Depois do PSDB reconhecer na Justiça que é fantasma do Passado a Folha reconhece que não é imprensa brasileira
22 de Junho de 2014, 13:12 - sem comentários aindaDivertidíssimo ler os comentários sobre o texto do Nelson de Sá (reproduzo o texto e dois dos comentários abaixo).
Nelson de Sá fez jornalismo, o problema é que o jornal no qual ele escreve não faz jornalismo há muito tempo.
Tempos atrás o PSDB foi para a Justiça contra uma propaganda do PT porque a carapuça serviu direitinho, mesmo o PT não tendo feito uma menção ao PSDB, é o mesmo que ocorre agora com a Folha, só que a Folha aposta na falta de memória de seus leitores e atribui à imprensa estrangeira o que ela e todo o monopólio midiático fez diuturnamente: desinformou sobre as obras da Copa, fez política partidária contra o governo de Dilma Rousseff usando a Copa.
Mas leitores críticos não esquecem como a mídia monopolizada usou seu monopólio pra fazer campanha contra o governo federal travestida de cobertura jornalista.
Aliás ao ver a ~cobertura~ da mídia monopolista antes da abertura da Copa sempre pensava: como farão quando a Copa ocorrer os brasileiros começarem a enfeitar suas casas, carros, torcerem? Quando o jornalismo vira partido de oposição golpista e abandona o fazer jornalístico só briga com os fatos: a Copa no Brasil não apenas vem sendo apontada como uma das melhores dos últimos tempos, como em algumas mídias estrangeiras como a melhor Copa ever).
Outra dúvida me assolava ao ver a porca cobertura jornalística que tentou de todas as forma minar a autoestima do povo brasileiro. Como esta mesma mídia iria lucrar com os anunciantes se afastassem o povo da Copa? A Globo está pagando um alto preço, o índice de rejeição dos brasileiros ampliou em muito, quem mandou apostar na ruína do evento, resta saber se os anunciantes vão socializar as perdas.
Reproduzo os comentários do historiador Arnaldo Marques e do jornalista Victor Farinelli sobre o texto de Nelson de Sá:
“O Brazil se assumindo com todas as letras:
“Prenúncio de que Copa seria o ‘fim do mundo’ não aguentou 3 dias
Início do Mundial no Brasil reverteu expectativa da MÍDIA INTERNACIONAL de que o evento seria desastroso para o país” [grifo meu]
Nelson de Sá deixa claro que a Folha, Veja, Estadão não são brasileiros.
São brazilians, fazem parte da mídia internacional.
A sinceridade campeia, finalmente.” Arnaldo Marques
“Eu sidivirto só de ver os vira-latas se rasgando de raiva. O espírito de porco dos que xingam a presidenta porque a Copa é um absurdo, mas estão lá no estádio, pagando caro e sendo engolidos pela torcida mexicana. Os que torceram pro caos, pra que a Copa fosse um lixo, porque acham que é assim se faz política, e agora ficam com essa esquizofrenia, porque muitos adoram futebol e estão perdendo a #CopaDasCopas, e quando acham que pelo menos vai sobrar uma crítica pra salvar o dia, descobrem que até a Folha, porta-voz da hecatombe, tenta disfarçar sua culpa jogando na conta da imprensa estrangeira – os meios que tentam se desculpar com seus leitores mundo afora: “desculpem, acreditamos na imprensa brasileira, dissemos que o Brasil era uma bomba-relógio, e ao chegar percebemos que não era nada disso, o país é uma festa e a Copa está maravilhosa”. Pergunta: cadê aquele suposto jornalista dinamarquês agora?” Victor Farinelli
Pra gringo ver: O fim do mundo não veio
Por: NELSON DE SÁ, na Falha
19/06/2014
Sob o título “Previsão de dia do juízo final dá lugar a soluços menores”, o “New York Times” examinou a infraestrutura na Copa. Abriu listando profecias não realizadas: “Um estádio não ficaria pronto a tempo. Outro não ficaria pronto nunca. Protestos suplantariam tudo”. Disse que nem tudo está às mil maravilhas, mas lembrou que até uma semana antes os Jogos de Londres, em 2012, também eram “zona de capacetes de proteção”. Citou, entre os soluços, “fios visíveis” na Arena Corinthians e “fogos de artifício” chilenos na Arena Pantanal.
