Morrem Manoel de Barros e Leandro Konder
13 de Novembro de 2014, 10:07Duas perdas imensas para o país: Leandro Konder e Manoel de Barros, perdemos em reflexão, em humanização, sonhos, utopias e poesia. O Brasil hoje está mais triste, o verbo perdeu um pouco de ‘delírio’:
”O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos. A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som. Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira. E pois. Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos – O verbo tem que pegar delírio” Manoel de Barros
Morre, aos 97 anos, o poeta Manoel de Barros
O poeta Manoel de Barros morreu hoje (13), em Campo Grande (MS). Considerado um dos maiores autores da língua portuguesa, ele estava internado desde o último dia 24, no Hospital Proncor, da capital sul-mato-grossense, devido a uma obstrução intestinal. Segundo a assessoria do hospital, o poeta faleceu às 8h05, devido à falência múltipla dos órgãos.
Conhecido pela linguagem coloquial – à qual chamava de idioleto manoelês archaico – e por buscar inspiração nos temas mais simples e banais, Barros dizia ser possível resumir sua trajetória de vida em poucas linhas. “Nasci em Cuiabá [à época , 1916, dezembro. Me criei no Pantanal de Corumbá [MS]. Só dei trabalho e angústias pra meus pais. Morei de mendigo e pária em todos os lugares da Bolívia e do Peru. Morei nos lugares mais decadentes por gosto de imitar os lagartos e as pedras. Publiquei dez livros até hoje. Não acredito em nenhum. Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo que fui salvo. Sou fazendeiro e criador de gado. Não fui pra sarjeta porque herdei. Gosto de ler e de ouvir música – especialmente Brahms. Estou na categoria de sofrer do moral, porque só faço poesia”, escreveu o autor.
Barros começou a esboçar seus primeiros poemas aos 13 anos de idade. Seu primeiro livro, intitulado Poemas, foi publicado em 1937, quando o autor tinha 21 anos. Pouco afeito à política partidária, chegou a integrar o Partido Comunista Brasileiro, mas por pouco tempo. Desde a década de 1950, conciliava a literatura com a gestão da fazenda que herdou dos pais.
Perfeccionista, conquistou os prêmios literários Jabuti (1989 e 2002); Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) (2004); Nestlé (1997 e 2006); Alfonso Guimarães da Biblioteca Nacional (1996) e Nacional de Literatura, concedido pelo Ministério da Cultura ao conjunto de sua obra, em 1998. Em 2000, foi agraciado com o Prêmio Academia Brasileira de Letras, pelo livro Exercício de Ser Criança.
Os governos de Mato Grosso – onde o poeta nasceu, e do Mato Grosso do Sul – onde Barros vivia, decretaram luto oficial de três dias. Em nota, o governador sul-mato-grossense, André Puccinelli, diz que a obra de Barros divulgou as belezas e as potencialidades do estado, “enriquecendo assim, a história da literatura e a cultura do local que ele escolheu para viver ao lado de sua esposa”
Barros costumava brincar com a importância da poesia: “Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia”. Trechos de seus poemas são frequentemente citados pela perspicácia e bom humor. Desde que foi internado, dois versos, em particular, estão sendo bastante citados na mídia e em redes sociais: “Não preciso do fim para chegar” e “Do lugar onde estou já fui embora”, ambos da obra Livro Sobre Nada, de 1996.
O advogado e filósofo marxista Leandro Konder, de 78 anos, morreu na tarde desta quarta-feira, 12, segundo a Boitempo Editorial, editora em que ele trabalhava. A empresa não soube informar as circunstâncias da morte. A reportagem não conseguiu falar com familiares do filósofo.
Nascido em Petrópolis, na região serrana do Rio, em 3 de janeiro de 1936, Konder formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atuou como advogado criminalista e, depois, trabalhista, até ser demitido dos sindicatos em que trabalhava, em função do golpe militar de 1964.
Foi professor da Universidade Federal Fluminense e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atuante pensador, foi autor de inúmeras obras em diversas áreas do conhecimento, como filosofia, sociologia, história e educação. Em 1972, forçado a sair do Brasil, foi para a Alemanha, onde trabalhou na Universidade de Bonn, e depois para a França.
