A escandalosa desigualdade da cobertura do Jornal Nacional entre os candidatos à presidência da República
11 de Agosto de 2014, 15:50 - sem comentários aindaAo analisarmos as coberturas do JN percebemos o quão a mídia bandida tem uma prática uníssona, em nada difere da cobertura da Veja, O Globo, Estadão, Folha. Em todos os gráficos a cobertura é escandalosamente partidarizada e pró tucanos.
Quando o foco da cobertura são os partidos políticos entendemos a irracionalidade de muitos em relação ao Partido dos Trabalhadores, é uma verdadeira campanha de criminalização do PT. Sem democratização das comunicações, esses filhotes da Ditadura continuarão a pôr em risco à democracia para defesa de seus interesses escusos.
Jornal Nacional
Via Manchetômetro
10/08/2014
Nesta página encontram-se os gráficos que representam a cobertura do jornal Nacional, tanto a análise de valências como os enquadramentos dos temas economia e política. A base de dados cobre todo o ano de 2014. A metodologia empregada aqui é similar à da análise dos jornais impressos. A diferença reside na adição do fator tempo no cálculo das valências. Isto é, o que temos nas colunas é a agregação do tempo das notícias nas categorias favorável, contrário e neutro. Estes gráficos são atualizados diariamente.
Candidatos
No gráfico abaixo temos o cômputo agregado (total), até o dia de hoje, do tempo das notícias favoráveis, contrárias e neutras no Jornal Nacional, para cada candidato. Este gráfico é atualizado diariamente.
Candidatos: cobertura antes do início do período eleitoral
No gráfico abaixo temos o cômputo do tempo das notícias favoráveis, contrárias e neutras no Jornal Nacional, para cada candidato, no período que vai de 1 de janeiro de 2014 a 5 de julho, um dia antes do começo do período oficial de campanha, como estabelecido pelo TSE.
Candidatos: cobertura depois do início do período eleitoral
No gráfico abaixo temos o cômputo do tempo das notícias favoráveis, contrárias e neutras no Jornal Nacional, para cada candidato, no período que vai de 6 de julho, dia do começo do período oficial de campanha, como estabelecido pelo TSE, até o dia de hoje. Este gráfico é atualizado diariamente.
Candidatos: série temporal
No gráfico abaixo temos o cômputo do tempo das notícias contrárias no Jornal Nacional ao longo do ano de 2014, dividido em meses. Este gráfico é atualizado diariamente.
Partidos
No gráfico abaixo temos o cômputo agregado (total), até o dia de hoje, do tempo das notícias favoráveis, contrárias e neutras no Jornal Nacional, para cada partido. Este gráfico é atualizado diariamente.
Governo Federal
No gráfico abaixo temos o cômputo agregado (total), até o dia de hoje, do tempo das notícias favoráveis, contrárias e neutras no Jornal Nacional, para o Governo Federal. Este gráfico é atualizado diariamente.
Enquadramento da política
No gráfico abaixo temos o cômputo agregado (total), até o dia de hoje, do tempo das notícias positivas, negativas e neutras no Jornal Nacional sobre instituições políticas (partidos, congresso, executivo, etc.), agências, empresas e políticas públicas, e personalidades políticas brasileiras. Este gráfico é atualizado diariamente.
Enquadramento da economia
No gráfico abaixo temos o cômputo agregado (total), até o dia de hoje, do tempo das notícias positivas, negativas e neutras no Jornal Nacional sobre economia. Este gráfico é atualizado diariamente.
Governos Lula e Dilma melhoraram a vida dos trabalhadores, a Tercerização põe em risco esses ganhos, fiquem de olho no STF
11 de Agosto de 2014, 10:55 - sem comentários aindaOs governos Lula e Dilma de acordo com Antônio Augusto Queiroz, diretor de Documentação do Diap, foram governos que melhoraram em todos os aspectos a vida do trabalhador: mesmo em um contexto de crise internacional: aumentaram renda e geraram milhões de emprego, investiram na seguridade social dos menos assistidos e recuperaram direitos subtraídos ou ampliaram os direitos dos trabalhadores.