E foram chilenos também que invadiram o Maracanã. É o maior problema até aqui, disse o correspondente da Al Jazeera, Gabriel Elizondo, ironizando que “a segurança era da Fifa”. A agência americana Associated Press acrescentou que a Fifa apelou à segurança brasileira.
Falhas menores
Quase uma semana e também o “Wall Street Journal” publicou seu diagnóstico. No título, “Só umas poucas falhas menores”. Abrindo o texto, “o Brasil pode respirar aliviado”.
Nada de caos
Também o “Guardian” fez balanço da Copa, mais focado nos “arrepios” trazidos pelos gols. Sublinhou que, “fora do futebol, as previsões de derretimento aéreo e caos logístico não se realizaram até agora”.
Espírito de festa
Fechando os balanços, o “Telegraph” deu a longa análise “Copa do Mundo 2014: Jogadores e torcedores estão gerando um espírito de festa que a Fifa jamais será capaz de roubar”. Lembra, porém, que “uma Copa não cura nada” em educação etc.
Copa & inflação
Na direção contrária do oba-oba, a Reuters despachou que a “Copa põe a inflação do Brasil próxima do teto da meta”. Os dados divulgados pelo IBGE, no entender da agência anglo-canadense, sugerem alta “no momento em que a Copa do Mundo eleva a demanda por passagens aéreas” e quartos de hotel.
#occupyestelita
A boa vontade com o evento fez desaparecer o noticiário sobre os problemas. Uma exceção é o site da Al Jazeera, que informou como a polícia pernambucana “expulsou os manifestantes do movimento #ocupeestelita”. Reproduz até um tuíte de ativista que tentou chamar a atenção do “NYT”, sem sucesso: “@nytimes War in Recife, Brazil #occupyestelita”.
GOOGLE DOODLE
O buscador postou sua 15ª imagem sobre a Copa, nas páginas iniciais de EUA, Europa, Ásia, além de Brasil, com um bonequinho batendo bola em favela
GRINGO NO MORRO
Bloomberg e “Daily Beast” (acima) destacaram que as favelas foram tomadas por turistas em festa e que as UPPs e outras ações aproximaram os barracos dos imóveis mais caros do Rio
governos do PT mais ações para o coletivo, do PSDB ações voltadas para o individualismo
22 de Junho de 2014, 7:59 - sem comentários aindaPor Arnaldo Ferreira Marques em seu Facebook
22/06/2014
Talvez muitos não se recordem, mas em meados de 2012 eu escrevi um texto de apoio à candidatura de Fernando Haddad, que acabou sendo eleito prefeito de São Paulo.
No clima de FlaxFlu que se instalou no debate político brasileiro, esse tipo de tomada de posição (pelos conservadores ou pelos progressistas) automaticamente adquire características de “opção ignorante ou corrupta”, dependendo da ideologia de quem julga.
Cada um dos lados adquire características de anjos ou demônios.
Como se sabe, ninguém pode analisar nem ponderar, muito menos discutir, sobre anjos e demônios. Anjos são bons e devem ser defendidos. Demônios são maus e devem ser exorcizados.
E assim, nesse Fla-Flu demoníaco/celestial, todo o funcionamento da democracia, que é totalmente dependente do debate sem preconceitos (pré-conceitos), vai pelo ralo, fica impedido.
Eu dizia que Haddad era o candidato do coletivo, contra um Serra, candidato do individualismo.
Traduzindo isso para questões municipais, concretas, Haddad era o candidato do transporte coletivo, Serra do automóvel. Para Haddad mobilidade é andar de ônibus (corredores, BRTs, trem, metrô), para Serra andar de automóvel (como ele e seus aliados haviam feito, com mais e mais pistas para carros).
Haddad defendia barrar a especulação imobiliária, Serra deixá-la em paz.
Haddad defendia a inclusão dos moradores de rua e cortiços, Serra de enxotá-los para longe dos olhos da classe média.
Um ano e meio de governo Haddad indicam isso mesmo. Ênfase nos corredores de ônibus e na reformulação do sistema de ônibus. O cancelamento do grande túnel para automóveis que ligaria a Águas Espraiadas à Imigrantes. O programa Braços Abertos na cracolândia. A nova proposta de Plano Diretor, procurando barrar (ou ao menos controlar) a especulação imobiliária.
