Levy Fidélix abrindo a boca no debate de ontem na Record:
Ainda estou estarrecida com as barbáries que ouvi em uma concessão pública de radiodifusão do candidato nanico, Levy Fidélix, que pensa que os ouvidos dos cidadãos e cidadãs brasileiros são penicos.
Eu perdi o sono ao ver um pleno idiota, antes apenas um ser caricato e até engraçado nos debates eleitorais de discurso único “aerotrem“ falar barbárie atrás de barbárie e não ser condenado na fala final de nenhum dos candidatos presentes.
Levy, por incitar o ódio, o confinamento, por tratar como aberração, por negar direitos civis e humanos à população LGBT deveria ter saído algemado da TV Record. Espantou-me, não apenas os candidatos, mas a moderação da TV Record também deixar um discurso fascista como foi proferido por este fiscal de ânus, que refuta a sua tese, provando que aparelho excretor pode sim reproduzir seres abjetos como ele, sem nenhum repúdio. Sim, porque Levy Fidélix merece, para o bem da humanidade, que cada palavra sua não seja apenas refutada, mas seu discurso fascista seja criminalizado e seu autor punido com os rigores da lei.
Faço questão de transcrever seu discurso criminoso, apontando a gravidade de cada trecho:
O fiscal de fiofó Levy Fidélix começa com sua frase desrespeitosa e desconhecedora das práticas sexuais da comunidade LGBT, como se tais práticas do campo privado fossem um tema de debate público:
“Dois iguais não fazem filho. Me desculpe, mas aparelho excretor não reproduz.”
Depois prosseguiu negando cidadania a pelo menos 10% da população brasileira:
“Um pai de família e avô que sou deixar esses que aí estão achacando a gente no dia a dia, querendo escorar esta minoria na maioria do povo brasileiro.
Como é que pode um pai de família e um avô ficar aqui escorado porque tem medo de perder esses votos?
Prefiro não ter estes votos, mas ser um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto”
Instruir o que, Levy? A serem homofóbicos? A assassinarem gays, travestis, transexuais com requintes de crueldade como ´fazem os homofóbicos e transfóbicos que ouvem seus discurso fascista que nega cidadania e humanidade a gays, lésbicas, trans, travestis?
Esta era a pergunta que esperávamos de Luciana em sua réplica, ao provocar este energúmeno quando o questionou sobre o casamento civil igualitário, mas ela não veio. E Levy amplia a barbárie, igualando homossexualidade à pedofilia:
“Eu vi agora o Santo Padre, o Papa, expurgar do Vaticano um pedófilo! E fez muito bem!Está certo! Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos possam encontrar realmente um bom caminho familiar”.
A religiosidade passa ao largo de um discurso que estimula os crimes de ódio homofóbicos e transfóbicos, Levy Fidélix. Mas como se não fossem poucas as atrocidades já ditas, ele prossegue, tratando orientação sexual como se fosse uma política de Estado na qual um presidente pudesse estimular, criar, ou coibir e ainda mostra sua profunda ignorância sobre as leis do país:
“Então Luciana, eu lamento muito, que façam um bom proveito que querem fazer de continuar como estão, mas eu presidente da República não vou estimular, se está na lei que fique como está, mas estimular jamais a união homoafetiva”
Luciana poderia ter dito: “Está na lei que todos são cidadãos independente da orientação sexual, mas pessoas homofóbicas, cretinas e criminosas como você negam todos os dias a cidadania e a humanidade aos cidadãos da comunidade LGBT no Brasil. Não apenas quando se recusam a aceitar as uniões homoafetivo, pessoas como você estimulam assassinos homofóbicos a matarem, com requintes de crueldade, gays, travestis, transexuais todos os dias neste país, seu verme!”Mas Luciana em sua réplica, pegou levíssimo:
“Infelizmente não está na lei Levy Fidelix e o casamento civil igualitário é fundamental para que nós possamos reconhecer juridicamente como família qualquer tipo de família.
“Eu acredito que sou uma das que mais defende a família nesta campanha eleitoral, porque estou defendendo todas as famílias: não importa se são dois homens, duas mulheres, o que importa é que as pessoas se amem e para combater a discriminação, a homofobia, a transfobia é fundamental reconhecer o casamento civil igualitário.”