De acordo com Queiroz: “As iniciativas políticas e opções governamentais nos campos econômico e políticos, apesar da crise internacional, priorizaram a geração de emprego e renda do trabalhador, a partir do fortalecimento do mercado interno, da recuperação do Estado como indutor do desenvolvimento e das legislações trabalhistas e previdenciária.” E prossegue: “Em relação aos direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários os avanços são igualmente inegáveis. De janeiro ade 2011 a maio de 2014 foram transformadas em normas jurídicas pelo menos quatorze proposições, seja recuperando direitos suprimidos nos governos anteriores ao presidente Lula, seja acrescentando novos, enquanto no governo Lula foram nove nosmas legais.”
Seguem nas imagens abaixo as referidas leis:
Para assegurar esses ganhos os trabalhadores organizados devem ficar atentos. Em artigo publicado no Valor Econômico, dia 08 de agosto, o Procurador-Geral do Trabalho, Luís Camargo, e do Procurador do Trabalho Helder Amorim, abordam a a questão da terceirização e a repercussão geral no STF.
Degeneração dos direitos trabalhistas
Luís Camargo e Helder Amorim, no Valor Econômico
O recurso extraordinário empresarial que questiona a Súmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), no ponto em que nega validade aos contratos de terceirização na atividade-fim da empresa, leva para o Supremo Tribunal Federal (STF) o tema de mais acirrada disputa política do mundo do trabalho na atualidade.
Há mais de uma década se arrasta no Congresso Nacional o PL nº 4.330, de 2004, por meio do qual a bancada patronal pretende liberar a terceirização em todas as atividades empresariais, e não apenas na atividade-meio, como atualmente admite a jurisprudência trabalhista. O polêmico projeto tem sido repudiado pela classe trabalhadora, com razão.
Por trás do mecanismo de caráter gerencial, a terceirização promove a degeneração insidiosa dos direitos dos trabalhadores, primeiramente, ao excluir o trabalhador terceirizado de sua “verdadeira” categoria profissional, enfraquecendo seu poder de negociação coletiva e privando-lhe de usufruir das convenções e acordos coletivos das empresas que se beneficiam do seu trabalho.
As empresas reivindicam o direito de uso exclusivo de terceirização, cooptando mão de obra a baixo custo
A lógica de mercado que rege os contratos de terceirização enseja empregos terceirizados precários e transitórios, com intensa redução remuneratória e de benefícios sociais. Em pesquisa sobre o processo de terceirização no Brasil (A superterceirização dos contratos de trabalho – 1985/2005), o economista e pesquisador Márcio Pochmann constatou que a principal motivação da terceirização “tem sido, em geral, a busca da redução do custo do trabalho como mecanismo de maior competitividade”.
Em pesquisa mais recente (Sindeepres, trajetória da terceirização – 1985/2010), Pochmann constata que “apesar da elevação do salário médio dos terceirizados, desde a década de 1980, ele não representou mais do que 50% do valor estimado do salário médio real dos trabalhadores em geral”. A mesma pesquisa demonstra que os trabalhadores terceirizados estão submetidos a maior rotatividade, com tempo médio de permanência no emprego em torno de um ano e meio de contratação.
Sob a lei de livre mercado, a prática também promove a redução de medidas de proteção à saúde e à segurança dos trabalhadores terceirizados. Dados divulgados pelo Dieese (Terceirização e Desenvolvimento, uma conta que não fecha) demonstram que a maioria dos acidentes de trabalho ocorridos no país vitima trabalhadores terceirizados. No setor de geração e distribuição de energia elétrica, por exemplo, entre os anos de 2006 e 2008, morreram no país 239 trabalhadores vitimados por acidentes de trabalho, dentre os quais 193 (ou seja, 80,7%) eram trabalhadores terceirizados (Terceirização e morte no trabalho).
Em 1993, as empresas conquistaram no TST, com a Súmula 331, o reconhecimento da legalidade da terceirização na atividade-meio, ao argumento de que o novo modelo de empresa flexível precisava focalizar seus recursos e energias no exercício do seu “core business”, sua atividade-fim. Desde então, os órgãos de fiscalização do trabalho vêm atuando para que as empresas, em sua atividade-fim, empreguem diretamente o trabalhador, com máxima proteção social.
