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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Mauro Santayana: Por quais motivos marcham os insensatos?

9 de Agosto de 2015, 14:57, por MariaFrô

A NOVA MARCHA DOS INSENSATOS E A SUA PRIMEIRA VÍTIMA – Texto integral

Mario Santayana em seu blog

31/07/2015

massamidia

Esperam-se, para o próximo dia 16 de agosto – mês do suicídio de Vargas e de tantas desgraças que já se abateram sobre o Brasil – novas manifestações pelo impeachment da Presidente da República, por parte de pessoas que  acusam o governo de  ser corrupto e comunista e de estar quebrando o país.

Se esses brasileiros, antes de ficar repetindo sempre os mesmos comentários dos portais e redes sociais, procurassem fontes internacionais em que o mercado financeiro normalmente confia para tomar suas decisões, como o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, veriam que a história é bem diferente, e que se o PIB e a renda per capita caíram, e a dívida pública líquida praticamente dobrou, foi no governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o Banco Mundial, (worldbank1) o PIB do Brasil, que era de 534 bilhões de dólares, em 1994, caiu para 504 bilhões de dólares, quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, oito anos depois. E isso, apesar de o senhor Fernando Henrique Cardoso ter vendido mais de 100 bilhões de dólares em empresas brasileiras, muitas delas estratégicas, como a Telebras, a Vale do Rio Doce e parte da Petrobras, com financiamento do BNDES e uso de “moedas podres”, com o pretexto de sanear as finanças e aumentar o crescimento do país.

Para subir, extraordinariamente, destes 504 bilhões de dólares, em 2002, para 2 trilhões, 346 bilhões de dólares, em 2014, último dado oficial levantado pelo Banco Mundial, crescendo mais de 400% em dólares, em apenas 11 anos, depois que o PT chegou ao poder.