Já o perfil de José Serra e Geraldo Alckmin fica claro pelas ações dos últimos 19 anos e meio, em obras como as novas pistas para automóveis da Marginal Tietê (Serra); o programa de repressão e internação compulsória dos dependentes de crack (Alckmin), as rampas antimendigos (Serra), a duvidosa expansão do metrô (Serra/Alckmin) de São Paulo (que não visa desafogar as linhas já superlotadas, como a Vermelha Leste-Oeste, mas apenas estender eleitoreiramente novas linhas a bairros ainda não servidos, jogando os novos usuários para as antigas linhas).
Este texto de Luis Nassif aponta mais uma diferença de filosofia entre Serra/Alckmin e Haddad.
Discussão com dados objetivos, não com demonização automática ou santificação vazia.
Vale a pena ler.
Mais reflexão racional, menos exorcismo.
Que bom.
Caso MPL: um Secretário da Segurança a serviço da intolerância
Por: Luis Nassif, Jornal GGN
22/06/2014
A postura do Secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, condenando a tentativa de acordo da Polícia Militar (PM) com o Movimento Passe Livre (MPL) mostra claramente onde se situa a raiz da intolerância na segurança pública paulista.
Na última manifestação, houve um pacto de não agressão proposto pelo MPL: a PM ficaria à distância e o MPL ajudaria a segurar os vândalos. Falhou. No final da manifestação, black blocs partiram para a quebradeira.
Segundo o G1, “como membros do movimento chegaram a fazer cordão de isolamento para proteger bancos e concessionárias, a Polícia Civil investiga a possibilidade de que o vandalismo tenha sido praticado por black blocs infiltrados no ato”. Ou seja, dentro de suas possibilidades, o MPL cumpriu sua parte do acordo. E, rompendo uma tradição de beligerância, a PM manteve-se à distância.
Não deu certo porque, terminada a manifestação, os black blocs partiram para a quebradeira. O MPL não tinha mais como segurá-los e a PM estava à distância. A quebradeira decorreu de um problema operacional, não do acordo em si.
Está-se discutindo há tempos a falta de uma metodologia da PM para atuar em manifestações pacíficas, separando manifestantes civilizados de vândalos. Esse acordo com o MPL foi o primeiro gesto – de lado a lado – para um novo modelo de atuação recíproca.
A base inicial é virtuosa e deveria ser perseguida. O vandalismo final deveria servir de base para aprimoramento do modelo, definindo maneiras da PM não ficar tão ostensiva que parecesse provocação, nem tão distante, que parecesse desinteresse.
Mas aí entra o fator Grella condenando acerbamente o acordo em si e desautorizando os oficiais de boa vontade que ousaram negociar com manifestantes pacíficos.
Comprova as conclusões de um dos Brasilianas.org sobre segurança. A PM, em si, é uma organização hierárquica, que obedece ordens. Quando os sinais da cúpula – e, por tal, entenda-se do governador e do Secretário de Segurança – são de endurecimento, endurece; quando são de contenção, se contém.
A visão medievel da segurança
O governador Geraldo Alckmin tem uma visão medieval de segurança. Foi a partir dessa visão que, na maior parte do seu governo, indicou Secretários de Segurança violentos e anacrônicos.
Um deles, Saulo Castro tornou-se responsável por dois massacres jamais apurados pelo MInistério Público Estadual: o do Castelinhos e o de maio de 2006, mais de 600 pessoas assassinadas, muitas delas sem antecedentes criminais, em represália contra a invasão do PCC.
O outro é Grella, sucedendo a um Secretário de Segurança igualmente truculento.
A Operação Braços Abertos, da prefeitura na Cracolândia, quase foi comprometida pela ação do DENARC (Departamento Estadual de Narcóticos) invadindo a área em plena operação. A truculência mereceu nota de apoio de Grella. Pelo inusitado, supus que fosse apenas uma maneira do Secretário não se mostrar desautorizado ou tendo sido pego de surpresa.
Ele me enviou um email indignado, dizendo que tudo foi feito com seu conhecimento e aprovação.
