Divertidíssimo ler os comentários sobre o texto do Nelson de Sá (reproduzo o texto e dois dos comentários abaixo).
Nelson de Sá fez jornalismo, o problema é que o jornal no qual ele escreve não faz jornalismo há muito tempo.
Tempos atrás o PSDB foi para a Justiça contra uma propaganda do PT porque a carapuça serviu direitinho, mesmo o PT não tendo feito uma menção ao PSDB, é o mesmo que ocorre agora com a Folha, só que a Folha aposta na falta de memória de seus leitores e atribui à imprensa estrangeira o que ela e todo o monopólio midiático fez diuturnamente: desinformou sobre as obras da Copa, fez política partidária contra o governo de Dilma Rousseff usando a Copa.
Mas leitores críticos não esquecem como a mídia monopolizada usou seu monopólio pra fazer campanha contra o governo federal travestida de cobertura jornalista.
Aliás ao ver a ~cobertura~ da mídia monopolista antes da abertura da Copa sempre pensava: como farão quando a Copa ocorrer os brasileiros começarem a enfeitar suas casas, carros, torcerem? Quando o jornalismo vira partido de oposição golpista e abandona o fazer jornalístico só briga com os fatos: a Copa no Brasil não apenas vem sendo apontada como uma das melhores dos últimos tempos, como em algumas mídias estrangeiras como a melhor Copa ever).
Outra dúvida me assolava ao ver a porca cobertura jornalística que tentou de todas as forma minar a autoestima do povo brasileiro. Como esta mesma mídia iria lucrar com os anunciantes se afastassem o povo da Copa? A Globo está pagando um alto preço, o índice de rejeição dos brasileiros ampliou em muito, quem mandou apostar na ruína do evento, resta saber se os anunciantes vão socializar as perdas.
Reproduzo os comentários do historiador Arnaldo Marques e do jornalista Victor Farinelli sobre o texto de Nelson de Sá:
“O Brazil se assumindo com todas as letras:
“Prenúncio de que Copa seria o ‘fim do mundo’ não aguentou 3 dias
Início do Mundial no Brasil reverteu expectativa da MÍDIA INTERNACIONAL de que o evento seria desastroso para o país” [grifo meu]
Nelson de Sá deixa claro que a Folha, Veja, Estadão não são brasileiros.
São brazilians, fazem parte da mídia internacional.
A sinceridade campeia, finalmente.” Arnaldo Marques
“Eu sidivirto só de ver os vira-latas se rasgando de raiva. O espírito de porco dos que xingam a presidenta porque a Copa é um absurdo, mas estão lá no estádio, pagando caro e sendo engolidos pela torcida mexicana. Os que torceram pro caos, pra que a Copa fosse um lixo, porque acham que é assim se faz política, e agora ficam com essa esquizofrenia, porque muitos adoram futebol e estão perdendo a #CopaDasCopas, e quando acham que pelo menos vai sobrar uma crítica pra salvar o dia, descobrem que até a Folha, porta-voz da hecatombe, tenta disfarçar sua culpa jogando na conta da imprensa estrangeira – os meios que tentam se desculpar com seus leitores mundo afora: “desculpem, acreditamos na imprensa brasileira, dissemos que o Brasil era uma bomba-relógio, e ao chegar percebemos que não era nada disso, o país é uma festa e a Copa está maravilhosa”. Pergunta: cadê aquele suposto jornalista dinamarquês agora?” Victor Farinelli
Pra gringo ver: O fim do mundo não veio
Por: NELSON DE SÁ, na Falha
19/06/2014
Sob o título “Previsão de dia do juízo final dá lugar a soluços menores”, o “New York Times” examinou a infraestrutura na Copa. Abriu listando profecias não realizadas: “Um estádio não ficaria pronto a tempo. Outro não ficaria pronto nunca. Protestos suplantariam tudo”. Disse que nem tudo está às mil maravilhas, mas lembrou que até uma semana antes os Jogos de Londres, em 2012, também eram “zona de capacetes de proteção”. Citou, entre os soluços, “fios visíveis” na Arena Corinthians e “fogos de artifício” chilenos na Arena Pantanal.
E foram chilenos também que invadiram o Maracanã. É o maior problema até aqui, disse o correspondente da Al Jazeera, Gabriel Elizondo, ironizando que “a segurança era da Fifa”. A agência americana Associated Press acrescentou que a Fifa apelou à segurança brasileira.
Falhas menores
Quase uma semana e também o “Wall Street Journal” publicou seu diagnóstico. No título, “Só umas poucas falhas menores”. Abrindo o texto, “o Brasil pode respirar aliviado”.
Nada de caos
Também o “Guardian” fez balanço da Copa, mais focado nos “arrepios” trazidos pelos gols. Sublinhou que, “fora do futebol, as previsões de derretimento aéreo e caos logístico não se realizaram até agora”.
Espírito de festa
Fechando os balanços, o “Telegraph” deu a longa análise “Copa do Mundo 2014: Jogadores e torcedores estão gerando um espírito de festa que a Fifa jamais será capaz de roubar”. Lembra, porém, que “uma Copa não cura nada” em educação etc.
Copa & inflação
Na direção contrária do oba-oba, a Reuters despachou que a “Copa põe a inflação do Brasil próxima do teto da meta”. Os dados divulgados pelo IBGE, no entender da agência anglo-canadense, sugerem alta “no momento em que a Copa do Mundo eleva a demanda por passagens aéreas” e quartos de hotel.
#occupyestelita
A boa vontade com o evento fez desaparecer o noticiário sobre os problemas. Uma exceção é o site da Al Jazeera, que informou como a polícia pernambucana “expulsou os manifestantes do movimento #ocupeestelita”. Reproduz até um tuíte de ativista que tentou chamar a atenção do “NYT”, sem sucesso: “@nytimes War in Recife, Brazil #occupyestelita”.
GOOGLE DOODLE
O buscador postou sua 15ª imagem sobre a Copa, nas páginas iniciais de EUA, Europa, Ásia, além de Brasil, com um bonequinho batendo bola em favela
GRINGO NO MORRO
Bloomberg e “Daily Beast” (acima) destacaram que as favelas foram tomadas por turistas em festa e que as UPPs e outras ações aproximaram os barracos dos imóveis mais caros do Rio
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