Retornou ao País em 1978 e, de 1984 a 1997, foi professor no Departamento de História da UFF. Desde os anos 1960, Konder, que tem 21 livros publicados, é um dos principais divulgadores do marxismo no Brasil.
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Assista ao vivo o Fórum Brasil de Comunicação Pública 2014
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PT e CUT sinalizam: a direita não vai pautar o governo de Dilma Rousseff
11 de Novembro de 2014, 16:14 - sem comentários aindaTerceiro artigo do dia à esquerda colocando a pauta da esquerda às claras.
O Primeiro artigo escrito por José Dirceu em seu blog argumenta que corte de gastos com aumento de juros é recessão e crise social
Dirceu se refere às declarações de Guido Mantega, de que o governo prepara cortes de gastos e redução de subsídios como parte dos ajustes na política econômica para 2º mandato da presidenta Dilma Rousseff.
O segundo uma carta de demissão da ex-ministra Marta Suplicy que deixa o Ministério da Cultura e reassume a sua vaga no Senado:
“Todos nós, brasileiros, desejamos, neste momento, que a senhora seja iluminada ao escolher sua nova equipe de trabalho, a começar por uma equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade ao seu governo e que, acima de tudo, esteja comprometida com uma nova agenda de estabilidade e crescimento para o nosso país. Isto é o que hoje o Brasil, ansiosamente, aguarda e espera.”
E agora o artigo de Vagner Freitas, presidente da CUT que reproduzo a seguir.
Dois importantes políticos petistas e o presidente da maior central sindical do país não estão falando ao vento. Eles sinalizam à presidenta Dilma anseios de todas as forças sociais que se mobilizaram e se desdobraram para elegê-la com a promessa de que não adotará o remédio amargo dos neoliberais.
O Globo de hoje está preocupado com o FAT, vejam vocês. E nessa preocupação cínica, pra fazer mais pressão do mercado reconhece o que os tucanos negaram durante toda a campanha: o aumento real do salário mínimo: Entre 2003 e 2013, o valor do salário mínimo subiu 339%, enquanto a inflação no período foi de 187%.
É só abrirmos os jornais e ligarmos a tv desde 27 de outubro a pauta da mídia monopolizada é única: cortes, cortes, cortes, mercado, mercado, mercado, aumento de juros e retirada de investimentos sociais e direitos trabalhistas.
A direita baba, vocifera, exige escolher o presidente do banco central e o ministro da fazenda, se pudesse enfiaria goela abaixo da presidenta o programa privateiro do candidato derrotado.
Marta, Dirceu, Vagner estão fazendo a sua parte, deixando claro quais são as pautas das forças sociais que elegeram a presidenta Dilma Rousseff. Se a esquerda não pautar a luta das forças progressistas, se ela não pressionar e também mostrar a sua força quem o fará por ela? Quem poderá dar apoio à presidenta para resistir às pressões do mercado e fazer as reformas necessárias?
Por isso, não há nada de ‘fogo amigo’ nos textos de Marta, Dirceu e Vagner. O que há é uma sinalização clara que a esquerda que venceu estas eleições não pode deixar que a direita imponha sua pauta ao projeto eleito.
Mais direitos, menos desigualdades
Por Vagner Freitas, presidente Nacional da CUT
11/11/2014
“Não fui eleita para tirar direito de trabalhador ou adotar medida ‘antipopular’”. Essas frases foram repetidas várias vezes pela presidenta Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral deste ano e estimularam os movimentos social e sindical – que defendem o projeto democrático e popular que ela representa -, a ocuparem as ruas e as redes sociais para garantir a sua vitória.
Mal terminou a eleição, os meios tradicionais de comunicação iniciaram uma enorme pressão para que o governo adote, vejam só, a pauta dos perdedores. O que eles querem é austeridade fiscal para garantir o pagamento dos juros e, evidentemente, o lucro dos bancos. A conta da crise vai para os que sempre pagaram pelos desmandos do mercado, dos especuladores, das instituições financeiras: os/as trabalhadores/as. Já conhecemos esse remédio e ele costuma matar o paciente.
