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Aprile 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.
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Para #coxinhadejaleco a médica cubana deveria negar socorro à vitima, mas ela é MÉDICA e jurou salvar vidas

Marzo 22, 2014 16:04, by Unknown - 0no comments yet

Em novembro de 2013 discutimos neste blog como os #coxinhadejaleco ignoram por completo a ética médica e buscam a todo custo desqualificar o Mais Médicos mesmo que, sem estarem calcados nos fatos, exponham seus colegas. Foi o caso do médico cubano Isoel que participa do programa Mais Médicos em Feira de Santana (BA).

Ele foi acusado por seus pares, exposto, humilhado publicamente. Foi afastado para averiguação e depois se provou que ele não havia cometido erro e que havia orientado a mãe da criança corretamente: Médico cubano não receitou dose excessiva e volta a trabalhar segunda, diz prefeitura de Feira de Santana.

A mãe da criança, inclusive acusou as médicas do posto de agirem de má-fé: “Meu filho melhorou logo graças ao médico. Queremos o médico de volta, passamos mais de 2 meses sem médico e agora inventam coisa para tirar o médico daqui”.

Com o restabelecimento da verdade, a manifestação da mãe da criança e a mobilização da população atendida pelo posto integralmente ao lado do médico, porque bastou um médico comprometido com a saúde pública agir em benefício da população pra ela avaliar a diferença entre médicos verdadeiros, estrangeiros ou não, e os #coxinhasdejaleco só comprometidos com o seu corporativismo.

Isoel voltou a atender e a população continua satisfeita.

O caso recente da médica cubana,  Aliúska Alarcon, em Santa Catarina, que atendeu piloto em arrancadão lembra muito este caso.

O CREMESC denuncia a médica, mas a secretária de saúde a inocenta.

Secretária diz que médica cubana não trabalhou em arrancadão

Matéria do G1 SC  informou que a Secretaria de Saúde de Balneário Arroio do Silva divulgou nota em defesa da médica cubana do ‘Mais Médicos’ suspeita de ter trabalhado em uma empresa privada durante a 24ª Arrancada Internacional de Caminhões. Segundo a Secretária, a profissional não foi contratada por empresa privada e só estava prestigiando o evento.

Leia a íntegra:

A Secretaria de Saúde de Balneário Arroio do Silva, Sul catarinense, divulgou nota em defesa da médica cubana do programa ‘Mais Médicos’ suspeita de ter trabalhado em uma empresa privada durante a 24ª Arrancada Internacional de Caminhões. O evento ocorreu no último final de semana e terminou com a morte de um piloto, na tarde de domingo (16).

Edson Beber, de 46 anos, morreu durante a competição ao capotar, logo após cruzar a linha de chegada da prova, que ocorria em uma praia do município. Médicos da região denunciaram à delegacia de Araranguá do Conselho Regional de Medicina (Cremesc) terça-feira (18) à noite, que a profissional do Programa Mais Médicos teria auxiliado no socorro à vitima pois estaria trabalhando para uma empresa privada, o que é proibido por contrato do programa do Governo Federal.

A médica clínica geral atua na Unidade Básica Paulo Lupinn, desde 6 de dezembro de 2013, pelo Programa Mais Médicos Para o Brasil. Em nota, a Secretária de Saúde Patricia Paladini, afirmou que Aliuska Guerra Alarcon não foi contratada “por nenhum órgão privado”. Segundo o texto encaminhado à imprensa, a médica era expectadora do evento e teria ido prestigiar a competição na sexta-feira (14) e domingo (16).

De acordo com a informação do órgão municipal, a profissional estrangeira informou que a roupa da empresa contratada foi “utilizada somente no sábado (15) quando visitou e observou o trabalho dos profissionais de saúde que atuavam na pista”. Conforme a informação da secretária, ela teria retirado o uniforme após a dona da equipe responsável pelo atendimento médico informar que ele era exclusivo dos funcionários da empresa.

Patricia Paladini destacou ainda que a profissional foi autorizada a acompanhar os trabalhos da equipe médica e também visitou diferentes espaços do evento, pois teve acesso liberado pela Comissão Organizadora.

“No momento do acidente, a doutora Aliuska estava próxima do local e acabou ajudando a socorrer a vítima, sendo dito por ela mesma, após as denúncias, que diante da situação ‘não poderia omitir socorro e que jamais pensaria que poderia ser prejudicada por ter sido humana’”, destaca a nota que é finalizada com elogios à atuação e atenção aos pacientes da médica.