Com a renda per capita ocorreu a mesma coisa. No lugar de crescer em oito anos, a renda per capita da população brasileira, também segundo o Banco Mundial – (worldbank2) – caiu de 3.426 dólares, em 1994, no início do governo, para 2.810 dólares, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002. E aumentou, também, em mais de 400%, de 2.810 dólares, para 11.208 dólares, também segundo o World Bank, depois que o PT chegou ao poder.
O salário mínimo, que em 1994, no final do governo Itamar Franco, valia 108 dólares, caiu 23%, para 81 dólares, no final do governo FHC e aumentou em três vezes, para mais de 250 dólares, agora.
As reservas monetárias internacionais – o dinheiro que o país possui em moeda forte – que eram de 31,746 bilhões de dólares, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas centenas de milhões de dólares por ano, para 37.832 bilhões de dólares – (worldbank3) nos oito anos do governo FHC.
Nessa época, elas eram de fato,  negativas, já que o Brasil, para chegar a esse montante, teve que fazer uma dívida de 40 bilhões de dólares com o FMI.
Depois, elas se multiplicaram para 358,816 bilhões de dólares em 2013, e para 370,803 bilhões de dólares, em dados de ontem (Bacen), transformando o Brasil de devedor em credor do FMI,  depois do pagamento total da dívida com essa instituição em 2005, e de emprestarmos dinheiro para o Fundo Monetário Internacional, quando do pacote de ajuda à Grécia em 2008.
E, também, no terceiro maior credor individual externo dos EUA, segundo consta, para quem quiser conferir, do próprio site oficial do tesouro norte-americano -(usa treasury).
O IED – Investimento Estrangeiro Direto, que foi de 16,590 bilhões de dólares, em 2002, no último ano do Governo Fernando Henrique Cardoso, também subiu mais de quase 400%, para 80,842 bilhões de dólares, em 2013, depois que o PT chegou ao poder, ainda segundo dados do Banco Mundial: (worldbank4), passando de aproximadamente 175 bilhões de dólares nos anos FHC (mais ou menos 100 bilhões em venda de empresas nacionais) para 440 bilhões de dólares entre 2002 e 2014.
A dívida pública líquida (o que o país deve, fora o que tem guardado no banco), que, apesar das privatizações, dobrou no Governo Fernando Henrique, para quase 60%, caiu para 35%, agora, 11 anos depois do PT chegar ao poder (aqui).    
Quanto à questão fiscal, não custa nada lembrar que a média de déficit público, sem desvalorização cambial, dos anos FHC, foi de 5,53%, e com desvalorização cambial, de 6,59%, bem maior que os 3,13% da média dos anos que se seguiram à sua saída do poder; e que o superavit primário entre 1995 e 2002 foi de 1,5%, muito menor que os 2,98% da média de 2003 e 2013 – segundo Ipeadata e o Banco Central.
E, ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil ocupa, hoje, apenas o quinquagésimo lugar do mundo, em dívida pública, em situação muito melhor do que os EUA, o Japão, a Zona do Euro, ou países como a Alemanha, a França, a Grã Bretanha – cujos jornais adoram ficar nos ditando regras e “conselhos” – ou o Canadá (economichelp).
Também ao contrário do que muita gente pensa, a carga tributária no Brasil caiu ligeiramente, segundo Banco Mundial, de 2002, no final do governo FHC, para o último dado disponível, de dez anos depois (worldbank5), e não está entre a primeiras do mundo, assim como a dívida externa, que caiu mais de 10 pontos percentuais nos últimos dez anos, e é a segunda mais baixa, depois da China, entre os países do G20 (quandl).
Não dá, para, em perfeito juízo, acreditar que os advogados, economistas, empresários, jornalistas, empreendedores, funcionários públicos, majoritariamente formados na universidade, que bateram panelas contra Dilma em suas varandas, no início do ano, acreditem mais nos boatos das redes sociais – reforçados por um verdadeiro estelionato midiático – do que no FMI e no Banco Mundial, organizações que podem ser taxadas de tudo, menos de terem sido “aparelhadas” pelo governo brasileiro e seus seguidores.
Considerando-se estas informações, que estão, há muito tempo, publicamente disponíveis na internet, o grande mistério da economia brasileira, nos últimos 12 anos, é saber em que dados tantos jornalistas, economistas, e “analistas”, ouvidos a todo momento, por jornais, emissoras de rádio e televisão, se basearam, antes e agora, para tirar, como se extrai um coelho da cartola – ou da “cachola” – o absurdo paradigma, que vêm defendendo há anos, de que o Governo Fernando Henrique foi um tremendo sucesso econômico, e de que deixou “de presente” para a administração seguinte, um país econômica e financeiramente bem sucedido.
Nefasto paradigma, este, que abriu caminho, pela repetição, para outra teoria tão frágil quanto mentirosa, na qual acreditam piamente muitos dos cidadãos que vão sair às ruas no próximo dia dezesseis: a de que o PT estaria, agora, jogando pela janela, essa – supostamente maravilhosa – “herança” de Fernando Henrique Cardoso.
O pior cego é o que não quer ver, o pior surdo, o que não quer ouvir.
Está certo que não podemos ficar apenas olhando para o passado, que temos de enfrentar os desafios do presente, fruto de uma crise que é internacional, e que é constantemente alimentada e realimentada por medidas de caráter jurídico que afetam a credibilidade e a estabilidade de empresas e por uma intensa campanha antinacional, que fazem com que estejamos crescendo pouco, neste ano, embora haja diversos países ditos “desenvolvidos” que estejam muito mais endividados e crescendo menos ainda do que nós.
Assim como também é verdade que esse governo não é perfeito, e que se cometeram vários erros na economia, que poderiam ter sido evitados, principalmente nos últimos anos, como desonerações desnecessárias e um tremendo incentivo ao consumo que prejudicou – entre outras razões, também pelo aumento da importação de supérfluos e de viagens ao exterior – a balança comercial.
Mas, pelo amor de Deus, não venham  nos impingir nenhuma dessas duas fantasias, que estão empurrando muita gente a sair às ruas para se manifestar: nem Fernando Henrique salvou o Brasil, nem o PT está quebrando um país que em 2002, era a décima-quarta maior economia do mundo, e que hoje já ocupa o sétimo lugar.
Muitos brasileiros também vão sair às ruas, mais esta vez, por acreditar – assim como fazem com relação à afirmação de que o PT quebrou o país – que o governo Dilma é comunista e que ele quer implantar uma ditadura esquerdista no Brasil.
Quais são os pressupostos e características de um país democrático, ao menos do ponto de vista de  quem “acredita” e defende o capitalismo?
a) a liberdade de expressão – o que não é verdade para a maioria dos países ocidentais – dominados por grandes grupos de mídia pertencentes a meia dúzia de famílias, mas que, do ponto de vista formal, existe plenamente por aqui;
b) a liberdade de empreender, ou  de livre iniciativa, por meio da  qual um indivíduo qualquer pode abrir ou encerrar uma empresa de qualquer tipo, quando quiser;
c) a liberdade de investimento, inclusive para capitais estrangeiros;
d) um sistema financeiro particular independente e forte;
e) apoio do governo à atividade comercial e produtiva;
f) a independência dos poderes;
g) um sistema que permita a participação da população no processo político, na expressão da vontade da maioria, por meio de eleições livres e periódicas, para a escolha, a intervalos regulares e definidos, de representantes para o Executivo e o Legislativo, nos municípios, Estados e União.
Todas essas premissas e direitos estão presentes e vigentes no Brasil.
Não é o fato de ter como símbolo uma estrela solitária ou vestir uma roupa vermelha – hábito que deveria ter sido abandonado pelo PT há muito tempo, justamente para não justificar o discurso adversário de que o PT não é um partido “brasileiro” ou “patriótico” – que transformam alguém em comunista – e aí estão botafoguenses e colorados que não me deixam mentir, assim como o Papai Noel, que se saísse inadvertidamente às ruas, no dia 6,  provavelmente seria espancado brutalmente, depois de ter o conteúdo de seu saco de brinquedos revistado e provavelmente “apreendido” à procura de dinheiro de corrupção.
Da mesma forma que usar uma bandeira do Brasil não transforma, automaticamente, ninguém em patriota, como mostrou a foto do Rocco Ritchie, o filho da Madonna, no Instagram, e os pavilhões nacionais pendurados na entrada do prédio da Bolsa de Nova Iorque, quando da venda de ações de empresas estratégicas brasileiras, na época da privataria.