Para a CUT, o que interessa no momento é colocar as coisas em seus devidos lugares.
Para começo de conversa, a agenda que vamos discutir é a do projeto que ganhou a eleição. Queremos discutir as prioridades, o “padrão de jogo”, ou seja, quais as políticas que reivindicamos e vamos lutar para que sejam colocadas em prática. O projeto que a CUT defende e ajudou a reeleger é o do desenvolvimento econômico com inclusão social. Isso significa crescimento com melhoria da qualidade de vida de todos/as os/as brasileiros/as, geração de emprego decente, aumento da renda dos assalariados e dos aposentados e combate às desigualdades. Se o governo tiver de cortar gastos, que o faça sem penalizar a classe trabalhadora e os aposentados e pensionistas.
Nós sabemos que o governo tem diante de si escolhas duras para fazer e queremos discutir saídas que não prejudiquem os menos favorecidos como ocorria na época do governo FHC. A inflação está estabilizada, mas em um patamar mais alto do que o desejável, o PIB tem crescido pouco, a receita pública tem minguado e os gastos do governo têm crescido acima do PIB. Como fazer o ajuste e retomar o crescimento sem abandonar o projeto que vem governando o Brasil desde 2003 com o olhar voltado para a inclusão social e redução das desigualdades?
Para além do debate entre ortodoxos e heterodoxos a saída passa pelo aumento de receitas – passo fundamental para que o Estado possa dar sequência aos investimentos em infraestrutura tão essenciais para o desenvolvimento do país e, ao mesmo tempo, manter os investimentos em políticas sociais que têm contribuído para que o Brasil combata a miséria e a exclusão social. Nosso foco deve continuar sendo a manutenção do alto nível de emprego e a oferta de oportunidades melhores e iguais para todo cidadão deste país. Disso não temos dúvidas nem abrimos mão.
O Brasil precisa manter o maior ciclo de investimento de sua história. Os bancos e fundos públicos, como o FAT e FGTS, têm um papel fundamental neste ciclo. Não podemos abdicar de receita em prejuízo desta formação de poupança pública e dos mecanismos de financiamento do gasto social. O FAT, por exemplo, financia a indústria e a agricultura, diretamente e via BNDES, e é também responsável pelo financiamento do seguro-desemprego.
Precisamos urgentemente não apenas de uma reforma eleitoral, mas também de reforma tributária.
Não podemos mais devolver bilhões em imposto ao setor privado, beneficiados nos últimos anos por desonerações da folha de pagamento, sem nenhuma contrapartida clara, sem nenhum compromisso como, mais emprego decente. Cruzamento de dados da Receita Federal e do Ministério do Trabalho, segundo o jornal Valor Econômico, mostra que R$ 5,5 bilhões – 23,1% do total de R$ 23,8 bilhões -, deixaram de ser pagos por setores beneficiados por isenções que terminaram o ano demitindo mais do que contratando desde 2012. Temos de sair desta armadilha da estrutura tributária regressiva. Sabemos que temos que cortar os impostos da folha e do consumo, mas para isso temos que aumentar os impostos sobre a renda e o patrimônio, caso contrário, vamos jogar pelo ralo os princípios de cidadania e universalidade que consagramos na Constituição de 1988.
É essencial acabarmos com a injustiça do sistema tributário brasileiro que contribui e muito para a desigualdade no país.
Precisamos simplificar os impostos, aumentar a progressividade da tabela do Imposto de Renda. Os mais ricos têm de pagar alíquotas maiores do que o teto atual (27,5%) – na Alemanha o teto é de 45% e nos EUA, 60% – e os trabalhadores/as têm de pagar menos. Por isso, defendemos a progressividade da tabela do IR. Como disse o professor Amir Khair em artigo recente “reduções de carga tributária direcionadas para a maioria da população podem gerar estímulos fortes para melhorar a confiança, o consumo e a produção”.
O ajuste de 2015 não precisa ser igual ao de 2003, quando o governo pegou o país no buraco, no fundo do poço.
