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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Lelê Teles Lobão e a vovozinha contra Chapeuzinho Vermelho

4 de Dezembro de 2014, 14:31, por Desconhecido

A crônica de Lelê desta semana trata da cena bárbara que vimos no Congresso dias atrás, veja neste post aqui o acontecido. Desde xingar senadora de “Vagabunda” a mandar deputada para Cuba:

vai pra cuba
Mas com a extrema-direita do país publicando em redes sociais mensagens como esta, o que esperar das vovozinhas?

olavão

É esta direita que leva esses manifestantes a agirem assim dentro do Congresso:

LOBÃO E A VOVOZINHA ATACAM CHAPEUZINHO VERMELHO
Os tempos estão bicudos.

Acordo, alongo, abro lentamente a varanda e vejo o mar. Tudo em paz. As plataformas de petróleo ao longe anunciam a nossa riqueza, me vejo no futuro usando reluzente turbante.

O sol, sorridente como uma ave, beija o céu; há estrelas no mar.

Abro o computador e lá está outra realidade. Deparo-me, estarrecido, com a imagem de uma senhora de 79 anos levando uma gravata de um marmanjo engravatado.

Aliás, pululavam imagens da agressão à boa velhinha que era definida como uma aposentada.

Com mil diabos, penso eu, o que teria feito essa boa velhinha para sofrer tão aviltante ataque?

A resposta vem com brevidade. O ubíquo Lobão, barbas de Bin Laden, como uma epifania holográfica, se teletransporta para o Congresso Nacional e sai em defesa da boa velhinha.

Mas pera lá, Lobão deveria engolir a vovozinha. Alguém mexeu nessa história. E parece que os dois conspiram contra a Chapeuzinho Vermelho.

Macacos me mordam.

Vou ao Facebook, que é como se fosse a casa da vovozinha, e entro na página de vovó. Qual não é a minha surpresa, diligente internauta, a septuagenária atende pelo nome de Ruth Gomes de Sá, e tem o bico longo, faz selfie com Aécio, curte páginas do PSDB e tem até um texto em que ela agradece o enfurecido candidato mineiro pela “vitória” contra Chapeuzinho Vermelho.

Do alto de sua longeva sabedoria, vovó alerta que Aécio venceu e só não levou porque Chapeuzinho meteu a mão de gato nas urnas. Mas alerta que o povo e os militares estão de olho.

Atentai bem.

E o que fazia vovó no ato em que foi devidamente engravatada? Arruaça, amigos meus; arruaça.

Descobriu-se que ela fazia parte de uma claque tucana que adentrou a Casa do Povo para tentar impedir uma votação, há fotos de vovó desferindo chutes, cabeçadas e rabos-de-arraia contra a segurança. Há vídeos mostrando que a turma da baderna estava disposta a chegar às vias de fato.

Os truculentos sempre querem levar no grito ou na porrada. Às vezes acabam levando porrada.

Passarinho que come pedra sabe.

O Congresso Nacional é um grande agá, disso todos nós estamos carecas de saber, é só olhar para o desenho da fachada do edifício. Mas lá tem regras, tem regimento e tem a Polícia Legislativa que existe para restabelecer a ordem.

Por isso a gravata em vovó.

A velhinha era uma desordeira. Em sua página no Face, essa ativista do movimento Vem pra Rua, convocava os eleitores de Aécio a irem ao Congresso tentar obstruir a votação que permitiria uma relaxada no cumprimento da meta do superávit; exatamente o que FHC fez em 2001, é sempre bom lembrar.

Aécio, que andava sumido do trabalho, farejou holofotes e lá estava a defender as mulheres, disse que vovó é o povo indignado.

Conversa mole, vovó é coxinha. Ela joga no time do Bolsonaro, aquele que vai à manifestações com uma pistola na cinta, aviltando a nossa Constituição. Ela foi defendida por Izalci, Caiado e por outros demos e emplumados; Lobão quase entrou em suas vestes.