Ao definir o objetivo social do seu empreendimento, o empresário exerce plena liberdade de escolha de sua atividade econômica, mas assume por isso uma função social, um compromisso constitucional comunitário de promover trabalho com dignidade, contratando seus próprios empregados (art. 7º, I, da Constituição), pelo menos, para a realização de sua atividade-fim.
Agora, o que as empresas reivindicam no STF é a terceirização da própria atividade-fim, ao argumento da irrestrita liberdade de contratar. Em outros termos, reivindicam o direito de explorar atividade econômica sem contratação de empregados, com uso exclusivo da terceirização, cooptando mão de obra a baixo custo e sob as condições precárias já referidas.
Pretensão dessa natureza funda-se numa visão ultraliberal de livre-iniciativa, que almeja o lucro como fim último da atividade econômica, em prejuízo da valorização do trabalho humano e da função social da empresa. Busca-se o reconhecimento de uma liberdade econômica antissocial, uma versão contemporânea do livre-mercado de mão de obra, predatória do próprio sistema capitalista, porque, ao reduzir o trabalho à condição de mercadoria, desconstrói o pacto constitucional compromissório entre o capital e o trabalho, hoje sintetizado na interpretação da Súmula 331 do TST.
Essa visão unilateral de liberdade não encontra amparo no projeto de sociedade brasileira, previsto na Constituição de 1988, ciosa em assegurar direitos fundamentais aos trabalhadores (arts. 7 a 11), como veículos de afirmação dos valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa (art. 1º, IV).
O Ministério Público do Trabalho tem plena confiança de que o Supremo Tribunal Federal apreenderá a exata dimensão social desse conflito e oferecerá solução comprometida com a unidade proporcional de todos os interesses constitucionais envolvidos, reservando ao trabalhador brasileiro o respeito e a dignidade que a Constituição cidadã lhe destina.
Helder Santos Amorim e Luís Camargo são, respectivamente, procurador do Trabalho em Minas Gerais e procurador-geral do Trabalho e professor no Centro Universitário Iesb, em Brasília.
Está virando rotina o governo Alckmin fazer construções em áreas contaminadas ou permitir que contaminem áreas de proteção
11 de Agosto de 2014, 8:30 - sem comentários aindaPrimeiro foi a USP Leste. Devido a sua localização e a clientela que a universidade atende, majoritariamente de trabalhadores e filhos de trabalhadores sempre foi tratada como prima pobre da USP da zona Oeste, mais elitizada. Talvez seja por isso que em troca de serviço de terraplanagem o governo do Estado aceitou que o terreno do campus virasse depósito de entulho.
Em vídeo que mostra caminhões jogando entulho no campus da USP-Leste a professora Adriana Tufaile denuncia o descalabro. De acordo com ela: “Despejo de lixo (entulho) em área de proteção ambiental, sem autorização. Isto é crime ambiental. Aceitaram lixo em troca de serviço de terraplanagem sem contrato. Além do entulho, levaram terra contaminada com VOCs compostos orgânicos voláteis (substâncias cancerígenas). Grave erro administrativo.“
O Ministério Público investiga este caso. Há suspeitas de que o entulho veio das obras do Templo da Universal.
O governo Alckmin contra vários ambientalistas autorizou a reabertura do campus da USP-Leste, a partir de 18 de agosto. A CETESB, órgão do governo do estado autorizou a liberação, mas diz que tem “risco potencial”.
Agora o Ministério Público abre outro inquérito para apurar a viabilidade da construção de penitenciária feminina na cidade de São Vicente, litoral de São Paulo, após denúncia de possível contaminação da área.
Parece que no governo Alckmin a saúde dos mais pobres, dos encarcerados e mesmo de alunos universitários, professores e funcionários em campus afastados dos grandes centros não tem nenhuma importância.
MP investiga construção da Penitenciária Feminina em São Vicente
Ministério Público abriu inquérito para apurar a viabilidade da construção de penitenciária feminina após denúncia de possível contaminação da área
Por Daniela Origuela, Diário do Litoral
O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar a viabilidade de construção da Penitenciária Feminina de São Vicente. O órgão acatou o pedido de dois munícipes que reivindicam a imediata paralisação dos serviços de terraplanagem que ocorrem no local. A área estaria ao lado de uma antiga “Estação de Espera” da Rhodia, às margens da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no Jardim Rio Branco.
