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Aprile 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.
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A conta da violência em SP é de Alckmin, mas o governo federal não pode ser omisso diante da brutal violência que cerceia o direito de ir e vir

Febbraio 23, 2014 8:38, by Unknown - 0no comments yet

E por favor não venham desqualificar Maringoni por ser do PSOL, ele é muito mais duro nas análises sobre a ação dos black bloc que eu mesma. São palavras dele: “A esquerda não pode, em hipótese alguma, ser condescendente com as ações dos Black Blocs”.


Print do UOL

NATURALIZAÇÃO DA EXCEÇÃO

Por:  Gilberto Maringoni em seu Facebook

Na toada em que caminhamos, o pior legado da Copa não será a coleção de arenas de duvidosa serventia posterior.

Não serão as obras de mobilidade que se revelam pura realidade virtual.

Não será a privatização dos aeroportos.

Não será o uso e abuso dos dinheiros públicos em negócios privados.

O pior legado da Copa será a naturalização da exceção.

O que se viu na noite de sábado em São Paulo é parte disso.

Pode-se deplorar a palavra de ordem “Não vai ter Copa”.

Pode-se torcer o nariz pelo fato de existirem protestos contra a Copa.

Mas não se pode ficar indiferente a uma repressão brutal, que buscou intimidar a população desde o início da tarde na capital paulista.

(Duas horas antes da manifestação, a estação de metrô São Joaquim, distante 2,5 quilômetros da praça da República, onde haveria o ato, tinha sua plataforma de embarque em direção ao centro ocupada por cerca de 200 policiais).

A responsabilidade pela injustificável selvageria, com mais de cem prisões e agressões a ativistas, jornalistas e advogados, é do governo do estado, comandado por Geraldo Alckmin, do PSDB e apoiador do Opus Dei.

Embora não tenha responsabilidade direta neste episódio, o governo federal se mostra, lamentavelmente, omisso.

São Paulo é um ente federado. Mas não é outro país.

O ministro da Justiça – aquele senhor que afirmou não ter participado do IV Encontro Nacional dos Estudantes, em 1977, selvagemente reprimido pela Polícia Militar, por ter tido “medo” – não pode ficar calado quando o direito constitucional de ir e vir e de reunião é pisoteado.

Não pode ter medo de Geraldo Alckmin.

Ajuda indiretamente na criação desse clima de exceção o fato de o governo federal colocar como prioridade o endurecimento da legislação sobre manifestações públicas.

E reforça a diretriz do mandatário paulista a presidenta da República afirmar que colocará o exército nas ruas para coibir protestos.

O golpe de 1964 completa meio século neste ano.

A campanha das Diretas, que acabou com a ditadura, faz vinte anos.

O que menos precisamos é ter, num regime democrático, a banalização da exceção.

Quem ganha com isso não é o setor da sociedade que foi às ruas há duas décadas.

São os trogloditas que aplaudiram os tanques em 1964.

E que estão aí, vivos, lépidos e fagueiros.

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Ex- homem de Serra e atual secretário da gestão de ACM Neto lamenta não haver mais pelourinho para cobrar dívidas dos soteropolitanos

Febbraio 23, 2014 6:17, by Unknown - 0no comments yet

Em São Paulo a proposta de aumento redistributivo de Haddad, em que ricos pagariam mais e pobres pagariam menos ou seriam isentos foi parar no STF e Barbosão ficou do lado da Fiesp e o prefeito foi derrotado e consequentemente os milhões de paulistanos pobres sem acesso a bens públicos que os recursos do IPTU podem promover vão pagar a conta.

Em Salvador,  a oposição afirma que em alguns casos o aumento do IPTU na cidade chega a 1.000%. É o maior aumento do país. A OAB local entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o aumento. Mas o problema para os coxinhas e para os equivocados da esquerda radical é o PT. Parabéns aos envolvidos em Salvador que reanimaram o Carlismo para que este importasse de São Paulo um homem de Serra que tem saudades do Pelourinho.