Não devemos sacrificar os empregos conquistados, a política de valorização do salário mínimo nem programas sociais fundamentais, como o Bolsa Família, o seguro-desemprego e a Previdência Pública. Temos que achar rapidamente espaço para a retomada do crescimento e para isso precisamos de mais investimento em capital fixo e em capital humano. O aumento de receita deve possibilitar o equilíbrio do Estado e a manutenção do investimento e, assim, abrir caminho para uma nova queda dos juros convergindo para o padrão internacional. Não faz sentido continuar pagando juros reais acima dos 5% para financiar o Estado, quando a média da OCDE é 3%, muito menos para o empresário financiar a produção.
Se o alto custo do capital torna as empresas nacionais menos competitivas, além de permitir uma verdadeira farra financeira; o alto custo do financiamento da divida pública está na base do nosso desequilíbrio fiscal permanente. O Brasil gasta metade de tudo que arrecada no ano para rolar sua divida. Este é o nosso maior gasto, não é a previdência, a saúde ou a educação.
O aumento da carga e a queda dos juros são fundamentais para corrigir esta “jabuticaba” da economia brasileira. O que está em jogo nos próximos meses são os interesses de Nação e esses não podem ser capturados por uma minoria que se beneficia dessas distorções. Afinal, não elegemos apenas uma presidente, elegemos um projeto no qual acreditamos e pelo qual lutaremos sempre, sabendo que esta disputa não tem fim.
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Alckmin faz agora o que disse que não precisava antes da eleição: pede ajuda a Dilma
10 de Novembro de 2014, 22:25 - sem comentários aindaSão Paulo é o estado mais rico do país, concentra 31,5% do PIB brasileiro e há 20 anos é governado pelo mesmo partido, o PSDB. Este partido diz que seus ‘choques de gestão’ são modernos, desoneram o Estado, enfim que são modernos e bons gestores.
O governador reeleito, Geraldo Alckmin, negou durante toda a campanha eleitoral que o estado de São Paulo vivia sob racionamento e colocou toda a culpa das secas nas torneiras em São Pedro. A mídia monopolizada fez o mesmo, nenhuma matéria investigativa, nenhum questionamento sobre o que inúmeros especialistas denunciaram: mau gerenciamento do governo do estado associado à privatização da SABESP.
Após as eleições o que faz Alckmin? Foi hoje procurar a presidenta Dilma que de modo republicano como sempre governou já havia oferecido ajuda o governador paulista pra resolver esta situação grave de racionamento antes das eleições. Ajuda que Alckmin negou antes das eleições para manter o seu discurso falacioso que não vivíamos sob racionamento (que continuamos vivendo).
Mas o mais curioso, Alckmin quer 3,5 bilhões da União a fundo perdido! Vejam, não estamos falando de um Maranhão, de um Acre, de um Piauí, estados que precisam do apoio e investimentos do governo federal pra resolver desigualdades regionais históricas. Estamos falando de São Paulo, o estado com 31,5% do PIB do país! Estamos falando de São Paulo governado pelos tucanos há 20 anos e que se autoproclamam ótimos gestores. Estamos falando dos mesmos tucanos que faltam com a verdade quando falam de aumento da dívida pública do país (sendo que ela foi reduzida nos governos de Lula e Dilma) querendo exatamente o quê? Aumentar a dívida pública da União, pedindo 3,5 bilhões da União sem perspectiva de devolver o empréstimo!
Não acho que o estado mais rico do país precise de fundo perdido da União. O governo federal já repassa bem mais recursos para São Paulo que para qualquer outro estado do país: aqui onde há maior concentração de alunos do Prouni, das 13 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa família, 1,3 milhão vivem em São Paulo, sim, em São Paulo também tem Bolsa Família. Até mesmo o programa Luz para todos criado pelo ex-presidente Lula levou energia elétrica para famílias de baixa renda em São Paulo que não tinha acesso a ela.
