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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Flavio Dino: Caminhos para sair da crise

9 de Agosto de 2015, 11:06, por MariaFrô

Sair da crise
por Flavio Dino, Carta Capital
04/08/2015 12h55
Derrotamos a ditadura, acabamos com a hiperinflação e tivemos um ciclo de inclusão social. É preciso criar um diálogo responsável para não ameaçar as conquistas

Nos momentos de crise, há os que escolhem se esconder debaixo das copas das árvores até que as dificuldades cessem; aqueles que tocam fogo na floresta; e os que sobem até o alto das árvores para enxergar a solução dos problemas. Creio que esta posição é a melhor para os que colocam o interesse nacional no centro da ação política.

O Brasil venceu muitos obstáculos para finalmente chegar a um período de plena democracia política, estabilidade econômica e conquistas sociais. Nos anos 80, com a liderança do PMDB de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, derrotamos a ditadura. Nos anos 90, sob a hegemonia do PSDB de Fernando Henrique e Mário Covas, vencemos a hiperinflação. Nos anos 2000, com a direção do PT de Lula e Dilma, tivemos um ciclo de inclusão social. Essa trajetória está em jogo na hora presente.

Trata-se de constatar alguns fatos graves: o descrédito que atinge as instituições políticas; a volta da inflação em patamar acima do razoável; e a recessão e o desemprego. Precisamos que todas as lideranças políticas coloquem esses pontos em primeiro plano, unindo-se com uma pauta nacional, para a qual sugiro três itens imprescindíveis: respeito à autonomia do sistema de Justiça, preservação da governabilidade institucional e busca da governabilidade social.

Sobre a Justiça, é preciso separar a pauta da política da pauta da polícia. Ao mesmo tempo em que todos devem garantir que a polícia, o Ministério Público e o Judiciário apurem denúncias e combatam a corrupção com independência, é necessário que a política recupere seu papel insubstituível de organizar o processo decisório sobre o desenvolvimento do País. Discussões inúteis e inconstitucionais, do tipo “controle sobre as investigações“, devem ser abandonadas.

Acerca da governabilidade institucional, não é razoável manter uma confusão generalizada ou defender teses juridicamente insustentáveis, como um impeachment por impopularidade, ainda que expressando uma maioria ocasional.

Impeachment no presidencialismo é sanção por crime de responsabilidade comprovada e dolosamente cometido pelo chefe do Poder Executivo. Não equivale à moção de desconfiança do parlamentarismo. Logo, defender a tese do impeachment presta-se exclusivamente a aprofundar a deslegitimação do Estado Democrático de Direito, já aguda como as pesquisas têm mostrado, com índices de alta reprovação para todos os Poderes da República.

Exatamente por conta do que tais pesquisas registram, precisamos de uma nova agenda de desenvolvimento, que rompa com as armadilhas do financismo dogmático e reconstrua a governabilidade social. O ajuste fiscal é necessário, mas isso não pode ser conduzido para um ciclo vicioso ladeira abaixo: mais juros, aumento da dívida, cortes de despesas públicas, recessão, menos arrecadação, e assim em movimento retilíneo uniforme até o abismo.

Um primeiro passo é deter a alta dos juros, que desencadeia tantos efeitos negativos. E aumentar tributos de quem pode e deve pagar mais: bancos, grandes fortunas e heranças milionárias.

Devemos sair da agenda que hoje aprisiona a esperança da nação. É hora de fazer com que o País retome sua capacidade de crescimento e isso só será possível quando suas lideranças encontrarem um caminho correto, que preserve as instituições democráticas, recupere a estabilidade econômica e avance na justiça social.

Construir um ambiente de diálogo responsável não significa abrir mão de convicções, e sim zelar pela normalidade saudável da alternância no poder, sem as rupturas cíclicas do passado. É hora de mais humildade e de menos intolerância.