Dica da leitora Mariana Trindade:

Mauro Ricardo diz que INFELIZMENTE não há mais Pelourinho para cobrar dívidas

Por Renato Rovai na Revista Fórum

22/02/2014

Mauro Ricardo, homem de Serra, e atualmente secretário da Fazenda da Prefeitura de Salvador na gestão ACM Neto, deu uma entrevista, na noite de ontem, no programa Se Liga Bocão, da Rádio Itapoan FM da Bahia, para defender o aumento do IPTU na cidade e criticar a inadimplência baiana. Entre outras coisas disse:

“Antigamente se botava as pessoas no pelourinho pra poder pagar as suas dívidas. INFELIZMENTE hoje não é mais assim. Hoje é a Justiça. É a Justiça quem define e o prazo é o prazo estabelecido pela Justiça.”

Você pode ouvir o áudio na Revista Fórum.

Segundo a oposição de Salvador, em alguns casos o aumento do IPTU na cidade chega a 1.000%. É o maior aumento do país. A OAB local entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o aumento.

Para quem não sabe quem é Mauro Ricardo vale uma breve explicação. É homem de carreira em gestões públicas do PSDB e trabalhou nos governos de FHC e Aécio e mais recentemente nas gestões Serra e Kassab na prefeitura de São Paulo. Foi no seu período à frente da Secretaria de Finanças da cidade que a máfia do ISS, desbaratada na gestão Haddad, nadou de braçadas.

Num dos telefonemas grampeados da máfia,  Ronilson Bezerra, um dos fiscais presos por conta do roubo que pode ser de mais de 500 milhões, disse a seguinte frase.

É um absurdo. Paula, tinha que chamar o secretário e o prefeito também, você não acha? Chama o secretário e o prefeito que eu trabalhei. Eles tinham ciência de tudo.”,

Há claros indícios de que ele se referia a Kassab e a Mauro Ricardo.

O pelourinho a que Mauro Ricardo se refere é um poste de madeira ou de pedra, com argolas de ferro,  onde praticamente apenas negros eram amarrados e chicoteados em praça pública.

Pra dizer o mínimo, Mauro Ricardo prefere açoites ao invés de Justiça. E provavelmente principalmente para negros e pobres que devem ser a ampla maioria dos inadimplentes que não têm condições de pagar o abusivo imposto que ele quer impor Salvador com o aval do grande ACM Neto.

Confira o áudio na Revista Fórum



Denuncismo, arrogância, falta de estratégia política e despolitização nas ruas e nas redes, a direita agradece

Febbraio 23, 2014 5:46, by Unknown - 0no comments yet

O denuncismo da rede por uma certa ala da esquerda e/ou de ativistas de alguns movimentos sociais está pior que a fábula Pedro e o Lobo. O problema é que quando o Lobo aparece encontra a sociedade toda desarticulada sem condições de reagir.

Passa por foto falsa de banheiros escolares e chega a estupro de liderança do Rio dos Macacos.

A quem servem denúncias fakes, sem provas ou que não foram ditas pelas vítimas que sofrem constantes abusos reais por parte da polícia, de militares, de ruralistas e de toda a sorte dos que detêm o poder econômico neste país? Ao velho banditismo praticado por ruralistas, por políticos safados, por milicos violentos ou aos povos constantemente vítima da violência e dos desmandos destes agentes?

A quem serve o movimento teimoso do #naovaitercopa que não é reconhecido sequer por aqueles que dizem representar?

Cadê a principal bandeira, a de Reforma Política, que ganhou força com as jornadas de junho na pauta do #nãovaitercopa? Cadê os manifestantes do não vai ter Copa nas plenárias do Plebiscito Popular ou nas do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação?

Ir para as ruas sem articulação com um contingente policial superior aos manifestantes, com a população fora dos movimentos enxergando-os como “assassinos de cinegrafistas” é no mínimo inconsequência. E não, isso não significa que a polícia tem direito de agir como age e isso não significa que governadores que não controlam suas polícias ou governadores truculentos que dão ordem para a repressão não devam ser responsabilizados. Isso também não significa que o governo federal, especialmente o ministro da Justiça deva ser omisso ou abrir a boca pra dizer bobagens. Isso também não significa que os Vianna possam dar continuidade no Legislativo à sandice da funesta Lei Anti-terrorismo.

