Lelê Teles: A coleira do juiz
27 de Fevereiro de 2015, 8:59A COLEIRA DO JUIZ
Por Lelê Teles em seu Facebook
Primeiro foi a cólera. O Juiz Ostentação ameaçava esmiuçar a alma do ex-bilionário e, escroque, Eike Batista.
O diabo é que juiz não é médium e, não o sendo, imiscuir-se por almas alheias é um poder que não lhe foi facultado.
Juiz pode até ser deus, porque os deuses são muitos e variados, na Grécia havia um que até comia os filhos, tamanha a voracidade do demiurgo.
Mas me parece que esse lance da alma era uma tentativa reversa de travestir-se de bilionário. O juiz buscava de fato uma transmigração de alma.
Excelência parecia invejar o contraventor e desejar os objetos abjetos de sua contravenção.
Porque não se trata tão somente de guardar e proteger e fiduciar o veículo de meio milhão de reais, mas de estar por aí a desfilar dentro da máquina.
O carro do poderoso Thor está na garagem do vizinho do Juiz Ostentação, o piano decora a sala de outro vizinho.
Não se sabe nos punhos de quem estão os relógios de pulso levados à pulso das mansões e mansardas de ex-posa, filhos e quetais.
Tomaram, magistrado e vizinhos, o whisky do sujeito, ao som do piano e do ronco do Porsche? Usaram o perfume do ex-bílio?
E não menos importante, a pergunta que quer falar: Será que o Juiz Ostentação – oh tentação! – enquanto pilotava, fagueiro, a máquina de meio milhão de lascas, usava garbosamente uma jactante gravata Eikiana ou enforcava-se, tudo é possível, com uma carnavalesca gargantilha apreendida na casa de Luma?
É preciso esmiuçar a alma do magistrado para saber qual são, de facto, as razões de seu fetichismo por objetos alheios.
Palavra da salvação.
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Aos racistas de plantão: como a juventude negra é assassinada e sua morte justificada por vocês
27 de Fevereiro de 2015, 6:50Todas as vezes que a polícia usa um entulho da ditadura militar para justificar a morte da juventude negra e sem nenhum inquérito instaurado, a vítima ou vítimas (porque não raro a prática da PM é de chacinas, como a ocorrida no Cabula) e parentes e comunidades precisam provar a inocência de seus entes assassinados e você coaduna com esta prática, justifica esta prática com um discurso criminoso de que “ativistas dos direitos humanos protegem bandidos”, você colabora para o genocídio negro.
Assista o vídeo e reflita. Tente fazer um exercício de empatia. Imagine-se membro da família que perdeu dois jovens que estavam brincando na rua num dia em que faltou energia elétrica no bairro. Imagine que você perdeu um filho, um irmão, um namorado, um pai, um marido ou um cunhado que simplesmente exercia seu direito constitucional de ir e vir.
Agora imagine que seu filho, irmão, namorado, pai, marido ou cunhado foi morto a tiros pela polícia simplesmente porque a família vive na periferia e tem a “cor da suspeição”: a cor negra.
Imagine que esse membro da família estudava, trabalhava, contribuía para o sustento da família, tinha sonhos, projetos de vida.
Imagine que depois de perder este membro da família morto a tiros por um policial sem que este membro tenha feito absolutamente nada contra qualquer pessoa, você ainda tenha de provar que seu filho ou irmão ou marido ou namorado ou cunhado não era um bandido. Lembrando que mesmo que fosse (na imensa maioria das vezes não é), não é papel da polícia executar ninguém. Nunca é demais lembrar que embora exista no cotidiano das periferias brasileiras a pena de morte praticada por policiais criminosos e bandidos não fardados, na lei, a execução sumária continua sendo crime, especialmente praticada por um agente do Estado que deveria zelar pela vida de qualquer cidadão.
Este é o roteiro: policiais despreparados, criminosos executam adolescentes negros em suas comunidades, muitas vezes na presença de testemunhas (por vezes mortas também, ou intimidadas para não falarem) e armam uma cena para incriminar a vítima.