Qualquer pessoa de bom senso prefere um brasileiro vestido de vermelho – mesmo que seja flamenguista ou sãopaulino, que não são, por acaso, times do meu coração – do que um que vai para a rua, vestido de verde e amarelo, para defender a privatização e a entrega, para os EUA, de empresas como a Petrobras.
O PT é um partido tão comunista, que o lucro dos bancos, que foi de  aproximadamente 40 bilhões de dólares no governo Fernando Henrique Cardoso, aumentou para 280 bilhões de dólares nos oito anos do governo Lula.
É claro que isso ocorreu também por causa do crescimento da economia, que foi de mais de 400% nos últimos 12 anos, mas só o fato de não aumentar a taxação sobre os ganhos dos mais ricos e dos bancos – que, aliás, teria pouquíssima chance de passar no Congresso Nacional – já mostra como é exagerado o medo que alguns sentem do “marxismo” do Partido dos Trabalhadores.
O PT é um partido tão comunista, que grandes bancos privados deram mais dinheiro para a campanha de Dilma e do PT do que para os seus adversários nas  eleições de 2014.
Será que os maiores bancos do país teriam feito isso, se dessem ouvidos aos radicais que povoam a internet, que juram, de pés juntos, que Dilma era assaltante de  banco na década de 1970, ou se desconfiassem que ela é uma perigosa terrorista, que está em vias de dar um golpe comunista no Brasil ?
O PT é um partido tão comunista que nenhum governo apoiou, como ele, o capitalismo e a livre iniciativa em nosso país.
Foi o governo do PT que criou o Construcard, que já emprestou mais de 20 bilhões de reais em financiamento, para compra de material de construção, beneficiando milhares de famílias e trabalhadores como pedreiros, pintores, construtores; que criou o Cartão BNDES, que atende, com juros subsidiados, milhares de pequenas e médias empresas e quase um milhão de empreendedores; que aumentou, por  mais de quatro, a disponibilidade de financiamento para crédito imobiliário – no governo FHC foram financiados 1,5 milhão de unidades, nos do PT mais de 7 milhões – e o crédito para o agronegócio (no último Plano Safra de Fernando Henrique, em 2002, foram aplicados 21 bilhões de reais,  em 2014/2015, 180 bilhões de reais, 700% a mais) e a agricultura familiar (só o governo Dilma financiou mais de 50 bilhões de reais contra 12 bilhões dos oito anos de FHC).
Aumentando a relação crédito-PIB, que era de 23%, em dezembro de 2002, para 55%, em dezembro de 2014, gerando renda e empregos e fazendo o dinheiro circular.
As pessoas reclamam, na internet, porque o governo federal financiou, por meio do BNDES, empresas brasileiras como a Braskem, a Vale e a JBS.
Mas, estranhamente, não fazem a mesma coisa para protestar pelo fato do governo do PT, altamente “comunista”, ter emprestado – equivocadamente a nosso ver – bilhões de reais para multinacionais estrangeiras, como a Fiat e a Telefónica (Vivo), ao mesmo tempo em que centenas  de milhões de euros, seguem para a Europa, como andorinhas, todos os anos, em remessa de lucro, para nunca mais voltar.
A QUESTÃO MILITAR
Outro mito sobre o suposto comunismo do PT, é que Dilma e Lula, por revanchismo, sejam contra as Forças Armadas, quando suas administrações, à frente do país, começaram e estão tocando o maior programa militar e de defesa da história brasileira.
Lula nunca pegou em armas contra a ditadura. No início de sua carreira como líder de sindicato, tinha medo “desse negócio de comunismo” – como já declarou uma vez  - surgiu e subiu como uma liderança focada na defesa de empregos, aumentos salariais e melhoria das condições de classe de seus companheiros de trabalho, operários da indústria automobilística de São Paulo, e há quem diga que teria sido indiretamente fortalecido pelo próprio regime militar para impedir o crescimento político dos comunistas em São Paulo.
Dilma, sim, foi militante de esquerda na juventude, embora nunca tenha pego em armas, a ponto de não ter sido acusada disso sequer pela Justiça Militar.
Mas se, por esta razão, ela é comunista, seria possível acusar desse mesmo “crime” também José Serra, Aloísio Nunes Ferreira, e muitos outros que antes eram contra a ditadura e estão, hoje, contra o PT.   
Se o PT tivesse alguma coisa contra a Marinha, ele teria financiado, por meio do PROSUB, a construção do estaleiro e da Base de Submarinos de Itaguaí, e investido 7 bilhões de dólares no desenvolvimento conjunto com a  França, de vários submersíveis convencionais e do primeiro submarino nuclear brasileiro, cujo projeto se encontra hoje ameaçado, porque suas duas figuras-chave, o Presidente  do Grupo Odebrecht, e o Vice-Almirante Othon Pinheiro da Silva, figuras públicas, com endereço conhecido, estão desnecessária e arbitrariamente detidos, no âmbito da “Operação Lava-Jato”?   
Teria, da mesma forma, o governo do PT, comprado novas fragatas na Inglaterra, voltado a fabricar navios patrulha em nossos estaleiros, até para exportação para países africanos, investido na remotorização totalmente nacional de mísseis tipo Exocet, na modernização do navio aeródromo (porta-aviões) São Paulo, na compra de um novo navio científico oceanográfico na China, na participação e no comando por marinheiros brasileiros das Forças de Paz da ONU no Líbano ?
Se fosse comunista, o governo do PT estaria, para a Aeronáutica, investido bilhões de dólares no desenvolvimento conjunto com a Suécia, de mais de 30 novos caças-bombardeio Gripen NG-BR, que serão fabricados dentro do país, com a participação de empresas brasileiras e da SAAB, com licença de exportação para outras nações, depois de uma novela de mais de duas décadas sem avanço nem solução, que começou no governo FHC ?
Se fosse comunista – e contra as forças armadas – teria o governo do PT encomendado à Aeronáutica e à Embraer, com investimento de um bilhão de reais, do governo federal, o projeto do novo avião cargueiro militar  multipropósito KC-390, desenvolvido com a cooperação da Argentina, do Chile, de Portugal e da República Tcheca, capaz de carregar até blindados, que já começou a voar neste ano – a maior aeronave já fabricada no Brasil ?
Teria comprado, para os Grupos de Artilharia Aérea de Auto-defesa da  FAB,  novas baterias de mísseis IGLA-S; ou feito um acordo com a África do Sul, para o desenvolvimento conjunto – em um projeto que também participa a Odebrecht – com a DENEL Sul-africana, do novo míssil ar-ar A-Darter, que ocupará os nossos novos caças Gripen NG BR?
Se fosse um governo comunista, o governo do PT teria financiado o desenvolvimento, para o Exército, do novo Sistema Astros 2020, e recuperado financeiramente a AVIBRAS ?
Se fosse um governo comunista, que odiasse o Exército, o governo do PT teria financiado e encomendado a engenheiros dessa força, o desenvolvimento e a fabricação, com uma empresa privada, de 2.050 blindados da nova família de tanques Guarani, que estão sendo construídos na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais?
Ou o desenvolvimento e a fabricação da nova família de radares SABER, e, pelo IME e a IMBEL, para as três armas, da nova família de Fuzis de Assalto IA-2, com capacidade para disparar 600 tiros por minuto, a primeira totalmente projetada no Brasil.
Ou encomendado e investido na compra de helicópteros russos e na nacionalização de novos helicópteros de guerra da Helibras e mantido nossas tropas – em benefício da experiência e do prestígio de nossas forças armadas – no Haiti e no Líbano?
Em 2012, o novo Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, então Comandante Militar da Amazônia, respondeu da seguinte forma a uma pergunta,  em entrevista à Folha de São Paulo:
Lucas Reis:
“Em 2005, o então Comandante do Exército, general Albuquerque, disse “o homem tem direito a tomar café, almoçar e jantar, mas isso não está acontecendo (no Exército). A realidade atual mudou?
General Eduardo Villas Bôas:
“Mudou muito. O problema é que o passivo do Exército era muito grande, foram décadas de carência. Desde 2005, estamos recebendo muito material, e agora é que estamos chegando a um nível de normalidade e começamos a ter visibilidade. Não discutimos mais se vai faltar comida, combustível, não temos mais essas preocupações.”
Deve ter sido, também, por isso, que o General Villas Bôas, já desmentiu, como Comandante do Exército, neste ano, qualquer possibilidade de “intervenção militar” no país, como se pode ver aqui (O recado das armas).
 