Segundo os autores da representação, a área abrigou por décadas grande estoque de organoclorados como pentaclorofenol (Pó da China) e hexaclorobenzeno, substâncias altamente cancerígenas. Descobertos em meados de 1984, os produtos ocasionaram a contaminação do ecossistema e de moradores daquela região.
A Rhodia foi condenada a deixar de utilizar as áreas afetadas para qualquer atividade comercial, sendo autorizada apenas a pesquisa científica. A ocupação desses terrenos também foi proibida.
“Os pesquisadores afirmaram que não haveria prazo para recuperação da natureza. Ou seja, pode ser que os trabalhadores que estão atuando na obra do presídio estejam em contato com o solo contaminado”, afirma Francisco de Sousa Pereira, um dos autores da ação.
Outro ponto de destaque da representação se refere ao transporte dos resíduos (aterro) retirados do local. “A gente precisa saber para onde está indo esse material. Se ainda existir contaminação naquele solo, para onde isso está sendo levado?”, questiona Luiz Manoel da Silva.
Eles também requerem o replantio da vegetação retirada do local. Calcula-se que a área devastada possua 150 mil metros quadrados — o que equivale a um estádio do Maracanã.
“Que os órgãos competentes se preocupem com essa situação. Muitas pessoas morreram contaminadas aqui na região. É preciso se preocupar com os trabalhadores, e também com as mulheres que virão pra cá”, disse Silva.
A equipe de Reportagem do Diário do Litoral esteve no local e acompanhou a entrada e saída de caminhões carregados de aterro. Na área, uma grande placa indica a execução de serviços de limpeza e terraplanagem para instalação da Penitenciária Feminina de São Vicente, com investimento total de R$ 18.472.195,21.
Terreno fica ao lado de antiga estação de espera da Rhodia (Foto: Luiz Torres/DL)
Justificativa
Na justificativa para abertura do inquérito civil, o promotor de Justiça, Leandro Silva Xavier, considera “a necessidade de apurar se houve a elaboração de estudos técnicos minuciosos por parte do Governo do Estado de São Paulo, que viabilizam a construção do Presídio Feminino, com a constatação da recuperação integral do solo e ecossistema contaminados por organoclorados, e inexistência de risco à saúde das pessoas”.
O inquérito, aberto no último dia 16, está em fase de diligências, e aguarda as respostas dos ofícios encaminhados a diversos órgãos públicos.
O Diário do Litoral entrou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e com a Prefeitura de São Vicente. Ambas não se manifestaram sobre o assunto até o fechamento desta edição.
Ambientalista confirma risco de contaminação
Acompanhando os desdobramentos do caso Rhodia, desde a década de 1980, o ambientalista Aloizio Gomes de Souza, popularmente conhecido como Lua, confirma que há possibilidade da área onde será instalada a Penitenciária Feminina de São Vicente estar contaminada. Ele integra a campanha contra a multinacional francesa, encabeçada pela Associação de Combate aos Poluentes (ACPO).
“O veneno se expande no lençol freático em um raio de 10 a 20 mil km. Essas áreas precisam ser monitoradas e nada pode ser construído no local”, afirma Lua. “Existem locais em Pilões, em Cubatão, Quarentenário e Jardim Rio Branco, em São Vicente, onde esses materiais foram depositados, que estão lacrados”, explica.
O ativista cita a importância da análise do solo e a emissão de certificados que comprovem a ausência de risco nessas regiões, e a realização de audiências públicas. “Antes de iniciar qualquer escavação tem que ser feito um estudo de impacto ambiental. Nele há dados como a destinação dos resíduos, composição do terreno, compensação do meio ambiente. Nesse tipo de obra, essas informações precisam ser divulgadas para a população”, afirma.
Há dois anos, o DL publicou uma série de reportagens mostrando que mais de quatro décadas após as primeiras denúncias (1965), trabalhadores de empresas que prestam serviços na área da Rhodia, em Cubatão, apresentam sintomas de contaminação por organoclorados.