*Flávio Dino, 47 anos, advogado, é governador do Maranhão. Foi presidente da Embratur, deputado federal e juiz federal

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Lelê Teles: a bomba no Instituto Lula e a Bolinha de Papel na cabeça de Serra

4 de Agosto de 2015, 13:57, por MariaFrô

Leia também sobre assunto relacionado: O falso Picasso e o falso jornalismo que te vende embuste como se fosse interesse público

A BOMBA CASEIRA E A BOLINHA DE PAPEL

Por Lelê Teles

04/08/2015

soltaram um bomba na porta do Instituto Lula. é um atentado, certo?

a grande mídia tratou logo de minimizar o fato. os mervais, sempre mervosos, disseram que se tratou de uma simples bomba caseira e que apenas fez um buraquinho na parede do prédio.

lembremos que buraquinho só no meio da testa de qualquer merval, de carne e osso, é suficiente para matá-lo.

humoristas sem graça, mervalicamente, também desdenharam do ocorrido, afirmando que “quem sabe” não foram os petralhas que soltaram o artefato para desviar o foco das falcatruas…

com mil diabos.

em 2010, Zé Serra sofreu um “atentado”. atentai bem.

um homem vestindo uma blusa azul, igual a dos seguranças do tucano, atirou ao ar uma bolinha de papel, dessas que a gente faz na escola para zoar o colega, e acertou o cocuruto do então candidato emplumado.

o staff de Serra entrou em polvorosa, seguranças o cercaram, ele levou a mão à cabeça, tumulto, pânico, câmeras nervosas…

levaram-no para uma van, de lá foram direto para o hospital.

lá chegando, foi recebido diligentemente pelo Dr. Jacob Kligermane, médico de cabeça e pescoço, veja você – e que, não por acaso, presidiu o Instituto Nacional do Câncer quando Serra era Ministro da Saúde.

Serra foi submetido a uma tomografia.

Klingerman, descaradamente, mentiu que Serra chegou ao consultório “com náuseas e tonteira”.

o próprio Serra disse que se sentiu “meio grogue” após ser atingido.

o Dr., fazendo o espetaculoso jogo midiático, recomendou ao acidentado 24h de repouso.

ato contínuo, os jornais não falavam em outra coisa; os mervais ainda mais mervosos espumavam pelas suas bocas de bonecos de ventríloquo.

especulações: atentado, violência, jogo sujo, golpe baixo da oposição…

o diabo é que havia milhares de fotógrafos e cinegrafistas no evento – ocorrido num calçadão comercial da Zona Oeste do Rio de Janeiro – mas, desgraçadamente, todos sonegaram as imagens que mostravam o quê diabos atingira o Senhor Burns.

colunistas, âncoras, repórteres, historiadores, filósofos, a garota do tempo, todo mundo tentava compreender o que atingira o crânio do descerebrado.

mas aí o SBT rompeu o silêncio e mostrou que na verdade foi uma mera bolinha de papel.

a Globo não caiu nessa. Chamou o controverso perito Molina (que é a cara do pastor Caio Fábio) para forjar uma imagem colocando um meteoro no lugar da bolinha de papel. Molina não foi tão longe, optou por um rolo de fita crepe; a farsa foi facilmente desmascarada nas redes sociais.

tudo isso se sabe. Não vou cansá-los com essa lenga-lenga.

o que quero dizer é que a bolinha de papel do Serra virou assunto para duas semanas, a bomba do Instituto Lula foi um acidente menor, já silenciado.

uma mera bomba caseira.

o diabo é que foi com uma mera bomba caseira – feita numa panela de pressão – que dois molecotes acabaram com a Maratona de Boston, nos Esteites, e acabaram com 90% do efetivo yankee em seus encalços; mariners, snipers, cachorros, helicópteros, drones, submarinos…

Israel, quando um palestino joga-lhe uma bomba caseira, costuma responder com um míssil, ou vários mísseis.

e foi com um mero rojão de São João que um manifestante matou um cinegrafista da Band há pouco tempo.

Davi derrubou Golias com uma simples funda, um estilingue.

o coquetel molotov, como se sabe, é uma mera e tosca bomba caseira, solte uma na porta da Rede Globo e verás o que lhe acontece.

a Polícia Federal do Zé fará uma caçada bostoniana até encontrá-lo e trancafiá-lo num xadrez por terrorismo.

laerte bomba

a mesma mídia que minimiza a bomba de Lula, esse é o ponto, fez estardalhaços com esses meros artefatos caseiros de Boston, das molotóvicas manifestações de rua, dos estilingues da Palestina.

pior, fez um barulho infernal por conta de uma mera bolinha de papel atirada na careca do careca.