Armaram um circo, apontaram o dedo médio, provocaram, xingaram uma senadora de vagabunda, barracaram a Casa, mandaram outra parlamentar ir pra Cuba; enfim, uma sessão de misoginia, machismo, oligofrenia, desrespeito e descarrego.

Queriam o quê?

Ao fim e ao cabo, Lobão sairá abraçado com a vovozinha, e a Chapeuzinho Vermelho terá vencido mais uma.

Lobão voltará a contar aquela piada de jogar xadrez com um pombo e tal. E essa palhaçada será apenas mais uma.

Depois que o hierarca da família Collor meteu um tiro em um parlamentar dentro do parlamento, tudo o mais é fichinha.

Palavra da salvação.

Lelê Teles

PS: Nada justifica a agressão a uma senhora. Nada. Isso é abuso e é inaceitável.

 

*Lelê Teles é jornalista, roteirista do programa Estação Periferia – TV Brasil e TV Aperipê.

Apresentador do programa de música africana Coisa de Negro – Aperipê FM.
Colunista do jornal sergipano Folha da Praia.
Editor do blog de Análise do Discurso Midiático FALA QUE EU DISCUTO
Poesia Blog do Lelê Teles
Twitter/@leleteles
Facebook: Lelê Teles

Leia outras crônicas de Lelê Teles aqui no Maria Frô

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Aécio não sabe o que está fazendo e quais consequências de seus atos

3 de Dezembro de 2014, 13:00, por Desconhecido

Nas próprias palavras do ainda pretendente à Presidência da República: “Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político, eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras patrocinada por esse grupo político que aí está”.

De fato, Aécio não perdeu para um partido político. Perdeu para os eleitores, petistas, peemedebistas e nada disso, que lhe negaram o voto e o deram a Dilma. Qualquer deles agora habilitado, desde que capaz de alguma prova de sua adesão a Dilma, a mover uma ação criminal contra Aécio Neves por difamação, calúnia e injúria, e cobrar-lhe uma indenização por danos morais.

Uma foto em manifestação, uma doação ou um serviço para a campanha, um cartaz ou um retrato na janela, uma propaganda no carro, em qualquer lugar do país podem se juntar às demais provas para dar uma resposta à acusação de Aécio Neves tão gratuitamente agressiva e tão agressivamente insultuosa.” Janio de Freitas

O presente de Aécio

Por: JANIO DE FREITAS, em sua coluna

03/12/2014

Se ele acha que está sendo ‘porta-voz da indignação’, fica evidente que não sabe mesmo o que está fazendo

Ela se apropriou da política econômica defendida por Aécio, mas Aécio não se deixa abater e já demonstra que pode fazer o mesmo: adere à redução da desigualdade social por meio da distribuição de renda, defendida por Dilma na campanha.

A reviravolta de Dilma foi mais surpreendente, mas a de Aécio é mais original no método. Veio pela TV, na amenidade noturna do fim de semana, e naquele estilo de elegância chamado “curto e grosso”.

Nas próprias palavras do ainda pretendente à Presidência da República: “Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político, eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras patrocinada por esse grupo político que aí está”.

De fato, Aécio não perdeu para um partido político. Perdeu para os eleitores, petistas, peemedebistas e nada disso, que lhe negaram o voto e o deram a Dilma. Qualquer deles agora habilitado, desde que capaz de alguma prova de sua adesão a Dilma, a mover uma ação criminal contra Aécio Neves por difamação, calúnia e injúria, e cobrar-lhe uma indenização por danos morais.

Uma foto em manifestação, uma doação ou um serviço para a campanha, um cartaz ou um retrato na janela, uma propaganda no carro, em qualquer lugar do país podem se juntar às demais provas para dar uma resposta à acusação de Aécio Neves tão gratuitamente agressiva e tão agressivamente insultuosa.

É difícil admitir que Aécio Neves esteja consciente do papel que está exercendo. A situação social do Brasil não é de permitir que acirramentos, incitações e disseminação de ódios levem apenas a efeitos inócuos, de mera propaganda política. Para percebê-lo, não é preciso mais do que notar a violência dos protestos com incêndios ou a quantidade de armas apreendidas.