Abaixo a versão da médica que o Globo não fez questão de ouvir.  Aguardemos as investigações do Ministério da Saúde. Mas fique a questão: quando os #coxinhasdejaleco vão reconhecer que este jogo baixo só piora a própria imagem dos médicos brasileiros? Quando reconhecerão o que o mundo todo reconhece, a excelência da medicina de atenção básica e saúde da família feita pelos médicos cubanos?

“Eu sou médica e jurei salvar vidas”, diz médica cubana que atendeu piloto morto em arracandão no Sul de SC

Médica disse que estava em evento para conhecer e acabou participando do socorro à vítima. Foto: Jessé Giotti / Agencia RBS

Diário de Santa Catarina

Em Balneário Arroio do Silva, no Litoral Sul do Estado, o clima é de tensão. Moradores da cidade com pouco mais de 10 mil habitantes estão apreensivos quanto ao futuro profissional da médica cubana Aliúska Guerra Alarcon, 34 anos. No domingo, ela fez o atendimento ao piloto de caminhões Edson Beber durante a XXIV Arrancada Internacional de Caminhões. Segundo Aliúska, ela não estava a trabalho, conforme denúncia de 12 médicos ao Conselho Regional de Medicina (Cremesc), mas tentou sim prestar socorro à vitima que morreu no local. Como profissional do Mais Médicos, ela não poderia trabalhar fora do posto de saúde. A ação de Aliúska também está sendo investigada pelo Ministério da Saúde.

Na pastelaria, no posto de saúde e por todos os locais o comentário geral é sobre o fato. Moradores não querem perder a médica. Se mostram satisfeitos com o trabalho que realiza no posto de saúde. Estão solidários a ela em relação às acusações.



Enquete machista do IG indigna leitora

Marzo 21, 2014 14:26, by Unknown - 0no comments yet

Após dezenas de marchas das vadias no Brasil e no mundo, e outras manifestações das mulheres para denunciar a violência contra nós e o discurso cínico machista que joga a responsabilidade das agressões sofridas pelas mulheres cometidas pelos homens, o IG sai com esta enquete sexista e de novo reforça o discurso hegemônico masculino que a mulher violentada é responsável pela violência devido às roupas que usa.

O detalhe pra  a foto escolhida do policial compõe o resto do show de horror.

A sugestão é de Patrícia Antunes Pires que fez o print abaixo:

De acordo com Patrícia: “A enquete começou com o tema dos assédios nos trens e ficou até a parte da manhã. A pergunta era: Qual a solução para abusos cometidos contra as mulheres no transporte público ? E as opções de escolha eram: ROUPAS MENOS OUSADAS/ MAIS SEGURANÇA/ ÁREAS OU VAGÕES EXCLUSIVOS. 

Depois dos bombardeios de emails criticando a enquete e de quase 5 mil pessoas terem participado da votação o IG se justifica: “a enquete serve para evidenciar o pensamento machista que, lamentamos muito, mas predomina na sociedade, conforme revela a votação.”

Patrícia não se convenceu: “O conserto ficou pior que o rasgo, o IG acha que simplesmente tirar a enquete,  beleza, tá resolvido. Não está não!” E pergunta indgnada e com toda razão: “Até quando teremos de fazer patrulhamento da roupa que vestimos? Até quando teremos de aceitar outros tantos rótulos? Até quando este pensamento machista que resume tudo em “NÓS” somos culpadas prevalecerá?”

Até quando, IG?

 



Bob Fernandes: “Marcha da Família Alienada” é ópera bufa

Marzo 18, 2014 6:56, by Unknown - 0no comments yet

Bob Fernandes pegou leve com este bando de idiotas, alienados, irresponsáveis, desumanos e de má-fé que insistem em fazer revisionismo da Ditadura Militar, do Estado de exceção que prendeu, exilou, torturou e matou inimigos políticos.

Os que foram torturados, mortos, presos, silenciados e exilados pra que estas bestas feras tivessem liberdade de expressar tanta tosquice não merecem 50 anos depois que presenciemos tanta bobagem.

Que esses infelizes se recolham à sua ignorância e à sua insignificância.

O Brasil tem ainda muitos problemas, mas aprendeu o valor da liberdade e não deixará mais que a força bruta nos cale.

Daqui duas semanas, os 50 anos do golpe militar que enterrou o Brasil numa ditadura de 21 anos.

Num país em que 55 milhões de pessoas usam internet há espaço para dizer e acreditar no que se quiser.

