Lulu e a sacanagem desautorizada
Por: Xico Sá em sua coluna
27/11/2013
É, velho Crumb (ilustração), aventuras e desventuras do macho perdido e da fêmea que se acha.
Repare nessa história.
Vingativa, ela queimou o filme dele, um reles ficante –status “rolinho primavera”- no Lulu, o aplicativo que funciona como um clube onde as garotas avaliam os rapazes do desempenho sexual ao caráter propriamente dito.
Ô mundão objetivo e sem porteira. Mas pensando como cronista de costumes, Lulu é apenas uma vingança tardia das velhas notas masculinas para as moças na escola. Vingança lupicinicamente machista, óbvio,só vingança, vingança, vingança aos deuses clamar.
O Lulu é um SPC, um Serasa moral, um cadastro geral dos marmanjos para consumo.
Reproduz, para todas as mulheres do mundo, o que já se faz em pequenas rodas femininas.
Calma, meu rapaz, é só um banheiro ampliado, um tricô ao infinito, um fuxico hiperbólico.
Não vale pedir para as amigas lavar a sua honra, tornando-lhe um homem de qualidades. Relaxa. Leva na esportiva, fair play, brother, fair play.
Deu pra maldizer o nosso lar, pra sujar meu nome, me humilhar… Não passa nada.
O Lulu é a verdadeira biografia desautorizada. O Rei deve ser contra. Detalhes tão pequenos de nós dois são coisas muito grandes pra esquecer.
A avaliação de usos e costumes também está valendo: #UsaRider. Melhor ainda é o critério estético: #CurteRomeroBritto. Essa é genial.
Sim, falam até de pau pequeno (#NãoFazNemCosca é a hashtag maldita), mas, meu amigo, você também acha que tem, por mais que normal ou saído à semelhança do “jumento na sacristia”, como no conto do gênio cearense Moreira Campos. O primeiro insatisfeito nessa parada é você mesmo.
Relax, meu rapaz, leve na buena onda, no humor, na graça, ser maldito também tem seu charme e a vida é sempre mais subjetiva do que sugere o vão aplicativo. Como diz a lírica do Conde do Brega: ninguém é perfeito e a vida é assim.
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