A presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff foi a primeira candidata a aceitar o convite das instituições e coletivos que compõem a Campanha Banda Larga é um Direito Seu para dialogar com ativistas digitais e especialistas na área de infraestrutura de telecomunicação.
O encontro aconteceu ontem (10/09) na sede dos Sindicatos dos Engenheiros. Ela foi sabatinada sobre o tema com vistas à universalização da banda larga no Brasil. Ativistas e acadêmicos questionaram a candidata à reeleição também sobre políticas públicas como Pontos de Cultura, uso de software livres pelos órgãos do Estado Brasileiro, o fomento do desenvolvimento de softwares, a segurança informacional e outros temas.
A presidenta ouviu as questões sem deixar de responder nenhuma delas e surpreendeu o público presente apresentando vasto conhecimento sobre a questão.
Ao avaliar a qualidade da banda larga no país ela concordou com o público especialista que a qualidade da nossa banda larga é ‘péssima’. Dilma defendeu a universalização da banda larga como política de Estado e não feita por decreto.
Dilma falou também sobre segurança e soberania nacional e replicou o professor e ativista Sergio Amadeu, assim como fez antes com Pedro Ekman sobre o caso Snowden. Para ela, não foi o caso Snowden que foi o epicentro pra aprovação do marco civil e sim a organização e pressão da sociedade civil para a sua elaboração e aprovação. A presidenta lembrou aos ativistas e acadêmicos a importância de se manter a mobilização para o processo de Regulamentação do Marco Civil.
Ao tratar do caso Snowden, em relação aos sistemas de intrusão, a presidenta mostra que está atenta à complexidade da indústria de espionagem a ponto de um funcionário e baixo escalão ter acesso a tantas informações. Ela chegou a brincar com Sergio Amadeu: “Ao nos espionar, inovam” (referindo-se a robustez da tecnologia utilizada na indústria de espionagem). Para a presidenta garantir a proteção de um país não se reduz ao Estado usar softwares livres e criptografia, mais do que isso é garantir o fomento da produção de tecnologia própria (dos computadores aos aplicativos passando pela criptografia. A presidenta ressaltou ainda que o Estado brasileiro não pode ser só reativo a casos de intrusão
A presidenta passou mais de duas horas discutindo o assunto com especialistas na área. Ela recebeu vários documentos das associações que compõe a campanha Banda Larga é um Direito Seu e se comprometeu a fortalecer os Pontos de Cultura, telecentros, mídia livre, rediscutindo seus formatos com a sociedade civil e com a criação de políticas públicas para o fomento da produção de conteúdos e aplicativos nacionais.
A presidenta sinalizou muitas coisas interessantes ao longo do encontro: a valorização do diálogo, a necessidade de setores estratégicos no país se tornarem políticas de Estado, a importância da organização da sociedade civil para fazer o país avançar em questões cruciais como o Marco Civil e a Universalização da banda larga. Vale a pena ouvir o áudio na íntegra.
Veja alguns trechos do debate que gravei ao longo do encontro.
Ouça o áudio na íntegra aqui, role a barra até mais ou menos 34 minutos quando efetivamente começa a gravação:



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