Portanto, de-se um desconto para a PM. Por trás das infindáveis mortes em periferia, do clima de guerra que tem vitimado pessoas dos dois lados, existem oficiais tentando trazer a força para os limites da civilidade; mas existem um governador e um Secretário de Segurança que enxergam São Paulo com os olhos de Alfredo Issa, o temível Secretário de Segurança dos anos 30.
Nazista desesperado na partida de GanaXAlemanha invade o campo e a FIFA não faz nada
22 de Junho de 2014, 7:29 - sem comentários aindaDeve ser um golpe duro a um nazista que se considera pertencente à uma raça superior tomar dois gols de um país africano que foi vilipendiado pelo tráfico de escravos, pelo imperialismo e que ainda hoje sofre as consequências do saque europeu durante séculos.
Se não fosse Klose, a Alemanha teria perdido de Gana. Cadê a superioridade dos alemães mesmo?
Cadê a segurança da Fifa mesmo, que impediu a entrada do povo brasileiro com seus preços abusivos e permite este crime?
Será que podemos processá-la por racismo, já que este alemão imbecil expôs para o planeta inteiro sua ideologia criminosa e como vemos na denúncia abaixo ela nada fez para impedir expressões racistas dentro dos estádios?
Já que a FIFA se torna o Estado dentro dos estádios durante a Copa é dela que devemos cobrar por esses crimes.
Veja aqui outras denúncias sobre o fato de a FIFA não impedir expressões racistas dentro dos estádios:
“Cara @ FIFAcom por que vocês nada dizem/fazem quando fãs racistas como estes exibem-se nos estádios com os rostos pintados de preto?”
Neonazista invadiu jogo Gana X Alemanha em Fortaleza
Via Correio Nagô
22/06/2014
Apesar da FIFA criar uma campanha contra o racismo na Copa do Mundo de 2014 (Say No to Racism), as coisas parecem que estão fora do lugar nesse quesito. Um simpatizante nazista correu no campo durante o jogo Gana-Alemanha neste sábado, 21 de junho.
Não houve segurança para detê-lo e o racista tirou a camisa em campo revelando uma mensagem pró-nazista, segundo informações do Yahoo Sports
Sulley Muntari, jogador de Gana colocou o invasor para fora do gramado evitando mais problemas.
Procurador #padrãoFifa arquiva investigação contra Serra no Trensalão tucano
18 de Junho de 2014, 16:12 - sem comentários aindaSerra comemora em grande estilo mais uma investigação envolvendo o tucano em escândalo de corrupção.
Procurador-geral arquiva investigação contra Serra no caso do cartel de trens
Por Fausto Macedo, MSN
18/06/2014
Elias Rosa conclui que ex-governador agiu ‘preocupado em evitar prejuízos ao Estado’
A Procuradoria-Geral de Justiça arquivou investigação contra o ex-governador de São Paulo José Serra (2007/2010), do PSDB, por suposto envolvimento com o cartel metroferroviário. Para a cúpula do Ministério Público Estadual, o tucano não teve participação em conluio para que a CAF espanhola fosse vencedora de concorrência da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) destinada à compra e reforma de trens no âmbito do Projeto Boa Viagem.“Passados mais de cinco anos desde a instauração do inquérito civil pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social não foram até o momento identificados indícios de envolvimento do ex-governador José Serra na prática de atos de improbidade administrativa relacionados ao Projeto Boa Viagem”, cravou, em despacho de 7 páginas, o procurador-geral Márcio Fernando Elias Rosa.
Para Elias Rosa, essa constatação “torna ilógico o prosseguimento do feito” sob sua responsabilidade, “ressalvada a hipótese de surgimento de novas provas que situem os fatos na órbita de apreciação do Procurador-Geral de Justiça”.
A promoção de arquivamento do inquérito civil 648/08 foi encaminhada na semana passada ao Conselho Superior do Ministério Público, colegiado da instituição que tem poderes para homologar ou rejeitar a medida. O Conselho é formado por onze integrantes, sob presidência do chefe do Ministério Público.
O caso chegou às mãos do procurador geral em fevereiro de 2014 a partir de representação da Promotoria de Defesa do Patrimônio apontando “indícios” da participação de Serra no conluio que, segundo a multinacional alemã Siemens, predominou em São Paulo no período entre 1998 e 2008. Por meio de acordo de leniência firmado em maio de 2013 com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste do governo federal, a empresa citou cinco grandes projetos da CPTM e do Metrô. Um deles, o Boa Viagem.
