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Nelson Mandela é uma unanimidade, mas cada um lê a sua trajetória da forma que mais lhe convém

6 de Dezembro de 2013, 10:50 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Por Dennis de Oliveira, via Facebook

Nelson Mandela é um ícone da luta contra o apartheid, contra o racismo e pelos direitos humanos. Por isto, virou uma unanimidade. Assim, neste momento de homenagens ao grande líder, cada um lê a sua trajetória da forma que mais lhe convém.

Muitos querem exaltar a sua personalidade de “conciliador”, “que sabia perdoar”, numa perspectiva moral e cristã. Citam como exemplo disto, o fato de Mandela ter sido um dos líderes do grande acordo que pôs fim ao apartheid. Esquecem, entretanto, que este acordo só foi possível porque, em determinado momento, o CNA (Congresso Nacional Africano) optou pela rebelião armada por meio do grupo “Lança da Nação” (com apoio de Mandela) em função dos canais institucionais e de negociação estarem totalmente fechados. Esquecem também que o acordo só saiu porque o regime do apartheid ficou isolado mundialmente por conta da grande campanha mundial tocada pelos movimentos sociais que denunciaram as atrocidades do regime segregacionista. Assim, a negociação saiu por conta da “pressão” política – exercida, inclusive, pela rebelião armada – que não deu outra opção ao regime de segregação de fazer um acordo. Por isto, Mandela é, mais que tudo isto, um grande líder político, capaz de fazer as leituras de cada momento e propor as opções, em cada um destes momentos, mais adequadas, seja a rebelião armada, seja a luta institucional, seja a negociação. E as negociações ocorrem somente por pressão e não apenas porque os lados são “bonzinhos”.

Comparar Mandela a De Klerk, por exemplo, é um desatino. De Klerk, último presidente do regime de segregação, só tocou o processo de negociação porque estava isolado, sem opções e, assim, “cedeu o anel para não perder os dedos”. Mas isto foi feito precedido de assassinatos de lideranças radicais do CNA para que estas não pudessem incentivar projetos de ruptura mais radical, como foi o caso do assassinato do vice-presidente do CNA, Chris Hani, que também era dirigente do Partido Comunista da África do Sul e tido por muitos como sucessor de Mandela.


Fonte: http://mariafro.com/2013/12/06/41577/

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