Achei uma decisão equivocada a de Donato, mas torço para que tudo se esclareça. E acho mais, acho que se Haddad não enfrentar a máfia da mídia (ao invés de ficar dando exclusiva à Folha) o escândalo ocorrido durante a administração de Serra-Kassab e descoberto pela Controladoria criada por Haddad vai acabar sendo reinventado na mídia venal como sendo ~ a corrupção de Haddad~.
Do Renato Rovai, em seu Facebook:
“Antonio Donato Madormo entregou o cargo de secretário de governo de Haddad no almoço de hoje. Ele quer voltar à Câmara Municipal para poder enfrentar a máfia dos auditores sem que eles tentem atingir o governo municipal.
É uma atitude corajosa, já que não havia nada de objetivo que pudesse comprometê-lo. O que havia era uma atitude clara de tentar atingir alguém que simbolizasse o governo que abriu, como disse o ministro Gilberto Carvalho, a caixa de Pandora.
É preciso ir pra cima dessa máfia, custe o que custar.Após suspeitas, Donato pede afastamento da prefeitura
Por: MARIO CESAR CARVALHO da Folha
12/11/2013 – 14h03
O secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Antonio Donato, pediu ao prefeito Fernando Haddad (PT), para se afastar do cargo por causa das suspeitas de seu envolvimento com a máfia do ISS (Imposto sobre Serviços).
O prefeito está disposto a aceitar o pedido de Donato, segundo a Folha apurou.
Neste momento, Haddad e Donato estão almoçando na prefeitura junto com o presidente do PT nacional, Rui Falcão, e com o presidente do PT paulista, Emídio de Souza.
O nome de Donato é citado em pelo menos cinco episódios da investigação sobre os fiscais, acusados de ter provocado um rombo de R$ 500 milhões ao reduzir o valor do ISS de imóveis novos em troca de propina.
Editoria de arte/Folhapress
A Folha revelou hoje que um dos fiscais que foi preso, Eduardo Horle Barcellos, trabalhou de janeiro a abril no gabinete de Donato.
A sala ocupada pelo secretário petista fica no mesmo andar do gabinete do prefeito. Donato solicitou formalmente a transferência de Barcellos da pasta de Finanças para a sua secretaria no ofício 134/2013, de 17 de janeiro.
O auditor permaneceu na pasta até abril, quando voltou à secretaria original. Segundo a gestão petista, ele mesmo quis a transferência e não tinha “função específica” na secretaria de Donato.
A transferência do auditor para a pasta do Governo ocorreu sem que tivesse sido publicada no “Diário Oficial”.
Na época, havia uma apuração em andamento na prefeitura sobre a fraude no ISS, com citação ao nome de Barcellos e de outros suspeitos que acabaram sendo presos no final do mês passado –e liberados após dez dias, para responderem em liberdade.
Aberta na gestão Gilberto Kassab (PSD), ela já contava com um parecer do ex-secretário de Finanças Mauro Ricardo sugerindo seu arquivamento, mas isso ocorreu apenas em fevereiro de 2013.
Para a prefeitura, Barcellos “gozava de prestígio” na época, sem indícios que pudessem comprometê-lo.
O secretário petista foi responsável pela indicação de outro auditor, Ronilson Bezerra Rodrigues, suspeito de chefiar a fraude estimada em R$ 500 milhões, para a diretoria de finanças da SPTrans (empresa municipal de transporte) –cargo que Ronilson ocupou de fevereiro a junho.
Donato também foi procurado por Ronilson quando este soube que estava sendo investigado pela Controladoria Geral do Município.
O nome do secretário petista foi ainda citado em depoimento ao Ministério Público por uma auditora –que mencionou colaborações à campanha dele em 2008, com dinheiro do esquema.
E também em uma escuta telefônica –a ex-mulher de um dos auditores presos afirmou que ele teria recebido R$ 200 mil nas eleições.
Donato nega essas referências à campanha e alega que conheceu Ronilson e Barcellos “porque ambos faziam a interação da gestão anterior com a Câmara Municipal”.
A prefeitura disse ontem que não publicou essa movimentação no “Diário Oficial” porque não havia exigência legal, por não se tratar de um cargo de confiança.
O advogado de Barcellos, Gustavo Badaró, disse à Folha que, no período, ele ficou à disposição de Donato, como um “funcionário de confiança”. A assessoria da prefeitura nega.
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