Mas voltemos ao que está ao nosso alcance, ao menos aqueles que tem efetivo compromisso com as lutas sociais. Espalhar fotos fakes nas redes como se fossem relatos pessoais ou pôr palavra na boca de vítimas que elas não proferiram em blogs respeitáveis a meu ver só diminuem a força de movimentos sérios.

Quanto ao #NãoVaiTerCopa, está na hora de reconhecer que o debate que queriam propor sobre a Copa, debate legítimo que questionam remoções no Rio, em São Paulo, por exemplo, pegou um caminho político pra lá de equivocado.

Chamar uma manifestação na semana que antecede o carnaval, com boa parte dos jovens que saíram às ruas em junho brincando em blocos carnavalescos, sem nem saber que meia dúzia de gatos pingados sairiam em protesto contra a Copa, não me parece nada inteligente.

A chamada #nãovaitercopa desta vez não vai contar com a solidariedade nem de movimentos sérios como o #MST, que se agregou às jornadas de junho que luta por reforma agrária, que acabou de apanhar numa marcha pacífica em Brasília, que é sempre solidários aos movimentos sociais do campo e da cidade. Se ao menos o debate fosse colocado com um mínimo de politização, mas não, os manifestantes do #nãovaitercopa parecem ter fugidos todos da escola. A polícia militar, sob comando dos governadores, desce o cacete e a moçada grita “Dilma a Ucrânia é aqui”.

Perdeu-se a grande chance de fazer um debate sobre o país:

#copapraquem? #naoVaiTerDuasSemanasDeJurosQueCorrespondemATodoValorEmprestadoPeloBNDESParaConstruçãodeEstádios, mas nada, este movimento se reduziu a um bando de teimosos incapazes de fazer uma mínima análise de conjuntura. Alô Venezuela!

Não analisar conjuntura, colocar a própria vida e a dos demais em risco e não conseguir sequer deixar claro para a população que dizem representar é arrogância misturada com inconsequência. São arrogantes em tentar representar aqueles que dizem representar e nos quais os representados não se reconhecem. É preciso fazer uma autocrítica.

O entulho da ditadura militar- as polícias militares- e seus governadores de políticas truculentas agradecem. Com exceção de Sérgio Cabral, Alckmin continua ileso. Trensalão tucano, com rombo de um bilhão nos cofres públicos, secretário de transporte de Alckmin chamando usuários de metrô de “safados”, Alckmin e sua prática Pinheirinho prosseguindo com a remoção de pobres na porrada e leiloando (como fez Kassab) áreas de terrenos públicos em bairros de elite pra especulação imobiliária com a anuência do braço que defende apenas seus interesses de classe na Justiça, que autoriza desocupação em área sub judice!

Enquanto isso, a turma do #nãovaitercopa recheando as cadeias e outro entulho da ditadura militar,  a Rede Globo, que impôs sua bandeira contra a PEC37 durante as jornadas de junho, agora arrasta o nome de Freixo para lama.

A cereja do bolo está nas páginas da velha mídia hoje.

Print da página da UOL.

álbum da UOL, por exemplo, opera a mesma mágica conforme o sabor de seus interesses eleitorais.

A legenda da foto dada pelo UOL chama a atenção. Nela, os manifestantes, que durante as jornadas de junho eram denominados de ‘vândalos’ pela velha mídia, esta que pedia em seus editoriais mais repressão por parte de Alckmin às manifestações,  quando conseguiu impor a sua pauta reacionária às manifestações enterrando a PEC 37 transmutou os ‘vândalos’ em ‘manifestantes’. Depois quando a mesma Velha Mídia se tornou alvo dos manifestantes, esses se tornaram, nas páginas da Velha Mídia, novamente “vândalos”. Agora, em ano eleitoral e na campanha uníssona dos porta-vozes tucanos do monopólio midiático (mesmo que o governo federal como todos os demais sustentem este não jornalismo com gordas verbas publicitárias) para desgaste da presidenta e futura candidata à reeleição e que nas pesquisas de intenção de votos vence no primeiro turno, os ‘vandalos’ novamente são “Ativistas” na velha mídia, mesmo que estejam quebrando portas de lojas, mesmo que a polícia e sua repressão desmedida não poupe sequer os jornalistas.

