Está na hora de rever A revolução não será televisionada, documentário de Kim Bartley e Donnacha O’Briain sobre sobre o golpe ocorrido na Venezuela em abril de 2002.
O golpe foi consumado, pois não houve resistência de Chaves que foi preso. Mas as manifestações e o apoio de militares fiéis ao país enfraqueceram os golpistas, e Chaves retornou ao governo. Com a participação clara da mídia privada, empresários e militares oposicionistas no golpe, além de declarações do governo dos EUA de apoio ao golpe na Venezuela.p
Ao ver o documentário entendemos que a mesma estratégia usada há doze anos se repete agora: a direita venezuelana sem votos com o apoio yankee busca novamente derrubar um governo popular e legitimamente eleito pelo povo e para isso a mídia monopolista e reacionária da Venezuela e do restante da América Latina exerce papel decisivo.
Um exemplo, os confrontos entre a tentativa golpista liderada por Leopoldo Lopez e a resistência dos chavistas já resultou em 3 mortes, uma delas é de um chavista. A grande mídia brasileira não informa isso. Abram o olho.
PROTESTOS NA VENEZUELA: WEB É USADA PARA DIFUNDIR IMAGENS FALSAS OU DESCONTEXTUALIZADAS
Por Marina Terra, em São Paulo, no Ópera Mundi
17/02/2014 – 06h00
A partir da internet, saber o que de fato acontece nas ruas da capital e de outras cidades do país é impossível
Em abril de 2002, a atuação dos principais veículos de comunicação privados na Venezuela foi decisiva para a derrubada – apesar de breve – de Hugo Chávez. Conforme depois o documentário A revolução não será televisionada demonstrou, a manipulação de imagens e informação armou o cenário e legitimou o golpe de Estado contra o presidente venezuelano, dentro e fora do país.
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Agora, em 2014, as recentes manifestações contra Nicolás Maduro, eleito após a morte de Chávez, ano passado, também teriam sido manipuladas somente por televisões e jornais, de acordo com denúncias do atual governo, mas igualmente na web – espaço que há 12 anos não tinha o mesmo potencial informativo e político.
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Na Venezuela, as redes sociais, com destaque para o Twitter, são amplamente usadas por ambos os lados, tanto que o próprio presidente e políticos da oposição o usam para fazer anúncios e se comunicar com seus seguidores. Desde quarta-feira (12/02), quando uma marcha opositora culminou em violência no centro de Caracas, diversas montagens e imagens falsas contra Maduro e o governo foram disseminadas, inclusive por jornalistas de redes como a CNN.
A partir da internet, saber o que de fato acontecia nas ruas da capital e de outras cidades do país foi impossível. No entanto, logo, a origem real de algumas imagens que eram compartilhadas, mostrando repressão policial e demonstrações multitudinais de apoio à oposição, foram reveladas. Fotos de protestos no Chile, Egito, Tailândia e até Brasil foram usadas “como prova” de que a polícia venezuelana reprimia violentamente, enquanto imagens de atos pró-independência da Catalunha foram apresentadas como marchas oposicionistas em Caracas.
Veja alguns exemplos encontrados no Twitter:
Tida como venezuelana, a imagem abaixo foi feita em junho de 2013, no Brasil:
Nesta foto, guardas usando um felpudo chapéu de inverno na Caracas caribenha?
“Eu e você somos venezuelanos, amigo”. Mas a frase deveria ter sido escrita em búlgaro:
Era pra ser da repressão na Venezuela, mas o site da Al Jazeera comprova a origem da imagem:
Nesta, a foto de um chavista ferido em abril do ano passado é usada por opositores:
Só não prestaram atenção à data:
Uma procissão religiosa foi retratada como protesto contra o governo:
Imagem de apoio à independência da Catalunha, na Espanha:
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