Neste caso, o celular não quebrou, continuou gravando o crime praticado por policiais criminosos e as gravações tiveram a atenção da mídia (que na maioria das vezes não faz o seu papel jornalístico e ajuda a continuar o genocídio negro, pois estereotipa a juventude negra, fazendo com que cidadãos reacionários acreditem que todo jovem negro de periferia é bandido e merece morrer).
Não é possível não reagirmos a isso. Não é possível considerarmos uma sociedade na qual os jovens negros correm risco de vida todos os dias por nascerem com a pele negra é uma sociedade saudável. Não é.
Precisamos urgentemente recuperarmos nossa sanidade mental e parar definitivamente de naturalizar o genocídio da juventude negra pelas mãos do Estado Brasileiro com seus homens fardados, impunes, despreparados e criminosos. A Polícia Militar precisa passar por uma ampla reforma, não é possível que toda a corporação se orgulhe disso, se orgulhe de matar jovens negros.
O psicólogo Jaques Delgado, especialista em saúde mental, que me enviou o vídeo acima, desabafa:
O Brasil é um país maravilhoso PARA BRANCOS, mas se você for um pouco escuro, mulato, preto, negro (ou como se quiser chamar), CUIDADO.
Até quando a PM vai continuar atirando para matar antes de qualquer abordagem diversa, e forjar “provas” de culpa para meninos pobres e negros?
Você pode ser balconista de lanchonete, entregador de pizza, vendedor de mate ou até ator da Globo, mas se for negro, tome muito cuidado. Acorda Brasil! A Policia Militar instituiu a pena de morte para negros há muito tempo, basta olhar os dados da Anistia Internacional, ou dar uma espiadinha nos noticiários.
Alguns dizem que não é racismo (!!!!), mas o fato é que a PM tem uma excelente pontaria para atingir garotos negros.
Quando é que esta discussão vai merecer um espaço digno na sociedade brasileira?
Quando a cultura da PM será transformada? É hora de educar urgentemente a PM, antes que não haja mais nada a se fazer.
O Brasil precisa de cotas, sim, sobretudo cotas de negros VIVOS, que possam estudar, trabalhar e viver a vida que escolheram.
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Do relator inglês do XIX à elite do hospital Einstein o medo é o mesmo
25 de Fevereiro de 2015, 10:05Final do Século XIX, os temores do relator do Comitê Parlamentar da Associação Britânica para o Avanço das Ciências saltam com uma clareza rara e ilustravam o que de fato pensava a elite britânica.
Um documento que embora tenha sido produzido no berço do Liberalismo não fazia questão alguma de disfarçar seus temores diante da possibilidade das classes inferiores serem capazes de pensar, produzir conhecimento. Nada das falsas promessas da meritocracia, hoje tão repetido pelos neoliberais que atacam sem dó políticas públicas de inclusão. Atentem, como este discurso é cristalino:
‘… mancando, um menino pobre adiantou-se para dar sua resposta. Coxo, corcunda, rosto pálido e macilento, era nítida nele toda uma história de pobreza, com suas consequências… Mas ele deu uma resposta tão lúcida e inteligente que nas pessoas brotou um Duplo sentimento: admiração face aos talentos do menino; vexame, porque em alguém da mais baixa das classes inferiores fora encontrada, quanto a assuntos de interesse geral, mais informação do que em gente que, socialmente, era de classe muito superior.
Seria uma situação nociva e perversa, esta de uma sociedade em que pessoas relativamente desprovidas das benesses da natureza fossem, quanto à capacidade intelectual, geralmente superior aos que, socialmente, estão acima delas.” Citado por GOODSON, Ivor. Currículo: teoria e história, p. 91. Petrópolis: Vozes, 1995.