A QUESTÃO EXTERNA
A outra razão que contribui para que o governo do PT seja tachado de comunista, e muita gente saía às ruas, no domingo, é a política externa, e a lenda do “bolivarianismo” que teria adotado em suas relações com o continente sul-americano.
Não é possível, em pleno século XXI, que os brasileiros não percebam que, em matéria de política externa e economia, ou o Brasil se alia estrategicamente com os BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), potências ascendentes como ele; e estende sua influência sobre suas áreas naturais de projeção, a África e a América Latina – incluídos países como Cuba e Venezuela, porque não temos como ficar escolhendo por simpatia ou tipo de regime – ou só nos restará nos inserir, de forma subalterna, no projeto de dominação europeu e anglo-americano?
Ou nos transformarmos, como o México, em uma nação de escravos, como se pode ver aqui (O México e a América do Sul) que monta peças alheias, para mercados alheios, pelo módico preço de 12 reais por dia o salário mínimo ?
Jogando, assim, no lixo, nossa condição de quinto maior país do mundo em território e população e sétima maior economia, e nos transformando, definitivamente, em mais uma colônia-capacho dos norte-americanos?
Ou alguém acha que os Estados Unidos e a União Europeia vão abrir, graciosamente, seus territórios e áreas sob seu controle, à nossa influência, política e econômica, quando eles já competem, descaradamente, conosco, nos países que estão em nossas fronteiras?
Do ponto de vista dessa direita maluca, que acusa o governo Dilma de financiar, para uma empresa brasileira, a compra de máquinas, insumos e serviços no Brasil, para fazer um porto em Cuba – a mesma empresa brasileira está fazendo o novo aeroporto de Miami, mas ninguém toca no assunto, como se pode ver aqui (A Odebrecht e o BNDES)- muito mais grave, então, deve ter sido a decisão tomada pelo Regime Militar  no Governo do General Ernesto Geisel.
Naquele momento, em 1975, no bojo da política de aproximação com a África inaugurada, no Governo Médici, pelo embaixador Mario Gibson Barbosa, o Brasil dos generais foi a primeira nação do mundo a reconhecer a independência de Angola.
Isso, quando estava no poder a guerrilha esquerdista do MPLA – Movimento Popular para a Libertação de Angola, comandado por Agostinho Neto, e já havia no país observadores militares cubanos, que, com uma tropa de 25.000 homens, lutariam e expulsariam, mais tarde, no final da década de 1980, o exército racista sul-africano, militarmente apoiado por mercenários norte-americanos, do território angolano depois da vitoriosa batalha de Cuito-Cuanavale.
Ao negar-se a meter-se em assuntos de outros países, como Cuba e Venezuela, em áreas como a dos “direitos humanos”, Dilma não faz mais do fez o Regime Militar brasileiro, com uma política externa pautada primeiro, pelo “interesse nacional”, ou do “Brasil Potência”, que estava voltada, como a do governo do PT,  prioritariamente para a América do Sul, a África e a aproximação com os países árabes, que foi fundamental para que vencêssemos a crise do petróleo.
Também naquela época, o Brasil recusou-se a assinar qualquer tipo de Tratado de Não Proliferação Nuclear, preservando nosso direito a desenvolver armamento atômico, possibilidade essa que nos foi retirada definitivamente, com a assinatura de um acordo desse tipo no governo  de Fernando Henrique Cardoso.
Se houvesse, hoje, um Golpe Militar no Brasil, a primeira consequência seria um boicote econômico por parte do BRICS e de toda a América Latina, reunida na UNASUL e na CELAC, com a perda da China, nosso maior parceiro comercial, da Rússia, que é um importantíssimo mercado para o agronegócio brasileiro, da Índia, que nos compra até mesmo aviões radares da Embraer, e da Àfrica do Sul, com quem estamos também intimamente ligados na área de defesa.  
O mesmo ocorreria com relação à Europa e aos EUA, de quem receberíamos apenas apoio extra-oficial, e isso se houvesse um radical do partido republicano na Casa Branca.
Os neo-anticomunistas brasileiros reclamam todos os dias de Cuba, um país com quem os EUA acabam de reatar relações diplomáticas, visitado por três milhões de turistas ocidentais todos os anos, em que qualquer visitante entra livremente e no qual opositores como Yoani Sanchez atacam, também, livremente, o governo, ganhando dinheiro com isso, sem ser incomodados.
Mas não deixam de comprar, hipocritamente, celulares e gadgets fabricados em Shenzen ou em Xangai, por empresas que contam, entre  seus acionistas, com o próprio Partido Comunista.
Serão os “comunistas” chineses – para a neo-extrema-direita nacional – melhores que os “comunistas” cubanos ?   
A QUESTÃO POLÍTICA
A atividade política, no Brasil, sempre funcionou na base do “jeitinho” e da “negociação”.
Mesmo quando interrompido o processo democrático, com a instalação de ditaduras – o que ocorreu algumas vezes em nossa história – a política sempre foi feita por meio da troca de favores entre membros dos Três Poderes, e, principalmente, de membros do Executivo e do Legislativo, já que, sem aprovação – mesmo que aparente – do Congresso, ninguém consegue administrar este país nem mudar a lei a seu favor, como foi feito com a aprovação da reeleição para prefeitos, governadores e Presidentes da República, obtida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.       
Toda estrutura coletiva, seja ela uma jaula de zoológico, ou o Parlamento da Grã Bretanha, funciona na base da negociação.
Fora disso,   só existe o recurso à violência, ou à bala, que coloca qualquer machão, por mais alto, feio e forte seja,  na mesma posição de vulnerabilidade de qualquer outro ser humano.
O “toma-lá-dá-cá” nos acompanha há milhares de anos e qualquer um pode perceber isto, se parar para observar  um grupo de primatas.
Ai daquele, entre os macacos, que se recusa a catar carrapatos nas costas alheias, a dividir o alimento, ou a participar das tarefas de caça, coleta ou vigilância.
Em seu longo e sábio aprendizado com a natureza,  já entenderam eles, uma lição que, parece, há muito, esquecemos: a de que a sobrevivência do grupo depende da colaboração e do comportamento de cada um.
O problema ocorre quando nesse jogo, a cooperação e a solidariedade, são substituídas pelo egoísmo e o interesse de um indivíduo  ou de um determinado grupo, e a negociação, dentro das regras usuais,  é trocada por pura pilantragem ou o mero uso da ameaça e da pressão.
O corrupto, entre os primatas, é aquele que quer receber mais  cafuné do que faz nos outros, o que rouba e esconde comida, quem, ao ver alguma coisa no solo da floresta ou da savana, olha para um lado e para o outro, e ao ter certeza de que não está sendo observado, engole, quase engasgando, o que foi encontrado.
O fascista é aquele que faz a mesma coisa, mas que se apropria do que pertence aos outros, pela imposição extremada do medo e da violência mais injusta.
Se não há futuro para os egoístas nos grupos de primatas, também não o há para os fascistas.
Uns e outros terminam sendo derrotados e expulsos, de bandos de chimpanzés, babuínos e gorilas, ou da sociedade humana, a dos “macacos nus”, quando contra eles se une a maioria.
Já que a negociação é inerente à natureza humana, e que ela é sempre melhor do que a força, o que é preciso fazer para diminuir a corrupção, que não acabará nem com golpe nem por decreto ?
Mudar o que for possível, para que, no processo de negociação, haja maior transparência, menos espaço para corruptos e corruptores, e um pouco mais de interesse pelo bem comum do que pelo de grupos e corporações, como ocorre hoje no Congresso.
O caminho para isso não é o impeachment, nem golpe, mas uma Reforma Política, que mude as coisas de fato e o faça permanentemente, e não apenas até as próximas eleições, quando, certamente, partidos e candidatos procurarão empresas para financiar suas campanhas, se elas estiverem dispostas ainda a financiá-los, como se pode ver aqui (A memória, os elefantes e o financiamento empresarial de campanha)  -  e espertalhões da índole de um Paulo Roberto Costa, de um Pedro Barusco, de um Alberto Youssef, voltarão a meter a mão em fortunas, não para fazer “política” mas em  benefício próprio, e as mandarão para bancos como o HSBC e paraísos fiscais como os citados no livro “A Privataria Tucana”.
O que é preciso saber, é se essa Reforma Política será efetivamente feita, já que é fundamental e inadiável, ou se a Nação continuará suspensa, com toda a sua atenção atrelada a um processo criminal, que tem beneficiado principalmente bandidos identificados até agora, que, em sua maioria, devido a distorcidas “delações”, que não se sustentam, na maioria dos casos, em mais provas que a sua palavra, sairão dessa impunes, para gastar o dinheiro, que, quase certamente, colocaram fora do alcance da lei, da compra de bens e de contas bancárias.
Pessoas falam e agem, e sairão no dia seis de agosto às ruas também por causa disso, como se o Brasil tivesse sido descoberto ontem e o caso de corrupção da Petrobras, não fosse mais um de uma longa série de escândalos, a maioria deles sequer investigados antes de 2002.
Se a intenção é passar o país a limpo e punir de forma exemplar toda essa bandalheira, era preciso obedecer à fila e à ordem de chegada, e ao menos reabrir, mesmo que fosse simultaneamente, mas com a mesma atenção e “empenho”, casos como o do Banestado – que envolveu cerca de 60 bilhões – do Mensalão Mineiro, o do Trensalão de São Paulo, para que estes, que nunca mereceram o mesmo tratamento da nossa justiça nem da sociedade, fossem investigados e punidos, em nome da verdade e da isonomia, na grande faxina “moral” que se pretende estar fazendo agora.
 