Se Aécio acha, como diz, que está sendo “porta-voz de um sentimento de indignação”, pior ainda: fica evidente que não sabe mesmo o que está fazendo, e aonde isso o leva.

JANGO

O mistério vai persistir, porque as três linhas de perícia foram incapazes de produzir a resposta definitiva sobre a causa da morte de João Goulart. A identificação apenas de drogas para cardíacos não nega, como reconhecem as perícias, possíveis vestígios de veneno extintos pelo tempo. Mas não se justifica utilizar essa ressalva, que segue o critério científico das possibilidades hipotéticas, para questionar a validade com que, desde a exumação técnica do ex-presidente, todo o trabalho foi conduzido pela Comissão da Verdade e demais entidades envolvidas.

A família Goulart tem todo o direito de manter suas suspeitas e a procura de dar-lhes resposta final. Mas a exumação antes do que seriam outras investigações, por exemplo na Argentina, não influiu no exame pericial e não o reduz em nada.

VAI?

O governo tenta logo mais, pela quarta vez no Congresso, a alteração nas exigências legais em que suas contas deste ano não se enquadram. É um assunto conduzido com inabilidade em proporções raras. A oposição festeja, mas o governo padece é nas mãos de muitos dos seus aliados, inclusive petistas. Ainda que afinal consiga livrar-se do problema, fica um prenúncio para votações de arrochos e outras maravilhas que esquentam os tamborins para o próximo ano.

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Alckmin: primeiro deixa o paulista sem água, agora as escolas sem material de limpeza

3 de Dezembro de 2014, 12:04, por Desconhecido

Paulistas sem água, escolas estaduais paulistas sem material de higiene e limpeza. Os paulistas elegeram um vereador Cascão.

Deixando o chiste de lado, essas verbas pra limpeza das escolas da rede estadual paulista são importantes também porque elas movimentam o comércio local. Os diretores e diretoras de escola compram materiais de limpeza e higiene pessoal – como papel toalha, sabonete líquido para as mãos e papel higiênico, nos pequenos comércios do bairro, próximos à escola. As verbas para pequenos reparos evita que a imensa burocracia de uma rede gigantesca como a rede estadual de São Paulo leve uma rachadura a virar um desmoronamento. Bons diretores ficam sempre de olho no que é mais necessário e urgente para reparar e costumam fazer bom uso dessas verbas. Cortá-las mostra bem o governo que os paulistas resolveram reeleger. Assim como a irresponsabilidade de nos deixar sem água, este é um governo que nunca deixará o setor privado sem lucro (a Sabesp privatizada pelos tucanos está aí para não nos deixar mentir – não fez investimento necessários como a construção de novos reservatórios e teve lucro de mais de um bilhão), mas quando se trata dos serviços públicos não há prioridade, apenas sucatamento.

O MP em relação a estes últimos desmandos do governo tucano em SP está fazendo o que mesmo? 

Alckmin corta verba destinada para limpeza e obras em escolas estaduais

Medida tem prejudicado o funcionamento de escolas na capital e no interior

2/12/2014

Geraldo Alckmin (PSDB) cortou as verbas destinadas a compra de materiais de escritório, limpeza e pequenas obras de escolas estaduais. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, em reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Segundo o texto, os recursos foram suspensos no começo de novembro e a previsão é que voltem apenas em janeiro.

A reportagem aponta que funcionários de escolas já acusam a falta de itens básicos, como papel higiênico e sulfite.

O corte também atingiu recursos do programa “Trato na Escola”, que destina verba anual de R$ 7,9 mil para que as escolas possam fazer pequenas reformas e pinturas.

De acordo com o texto, a medida do governo prejudica o funcionamento das escolas, pois o ano letivo da rede vai até a metade de dezembro, além de inviabilizar a preparação das unidades para o próximo ano.

As diretorias de ensino foram comunicadas da medida por meio de ofícios. O texto diz que diretores de escolas foram surpreendidos e não conseguiram se precaver.