Mesmo que seja algo sem pé e, principalmente, sem cabeça. Há quem, no próximo sábado, pretenda reeditar em 200 cidades a “Marcha da Família com Deus”.

Em 64, tal “Marcha” foi uma das muitas senhas para o golpe e a instalação da ditadura.

Por ser democrática, a internet permite que nas redes sociais trafegue, também, muita desinformação. Muita mentira. E uma burrice que galopa.

A Folha de S. Paulo cita uma organizadora da “Marcha” de agora, Cristiana Peviani, 51 anos. A senhora Peviani resume e simboliza essa ópera bufa.

A nova marchadora diz “não saber” se houve tortura na ditadura. E comete uma frase que escancara até onde pode chegar o ignorar e a incapacidade para cognição. Disse ela:

-O pessoal que diz que foi torturado está tão forte, tão gordo, tão bonito. Eu vi lá na Comissão (da Verdade, de São Paulo) que eles não tinham nem uma marquinha…

“Marquinha” de tortura. E isso na semana em que se noticiou: depois de torturado e morto, os restos mortais de Rubens Paiva teriam sido desenterrados e jogados no mar.

Com a senhora Peviani estão, por ora, umas 3 mil pessoas. Todas marchando… no facebook. Elas creem, ou dizem crer, que há um “golpe comunista” sendo planejado no Brasil.

Desinformação, mentira, má fé ou incapacidade de raciocínio: isso, é claro, pode ser encontrado em todo o espectro da política e do debate político.

Nas redes sociais, mais do que crítica política, Aécio Neves tem sido vítima de ataques dirigidos à sua pessoa.

Aécio erra se tentar interditar posts na internet. Erro tático, por não ser possível “apagar” milhares de posts; e a notícia sobre a ação multiplica ainda mais o boato.

Mas é obrigatório dizer: quem espalha boato que não se pode provar como fato comete crime de difamação e injúria. É o caso de boa parte dos ataques contra Aécio.

Muitos dos que espalham boatos contra Aécio se revoltam quando a boataria mentirosa é contra, por exemplo, Lula e sua família, e outros. Isso não é política, é esgoto.

Lula e família têm acionado detratores na justiça, e é lá que eles devem pagar. O mesmo deve fazer Aécio Neves.

Assim como a liberdade é uma característica das redes sociais, também o é o anonimato covarde. E esse lixo costuma preencher o vácuo, onde não há ideias.

Mentiras, má fé, o ignorar e a incapacidade de pensar. Dessa alquimia brotam marchadoras e marchadores. E essa ridícula tentativa de reeditar a “Marcha da Família Alienada…”



Artur Henrique, ex-presidente da CUT e atual secretário da gestão Haddad: “Nunca vou deixar de saber de onde vim”

Marzo 17, 2014 11:46, by Unknown - 0no comments yet

Artur Henrique assume, nesta segunda (17), Secretaria no governo petista de SP

por: Vanilda Oliveira, CUT NACIONAL

16/03/2014

Presidente nacional da CUT de 2006 a 2011 será novo secretário de Desenvolvimento e Trabalho da gestão Haddad. “Nunca vou deixar de saber de onde vim”

O ano era 1982. O lugar, a Companhia Paulista de Força e Luz, a CPFL. Lá, uma conversa entre dois amigos: “Você parece que leva jeito para representar os trabalhadores. O que você acha de nos representar?”  ”Não. Acabei de entrar na empresa, eu quero crescer na empresa”. Um ano depois desse diálogo, o jovem paulistano, que nasceu e cresceu numa rua em frente ao estádio do Palmeiras, se tornou representante dos trabalhadores na tal CPFL. E 23 após ter ouvido o quase vaticínio do colega de que podia representar os companheiros no local de trabalho, assumiria a presidência nacional da maior central sindical da América Latina (leia biografia completa abaixo)

Nesta segunda-feira (17), Artur Henrique da Silva Santos assume novo desafio, mais um em sua trajetória repleta de tantos outros. Ele deixa a sua ação na CUT para levar tudo que aprendeu e ensinou no movimento sindical e das lutas bem lutadas para o governo petista de Fernando Haddad. A missão está posta: às 14h, na sede da Prefeitura de São Paulo, Artur será empossado oficialmente no cargo de Secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo.

“Eu nunca vou deixar de saber de onde eu vim. Tem gente que prefere não assumir os desafios próprios do nosso trabalho político, que é formar dirigentes sindicais para diferentes tarefas, mas também formar pessoas que possam interferir nas políticas públicas e, dessa forma, consiguir transformar a vida da população, principalmente dos trabalhadores e das pessoas mais excluídas”, disse Artur sobre seu novo desafio.