A fala daquele relator do XIX me faz lembrar da elite ignara que temos hoje no Brasil. Inculta, desonesta, sem ética, sem valores republicanos, olha apenas para o seu próprio umbigo aqui ou em Miami. Esta elite do qual fazem partes juízes que se apossam de porsche apreendido em processos judiciais, ou médicos que espalham boatos contra ex-ministro que usa o SUS, denunciam paciente que praticou aborto, mas quando a gravidez indesejada é entre os seus não tem nenhuma dor de consciência, valor moral ou religioso que a impeça de praticar aborto, ou ainda aquela que de modo fascista envergonha para todo o sempre um hospital da nata da elite econômica do país como o Hospital Israelita Alberto Einstein. Sempre esta elite ignara e inculta que se apropria da coisa pública, tenta o tempo todo destruí-la e joga o saldo do seu botim nas costas de Dilma e antes na de Lula, e antes na de Jango, e antes na de Juscelino e antes na de Getúlio. Qualquer governo trabalhista, com um mínimo de republicanismo que acha que a classe trabalhadora também tem direitos é alvo desta elite sem qualquer princípio.
Isso me faz lembrar de como esta elite de herança escravagista reage aos avanços dos indicadores sociais do Brasil promovidos pelos governos de Lula e Dilma, como o Bolsa família que tem garantido a permanência e o aprendizado de crianças antes sem direito a sentar nos bancos escolares. Isso me lembra da mudança expressiva promovida pelo PNAIC (Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa) que literalmente vem mudando a cor da exclusão no mapa brasileiro e nos mostra que quando há políticas públicas sérias, recursos são alocados os índices de alfabetização e letramento do país mudam radicalmente em poucos anos, diminuindo uma desigualdade secular como a que o relator inglês fez questão de manter enquanto pode.
Isso me lembra que se realmente tivéssemos a prática de jornalismo no país, não um monopólio criminoso de 6 famílias dominando toda a comunicação que faz política golpista diariamente, incansavelmente, todos os brasileiros com algum compromisso real com seu país teriam muitos motivos pra comemorar.
Mas voltemos ao discurso elitista e sincero do relator inglês amedrontado com o fato de um pobre ter acesso ao saber.
Ele é tão didático para os incautos que reproduzem o discurso excludente de uma elite ignara, mas que não desfrutam do banquete.
Da próxima vez que você ouvir o discurso meritocrático, lembre-se do sentimento que está por trás dele, releia o discurso do relator inglês e saiba onde a elite de fato quer o pobre e porque a elite brasileira ataca todos os dias as políticas públicas da saúde e educação que vem assegurando direitos de saúde e educação àqueles para quem esses direitos básicos sempre foram negados.
E que os pobres do país aprendam com MC Brinquedo: Meça sua alienação, parça! Se liga, a elite que te leva a desejar o consumo com sua imensa publicidade, mas chama a polícia para impedir seu rolezinho no shopping, quer o seu sangue, não a sua libertação, parça.
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Rômulo Marcolino: Reaja, Dilma, reaja, PT!
25 de Fevereiro de 2015, 6:31Por Rômulo N. Marcolino em seu Facebook
25/02/2015
O governo Dilma enfrenta o momento mais difícil desde o seu primeiro mandato, na última campanha, a presidenta deu sinais de que assumiria a posição de líder política, mas por enquanto continua exercendo apenas o papel de gestora. Dilma precisa sair do isolamento e buscar apoio junto à população, partidos da base e movimentos sociais para evitar o estrangulamento perante uma grande mídia que assumiu o papel de oposição e de uma base aliada rebelde. Nesses 12 anos de governo, o PT escolheu a política de composição, adaptou-se ao fisiologismo do PMDB e reproduziu práticas utilizadas em governos anteriores como do FHC/PSDB e que devem ser condenadas pelas “esquerdas”. A imprensa que dá um surra diária no partido e no governo federal desde 2005, assim como o PMDB, também foi alimentada pelo governo que repassou volume alto de verbas publicitárias, sempre privilegiando canais de TV e jornais impressos, mesmo quando as pesquisas mostravam a diminuição de suas audiências e maior popularização da internet. EM 2003, Lula cede a primeira entrevista à TV Globo como novo presidente eleito, em 2010, a última entrevista de Lula presidente surge no programa dominical “Esquenta” da mesma emissora. Dilma Rousseff que já havia enfrentado uma campanha sórdida naquele mesmo ano foi aparecer fritando ovos no programa “Mais Você”, apresentado por Ana Maria Braga, aquela que usou colar de tomates, novamente na emissora dos Marinhos. A única mudança foi que a presidente eleita deu a primeira entrevista ao Jornal da Record, assim como na sua reeleição. Como apresentado pela Conceição Oliveira no blog Blog da Maria Frô, o governo federal e o PT não aprenderam a utilizar de forma adequada as ferramentas da redes sociais da internet, nem o WhatsApp, esse dois canais tem atingindo milhões de brasileiros, utilizados de forma baixa por gente contrária ao governo, transformaram-se em meios que propagam em alta velocidade e alcance, mentiras e calúnias que pretendem minar ainda mais a popularidade da presidenta. O governo e o PT não estão conseguindo responder a esses ataques, o setor de comunicação do governo e do partido são péssimos, não será João Santana o salvador da pátria.