é um recorte ideológico, político, enviesado e seletivo.

o jornalixo, todos o sabemos, é uma bomba de fabricação caseira de alto poder destrutivo.

é uma bomba caseira de destruição em massa.

Palavra da salvação.

*Lelê Teles é diretor de marketing, jornalista, roteirista,  do programa Estação Periferia – TV Brasil e TV Aperipê, Apresentador do programa de música africana Coisa de Negro – Aperipê FM, Colunista do site Brasil 247, Colunista do jornal sergipano Folha da Praia, editor do blog de Análise do Discurso Midiático FALA QUE EU DISCUTO e escreve poemas eróticos no blog do Lelê Teles.

Twitter/@leleteles

Facebook: Lelê Teles

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O falso Picasso e o falso jornalismo que te vende embuste como se fosse interesse público

4 de Agosto de 2015, 11:58, por MariaFrô

Jorge Furtado é o nosso Michael Moore melhorado, poético, quem não se impressionou com Ilha das Flores?

Furtado consegue deixar tão claro para todos em seus documentários a questão que deseja investigar. Em o  Mercado de Notícias, de 2014, ele investiga a produção do jornalismo no Brasil. Entrevista uma gama de novos e velhos jornalistas, foram horas de entrevistas durante o ano de 2012 (veja a playlist ao final do post com as entrevistas na íntegra).

A cena selecionada pelo Alexandre Valadão no vídeo a seguir é tão didática, mas tão didática sobre uma questão que este blog e tantos outros na internet discorrem constantemente que até mesmo o leitor mais conservador deste blog irá refletir sobre o quão ruim é ter um jornalismo concentrado, de discurso único e que entrega notícia falsa. Enfim, um jornalismo preguiçoso, incompetente, que faz política o tempo todo, que prega defender o interesse público, mas só busca assegurar os interesses de seus proprietários, faz política conservadora, reacionária o tempo todo, mesmo quando o tema não é a política, mas não faz jornalismo.

Como vender algo se não entrega o prometido? Assistam e reflitam:

O que mais me chama a atenção na pobreza do jornalismo monopolizado no Brasil é que ele efetivamente poderia fazer o debate público necessário, mas não o faz, age como um partido político, põe acima dos interesses nacionais, seus interesses econômicos.

No caso relatado no trecho acima isso fica bem claro. Há uma notícia, mas não a apontada por todas as capas de jornais que espalhara sua ‘barriga’ gorda para outros jornais e sites do mundo.

a notícia

notícia falsa e os sentidos da notícia

A notícia é o que não contam: o quadro a mulher de branco no INSS é falso, mas quem entregou uma reprodução ao INSS como pagamento de dívida junto ao órgão? Quem aceitou este embuste que lesou o Estado e o povo brasileiro? Quem é o historiador que atestou um quadro falso?

historiador

Mesmo confrontados com a verdade não se deram ao trabalho de fazer o mínimo, checar. E como se fosse pouco espalhar uma mentira globalmente, mostrando sua imensa ignorância, pois é sinal de ignorância falar de arte sem um mínimo de conhecimento, já que o quadro de Picasso está em um museu nos Estados Unidos e uma simples busca na rede podemos ter esta informação. À época o sentido da notícia era porque o falso quadro estava ao lado de uma foto do presidente Lula, foto que há em todas as repartições públicas. O objetivo mais uma vez era o de culpar/diminuir um governo popular, petista fosse pelo que fosse. Aí a culpa implícita era, olha que governo incompetente, bronco, temos uma obra de arte valiosa e ele nem sabia. Anos depois republicam a notícia falsa do quadro do Picasso ao lado de Lula, quando um incêndio atingiu a repartição, celebrando o herói que salvou a obra de arte!!!!. O que era de interesse público na notícia: quem enganou o INSS,  quem lesou o patrimônio público? Isso não ficamos sabendo, porque o jornalismo não foi feito.

Quem censura os jornalistas, quem o impede de realmente entregar as notícias? Nos tempos da ditadura era governo militar, hoje são os donos dos meios de comunicação concentrados.