O tempo da réplica de Luciana esgotou-se e, embora ela tenha mencionado a homofobia e transfobia, para grande parte da população homofóbica e transfóbica sua intervenção não teve efeito. Faltou indignar-se diante dos absurdos ditos por este ser desprezível e seu discurso fascista. Como bem se indignou Paulo Faltay em seu Facebook:
Hoje foi o ponto em que essa palhaçada dos debates atingiu o nível criminoso. Um escroto faz um discurso fascista e incita o ódio (“partir para cima de uma minoria”) em rede nacional, ao lado de pessoas que querem ser presidente e NENHUM candidato repudia. E é bom lembrar que mediação de debate não é só pra contar o tempo das falas, mas pra conduzir o debate de forma condizente em uma concessão pública, ou seja, a omissão da Record também é criminosa e passível de processo. Só dou um “ufa” de não ter colocado a porra do banner Luciana 50, porque a omissão dela na fala final só demonstra a fragilidade da candidatura. Era pra dar um foda-se e ter o mínimo de sensibilidade para fazer o enfrentamento que a hora pedia e não pedir voto pra deputados.
Muito provavelmente, de hoje pra amanhã um LGBTT vai ser assassinado (e pode ser eu, pode ser você, pode ser um amigo, etc) e não tratar do que aconteceu com a gravidade que merece, como TODOS os candidatos ali, é ser cúmplice. Triste, muito triste.
Como em sua réplica, Luciana Genro não repudiou com veemência a fala do louco homofóbico e transfóbico, colocando-o em seu devido lugar, Levy se empolgou e ampliou a barbárie nos 30 segundos de sua tréplica:
“Luciana, você já imaginou, o Brasil tem 200 milhões de habitantes se começarmos a estimular isso aí, daqui a pouco vai reduzir para 100.”
E a platéia, sem noção, riu da barbárie dita por esta besta-fera, estimulando-o mais ainda a disseminar, numa concessão pública, suas sandices homofóbicas e transfóbicas. E penso que se Levy Fidelix fosse presidente, possivelmente até o direito de ir e vir da população LGBT seria cassado:
“Vai para Paulista, anda lá e vê, é feio o negócio.”
E aí vem sua fala fascista e criminosa que trata como uma questão de “coragem” seu estímulo à discriminação homofóbica e transfóbica de uma maioria hétero contra uma minoria a quem são negados todos os dias o direito de cidadania plena e o direito de existir:
“Então, gente, vamos ter coragem, NÓS SOMOS MAIORIA, VAMOS ENFRENTAR ESTA MINORIA! VAMOS ENFRENTÁ-LOS, NÃO TER MEDO de dizer que sou pai, mamãe, vovô.
E, ao final, a besta-fera reforça o discurso de anormalidade sobre as diferentes orientações sexuais da população LGBT, sugerindo seu confinamento:
“E o mais importante é que estes que TEM ESSES PROBLEMAS REALMENTE sejam atendidos nos planos psicológico e afetivo, MAS BEM LONGE DA GENTE, BEM LONGE MESMO QUE AQUI NÃO DÁ.
Eu fiquei estarrecida, estarrecida! E todo brasileiro e toda brasileira, de diferentes credos, partidos, orientação sexual e identidade de gênero deveria também ficar e mais que isso, reagir à barbárie.
No twitter a reação foi imediata, a tag petista #Dilma13MaisBrasil, que ocupou a primeira colocação nos TTs praticamente durante todo o debate, caiu e subiu a tag #Levy que foi para os TTs internacionais a ponto de The Guardian fazer matéria.
Algumas das manifestações em repúdio no twitter logo após a fala insana do candidato Nanico que fizeram seu nome ir para o primeiro lugar do assunto mais falado no twitter:
Jean Wyllys, o único parlamentar no Congresso Nacional assumidamente homossexual, comentou o assunto e anunciou a possibilidade de processar este louco:
Jean defendeu a candidata à presidência de seu partido, o PSOL, mas nem ela, que em todos os debates trouxe a questão da homofobia e transfobia para a discussão, repudiou o discurso criminoso de Levy Fidélix em sua fala final.
A indignação dos brasileiros na rede foi tanta que a tag #LeviVocêÉNojeto continua em primeiro lugar até agora quando escrevo este post.
Eu espero que todos os candidatos repudiem este louco, que ativistas dos direitos humanos denunciem esta barbárie, que Ministério Público e Tribunal Superior Eleitoral tomem providências. Um infeliz proferindo discurso de ódio em canal de tv aberta é um perigo não apenas para a população LGBT, vítima deste lunático, mas todo para todo o país.
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