A Lei Orgânica do Ministério Público paulista prevê que cabe exclusivamente ao procurador-geral investigar ex-governador e governador nos casos de improbidade.
A Promotoria amparou sua petição ao procurador-geral no depoimento do ex-diretor da Siemens Nelson Branco Marchetti, em novembro de 2013, à Polícia Federal. O executivo é um dos seis lenientes que subscrevem o pacto da Siemens com o Cade. Ele afirmou ter se reunido com o então governador em 2008 em uma feira na Holanda.
Segundo Marchetti, o tucano lhe disse que, caso a Siemens conseguisse na Justiça desclassificar a empresa espanhola CAF em uma licitação de compra de trens da CPTM, o governo iria cancelar a concorrência porque o preço da multinacional alemã era 15% maior. “No edital havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador (José Serra) e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF”, afirmou o executivo.
Para o procurador-geral, no entanto, o relato do ex-diretor da Siemens “longe de levantar suspeita contra o ex-governador, revela, ao contrário, a justa preocupação do chefe do Executivo em relação aos prejuízos que poderiam advir ao Estado caso a proposta vencedora do certame, apresentada pela empresa CAF, fosse desqualificada em virtude de medidas judiciais intentadas pela Siemens”.
Elias Rosa alerta que os fatos mencionados pelo executivo ocorreram entre os meses de fevereiro de 2007 e dezembro de 2008, ao passo que os dez contratos relativos ao Projeto Boa Viagem – alvos do inquérito civil 648/08 – foram todos firmados em 2005, “época em que José Serra não era governador de São Paulo”. O mandato do tucano iniciou-se em janeiro de 2007 e findou em 2 de abril de 2010.
A investigação já havia sido arquivada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio, decisão homologada pelo Conselho Superior em junho de 2010. “Vale lembrar que os fundamentos do arquivamento promovido pela Promotoria do Patrimônio consistiram, em suma, na ausência de prova de ocorrência de atos ilícitos na licitação e no contrato”, destaca Elias Rosa. “Não se cogitou, sequer em tese, a participação do governador em atos de corrupção.”
Em fevereiro de 2014, a Promotoria pediu ao Supremo Tribunal Federal cópia em mídia digital do inquérito 3815, aberto originalmente pela Polícia Federal para investigar suposta prática de corrupção envolvendo agentes públicos e dirigentes de multinacionais em procedimentos licitatórios e contratos da área de transporte de massa em São Paulo.
O procurador-geral assinala que os autos chegaram às suas mãos sob o argumento de que fatos novos evidenciados no inquérito 3815 do STF “revelariam indícios de envolvimento do ex-governador José Serra na prática de atos de corrupção em licitações e contratos do sistema metroferroviário de São Paulo”.
Ao decretar o arquivamento da investigação, o chefe do Ministério Público também encontra suporte na ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que separou os autos da investigação sobre o cartel, mantendo sob a tutela da Corte apenas a parte relativa àqueles que detêm prerrogativa de foro, no caso, os deputados federais Rodrigo Garcia (DEM-SP) e José Aníbal (PSDB-SP). “A recente decisão (do ministro do STF) não fez referência alguma ao ex-governador José Serra.”
Os esqueletos de Aécio-5, o lançamento da candidatura que faria corar a UDN e a resposta petista
18 de Junho de 2014, 12:04 - sem comentários aindaDurante o lançamento da campanha de Aécio além dos famosos papelões do candidato, que já rende piadas na rede como tumblr Papel de Candidato, Aécio perdeu uma grande chance de dizer a que veio, ao contrário, gastou seu tempo fazendo acusações que mereceram respostas de um ministro do Estado:
Mercadanteafirmou em coletiva na Casa Civil: “A oposição ficou um bom tempo dizendo que ia ter uma tempestade perfeita, nós tivemos um verão muito tranquilo. Agora estão falando em vendaval, em tsunami. Eu acho que o único tsunami que tivemos foi a gestão pública em alguns governos do passado. Como o Brasil não tem tsunami, eles não voltarão”
Os esqueletos de Aécio
Por Ricardo Melo, Folha
18/06/2014
Sombras permanecem na biografia do tucano; cabe ao eleitor medir a sinceridade de seus depoimentos
Ninguém é obrigado a ser candidato a presidente. Mas quem abraça a causa deve saber que sua vida está sujeita a ser esquadrinhada –Mirian Cordeiro que o diga. O tucano Aécio Neves, agora candidato oficial do PSDB, parece incomodado nesta missão.