E prosseguiu: “Nosso projeto de transformação da sociedade tem sua base em saber que modelo de desenvolvimento nós queremos para o Brasil. Nós não nos formamos e criamos a CUT e o Partidos dos Trabalhadores para fazer o mesmo que já existia antes da gente. Esse é o grande significado do governo Haddad: a proposta do arco do futuro, um projeto de desenvolvimento que seja voltado para a a maioria da população”, explica Artur.

Segundo ele, um dos principais alicerces na Secretaria é implementara ções rumo ao modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e trabalho decente. “E isso faz com que a minha responsabilidade seja colocar em prática o que a gente sempre defendeu e sonhou para os trabalhadores e a sociedade”.

Confiança – Ao reverenciar a trajetória de Artur Henrique no movimento sindical e na CUT, o presidente nacional da Central, Vagner Freitas, disse que “é muito importante que o Artur esteja na Prefeitura de São Paulo para representar o movimento sindical, os movimentos sociais e a classe trabalhadora na estratégia do projeto de governo petista do Haddad, um projeto que mudou o Brasil e já está mudando, para melhor, a maior cidade do País”

Para o secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, São Paulo ganha um secretário à altura da importância estratégica que a capital paulista tem para o País. “Artur é um dirigente sindical e um ser humano como poucos que já conheci. Sua ida para o governo do Haddad é mais uma mostra da relevância que a formação sindical tem para o País por tranformar trabalhadores em dirigentes e dirigentes em secretários, ministros, presidente”, disse Sérgio.

Em 2013, na celebração dos 30 anos da Central, Artur disse: “A CUT já nasceu incomodando e continua sendo uma pedra no sapato de setores conservadores e, mais especificamente, daqueles em cujo coração não bate o desejo verdadeiro de um Brasil independente, onde todas as pessoas tenham emprego, renda, educação, cultura e saúde, a despeito da cor da pele ou das origens social e geográfica. É claro que estamos longe dessa conquista. Mas isso não quer dizer que o sonho acabou, nem tampouco que não esteja sendo construído passo a passo.  Ainda falta muito, mas falta menos”.Trajetória –

Trajetória – Após dois mandatos à frente da CUT (2006 a 2012), Artur foi secretário-adjunto de Relações Internacionais. Também presidiu o Instituto de Cooperação Internacional criada pela CUT e foi membro do Conselho Executivo da Central Sindical das Américas (CSA).

Artur completará 53 anos em junho, é paulistano da Vila Pompeia, bairro da zona oeste. O pai tinha uma papelaria e a mãe era trabalhadora doméstica. É filho único, casado e pai de duas filhas. A formação universitária em Sociologia foi em Campinas, no interior, para onde a família se mudou em 1979. Fez concurso e entrou na Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), na época uma estatal, como eletrotécnico.

Tornou-se oficialmente dirigente sindical em 1987 (no atual Sinergia), na mesma época em que começou a estudar Sociologia na PUC. Mas Iniciou sua atividade sindical em 1983, quando foi eleito conselheiro representante dos trabalhadores da CPFL.

No ano seguinte, participou da campanha para a eleição de uma chapa cutista de oposição à direção do Sindicato dos Eletricitários de Campinas cuja vitória ocorreu em 1987, quando Artur Henrique assume o cargo de diretor executivo da entidade. Imediatamente o STIEEC filia-se à CUT e, em 1991, foi o primeiro sindicato do Brasil a abolir a cobrança do imposto sindica.
Em 1997, em consonância com outra diretriz da CUT, o Sindicato dos Eletricitários uniu-se ao Sindicato dos Gasistas, que também compõe o setor energético, dando origem ao Sinergia-SP/CUT. As categorias, dessa forma, consolidaram a organização dos trabalhadores por ramo de atividade.

De 2000 a 2003, Artur Henrique foi diretor da CUT de São Paulo. Chegou à CUT nacional em 2003. A busca pela construção deste modelo de organização em todas as categorias representadas pela CUT foi a tônica do mandato de Artur naquela secretaria. Depois da Formação,foi secretário-geral até assumir a presidência da Central – 2006  a 2012.



Nem a Folha aguenta o jornalixo de Veja

Marzo 17, 2014 6:23, by Unknown - 0no comments yet

Nem a Folha dá conta do jornalixo da Veja, Ricardo Melo, na Folha de hoje critica a reporcagem da Veja.

Por sugestão de Adriano Diogo.