Associação de Moradores quer discutir a obra
A instalação da Penitenciária Feminina de São Vicente não agradou os moradores, que se dizem ‘pegos de surpresa’ com a obra. A unidade será a quinta do gênero construída naquela região. A Sociedade de Melhoramentos do Parque das Bandeiras e Gleba II pretende recolher assinaturas para impedir a continuidade dos trabalhos.
“Soubemos da construção dessa nova penitenciária quando, por acaso, resolvemos ir até o local para ver o que estava escrito na placa. Em nenhum momento foi discutido com a população a chegada dessa nova unidade”, disse a presidente da Sociedade de Melhoramentos do Parque das Bandeiras e Gleba II, Eurides Pereira. “Precisamos entender o porquê de só a gente receber presídio”, afirma.
A Área Continental de São Vicente abriga duas penitenciárias masculinas (P1 e P2), um Centro de Detenção Provisória (CDP) e uma unidade da Fundação Casa.
Janio de Freitas: Alckmin foi a BSB combinar depoimentos em CPI do Metrô, se é crime para o PT e também para o PSDB
10 de Agosto de 2014, 7:01 - sem comentários aindaPolíticos autoritários feito Alckmin não perdem tempo, vão ser treinados para responder às questões do roubo dos cofres públicos pago em propina pelo Estado a Alstom e a Siemens e ainda fazem jogo de cena para seu eleitorado conservador.
Claro que se Alckmin pudesse encarcerava todos os meninos negros das favelas do estado para dar mais lucros aos empresários da indústria dos presídios. Mas jornalistas que fazem jornalismo sabem que o projeto tucano do senador Aloysio Nunes, denunciado no meme acima, é inconstitucional e já foi enterrado pelo próprio Senado. Por isso, o que Alckmin fez no seu Facebook foi mais do mesmo de sua política autoritária, reafirmando o projeto excludente dos tucanos para delírio de seu eleitorado conservador. Mas ele não fez só isso.
Seu eleitorado conservador e mesmo aqueles à esquerda podem acreditar na desculpa esfarrapada dada por Alckmin para sua ida a Brasilia. Mas o que ele foi mesmo fazer na capital federal foi media training. No entanto não veremos isso em ‘denúncia” na capa de Veja, aliás só sabemos da escandalosa corrupção dos tucanos no metrô, porque ela foi denunciada pelo Ministério Público Suíço, pois o de São Paulo, que tem lado e este não é o dos cidadãos paulistanos, enterrou as denúncias.
Janio de Freitas: Se é crime combinar depoimentos em CPI, é também para o PSDB
via Viomundo
07/08/2014
O dia em que Alckmin foi à Alstom e autorizou trens que seriam superfaturados
Se é crime, são dois
Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo
Com os amigos que tem no PSDB, Geraldo Alckmin deve ao menos proteger as costas. Enquanto se ocupa de sua promissora campanha eleitoral, os parlamentares do PSDB que passam por Brasília qualificam como crime, e querem submetida a processos, “a armação” de parlamentares governistas e funcionários que prepararam depoentes da Petrobras para inquirições no Congresso. Bem, isso é o que senadores e deputados do PSDB aparentam à primeira vista.
Os adversários de Geraldo Alckmin jamais o identificaram com crime de qualquer espécie. Não é assim, porém, a conduta dos seus companheiros. Se atos de determinadas pessoas são criminosos, outras que os cometam, idênticos, incidem também em atos criminosos. Eis, então, o que há apenas 62 dias era publicado no Painel da Folha:
“Preocupado com a CPI mista que investigará o cartel do metrô, o governo de São Paulo começou a treinar os parlamentares do PSDB escalados para defendê-lo. Nesta quarta (4), foram ao Congresso Marcio Aith, subsecretário de Comunicação, e Roberto Pfeiffer, representante da Corregedoria do Estado” [a nota continuava].
Exatamente as providências de que os deputados e senadores ligados ao governo federal estão acusados, a propósito das CPIs sobre as suspeitas de corrupção levantadas contra a administração passada da Petrobras.