A jornalista Jéssica Souza que é pró manifestações e crítica ao governo Dilma e a realização da Copa denuncia em comentários do Facebook que a orientação da grande mídia para seus profissionais ontem foi a de que esquecessem as prisões de jornalistas e não prestassem queixas.

Ou seja, a polícia em um contingente maior que os manifestantes que não precisa de mascarados para barbarizar na repressão, que está sob comando do governo Alckmin, sai intacta, Alckmin sai intacto e a conta é de Dilma. O velho barbudo continua atual, a história se repete: a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.

Parabéns aos envolvidos.

DESESPERO

Moradores de áreas que serão leiloadas por Alckmin protestam no Palácio dos Bandeirantes

Sem tempo para alternativas judiciais, moradores de terrenos travam frente da sede do governo e exigem audiência com o governador
Por Rodrigo Gomes, da RBA 
21/02/2014
 moradores

São Paulo – Cerca de 70 moradores dos 42 terrenos que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) pretende leiloar nos bairros de Campo Belo e Brooklin, zona sul da capital paulista, estão protestando neste momento em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na altura do 4.500 da avenida Morumbi, pedindo a suspensão dos leilões e uma audiência com o governador para discutir formas de as famílias permanecerem nas casas.

Segundo o assistente social Geilson Sampaio, que acompanha as famílias, somente a Polícia Militar conversou com os manifestantes e não há perspectiva de término para o ato. “Eles estão dando uma canseira na gente. Mas nós não vamos embora. Queremos respostas”, afirmou. As famílias iniciaram sua marcha até o Palácio dos Bandeirantes às 7h de hoje (21).

O protesto é visto pelas famílias como uma das últimas alternativas de impedir os leilões. No último dia 12, a Justiça paulista autorizou os leilões, mantendo uma decisão do ex-presidente do Tribunal de Justiça Ivan Sartori, que avaliou risco financeiro ao Estado caso eles não fossem realizados.

O governo alega que a ação é necessária para capitalizar a Companhia Paulista de Parcerias, empresa do governo estadual responsável por empreendimentos em conjunto com a iniciativa privada. A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, que organiza o processo, defendeu que as áreas estavam vazias. O que foi desmentido por reportagem da RBA, que encontrou 42 famílias vivendo em 22 locais.

A Defensoria Pública ingressou com ação civil pública para impedir os leilões em agosto do ano passado. Naquele momento eram 60 áreas. A Justiça concedeu liminar suspendendo os leilões. E continua mantendo essa decisão após três tentativas do governo de derrubar a liminar. Porém, a decisão do ex-presidente, mantida pelo Órgão Especial do TJ, se sobrepõe à liminar.

O primeiro leilão está marcado para a próxima quarta-feira (26).



Denuncismo, arrogância e despolitização nas ruas e nas redes, a direita agradece

Febbraio 23, 2014 5:46, by Unknown - 0no comments yet

O denuncismo da rede pela ala da esquerda/ de ativistas de alguns movimentos sociais está pior que a fábula Pedro e o Lobo. O problema é que quando o Lobo aparece encontra a sociedade toda desarticulada sem condições de reagir.