Os diretores disseram à Folha que a ação do governo tucano é economizar, o que, por sua vez, no texto, a Secretaria Estadual de Educação nega.

O texto ainda diz que escolas da capital e do interior relataram falta de materiais, em decorrência do corte. Na Brasilândia, em São Paulo, funcionários relataram que muitos materiais tem sido levados de casa. Já em Ribeirão Preto, um diretor disse que a falta de materiais o obrigou a cancelar atividades de reforço a alunos com dificuldades.

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Breno Altman: A esquerda está dividida entre duas táticas

3 de Dezembro de 2014, 10:17, por Desconhecido

A esquerda está dividida entre duas táticas

Por Breno Altman, no Opera Mundi

A oficialização da equipe econômica, ocorrida na última quinta-feira, consolidou o estado de discrepância que vem modulando o ânimo das forças progressistas.

O nome de Joaquim Levy, diretor do Bradesco e renomado economista de orientação liberal, elevou este mal-estar a um patamar superior. Devidamente apimentado, é claro, pela possível indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), notória liderança ruralista, para a pasta da Agricultura.

O coquetel de reações, a grosso modo, expressa o conflito entre duas orientações políticas distintas, diante da situação pós-eleitoral. Claro que há muitas combinações possíveis entre ambas, mas duas táticas diferentes competem para ganhar primazia na esquerda governista.

Os formuladores dos dois lados partem de algumas premissas comuns: piora do quadro econômico, enfraquecimento da esquerda em um Parlamento controlado por grupos conservadores, abalo da imagem pública do PT, redução da base social do oficialismo.

Mas apresentam diferentes soluções.

Nova agenda para o país

A primeira política propõe a continuidade da tática que levou à vitória eleitoral.

Não subestima a necessidade de construir governabilidade institucional, formando maioria congressual, mas só vê saída para o processo de mudanças se houver real empenho para constituir os trabalhadores, os movimentos sociais e a militância de esquerda como destacamento mobilizado para pressionar as instituições de fora para dentro.

Ao contrário do ocorrido nos últimos doze anos, durante os quais a ação de massas foi convocada pelo PT somente em campanhas eleitorais, a partir de agora esse dispositivo deveria ser parte da construção cotidiana do governo.

O objetivo seria aproveitar a energia produzida na campanha eleitoral. Para tanto, aposta em intensificar a polarização programático-ideológica na sociedade.

Este raciocínio leva à proposição de uma nova agenda para o país, vertebrada por reformas estruturais, que sejam capazes de empolgar as ruas, a juventude, os pobres da cidade e do campo, até mesmo fatias das camadas médias e do capital produtivo.

O centro de gravidade deste programa estaria na reforma política através de uma Constituinte convocada por plebiscito popular. A ambição seria acabar com o financiamento empresarial das campanhas, adotar o voto em lista partidária, instituir novos mecanismos de participação popular e democratizar os meios de comunicação.

O entendimento é que as velhas instituições estão bloqueando as mudanças, corrompidas até a medula e contaminando os próprios partidos de esquerda. A retomada do lema da democratização do Estado seria a deixa tanto para recuperar a identidade de esquerda quanto para aprofundar e acelerar as demais reformas.

Outro componente importante desta embocadura é a constatação que o reordenamento orçamentário não resolve mais o financiamento do modelo de desenvolvimento com inclusão social, alavanca da formidável melhoria nas condições de vida e trabalho do povo desde 2003.

A continuidade das mudanças, doravante, passaria a depender de propostas que reduzissem a renda financeira da burguesia e dos demais extratos sociais do topo da pirâmide. A redução da taxa de juros e a reforma tributária de caráter progressivo, gravando mais os mais ricos, seriam as ferramentas fundamentais para recuperar o investimento público e continuar a expansão do mercado interno.

Os defensores desta política de ofensiva não subestimam as dificuldades parlamentares, o monopólio das comunicações e outros obstáculos.