Ora, em um país livre e democrático – no qual, estranhamente, o governo está sendo acusado de promover uma ditadura – qualquer um tem o direito de ir às ruas para protestar contra o que quiser, mesmo que o esteja fazendo por falta de informação, por estar sendo descaradamente enganado e manipulado, ou por pensar e agir mais com o ódio e com o fígado do que com a cabeça e a razão.    
Esse tipo de circunstância facilita, infelizmente, a possibilidade de ocorrência dos mais variados – e perigosos – incidentes, e o seu aproveitamento por quem gostaria, dentro e fora do país,  de ver o circo pegar fogo.
Para os que estão indo às ruas por achar que vivem sob uma ditadura comunista, é sempre bom lembrar que em nome do anticomunismo, se instalaram – de Hitler a Pinochet – alguns dos mais terríveis e brutais regimes da História.
E que nos discursos e livros do líder nazista podem ser encontradas, sobre o comunismo as mesmas teses, e as mesmas acusações falsas e esfarrapadas que se encontram hoje disseminadas na internet brasileira, e que seus seguidores também pregavam matar a pau judeus, socialistas e comunistas, como fazem muitos fascistas hoje na internet, com relação aos petistas.
A questão não é a de defender ou não o comunismo – que, aliás, como “bicho-papão” institucional, só sobrevive, hoje, em estado “puro”, na Coréia do Norte – mas evitar que, em nome da crescente e absurda paranoia anticomunista, se destrua, em nosso país, a democracia.   
Esperemos que os protestos do dia 16 de agosto transcorram pacificamente – considerando-se a forma como estão sendo convocados e os apelos ao uso da violência que já estão sendo feitos por alguns grupos nas redes sociais – e que não sejam utilizados por inimigos internos e externos, por meio de algum “incidente”, para antagonizar e dividir ainda mais os brasileiros, e nem tragam como consequência, no limite, a morte de ninguém, além  da Verdade – que já se transformou, há muito tempo, na primeira e mais emblemática vítima desse tipo de manifestação.
Há muitos anos, deixamos de nos filiar a organizações políticas, até por termos consciência de que não há melhor partido que o da Pátria, o da Democracia e o da Liberdade.
O rápido fortalecimento da radicalização direitista no Brasil – apesar dos alertas que tem sido feitos, nos últimos três ou quatro anos, por muitos observadores – só beneficia a um grupo: à própria extrema direita, cada vez mais descontrolada, odienta e divorciada da realidade.
Na longa travessia, pelo tempo e pelo mundo, que nos coube fazer nas últimas décadas, entre tudo o que aprendemos nas mais variadas circunstâncias políticas e históricas, aqui e fora do país, está uma lição que reverbera, de Weimar a Auschwitz, profunda como um corte:
Com a extrema-direita não se brinca, não se alivia, não se tergiversa, não se compactua.  
Quem não perceber isso – e esse erro – por omissão ou interesse – tem  sido cometido tanto por gente do governo quanto da oposição – ou está sendo ingênuo, ou irresponsável, ou mal intencionado.