Pode-se admitir que Geraldo Alckmin não soubesse das providências de sua assessoria. O senador Aloysio Nunes Ferreira não admite. Disse ele, responsabilizando Dilma Rousseff pelo apontado acerto entre inquiridores governistas e depoentes da Petrobras: “Seria impossível que ela não soubesse que estava se armando este crime contra uma instituição da República” [o Congresso e sua CPI]. Se é “crime” e o governante dele tem conhecimento inevitável, Alckmin e Dilma estão igualados pelo candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, tanto no conhecimento como no crime.
O Painel informava ainda:
“A ordem é reduzir os danos à campanha de Geraldo Alckmin à reeleição. O presidente do PSDB paulista, Duarte Nogueira, defendeu atenção redobrada à CPI: ‘Sabemos que o PT tentará usá-la para atacar nosso governo’. O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), também foi à reunião. Os tucanos lamentam não poder contar com o deputado Carlos Sampaio (SP) na defesa do governo paulista. Ele já estava escalado para fustigar o Planalto na CPMI da Petrobras”.
Por incompetência açodada ou descuido preguiçoso, para não falar em omissão hipócrita, os parlamentares do PSDB decidiram explorar eleitoralmente a denúncia sensacionalista de uma banalidade, no entanto, também por eles praticada. Com igualdade até no objetivo eleitoral que atribuem aos governistas: “A ordem é reduzir os danos à campanha” de Alckmin.
Em obediência ao seu zelo pela ética parlamentar, Renan Calheiros, presidente do Congresso, decidiu que uma comissão investigue a denúncia de “armação” na CPI da Petrobras. Mas, até por experiência própria, ou a das suas vaquinhas coadjuvantes em certo inquérito do Senado, Renan Calheiros sabe que os partidos se representam nas CPIs para a defesa combinada de seus correligionários e ataque combinado aos adversários. Farsa, como sabe a imprensa, é fingir que as CPIs não são assim.
Leia também:
O furo furado da Veja que qualquer internauta poderia dar sobre a CPI politiqueira da Petrobras
Por que as mulheres precisam de uma proteção específica contra crimes?
9 de Agosto de 2014, 8:50 - sem comentários aindaNota do Maria Frô: excelente entrevista feita por Diego Iraheta no Brasil Post sobre violência doméstica, Lei Maria da Penha e a luta por tipificar o crime contra as mulheres: o feminicídio. Só tenho um senão: a campanha feita com casais dos personagens de HQ além de fraca me parece reafirmar a violência. Nenhuma personagem masculina expressa arrependimento da agressão, elas foram retratadas ora carrancudas como Popeye e Superman, ora sorrindo ao lado de suas parceiras feridas. As expressões masculinas parecem cínicas, não conseguem expressar o combate à violência, a meu ver isso a reforça.
Lei do Feminicídio no Brasil: Por que as mulheres precisam de uma proteção específica contra crimes
Por: Diego Iraheta no Brasil Post
09/08/2014 09:35
Eliza, Sara, Shirlei, Mércia.
Elas foram vítimas de homens que usaram sua posição de ex-marido, amante ou ex-namorado para ameaçar, agredir e matar.
É contra crimes assim, com orientação de gênero, que o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) está empreendendo uma campanha lançada nesta semana: Senado: Inclua o Feminicídio no Código Penal.
O objetivo é coletar assinaturas favoráveis à Lei do Feminicídio. O projeto de lei 292/2013, de origem no próprio Senado, já foi apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Agora, cabe aos senadores colocarem a matéria na ordem do dia e votar no plenário.
Em entrevista ao Brasil Post, a promotora Nathalie Kiste Malveiro, do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica do MP-SP, explicou a necessidade de um rigor específico na lei para tratar de crimes contra mulheres.
“Não é que a vida da mulher valha mais que a vida dos outros. É que, do ponto de vista social, é mais questionável, é mais negativa a ação daquele que mata a esposa na frente dos filhos do que aquele que mata em briga de bar”, argumentou.
A promotora relatou como a cultura machista da sociedade brasileira afeta julgamentos de homens que mataram namoradas ou esposas. Defendeu por que elas estão sempre em uma situação vulnerável ante eles, em um relacionamento. E destacou que a violência doméstica é um problema que atinge todas as classes sociais.