Foto falsa de banheiros escolares e chega a estupro de liderança do Rio dos Macacos.
A quem serve denúncias que não se pode provar? Ao velho banditismo praticado por ruralistas, por políticos safados, por milicos violentos ou aos povos constantemente vítima da violência e dos desmandos destes agentes?
A quem serve o movimento teimoso do #naovaitercopa que não é reconhecido sequer por aqueles que dizem representar?
Ir pra rua sem articulação com um contingente policial superior aos manifestantes, com a população fora dos movimentos enxergando-os como “assassinos de cinegrafistas” é de uma burrice atroz.
Espalhar fotos fakes como se fossem relatos pessoais ou pôr palavra na boca de vítimas que elas não proferiram a meu ver só diminuem a força de movimentos sérios.
Está na hora de reconhecer que o debate que queriam propor sobre a Copa pegou um caminho político pra lá de equivocado.
Chamar uma manifestação na semana que antecede o carnaval, com os jovens todos nos blocos sem nem saber que meia dúzia de gatos pingados sairiam em protesto contra a Copa não me parece nada inteligente.
A chamada #nãovaitercopa desta vez não vai contar com a solidariedade nem de movimentos sérios como o #MST, que se agregou às jornadas de junho. Se ao menos o debate fosse colocado com um mínimo de politização, mas não, os manifestantes do #nãovaitercopa parecem ter fugidos todos da escola. A polícia sob comando dos governadores desse o cacete e a moçada grita Dilma a Ucrânia é aqui.
Perdeu-se a grande chance de fazer um debate sobre o país: #copapraquem? #naoVaiTerDuasSemanasDeJurosQueCorrespondemATodoValorEmprestado #PrafazerEstadios mas nada, este movimento se reduziu a um bando de teimosos incapazes de fazer uma mínima análise de conjuntura, Alô Venezuela! Arrogantes em tentar representar aqueles que dizem representar e nos quais os representados não se reconhecem.
O entulho da ditadura militar- as polícias militares- e seus governadores de políticas truculentas agradecem. Com exceção de Sérgio Cabral, Alckmin continua ileso. Trensalão tucano, com rombo de um bilhão nos cofres públicos, secretário de transporte de Alckmin chamando usuários de metrô de “safados”, Alckmin e sua prática Pinheirinho prossegue desabrigando pobre na porrada e leiloando (como fez Kassab) áreas de terrenos públicos em bairros de elite pra especulação imobiliária com a anuência do braço tucano na Justiça que autoriza desocupação em área sub judice e a turma do #nãovaitercopa indo pra cadeia, outro entulho da ditadura militar que fez impôs sua bandeira contra a PEC37 nas jornadas de junho, a Rede Globo, agora arrasta o nome de Freixo para lama.
Parabéns aos envolvidos.

DESESPERO

Moradores de áreas que serão leiloadas por Alckmin protestam no Palácio dos Bandeirantes

Sem tempo para alternativas judiciais, moradores de terrenos travam frente da sede do governo e exigem audiência com o governador
Por Rodrigo Gomes, da RBA 
21/02/2014
 moradores

São Paulo – Cerca de 70 moradores dos 42 terrenos que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) pretende leiloar nos bairros de Campo Belo e Brooklin, zona sul da capital paulista, estão protestando neste momento em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na altura do 4.500 da avenida Morumbi, pedindo a suspensão dos leilões e uma audiência com o governador para discutir formas de as famílias permanecerem nas casas.

Segundo o assistente social Geilson Sampaio, que acompanha as famílias, somente a Polícia Militar conversou com os manifestantes e não há perspectiva de término para o ato. “Eles estão dando uma canseira na gente. Mas nós não vamos embora. Queremos respostas”, afirmou. As famílias iniciaram sua marcha até o Palácio dos Bandeirantes às 7h de hoje (21).

O protesto é visto pelas famílias como uma das últimas alternativas de impedir os leilões. No último dia 12, a Justiça paulista autorizou os leilões, mantendo uma decisão do ex-presidente do Tribunal de Justiça Ivan Sartori, que avaliou risco financeiro ao Estado caso eles não fossem realizados.

O governo alega que a ação é necessária para capitalizar a Companhia Paulista de Parcerias, empresa do governo estadual responsável por empreendimentos em conjunto com a iniciativa privada. A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, que organiza o processo, defendeu que as áreas estavam vazias. O que foi desmentido por reportagem da RBA, que encontrou 42 famílias vivendo em 22 locais.

