: www.luisnassif.com.br 


"Todos os direitos reservados, sendo proibida a reprodução total ou parcial por meio impresso"


Visite o BLOG e confira outras crónicas