Mas acreditam que enfrentamento e mobilização são imprescindíveis para destravar o bloqueio institucional, inibir a oposição de direita e pressionar os setores centristas.

Esta orientação não se contrapõe à necessidade de alianças ou à constituição de um governo pluripartidário e pluriclassista, mas indica sua reformatação. A nova matriz estaria sedimentada por uma frente estratégica entre partidos progressistas e movimentos sociais, que pudesse atrair grupos centristas a partir de atitude que combinasse disputa programática, pressão social e negociação.

Esforço de aproximação

A segunda politica tem raiz na compreensão que o momento é de defensiva e propõe um recuo estratégico. Ainda não sejam públicos os argumentos de seus postulantes, os paradigmas podem ser delineados com alguma facilidade.

Não apenas a correlação institucional de forças seria desfavorável, com o controle do parlamento pelo conservadorismo, como as possibilidades de mobilização social não passariam de ilusão. Ou insuficientes para deslocar o território da governabilidade, ainda que modestamente, na direção das ruas.

Não seria recomendável, portanto, alterar a atual linha de alianças ou correr o risco de tensão com as correntes centristas, em particular o PMDB. Ao contrário, deveria haver um esforço de aproximação, para evitar que a direita tucana pudesse forjar uma maioria reacionária estável.

O recuo proposto por esta análise teria duplo objetivo: apaziguar o conflito distributivo, entre Estado e mercado, ao mesmo tempo dividindo e atenuando a escalada dos partidos de direita e dos meios de comunicação.

Enquanto os proponentes da ofensiva apostam na redistribuição da renda financeira como um dos fundamentos da política econômica, ainda que de forma relativamente amena, os favoráveis ao recuo pensam que não há outro caminho, por ora, salvo o de oferecer mais prêmios e garantias para recuperar o investimento privado como alavanca de um novo ciclo de crescimento econômico.

Este movimento, de quebra, poderia provocar uma fratura entre frações econômicas e políticas da burguesia, entre os grupos empresariais e os partidos da direita, dificultando a política de sabotagem e desestabilização comandada pelo PSDB desde as eleições.

A nomeação de Joaquim Levy deve ser vista sob esta lógica. Os últimos dias demonstram que, de fato, a perplexidade e a paralisia parecem ter tomado conta da oposição de direita.

Variante da linha defensiva

Os críticos deste caminho, porém, advertem que pode ser superior o dano provocado na credibilidade do governo junto à base político-social que reelegeu a presidente Dilma. Além disso, suspeitam ou estão convencidos que as medidas concretas da acomodação conservadora na economia poderão provocar recessão, desemprego e estagnação salarial: uma mescla eventualmente mortal para o projeto liderado pelo PT.

Há uma variante desta concepção defensiva, que muitos analistas personificam no ex-presidente Lula: ir à direita na economia para poder caminhar à esquerda na política.

A repactuação dos planos de desenvolvimento com o grande capital, aceitando várias de suas demandas, facilitaria enfrentar temas relevantes da democracia, como a reforma política e a democratização dos meios de comunicação.

A ideia é simples: não se deveria abrir duas frentes de batalha ao mesmo tempo. Tudo se complicaria, no entanto, se os encaminhamentos na economia danificassem o estado de ânimo e confiança no campo de esquerda, travando a capacidade de dar combate no plano político.

Pode-se dizer que a linha ofensiva está expressa principalmente na última resolução da Executiva Nacional do PT, aprovada dia 3 de novembro.

A política do recuo, por sua vez, tem epicentro no governo e nas decisões recentes da presidente Dilma Rousseff.

Não é uma discussão simples, pois ambas saídas envolvem riscos altíssimos.

A ofensiva oferece o bônus de um salto adiante nas reformas, se for bem-sucedida. Mas seu fracasso poderia levar a uma derrota histórica.

O recuo, por sua vez, aparenta ser caminho mais seguro, ainda que determinado pela desaceleração das mudanças. Mas pode ser vulnerável à hipótese de definhamento e divisão do campo popular, como já ocorreu em outras épocas, facilitando a vida das forças conservadoras.