Ainda pré-candidato, Aécio começou mal. Decidiu fugir de perguntas incômodas, atacar as críticas como obra de um submundo e acionar a Justiça para tentar limpar uma biografia no mínimo controvertida. Nada a favor dos facínoras que inventam mentiras em redes sociais para desqualificar adversários. Mas daí a ignorar questionamentos vai uma distância enorme.
A repórter Malu Delgado, da revista “piauí”, prestou um belo serviço ao escrever um perfil do tucano. Lá estão prós e contras, alinhados com sobriedade e rigor jornalístico. Cada um que chegue às suas conclusões. Por enquanto, elas soam desfavoráveis ao candidato.
Deixe-se de lado qualquer falso moralismo. É direito do eleitor sabatinar quem se propõe a dirigir o país. A fronteira entre o público e o privado se esmaece, sem que isso signifique a condenação a priori de qualquer um.
Vídeos na internet mostram práticas nada republicanas, como gostam de falar, por parte do então governador de Minas Gerais. Entre outras façanhas em bares e blitze, montou uma tropa de choque midiática para sufocar críticas.
Tanto fez que a guilhotina tucana decapitou sem piedade inúmeros jornalistas em Minas Gerais. Os testemunhos estão à disposição, basta querer ver e ouvir.
Sombras permanecem. A questão das drogas é uma delas, e cabe ao candidato refutá-las ou não; ao eleitor, mensurar a sinceridade dos depoimentos e até que ponto o tema interfere na avaliação do postulante. Aécio tem se embaralhado frequentemente no assunto. Adotou como refúgio a acusação de que tudo não passa de calúnias. Ao vivo, acusou jornalistas reconhecidamente sérios de dar vazão a rumores eletrônicos. Convenceu? Algo a conferir.
Na reportagem citada, destaca-se um mistério. Uma verba de R$ 4,3 bilhões, supostamente destinada à saúde, sumiu dos registros oficiais do Estado. Apesar de contabilizada na propaganda, a quantia inexiste nos livros de quem teria investido o dinheiro.
O caso foi a arquivo sem ter o mérito da questão examinado. A promotora autora da denúncia insiste na ação de improbidade. Na falta de esclarecimentos dos acusados, aguarda-se o veredicto da Justiça.
Esqueletos à parte, na convenção de sábado (14) Aécio teve a chance de ao menos apresentar um programa que justificasse a candidatura. Perda de tempo. O evento faria corar a banda de música da finada UDN. Discursos mirabolantes se esforçaram para preencher o vazio de alternativas.
Ouviram-se insistentemente anátemas contra a corrupção. Ninguém se referiu, contudo, às peripécias do mensalão mineiro e às manobras, também nada republicanas, do correligionário Eduardo Azeredo para escapar de uma condenação.
O distinto público continua sem saber se o salário mínimo vai mudar, se a aposentadoria fica como está, se haverá um tarifaço e quais medidas um governo tucano propõe para melhorar o bem-estar do povo. Ministérios serão cortados, esbraveja o senador. Mas quais? A reeleição, comprada a peso de ouro pelo seu partido na gestão FHC, vai mesmo acabar? A respeito disso tudo, o que ressoa é o eco das tais “medidas impopulares”.
Em lugar de propostas, metáforas mal construídas que começam com brisa, crescem para ventania e acabam em tsunami. Talvez porque Minas não tenha acesso ao mar.
Se quiser seguir em frente, Aécio Neves está muito a dever. Saiu da zona de conforto mineira, em que a imprensa é garroteada impiedosamente para abafar desmandos de gestão. O jogo mudou, e o neto de Tancredo deve providenciar urgentemente garrafas para vender.
Não adianta apostar apenas no erro do adversário. Amante de relógios caros, muitos deles capazes de quitar com seu valor dezenas e dezenas de prestações de aspirantes a uma casa própria, o tucano já deveria ter aprendido que quem sabe faz a hora, não espera acontecer.