A credibilidade de jornais, revistas, rádios e tvs em mãos de pouquíssimas famílias que defendem seus interesses privados travestidos de interesse público está na ralo.

Abaixo uma playlist com os jornalistas entrevistados para a produção do documentário. Há ainda no youtube os atos com os atores que encenam a peça “The staple of News”, de Ben Jonson, mesclada no documentário.

Não encontrei o vídeo na íntegra, se alguém encontrar, por favor, deixe o link nos comentários neste post.

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Educação Política aos moldes do PSDB

3 de Agosto de 2015, 17:11, por MariaFrô

Custei a acreditar na notícia, mas ela é real, com projeto na Câmara e tudo. Paulo Freire dá 500 voltas no túmulo diante do nível de letramento de um deputado que confunde teses de partido com teses acadêmicas é abaixo da crítica. E como tudo pode piorar, o sujeito é titular da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados!

Projeto prevê até 3 meses de prisão para professor que abordar politica na sala de aula

02/08/2015

Projeto quer criminalizar “assédio ideológico” nas escolas
 

Deputado Rogério Marinho (PSDB) propõe mudança no ECA e no Código Penal para evitar condicionar aluno a adotar “posicionamento político”; projeto deve ser votado após o recesso

Por Redação do Portal Metrópole
O deputado federal Rogerio Marinho (PSDB-RN), titular da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, propôs, no último dia 6 de junho, uma lei que torna crime o “assédio ideológico” em ambiente escolar. O projeto prevê pena de detenção de três meses a um ano e multa, com possibilidade de aumento da punição, caso o ato seja praticado por educadores ou “afete negativamente a vida acadêmica da vítima”.O projeto de lei pede alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para que seja incluído entre os direitos da criança e do adolescente “adotar posicionamentos ideológicos de forma espontânea, livre de assédio de terceiros”. O PL 1411/2015 também propõe alterações no Código Penal para incluir o crime de “expor aluno a assédio ideológico, condicionando o aluno a adotar determinado posicionamento político, partidário, ideológico ou constranger o aluno por adotar posicionamento diverso do seu, independente de quem seja o agente.”

Apesar da previsão da pena de detenção, o deputado disse que garante que nenhum professor será preso. “Serão processados os doutrinadores que vilipendiam o direito de aprender dos alunos e exorbitam da sua liberdade de cátedra. De acordo com o Código Penal, penas cujo total sejam inferiores a 4 anos terão cumprimento inicial em regime aberto e, de acordo com o texto apresentado, se condenado ao máximo, o doutrinador será sancionado em 1 ano e meio de detenção, que pode ser facilmente transigida, se assim for da vontade do Parquet (Ministério Público), em prestação de serviço comunitário ou pagamento de dias-multa.”

Para Marinho, a lei não causaria insegurança ao professor ou reduziria o espaço a debate, pelo contrário, garantiria que todas as ideologias fossem apresentadas. “Basta apresentar todas as vertentes interpretativas dos fenômenos estudados, sem fazer proselitismo, sem desvirtuar o fato, sem omitir dados e sem fazer indicações morais discutíveis”, diz.

A professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), Olgaria Chain Féres Matos, explica que as crianças e adolescentes não formam seus posicionamentos de forma “livre”. Cabe ao educador dar contextos e apresentar pluralidade para que construam aos poucos com critérios. “Os alunos ainda não dispõem de um repertório cultural amplo que permita decidir com segurança acerca de conteúdos disciplinares. No máximo, conseguem repetir opiniões veiculadas pela mídia ou as da família ou outros”, diz.

Ao longo de cinco páginas, o PL 1411/2015 utiliza-se de trechos de material de apoio elaborado para o próximo Congresso Nacional do PT, intitulado “Caderno de Teses”, para compor sua justificativa. Escrito por diferentes partidários do PT para evento que ocorrerá em junho, o documento apresenta trechos que, na visão do deputado tucano, instigam a doutrinação nas escolas.