A fixação do jornalixo de Veja por Dirceu e o PT nem Freud explica, mas a política explica.

 O linchamento de José Dirceu

Por: Ricardo Melo, Folha

17/03/2014

Irritados com o que consideram manipulação da mídia, vários interlocutores afirmam ter deixado de ler a publicação x ou y. Trata-se de um luxo vedado a jornalistas.

Concordando ou discordando, somos permanentemente obrigados a passar os olhos, que seja, pelo maior número possível de publicações. Até para poder comentar, criticar, elogiar ou simplesmente nos informar.

Ainda assim, é difícil encarar com naturalidade a cobertura dispensada a presos do chamado mensalão. Sim, é dela mesma que eu falo: da reportagem de capa da revista de maior circulação nacional sobre a vida na cadeia do ex-ministro José Dirceu e outros condenados.

Com um tom acusatório, a revista brinda os seus leitores com frases do tipo: “Lá ele [José Dirceu] gasta o tempo em animadas conversas, especialmente com seus companheiros do mensalão [....] só interrompe as sessões de leitura para receber visitas, muitas delas fora do horário regulamentar e sem registro oficial algum, e para fazer suas refeições, especialmente preparadas para ele e os comparsas. “O cardápio? ‘Aqui já teve até picanha e peixada feitas exclusivamente para eles’, conta um servidor”.

A lista de pretensas mordomias não tem fim, bem como o ridículo da reportagem. “Como o lugar fica longe dos olhos dos presos comuns, os mensaleiros podem desfrutar o tratamento especial sem que seus colegas de prisão reclamem. Dentro da cela, já foram recolhidos restos de lanche do McDonald’s”. Não, não escrevi errado. A transcrição está exata. Prova do tratamento diferenciado, especial, transgressor, ilegal dos presos estão “restos de lanche do McDonald’s”!

A coisa não fica por aí. “No banheiro, em vez da latrina encravada no chão, que os detentos chamam de ‘boi’, há um civilizado vaso sanitário.” A reportagem não esclarece se entre os privilégios está o uso de papel higiênico. Mas Dirceu não é o único alvo. Sobra também para o ex-deputado petista José Genoino. “Numa conversa entreouvida por um servidor, um médico que atendia Genoino revelou ter escutado do próprio petista a admissão de que deixara de tomar alguns remédios para provocar uma arritmia cardíaca e, assim, poder pleitear a prisão domiciliar.”

O sigilo de fontes é salvaguarda crucial para o trabalho dos jornalistas e geralmente é usado como ponto de partida de uma investigação. Deve ser defendido incondicionalmente. Isso não isenta o autor de medir a gravidade do que escreve. O malabarismo verbal costuma ser uma defesa antecipada de quem faz denúncias impactantes sem ter como prová-las. Exemplo: “Uma conversa entreouvida por um servidor” serve de base para acusar um preso de arriscar a própria vida para ter acesso a benefícios aos quais, por sua vez, já teria direito.

Tão espantoso quanto tudo isso é o fato de, em nenhum momento, a reportagem lembrar ao distinto público que José Dirceu está preso ilegalmente. Mérito do julgamento à parte, queira-se ou não, concorde-se ou não, o ex-ministro foi condenado ao regime semiaberto. Pois bem: desde que a sentença foi promulgada, Dirceu vive em regime fechado ao arrepio da lei. “Ah, mas ele come McDonald’s”…

Cinquenta anos depois do golpe de 1º de abril de 1964, paralelos surgem de todos os lados. Um governo com rótulo de popular, lideranças conservadoras insatisfeitas com tanto tempo longe do Planalto, uma nova derrota eleitoral se desenhando no horizonte. Há diferenças importantes, contudo. Algumas: no momento presente, não se fala da estatização de empresas, reforma agrária radical e ampliação de mecanismos de poder da população. Os donos do dinheiro não têm muito do que reclamar. Agora, ficar esperto não atrapalha ninguém. Nunca é bom dar sopa para o azar.

ricardo melo

Ricardo Melo, 58, é jornalista. Na Folha, foi editor de ‘Opinião’, editor da ‘Primeira Página’, editor-adjunto de ‘Mundo’, secretário-assistente de Redação e produtor-executivo do ‘TV Folha’, entre outras funções. Também foi chefe de Redação do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), editor-chefe do ‘Diário de S. Paulo’, do ‘Jornal da Band’ e do ‘Jornal da Globo’. Na juventude, foi um dos principais dirigentes do movimento estudantil ‘Liberdade e Luta’ (‘Libelu’), de orientação trotskista.