A Defensoria Pública ingressou com ação civil pública para impedir os leilões em agosto do ano passado. Naquele momento eram 60 áreas. A Justiça concedeu liminar suspendendo os leilões. E continua mantendo essa decisão após três tentativas do governo de derrubar a liminar. Porém, a decisão do ex-presidente, mantida pelo Órgão Especial do TJ, se sobrepõe à liminar.

O primeiro leilão está marcado para a próxima quarta-feira (26).



Dona Cidoca, Haddad, a Cracolândia e minha feijoada

Febbraio 22, 2014 13:25, by Unknown - 0no comments yet

Vinha agora no ônibus sentada ao lado de uma senhora, 70 anos, negra, recém aposentada, 22 anos de trabalho doméstico e mais 20 anos de trabalho numa creche municipal. Segundo ela ainda não caiu a ficha da aposentadoria e ela não sabe bem o que fazer quando acorda toda manhã.

Eu trazia uma feijoada em uma quentinha na sacola. Almocei num pé sujo da Praça da Sé depois o périplo no Poupatempo para fazer pela 3a vez em menos de um ano minha carteira de motorista. Me irritei com  os oportunistas do entorno, mas também encontrei figuras interessantes, como um jovem, ex-evangélico e atual espírita, que liga constantemente para a Record para reclamar da criminalização das religiões afrobrasileiras no Fala que eu te escuto e que condenava com veemência a homofobia dos pastores políticos midiáticos.

Dona Cidoca (que encontrei no ônibus) comentou o cheiro da feijoada. Expliquei a ela que havia almoçado, mas como a cumbuca era muito grande, embalei e pretendia dar a algum morador de rua, mas estranhamente não encontrei nenhum. Ela me responde:

O centro está mais limpo, o pessoal que ficava na rua agora está empregado limpando as ruas e dorme nos hotéis.

Ela como eu percebeu diferenças expressivas andando no centro da cidade.

E ela concluía: “esse menino é  humano, (se referindo a Haddad), tem gente que só precisa de uma chance. Ele está dando esta chance.

Por isso não me surpreende nem um pouco os dados apresentados na notícia reproduzida ao final deste post: Participantes de programa reduziram uso de crack em até 70%, diz Haddad

Mesmo vivendo numa sociedade conservadora como a nossa,  mesmo com o Denarc que temos (veja aqui, aqui e aqui), mesmo com o governo do estado que temos, mesmo com a mídia que temos e com a polícia militar que temos, dona Cidoca é capaz de ver que a operação Braços Abertos precisa de nosso apoio, do apoio daqueles que ainda não enlouqueceram, não naturalizaram a violência e se tornaram incapazes de ver onde residem os verdadeiros problemas de segurança pública.

Que Dona Cidoca continue conversando no ônibus, iluminando mentes conservadoras.

A matéria abaixo foi sugestão do professor Carlos Emilio Faraco:

Participantes de programa reduziram uso de crack em até 70%, diz Haddad

Letícia Macedo, Do G1 São Paulo

14/02/2014

Número de pedras consumidas por usuário passou de 15 para cerca de 5.
Programa Braços Abertos completa um mês no sábado.

Prefeito Haddad anunciou ampliação de programa (Foto: Letícia Macedo/G1)
Prefeito Haddad anunciou ampliação de programa
(Foto: Letícia Macedo/G1)

A Prefeitura de São Paulo estima que dependentes de drogas participantes do Programa de Braços Abertos reduziram de 50% a 70% seu consumo de crack. A ação de auxílio a usuários da região conhecida como Cracolândia, no Centro da capital, completa um mês neste sábado (15).

De acordo com a Administração Municipal, o número de pedras consumidas por cada usuário passou de 10 a 15 para cerca de cinco. Um convênio com o governo estadual destinou 500 leitos para internação de viciados. Porém, até o momento, nenhum participante do programa se interessou por esse tipo de tratamento.
A tenda, que funciona atualmente até as 17h, receberá uma sala de estar com televisão para que os dependentes possam ter uma alternativa de lazer até por volta das 22h. “Existe ainda a reminiscência do chamado fluxo, sobretudo a partir do anoitecer, quando a presença pública diminui”, disse nesta sexta-feira (14) o prefeito Fernando Haddad (PT). “Nós vamos, em um primeiro momento, estender nossa presença até as 22h.”