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No Congresso desrespeito e cinismo de claque tucana contra medida que FHC fez em 2001

3 de Dezembro de 2014, 8:54, por Desconhecido

Ontem no Congresso assistimos estarrecidos do que o fascismo é capaz: uma claque presencial coordenada com outra virtual, via twitter, se organizaram contra uma proposta do governo sobre a meta de Superávit. Até aí é direito democrático ser contra ou a favor de qualquer medida de qualquer poder. O que é inaceitável é o que a claque fez: numa atitude misógina, machista, desrespeitosa e vergonhosa xingaram a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB- AM) de VAGABUNDA, com gritos de VAI PRA CUBA e outras sandices. Protegidos por deputados tucanos a claque teve toda a liberdade de exercer seu fascismo.

O curioso é que estes indignados seletivos se esqueceram da mudança e não cumprimento da meta de Superávit por FHC em 2001.

O blog Jogos do Poder contou essa história de 2001. Os tucanos não tem nenhuma moral para questionar a proposta de Dilma

MUDANÇA E NÃO CUMPRIMENTO DA META DE SUPERÁVIT POR FHC EM 2001 DESMORALIZA DISCURSO TUCANO SOBRE PROPOSTA DE DILMA

Jogos do Poder

27/11/2014

Por ocasião dos debates sobre a divulgação da nova equipe econômica no Senado, nesta quinta-feira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a acusar a Presidente Dilma Rousseff  de tentar desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao querer mudar a meta fiscal de 2014.

Aécio foi enfático ao afirmar que Dilma “protagoniza no Congresso mais um violento ataque à credibilidade do país ao afrontar a Lei de Responsabilidade Fiscal, alterando as metas de superávit, e usando como moeda de troca os cargos públicos de sempre”.

Mas o governo FHC desmoraliza por completo a estratégia dos tucanos contra Dilma.

O PSDB também alterou a meta do superávit primário em 2001.

Editada em maio de 2000, no governo FHC, a Lei de Responsabilidade Fiscal transferiu para LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária anualmente enviada pelo Executivo ao Legislativo) a competência para disciplinar os temas específicos de cada exercício orçamentário, dentre eles o equilíbrio entre receitas, despesas e as metas fiscais anuais.

Sendo assim, a LDO para 2001, contida na Lei 9.995, de julho de 2000, acabou sendo aprovada na vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal e definiu a meta fiscal para o ano de 2001, prevendo um resultado primário dos orçamentos fiscal e da seguridade social de 2,60% do Produto Interno Bruto (PIB), equivalente a R$ 32,3 bilhões.

Posteriormente, por meio da lei 10.210, de 23 de março de 2001, o Governo FHC alterou a meta de resultado primário para 2,25% do PIB, equivalente a R$ 28,1 bilhões, reduzindo a meta em R$ 4 bilhões, o equivalente a 0,31% do PIB.

Não bastasse isso, que já representa a completa desmoralização do discurso de Aécio, o resultado primário para 2001 foi de apenas de R$ 21,9 bilhões, equivalente a 1,70% do PIB.

Se o governo do PSDB não cumpriu a meta, como pode agora acusar Dilma de improbidade por não cumprir o superávit primária previsto para 2014 ?

O caso não é singular porque não é a primeira fez que os tucanos são flagrados contrariando a sua prática no passado, mas não deixa de ser exótico o argumento de que Dilma cometerá improbidade se alterar ou não atingir o superávit, exatamente como fez FHC.

A oposição tucana ainda não conseguiu articular um discurso que possa oferecer um projeto alternativo e a pressa em atacar o governo, sem planejamento e agora mostrando-se impensada e até irresponsável, vai conduzir o partido para uma situação de desgaste, pois o governo Dilma virá com o argumento de que a redução da meta de superávit é necessária para garantir os investimentos do governo em saúde, educação, infra-estrutura e os programas sociais.

Quem viver, verá!

Veja os textos das Leis no Blog Jogos do Poder

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