Leia a íntegra da entrevista para entender o feminicídio:
Brasil Post: Por que incluir no Código Penal a questão do feminicídio? O que justifica tratar de homicídios por recorte de gênero?
Nathalie Kiste Malveiro: Antes de lançarmos essa campanha, encontramos estatísticas mostrando que muitas mulheres sofrem assassinato em razão do gênero. Sete em cada 10 mulheres assassinadas são mortas por marido, ex-marido, namorado, companheiro ou ex. A maioria dessas mortes é dentro da residência. Além de violência doméstica, mulheres sofrem deles violência sexual, mutilação genital e no rosto. Isso demonstra que não é um homicídio simples.
A senhora quer dizer que só houve o assassinato ou esse tipo de lesão porque a vítima era mulher?
Sim, em mutilação no rosto ou genital, é óbvia a intenção [do agressor] de denegrir a imagem daquela mulher ou de comprometer o órgão genital dela. É uma questão de gênero. Como são mulheres de 15 a 29 anos, mortas por companheiros na grande maioria dos casos, dentro de casa, a situação é muito grave. Por isso, o legislador deve olhar para esses casos de forma especial.
Então, o assassinato de mulheres passa a ser tratado como crime hediondo – o fato de a vítima ser mulher se torna um agravante…
Isso. Na legislação, temos atualmente diferentes tratamentos de homicídios. Tem homicídio com meio cruel, com arma de fogo ou veneno, que já é considerado mais grave que o simples. Tem homicídio sem que a vítima tenha possibilidade de defesa. Com essa proposta, o homicídio de mulheres em razão de gênero passa a ser tratado como homicídio qualificado. Os casos válidos para esse entendimento são: violência doméstica, violência sexual, mutilação ou emprego de tortura.
O feminicídio é então mais grave que o assassinato de um homem?
A situação de uma mulher que é agredida até a morte por um marido não é mais grave que a morte em uma briga na mesa de bar? Não é que a vida da mulher valha mais que a vida dos outros. É que, do ponto de vista social, é mais questionável, é mais negativa a ação daquele que mata a esposa na frente dos filhos do que aquele que mata em briga de bar, por exemplo.
Mãe de Mércia Nakashima segura foto da filha, morta em 2010 pelo ex-namorado
Uma vez que se torne hediondo, o feminicídio está sujeito a uma pena de 12 a 30 anos de prisão – bem superior ao homicídio simples, de seis a 20 anos de reclusão. A senhora acredita que esse aumento na pena vai inibir os criminosos?
Sabemos que é questionável a redução da criminalidade com base apenas no aumento da pena. Mas quando o crime tem uma pena mais grave ou é equiparado a hediondo, alguns dispositivos jurídicos tornam a punição mais rigorosa. As progressões são mais difíceis. O autor do homicídio não terá direito a sair da prisão até cumprir parte significativa da pena.
O próprio julgamento do réu, se acusado por homicídio, pode ser mais rigoroso – no caso de feminicídio ser incluído no Código Penal?
Quando ocorre um homicídio hoje, o crime é julgado pelo júri popular. Quando um caso de morte por violência contra a mulher chega ao Tribunal do Júri, o advogado ainda fala ou sugere legítima defesa da honra. Ele denigre a imagem da vítima de forma a quase torná-la culpada pelo crime que ela sofreu. A vítima é assassinada duas vezes: fisicamente e na memória, na hora do julgamento.
Eliza Samudio foi assassinada em 2010 pelo goleiro Bruno, pai de seu filho
Como é esse assassinato da memória, da imagem da mulher?
A gente vive numa sociedade patricarcal e muito machista. A defesa constrói tese levantando questões para os jurados: se a mulher era “vagabunda”, se provocava ciúmes no companheiro, se ele foi tomado por uma violenta emoção, decorrente de uma injusta provocação da vítima.
E o júri acolhe esse tipo de argumento?