A grande mídia cria o cenário perfeito da crise, construindo uma narrativa no qual o governo federal e o PT estariam envoltos num mar de corrupção, observem que desde o começo das delações premiadas nomes de outros partidos (inclusive da oposição como PSDB/DEM) foram citados, mas o alvo é o PT e a estabilidade do governo. Agora começaram as paralisações dos caminhoneiros, num primeiro momento eles disseram reivindicar contra o aumento do diesel e da gasolina, porém surgiram cartazes com “Fora Dilma” e pedidos de impeachment. A grande mídia que nunca foi chegada à protestos populares tem dado grande destaque a essa movimentação, mostrando que ela já afeta a produção industrial, ou seja, somasse à ideia de um governo corrupto, a imagem da ineficiência, o país paralisado. Com um país paralisado será mais fácil fazer a fila presidencial andar? Esse parece ser o desejo da elite brasileira, mas como apontamos aqui, o PT não pode ser visto somente como a vítima dessa trama, ele fez escolhas, traçou estratégias para a governabilidade, acreditou na construção de um projeto de país que negasse conflitos entre grupos antagônicos. Conseguiu produzir importantes avanços sociais, diminuição da miséria, aumento do poder de compra, ampliação das universidades e vagas no ensino superior, dentre outros, mas despolitizou o debate político com a sociedade, afastou-se das bases, não teve coragem para implementar as reformas política, tributária e a questão da democratização das comunicações para controlar a formação de oligopólios da informação e permitir a pluralidade, quando o cenário era bastante favorável, especialmente no segundo mandato do governo do presidente Lula. Agora é aguardar para ver como a presidente vai reagir (se é que vai reagir), se conseguirá virar o jogo ou se vai pelos próximos quatro anos continuar cedendo às pressões de partidos da base que querem sugar todo o leite e permanecer sendo atordoado diuturnamente por uma impressa (incluso partidos políticos de oposição) que não tem menor pudor em flertar com o golpismo, impossibilitando assim, qualquer reforma que atenda aos anseios populares.
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Cardozo, o lento que treme e se ajoelha
25 de Fevereiro de 2015, 4:58Cardozo, o Ministro que treme
Por Luis Nassif, Jornal GGN
24/02/2015
Hoje foi cometido mais um crime na primeira página da Folha: uma nota com base em uma delação premiada sigilosa acusando o Senador Fernando Collor de ter recebido propinas.
No Senado, Collor presidia uma comissão diretamente ligada em infraestrutura. A denúncia é até verossímil, embora não tenha sido acompanhada de provas.
Mas o crime anunciado é outro. Por envolver cidadão com foro privilegiado, essa delação tinha que ser protegida contra vazamentos muito mais do que as demais – que transitavam apenas na justiça comum. É um crime, que mais uma vez será ignorado pelo Procurador Geral da República. O que fará o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo? Nada. Como nada fez em relação aos demais vazamentos.