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Por que a Globo pulou fora do golpe? Porque sentiu que o povo caiu pra dentro em defesa da democracia.

9 de Agosto de 2015, 13:55, por MariaFrô

O ABRAÇAÇO

Por Lelê Teles

Sucederá Dilma quem vencer as eleições em 2018, sentenciou J.R. Marinho.

Grandes merdas ele disse: uma obviedade, uma tautologia, um lugar-comum, uma ululância; uma bobagem, em suma.

Certo? Errado.

Até aqui o certo era o golpe, a abreviação do mandato da mandatária, o impeachment.

Mas com mil diabos.

Como dar um golpe sem o apoio da Globo? Quando digo Globo, quero dizer O Grande Irmãos, três cabras.

Sem a Globo, Joaquim Barbosa jamais teria a visibilidade repentina e a repentina invisibilidade posterior que teve.

A capa da revistaveja com o menino pobre foi só a confirmação de uma imagem já criada.

Sem o timbre da Globo, Merval seria um mero mortal.

Sem a Globo, Moro não teria tanta blindagem nem tanta coragem.

Sem a Globo, o helicóptero dos Perrella não tinha caído na esparrela e no esquecimento.

Sem a Globo, Aécio e um monte de gente já estava em cana.

Sem a conivência da Globo, Cunha já teria caído; derrubaram Severino por causa de uns salgadinhos.

E por que a Globo pulou fora?

Porque sentiu que o povo caiu pra dentro. Ou melhor, por três motivos:

golpistasresistencia

1 – Banqueiros e grandes empresários – o capital – chegaram a conclusão de que é melhor o país procurar um rumo seguro do que se perder de vez nas mãos de aventureiros irresponsáveis e incompetentes.

Com eles, perderão todos.

O Bradesco sacou seu Trabuco e atirou: “precisamos sair desse ciclo do quanto pior, melhor. Melhor para quem? Para o Brasil, não é. As pessoas precisam ter a grandeza de separar o ego pessoal do que é o melhor para o país”.

2 – Imagem. A Globo (O Grande Irmãos) sabe que Dilma só sairá de lá se for arrancada a força, dentro da lei e da ordem não há nada a fazer. Mas como enfrentar 54 milhões de eleitores e passar impune?

O Manchetômetro já fez mal demais à imagem da platinada, a cada dia cresce a certeza de que O Grande Irmãos mente e manipula.

manchetômetro

No gráfico do Manchetômetro o viés negativo de abordagem  do Jornal Nacional, Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo, nenhuma notícia neutra ou positiva sobre o governo Dilma.

 

Uma hora isso cansa.

É só observar, suas novelas despencam, Tom & Jerry dão surras seguidas em Fátima Bernardes, o Jornal Nacional agoniza em praça pública, colocaram Bonner para caminhar, câmeras em movimento, uma repórter negra para narrar o tempo e nada.

Uns dizem, mas deixaram de ver a Globo para ir pra internet. Cara, isso é uma meia verdade. Fátima Bernardes tá perdendo para um desenho animado, batidíssimo, de uma emissora concorrente e não para o Netflix.

Calma aí.

3 – Começou a reação contra o golpe, e tudo indica que ela vai se agigantar.

Saímos das cordas. Quem assistiu Rocky sabe do que tô falando. No filme, o gigante branco espancava o baixinho, massacrava Balboa.

Quase triturado, ele arrancou forças do fundo de seu âmago e passou a reagir; o resultado final todos sabem.

Veja agora o rockysmo, MST e CUT botaram o bloco na rua.

mst

CUTGOLPE CUTGOLPE2

Intelectuais orgânicos e artistas do primeiro time reapareceram indignados: Jô Soares, Aldir Blanc, Fernando Morais, Maria Rita Khell, Viviane Moisé, Paulo Betti, Pedro Cardoso, Marieta Severo, Zé de Abreu, Jorge Furtado, Luis Fernando Veríssimo… e pela porta dos fundos vieram Gregório Duvivier, Tico Santa Cruz, Emicida…

FRENTE MINEIRA

Fotos: Lidyane Ponciano. Muita gente de pé, outros sentados no chão, o auditório do Crea lotado. Mais de 300 pessoas, militantes de diversas organizações sociais, participaram do lançamento da Frente Mineira pelo Brasil na noite de sexta-feira (7), em Belo Horizonte.

Cara, até o Barack Obama entrou dando uma voadora na repórter da Globo.

Parece uma reedição do Lula-lá.

O maravilhoso e correto programa do PT, com mudança de tom e a fala firme da presidenta “ninguém vai tirar a legitimidade dos meus 54 milhões de votos”, sinaliza a mudança do Zeigeist.

O abraçaço ao Instituto Lula é mais um sinal.

abraçaço

Observe com atenção, está sendo construída uma nova narrativa.

Até pouco tempo nós, progressistas, estávamos sendo chacoalhados em cadeiras de rodas, acuados nas ruas, xingados nas redes sociais, achincalhados em restaurantes, casamentos, estádios…

Nunca mais vi uma estrela vermelha no peito de seo Ninguém.

O golpe parecia iminente.

Mas eles – O Grande Irmãos – esticaram a corda demais, nenhum funâmbulo se equilibra em cima dela.

Exageraram na crise política, anabolizaram exageradamente a crise econômica, deram corda a toda sorte de aloprados e perderam o controle sobre eles, atiram no próprio pé.

E já sentem os sinais do fracasso.

A caminhada frustrada do Pequeno Kim foi uma mostra disso. O panelaço gourmet definhou e o abraçaço é só o começo.

O Grande Irmãos viu que terá que arcar com as consequências de apoiar inconsequentes como o nosso Napoleão de Hospício, o Pequeno Kim, o descerebrado Cunha e o alucinado Moro.

Viram que é uma burrice trocar o lulismo pelo kataguirismo.

Os kataguiris já falam à boca grande que vão meter Lula, à força, dentro de uma jaula.