Um exemplo: “Não haverá mudança social profunda no Brasil, se isto não for acompanhado por uma mudança cultural na visão de mundo da maioria da população brasileira. Necessitamos tornar hegemônicos os valores democráticos, populares e socialistas. Mas o que temos assistido desde 2003 é uma reação das ideias conservadoras em todos os terrenos. Isto se deve, em parte, ao fato de que não houve nenhuma mudança estrutural no terreno da cultura, da educação e da comunicação. Ao contrário: o grande capital e a direita não apenas mantiveram como ampliaram sua ofensiva em cada um destes terrenos.”

O secretário de Organização Nacional do PT, Florisvaldo Souza, afirmou que o projeto demonstra despreparo e má intenção do tucano. Ele afirma que o “Caderno de Teses” a que Marinho se refere é um documento em que partidários apresentam para debate orientações para o partido e projetos para o país. “Não são teses para escolas, mas para debate político. Se eles não têm cultura e partido para isso, eu lamento. É por isso que a oposição não tem projeto.”

A educação paulo-freiriana
O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o (a) estudante a “ler o mundo” para poder transformá-lo. Esse é um dos principais motivos que levaram Paulo Freire (1921-1997) a ser considerado o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político.Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o (a) estudante. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra.

Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos (as) estudantes, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as “escolas burguesas”), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o (a) professor (a) age como quem deposita conhecimento num (a) estudante apenas receptivo, dócil.

Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos. “Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade”, escreveu o educador. Ele dizia que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os (as) estudantes ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.

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Marcelo Uchoa: Peticídio

3 de Agosto de 2015, 16:18, por MariaFrô

Peticídio

Por Marcelo Uchoa, no 247

03/08/2015

Após a regulamentação do feminicídio, o andar da carruagem no país indica que logo terá que ser discutida a inclusão do petícidio, como novo tipo de homicídio qualificado no Código Penal Brasileiro. Este presumível extermínio de petistas por razões de ódio político tem sido motivado pela irresponsabilidade de uma mídia fascista, que há muito optou por abandonar ao segundo plano o compromisso com a verdade, para patrocinar ataques por cima de ataques ao governo e suas principais lideranças, apenas pela sede do poder, nem que para isso tenha que jogar na latrina o próprio país, suas conquistas econômicas, a boa imagem lograda internacionalmente, as históricas vitórias sociais obtidas na última década.

É deplorável observar que os episódios outrora isolados havidos com as hostilizações públicas aos ex-ministros Mantega e Padilha, com as erupções de ódio manifestadas nas redes sociais, carregadas de preconceitos de gênero contra a presidenta Dilma, as quais já vinham sendo alimentadas desde a Copa das Confederações pela elite mesquinha e abjeta do país, por pouco não transformada em violência física após um psicopata driblar a segurança presidencial no exterior, se convertem agora em atentado terrorista contra, nada mais, nada menos, o ex-presidente Lula (quanta ingratidão, quanta ousadia!), e, ante tudo isso, a imprensa tradicional brasileira continue a tratar o tema como um fato normal, sem quaisquer implicações maiores com a segurança nacional. Revoltante!

Indignante também é a constatação de que passados dias do atentado ao Instituto Lula os bandidos já não estejam na cadeia, ainda mais quando câmeras de segurança registraram a ação terrorista do início ao fim. Ponto negativo, aí, para o governo, que, a exemplo do Ministério Público e do Judiciário, é meteórico além da conta em certas ações policiais quando para comprometer o PT, e demasiadamente letárgico em momentos críticos como este. E ponto negativo, também, para o próprio Partido dos Trabalhadores, que permanece respondendo timidamente a este tipo de provocação, quase como se tratasse de um problema individual.

Pois bem! Ou o governo e o PT reagem energicamente contra estas atrevidas, desonestas, e, agora, perigosas investidas da direita organizada, refutando-as com todo rigor da lei e demonstrando, por ações políticas concretas, que se orientam pelo bom senso e pelo social (e aí valem desde pautar o controle social da mídia até tributar grandes fortunas para aliviar o peso do ajuste fiscal sobre os trabalhadores), deixando claro que na eventualidade de uma cisma estarão ao lado do povo, ou então depois não venham acusar a população esclarecida de haver recolhido suas bandeiras e se retraído em seus lares, para assistir via lentes da infecta telinha a parada militar.

Acabou o clima para brincadeiras.

Marcelo Uchoa é advogado

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