O objetivo de ampliar a carga horária dos agentes de saúde é também se aproximar de usuários, que se reúnem na região no período noturno, para que eles possam se tornar novos participantes do programa. “Se conseguirmos tirar mais 40 do fluxo já seria uma vitória tremenda”, afirmou a secretária da Assistência Social do município, Luciana Temer.

De acordo com balanço da Prefeitura, 386 dependentes químicos foram cadastrados inicialmente. A estimativa é que 89% tenham trabalhado regularmente. Na última sexta-feira, 340 pessoas receberam pagamento por terem atuado na varrição das ruas do Centro. Porém, ainda não existe um balanço sobre o número de usuários que abandonaram definitivamente o programa. Pelo menos três deles foram levados pela família, segundo a secretária.

A Prefeitura faz atualmente um mapeamento da concentração de usuários em várias partes da cidade para poder adaptar o projeto. “As características da Luz não se vê em outras regiões. O que acontecia na Luz era um mercado livre de drogas. Havia o pressuposto de que havia um território livre”, disse Haddad. “Não é o que acontece em outras regiões da cidade. Há a concentração de usuário, mas não há um mercado. O tipo de tratamento que a gente vai dar em cada caso também terá que ser diferente.”

Segundo o prefeito, a possibilidade de outros municípios contarem igualmente com a ajuda do governo federal, como já foi sinalizado, para criar programas semelhantes é bastante positiva. “Isso para nós da região metropolitana é fundamental, porque vai impedir que as pessoas venham para cá”, observou.

O prefeito aproveitou para minimizar o mal estar provocado por uma operação do Denarc, que terminou com vários detidos. “[A ação do Denarc] é um episódio superado. O governo do estado e nós sentamos e restabelecemos o protocolo inicial e efetivamente não houve prejuízo”, disse.

Busca ativa
Há cerca de duas semanas, a Secretaria da Assistência Social lançou um processo de busca ativa dos participantes do programa que por algum motivo se ausentavam do trabalho. Só após a conclusão desse trabalho a Prefeitura divulgará o número de desistentes.

Atualmente, o programa tem capacidade de atender até 400 dependentes, oferecendo alojamento em um hotel, três refeições por dia e R$ 15 por dia trabalhado na varrição. Aos dependentes químicos também são oferecidos um curso de capacitação profissional. Na tentativa de reconstruir os vínculos, a Prefeitura fará um trabalho para que os dependentes tenham documentação e ajudará na localização de amigos e parentes.

Jardinagem
A Prefeitura também abrirá 80 vagas – sendo 40 nos próximos dias – no programa Fábrica Verde fora da região da Cracolândia, que permitirá ao usuário obter uma formação profissional. O dependente químico poderá assim buscar alternativas de trabalho fora da região onde a oferta de drogas é muito fácil.

“O objetivo é que eles rompam o vínculo com aquele território, não fiquem aprisionados àquele quadrilátero. É uma maneira de facilitar a emancipação dessas pessoas da sua condição atual”, afirmou Haddad.  No intuito ainda de estimular a circulação por outras regiões da cidade, o perímetro de varrição feita pelos integrantes do projeto também será ampliado.

Iluminação
O prefeito disse que um novo sistema que permitirá a iluminação embaixo das árvores deve ser implantado na região. A Prefeitura estuda a ampliação do programa para outros bairros da cidade. Porém, o conceito seu deve ser adaptado à realidade de cada bairro.

“Há uma mudança de paisagem na região bastante significativa. O depoimento das pessoas é bastante favorável. Acho que a gente está no caminho certo e vamos continuar perseguindo apoio comunitário”, disse Haddad.

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Documentário sobre a Cracolândia, domingo, não percam!

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Raquel Rolnik: Pinheirinho, Cracolândia e USP: em vez de política, polícia!

Imagens da Proteção, do Bem-estar, da Justiça e da Segurança Pública de São Paulo

Em ação surpresa, Polícia Civil reprime com bombas dependentes na Cracolândia