[O júri] Muitas vezes acolhe porque é formado por pessoas comuns. Muitos são homens e machistas. Eles se identificam com aquele agressor, que normalmente é homem, de bons antecedentes e primário. É esse o perfil do agressor: trabalhador que no fim de semana bebe e extrapola. Aí, em casa, agride esposa e filhos. Mas, na vida social, tem perfil positivo. E os jurados se identificam com esse agressor e com o palavrório todo.
Com essa identificação, a pena imposta pelo júri é afetada?
Sim, porque os jurados acabam encampando a defesa de que ele [réu] foi provocado e que, de forma abrupta, ela [vítima] terminou o relacionamento, por exemplo. E isso causou uma grande humilhação perante os amigos; assim, a vítima acaba saindo culpada do julgamento.
A estudante Sara Teixeira foi assassinada nesta semana pelo ex-namorado em MG
E aí entra a Lei do Feminicídio…
O que nós pretendemos é justamente fazer que esse tipo de circunstância seja analisado de forma objetiva. A lei tem este pressuposto: a mulher, em um relacionamento, tem uma situação de vulnerabilidade em relação ao homem.
Problematizando esse pressuposto: é possível dizer que toda mulher está mais vulnerável em relação ao homem?
A evolução dos direitos das mulheres é muito recente. O direito vai acompanhando a evolução cultural. A mulher começou a votar há 80 anos e a trabalhar fora de caso, há 50. Antes, era completamente dependente do marido.
Mas esse contexto cultural justifica que todas as mulheres sejam tratadas como mais vulneráveis que os homens?
As questões culturais da sociedade vão permeando nossa atuação, nosso papel e desencadeiam em alguns casos – e não na maioria – uma agressão física ou psicológica. Para essas situações, a mulher precisa de uma maior proteção. O que a Lei do Feminicídio considera é que, quando ocorre a agressão, havia ali uma situação de vulnerabilidade.
Shirlei Rodrigues foi assassinada neste ano pelo ex-marido, Alessandro Barbosa
Os dados de violência doméstica no Brasil apontam que agressões e assassinatos de mulheres ocorrem mais em algum tipo de classe social? Registram-se mais casos na periferia?
A gente tem essa sensação de que ocorrem em níveis financeiros mais baixos e entre pessoas com níveis de instrução mais baixos. O que a gente tem percebido é que as mulheres desses níveis não têm muito a quem recorrer. Então, elas recorrem à polícia. As de nível financeiro mais alto, em vez de recurso criminal, procuram logo um advogado para se preparar. Porém, no grupo de enfrentamento de violência aqui da capital, já atendemos vítimas de todas as classes. Inclusive promotoras agredidas pelo próprio companheiro. O que acontece é que essas mulheres que têm maior formação procuram outras vias de resolução do conflito, uma ajuda mais especializada. Elas não precisam ir à delegacia fazer BO…
E os agressores também são de todas as classes?
Sim, médicos, advogados, professores universitários…
Maria da Penha foi agredida e alvo de tentativas de assassinato pelo ex-marido
Qual é a relação dessa nova legislação com a Lei Maria da Penha, sancionada há oito anos para aumentar rigor com homens acusados de violência doméstica?
Se a Lei Maria da Penha atende bem os crimes menos graves, como ameaça e lesão corporal, em relação ao crime mais grave – que é o homicídio, o direito ainda vai dando passos. A Maria da Penha é uma lei que pegou; o agressor é processado, condenado e cumpre pena. Agora é o momento de dar um passo adiante. Assim, mulheres que são mortas não vão ficar na vala do crime comum.
Como o abaixo-assinado online lançado nesta semana pode ajudar na aprovação da Lei do Feminicídio?
A ideia é que a pressão popular acelere o trâmite desse projeto no Senado. Já elaboramos uma moção pública e, quando houver um número considerável de assinaturas, devemos fazer uma entrega formal ao Congresso para que o pleito seja atendido.
#LeidoFeminicídio
Para ajudar no combate ao feminicídio, participe do abaixo-assinado na plataforma Change.org
Personagens de desenho animado contra violência doméstica
Homer e Marge Simpson
Branca de Neve e Príncipe Encantado
Mulher Maravilha e Super Homem
Wilma e Fred Flinston; Marinheiro Popeye e Olívia Palito