Só de repasse do FUNDEB o estado de São Paulo recebeu em 2013: 15.387.982.865,89 e há ainda repasse do FPE (Fundo de Participação dos Estados), IOF (Alíquotas do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários), IPI-EXP (Imposto sobre Produtos Industrializados), LC 87/96 (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.) e CIDE ( Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico). No total São Paulo recebeu diretamente de repasse do governo federal em 2013: 17.007.894.447,71
Isso sem contar os repasses diretos dos ministérios como, por exemplo, o da Saúde, a partir de seus fundos como o Fundo Nacional de Saúde que apenas para serem gastos pelo governo do estado na cidade de cidade de São Paulo 4.122.224.978,41
Em 2013 o governo federal repassou diretamente para o governo do estado de São Paulo e para os prefeitos do município do estado de São Paulo: 32.795.493.197,08
Mas se o governo federal conceder o ‘empréstimo’ que já mais receberá de volta que coloque todas as condições para que efetivamente este dinheiro seja aplicado nas obras, que se estabeleça prazos e metas e, principalmente, que tais obras não sejam privatizadas posteriormente como há 20 anos os sucessivos governos tucanos fazem com o patrimônio público do estado de São Paulo. E, finalmente, que os cidadãos paulistanos com algum compromisso com a cidadania vigie de perto a aplicação desses recursos.
E só para lembrar aos paulistas empedernidos que revelaram todo seus mais sombrios preconceitos pós-reeleição da presidenta Dilma e propuseram a separação do estado de São Paulo do restante do país, já imaginaram se não pudéssemos contar com o governo federal? Seríamos uma grande Itu, seca e esturricada.
Alckmin pede R$ 3,5 bi ao governo federal para combater crise hídrica
Governo paulista solicitou recurso para oito grandes obras. Miriam Belchior informou que ainda não está definido se governo federal repassará toda verba solicitada
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias
10/11/2014″>10/11/2014 – 17h08
A presidenta Dilma Rousseff se reuniu, nesta segunda-feira (10), com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para tratar da crise hídrica que afeta o estado. Após o encontro, realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, Alckmin disse precisar de R$ 3,5 bilhões para a realização de oito obras. Segundo ele, as construções servirão para o enfrentamento da crise do abastecimento de água na região a partir de 2015.
“O que nós propusemos ao governo federal foram novas obras, oito obras, e o valor será de R$ 3,5 bilhões”, afirmou o governador.
“O governo de São Paulo precisará do máximo que (o governo federal) puder dar. Pode ser recurso a fundo perdido, do Orçamento Geral da União, ou pode ser financiamento, e nós temos uma boa capacidade de financiamento,” explicou.
Em coletiva após a reunião, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, informou que o governo de São Paulo ainda não apresentou projetos para algumas obras e que, por isso, ainda não foi definido se o governo federal repassará toda verba solicitada pelo estado.
Além disso, a ministra afirmou não ter sido discutido de onde serão retirados os recursos para o envio à São Paulo. “Se nessa conversa estiverem claras as importâncias dessas obras poderemos até apoiar tudo, mas isso vai depender de uma discussão”, disse.
Segundo Alckmin, o governo construirá dois reservatórios em Campinas, a adução dos reservatórios, a Estação de Produção de Água de Reuso Sul de São Paulo, a interligação do Jaguari com o Atibaia, a interligação do Rio Grande com o Guarapiranga e poços artesianos no Aquífero Guarani.
De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, das oito obras solicitadas pelo governo de São Paulo, a de menor tempo levaria 9 meses para ser concluída e a maior, 30 meses.
Segundo ela, Alckmin também não tratou da desoneração de PIS/Cofins para empresas de saneamento. “A desoneração precisa estar vinculada à existência de investimentos. Se for o caso de fazer isso, precisamos que seja destinado a novos investimentos”, explicou a ministra.
Izabella lembrou o trabalho feito pelo governo federal desde o início de 2014 para alertar o governo de São Paulo sobre a seca. Além disso, a ministra ressaltou que o governo está em sistema de alerta em relação à crise hídrica paulista.
“É importante ressaltar que o Sistema Cantareira é operado pela Sabesp. Estamos conduzindo a melhor administração possível da água que chega ao Cantareira”, explicou Izabella.
Racionamento - Após a reunião com a presidenta, Alckmin voltou a negar racionamento de água na região. Ele afirma que o abastecimento está garantido para 2015.