Acham que podem matar Cecil, o grande leão, e irem amanhã comprar pão na padaria.

Imagina Lula num camburão e uma multidão atrás abrindo as portas da viatura e libertando-o.

Por isso, a Globo recuou.

E porque são solidários, o bloco hegemônico da grande mídia tende a seguir O Grande Irmãos.

Hoje a Folha editorializou com as mesmas tintas da irmandade, condenou o golpe deu chineladas na bunda dos golpistas.

Agora é hora de multiplicarmos os abraçaços: abraçaços nas estatais, no Congresso, nos tribunais, nas nossas instituições democráticas… sairemos em defesa do nosso país.

O Grande Irmãos já sentiu o primeiro golpe, agora é usar a tática lango-lango, e golpear até o bicho cair.

Depois a gente abre o zíper e mija em cima da carcaça.

Palavra da salvação.

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Flavio Dino: Caminhos para sair da crise

9 de Agosto de 2015, 11:06, por MariaFrô

Sair da crise
por Flavio Dino, Carta Capital
04/08/2015 12h55
Derrotamos a ditadura, acabamos com a hiperinflação e tivemos um ciclo de inclusão social. É preciso criar um diálogo responsável para não ameaçar as conquistas

Nos momentos de crise, há os que escolhem se esconder debaixo das copas das árvores até que as dificuldades cessem; aqueles que tocam fogo na floresta; e os que sobem até o alto das árvores para enxergar a solução dos problemas. Creio que esta posição é a melhor para os que colocam o interesse nacional no centro da ação política.

O Brasil venceu muitos obstáculos para finalmente chegar a um período de plena democracia política, estabilidade econômica e conquistas sociais. Nos anos 80, com a liderança do PMDB de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, derrotamos a ditadura. Nos anos 90, sob a hegemonia do PSDB de Fernando Henrique e Mário Covas, vencemos a hiperinflação. Nos anos 2000, com a direção do PT de Lula e Dilma, tivemos um ciclo de inclusão social. Essa trajetória está em jogo na hora presente.

Trata-se de constatar alguns fatos graves: o descrédito que atinge as instituições políticas; a volta da inflação em patamar acima do razoável; e a recessão e o desemprego. Precisamos que todas as lideranças políticas coloquem esses pontos em primeiro plano, unindo-se com uma pauta nacional, para a qual sugiro três itens imprescindíveis: respeito à autonomia do sistema de Justiça, preservação da governabilidade institucional e busca da governabilidade social.

Sobre a Justiça, é preciso separar a pauta da política da pauta da polícia. Ao mesmo tempo em que todos devem garantir que a polícia, o Ministério Público e o Judiciário apurem denúncias e combatam a corrupção com independência, é necessário que a política recupere seu papel insubstituível de organizar o processo decisório sobre o desenvolvimento do País. Discussões inúteis e inconstitucionais, do tipo “controle sobre as investigações“, devem ser abandonadas.

Acerca da governabilidade institucional, não é razoável manter uma confusão generalizada ou defender teses juridicamente insustentáveis, como um impeachment por impopularidade, ainda que expressando uma maioria ocasional.

Impeachment no presidencialismo é sanção por crime de responsabilidade comprovada e dolosamente cometido pelo chefe do Poder Executivo. Não equivale à moção de desconfiança do parlamentarismo. Logo, defender a tese do impeachment presta-se exclusivamente a aprofundar a deslegitimação do Estado Democrático de Direito, já aguda como as pesquisas têm mostrado, com índices de alta reprovação para todos os Poderes da República.

Exatamente por conta do que tais pesquisas registram, precisamos de uma nova agenda de desenvolvimento, que rompa com as armadilhas do financismo dogmático e reconstrua a governabilidade social. O ajuste fiscal é necessário, mas isso não pode ser conduzido para um ciclo vicioso ladeira abaixo: mais juros, aumento da dívida, cortes de despesas públicas, recessão, menos arrecadação, e assim em movimento retilíneo uniforme até o abismo.

Um primeiro passo é deter a alta dos juros, que desencadeia tantos efeitos negativos. E aumentar tributos de quem pode e deve pagar mais: bancos, grandes fortunas e heranças milionárias.

Devemos sair da agenda que hoje aprisiona a esperança da nação. É hora de fazer com que o País retome sua capacidade de crescimento e isso só será possível quando suas lideranças encontrarem um caminho correto, que preserve as instituições democráticas, recupere a estabilidade econômica e avance na justiça social.

Construir um ambiente de diálogo responsável não significa abrir mão de convicções, e sim zelar pela normalidade saudável da alternância no poder, sem as rupturas cíclicas do passado. É hora de mais humildade e de menos intolerância.

*Flávio Dino, 47 anos, advogado, é governador do Maranhão. Foi presidente da Embratur, deputado federal e juiz federal

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Lelê Teles: a bomba no Instituto Lula e a Bolinha de Papel na cabeça de Serra

4 de Agosto de 2015, 13:57, por MariaFrô

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A BOMBA CASEIRA E A BOLINHA DE PAPEL

Por Lelê Teles

04/08/2015

soltaram um bomba na porta do Instituto Lula. é um atentado, certo?

a grande mídia tratou logo de minimizar o fato. os mervais, sempre mervosos, disseram que se tratou de uma simples bomba caseira e que apenas fez um buraquinho na parede do prédio.

lembremos que buraquinho só no meio da testa de qualquer merval, de carne e osso, é suficiente para matá-lo.

humoristas sem graça, mervalicamente, também desdenharam do ocorrido, afirmando que “quem sabe” não foram os petralhas que soltaram o artefato para desviar o foco das falcatruas…

com mil diabos.

em 2010, Zé Serra sofreu um “atentado”. atentai bem.

um homem vestindo uma blusa azul, igual a dos seguranças do tucano, atirou ao ar uma bolinha de papel, dessas que a gente faz na escola para zoar o colega, e acertou o cocuruto do então candidato emplumado.

o staff de Serra entrou em polvorosa, seguranças o cercaram, ele levou a mão à cabeça, tumulto, pânico, câmeras nervosas…

levaram-no para uma van, de lá foram direto para o hospital.

lá chegando, foi recebido diligentemente pelo Dr. Jacob Kligermane, médico de cabeça e pescoço, veja você – e que, não por acaso, presidiu o Instituto Nacional do Câncer quando Serra era Ministro da Saúde.