O Ministro é um cidadão que teme. Teme ruídos de folhas, notas internas de jornais, teme encarar suas responsabilidades, teme agir, teme falatórios.
O mais rumoroso episódio de vazamento – a tal capa da revista Veja – quase decide as eleições de 2014. Motivou uma reação inédita da presidente Dilma Rousseff contra o abuso perpetrado. Por envolver a própria presidente, tornou-se uma questão de Estado. O que fez o Ministro, chefe maior da Polícia Federal. Solicitou a abertura de um inquérito que ficou ao relento. Limitou-se a ouvir três ou quatro jornalistas que alegaram seu direito de preservar a fonte. E ficou por isso mesmo.
Aí, advogados das empreiteiras solicitam uma audiência ao Ministro. Não se trata de convescote ou missão de paz. Trata-se de exigir dele o cumprimento da lei e de suas obrigações em relação aos vazamentos.
O que faz o Ministro? Esconde a audiência em sua agenda pública, expondo os advogados que cumpriram com todos os procedimentos formais.
O risco sistêmico
Não apenas isso.
Há um risco sistêmico de paralisação de grande parte das obras do país por inviabilização das empreiteiras envolvidas com a Lava Jato. A dinâmica de uma obra é a seguinte:
1. A empreiteira é contratada.
2. De posse do contrato, toma um financiamento bancário para iniciar as obras.
3. À medida que as obras são entregues, recebe o pagamento e quita o financiamento.
A Lava Jato inviabilizou a tomada de financiamento e a contratação pelo poder público.
É evidente que precisa terminar o ciclo de abusos das empreiteiras e, nesse sentido, a Lava Jato cumpre um papel histórico.
Tome a Camargo Correia. Esteve envolvida em negociações obscuras com o governo de São Paulo, para impedir o indiciamento de seus executivos no acidente do Metrô. Depois, foi apanhada em cheio pela Operação Castelo de Areia e se livrou graças a manobras nebulosas. Nem isso aplacou sua falta de limites. É evidente que o peso da Justiça precisa se abater sobre seus controladores.
O mesmo aconteceu com a Mendes Junior que, antes da atual fase de obras, assim como a CR Almeida, tinha se transformado em uma empresa especializada em entrar na Justiça com ações espúrias contra o poder público.
Tem-se, portanto, uma engenharia complexa: dar um fim ao poder político da atual geração de empreiteiras, punir executivos e acionistas, varrendo-os do mapa empresarial brasileiro, abrir espaço para as empreiteiras médias (prejudicadas pela atuação do cartel) e, ao mesmo tempo, preservar as empresas para evitar soluções de continuidade em projetos de extrema importância para a economia.
Talvez tenha sido injusto nas críticas ao Ministério Público, exigindo dele uma visão sistêmica da questão da infraestrutura. Essa responsabilidade deveria ter sido delegada pela presidente da República ao Ministro da Justiça.
Caberia ao Ministro como articulador político e jurídico do governo reunir-se com o Procurador Geral, com o Tribunal de Contas da União e com a Controladoria Geral da República para encontrar as saídas adequadas. Mas o Ministro treme. Os encontros poderiam ser mal interpretados. Então ele se esconde. Esse papel articulador acaba sendo assumido pelo Advogado Geral da União Luiz Adams
Nesse ponto, ele e Dilma são iguais. A oposição está quase tirando Dilma da presidência. E sua preocupação maior é com sua reputação, com o que as pessoas estão dizendo dela.
No futuro, ninguém ousará duvidar de sua idoneidade. Mas que Dilma não pergunte ao oráculo o que a história falará de seu despreparo, sua ingenuidade, sua incapacidade de se compreender representante de um projeto de país de se entender personagem político, não uma mera pessoa física.. E registrará, divertida, que no auge da maior crise política dos últimos 25 anos, o Ministro da Justiça arrumava tempo para dar aulas em cursos jurídicos à distância.
Pobre República!
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