“Não há esse risco. Nós já temos repetido isso desde o início do ano, nós temos em São Paulo um sistema extremamente forte e nós nem entramos na segunda reserva técnica do Cantareira”, justificou o governador.
Apesar dos episódios de chuva repetirem-se em diversos estados, os mananciais que abastecem a Grande São Paulo continuam com os níveis em declínio. Nesta manhã, por exemplo, o Sistema Cantareira caiu 0,1 ponto percentual e bateu a marca 11,3%, segundo informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). EA medição considera as duas cotas do volume morto. Outros 1.246 municípios brasileiros decretaram situação de emergência.
Diante da situação, os mananciais que abastecem a região paulistana registram quedas preocupantes. O Rio Claro passou de 39,2% para 38,5%. Baixou, também, o nível do Sistema Alto Tietê, de 8,3% para 8,2%; e do Guarapiranga, que reduziu 0,2 ponto percentual e passou de 36,6% para 36,4%. Cada um abastece 4,5 milhões e 4,9 milhões de pessoas, respectivamente.
Tambaú, a 256 km de São Paulo, completará, na próxima semana, 200 dias de racionamento.
“Hoje o abastecimento é feito em forma de rodízio, a cidade está dividida em quatro setores e cada um deles recebe água durante 16 horas seguidas de 48h de racionamento”, informou a prefeitura ao portal UOL.
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UPPs, embora criticadas, reduziram a letalidade da polícia do RJ em mais de 30%
10 de Novembro de 2014, 16:48 - sem comentários aindaO Brasil responde por 11% dos homicídios ocorridos no planeta. A polícia mata 6 pessoas por dia no Brasil!
Em cinco anos (2009 a 2013) a polícia brasileira matou 11.197, isso é mais que a polícia dos Estados Unidos matou em 30 anos, lembrando que os Estados Unidos tem mais de 100 milhões de habitantes que o Brasil, aqui 200 milhões, lá 319 milhões.
As que mais matam são as polícias paulista e fluminense. Mas por incrível que possa parecer a polícia fluminense diminuiu sua letalidade com a instalação das tão criticadas UPPs. Em 2009 a polícia do Rio matou 1.048 pessoas sendo responsável por 54% de todas as mortes praticadas pela polícia de todos estados brasileiros. Em 2013 este número caiu para 419 mortes praticada pela polícia do Rio e representou 20% das mortes provocadas pela polícia no restante do país. No mesmo ano a polícia paulista matou mais: 583 pessoas.
Em São Paulo a polícia não descansa nem quando está de folga: 40% das mortes provocadas por policiais foram praticadas quando estes estavam fora de serviço.
A violência custa caro. Ela representa mais de 5% do PIB do país: em 2013 foram gastos com R$ 39 milhões com contratação de serviços de segurança privada, R$ 36 milhões com seguros contra roubos e furtos e R$ 3 bilhões com o sistema público de saúde, R$ 4,9 bilhões para manter as prisões e unidades de cumprimento de medidas socioeducativas, fora os investimentos governamentais de R$ 61,1 bilhões em segurança pública. Além disso entram no cálculo do custo da violência social o número de vidas perdidas, ‘capital humano’: R$ 114 bilhões, sem contar a força de trabalho que se perde com invalidez, a violência social no Brasil custou 258 bilhões em 2013.
Quantos hospitais, escolas universidades poderiam ser construídos com esta fortuna se ao invés de matar, as polícias fizessem efetiva segurança pública? Quanto o país economizaria se os estados investissem na formação de polícias mais preparadas e melhor remuneradas que não se envolvessem com tráfico, jogos ilícitos e outros crimes?
Os dados estatísticos foram levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicados no Anuário Brasileiro de Segurança, divulgados nesta segunda-feira(10). Na publicação também há uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas que mostra que 57% dos entrevistados acreditam ser possível desobedecer as leis e 81% dizem que sempre é possível “dar um jeitinho” para não cumprir as leis. Quanto maior a renda maior, maior a sensação de impunidade. E é em Brasília que está a maior parte das pessoas que acham que é possível dar um jeitinho.
Com informações de G1 e Folha
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