Serra foi submetido a uma tomografia.

Klingerman, descaradamente, mentiu que Serra chegou ao consultório “com náuseas e tonteira”.

o próprio Serra disse que se sentiu “meio grogue” após ser atingido.

o Dr., fazendo o espetaculoso jogo midiático, recomendou ao acidentado 24h de repouso.

ato contínuo, os jornais não falavam em outra coisa; os mervais ainda mais mervosos espumavam pelas suas bocas de bonecos de ventríloquo.

especulações: atentado, violência, jogo sujo, golpe baixo da oposição…

o diabo é que havia milhares de fotógrafos e cinegrafistas no evento – ocorrido num calçadão comercial da Zona Oeste do Rio de Janeiro – mas, desgraçadamente, todos sonegaram as imagens que mostravam o quê diabos atingira o Senhor Burns.

colunistas, âncoras, repórteres, historiadores, filósofos, a garota do tempo, todo mundo tentava compreender o que atingira o crânio do descerebrado.

mas aí o SBT rompeu o silêncio e mostrou que na verdade foi uma mera bolinha de papel.

a Globo não caiu nessa. Chamou o controverso perito Molina (que é a cara do pastor Caio Fábio) para forjar uma imagem colocando um meteoro no lugar da bolinha de papel. Molina não foi tão longe, optou por um rolo de fita crepe; a farsa foi facilmente desmascarada nas redes sociais.

tudo isso se sabe. Não vou cansá-los com essa lenga-lenga.

o que quero dizer é que a bolinha de papel do Serra virou assunto para duas semanas, a bomba do Instituto Lula foi um acidente menor, já silenciado.

uma mera bomba caseira.

o diabo é que foi com uma mera bomba caseira – feita numa panela de pressão – que dois molecotes acabaram com a Maratona de Boston, nos Esteites, e acabaram com 90% do efetivo yankee em seus encalços; mariners, snipers, cachorros, helicópteros, drones, submarinos…

Israel, quando um palestino joga-lhe uma bomba caseira, costuma responder com um míssil, ou vários mísseis.

e foi com um mero rojão de São João que um manifestante matou um cinegrafista da Band há pouco tempo.

Davi derrubou Golias com uma simples funda, um estilingue.

o coquetel molotov, como se sabe, é uma mera e tosca bomba caseira, solte uma na porta da Rede Globo e verás o que lhe acontece.

a Polícia Federal do Zé fará uma caçada bostoniana até encontrá-lo e trancafiá-lo num xadrez por terrorismo.

laerte bomba

a mesma mídia que minimiza a bomba de Lula, esse é o ponto, fez estardalhaços com esses meros artefatos caseiros de Boston, das molotóvicas manifestações de rua, dos estilingues da Palestina.

pior, fez um barulho infernal por conta de uma mera bolinha de papel atirada na careca do careca.

é um recorte ideológico, político, enviesado e seletivo.

o jornalixo, todos o sabemos, é uma bomba de fabricação caseira de alto poder destrutivo.

é uma bomba caseira de destruição em massa.

Palavra da salvação.

*Lelê Teles é diretor de marketing, jornalista, roteirista,  do programa Estação Periferia – TV Brasil e TV Aperipê, Apresentador do programa de música africana Coisa de Negro – Aperipê FM, Colunista do site Brasil 247, Colunista do jornal sergipano Folha da Praia, editor do blog de Análise do Discurso Midiático FALA QUE EU DISCUTO e escreve poemas eróticos no blog do Lelê Teles.

Twitter/@leleteles

Facebook: Lelê Teles

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O falso Picasso e o falso jornalismo que te vende embuste como se fosse interesse público

4 de Agosto de 2015, 11:58, por MariaFrô

Jorge Furtado é o nosso Michael Moore melhorado, poético, quem não se impressionou com Ilha das Flores?

Furtado consegue deixar tão claro para todos em seus documentários a questão que deseja investigar. Em o  Mercado de Notícias, de 2014, ele investiga a produção do jornalismo no Brasil. Entrevista uma gama de novos e velhos jornalistas, foram horas de entrevistas durante o ano de 2012 (veja a playlist ao final do post com as entrevistas na íntegra).

A cena selecionada pelo Alexandre Valadão no vídeo a seguir é tão didática, mas tão didática sobre uma questão que este blog e tantos outros na internet discorrem constantemente que até mesmo o leitor mais conservador deste blog irá refletir sobre o quão ruim é ter um jornalismo concentrado, de discurso único e que entrega notícia falsa. Enfim, um jornalismo preguiçoso, incompetente, que faz política o tempo todo, que prega defender o interesse público, mas só busca assegurar os interesses de seus proprietários, faz política conservadora, reacionária o tempo todo, mesmo quando o tema não é a política, mas não faz jornalismo.

Como vender algo se não entrega o prometido? Assistam e reflitam:

O que mais me chama a atenção na pobreza do jornalismo monopolizado no Brasil é que ele efetivamente poderia fazer o debate público necessário, mas não o faz, age como um partido político, põe acima dos interesses nacionais, seus interesses econômicos.

No caso relatado no trecho acima isso fica bem claro. Há uma notícia, mas não a apontada por todas as capas de jornais que espalhara sua ‘barriga’ gorda para outros jornais e sites do mundo.

a notícia

notícia falsa e os sentidos da notícia

A notícia é o que não contam: o quadro a mulher de branco no INSS é falso, mas quem entregou uma reprodução ao INSS como pagamento de dívida junto ao órgão? Quem aceitou este embuste que lesou o Estado e o povo brasileiro? Quem é o historiador que atestou um quadro falso?

historiador

Mesmo confrontados com a verdade não se deram ao trabalho de fazer o mínimo, checar. E como se fosse pouco espalhar uma mentira globalmente, mostrando sua imensa ignorância, pois é sinal de ignorância falar de arte sem um mínimo de conhecimento, já que o quadro de Picasso está em um museu nos Estados Unidos e uma simples busca na rede podemos ter esta informação. À época o sentido da notícia era porque o falso quadro estava ao lado de uma foto do presidente Lula, foto que há em todas as repartições públicas. O objetivo mais uma vez era o de culpar/diminuir um governo popular, petista fosse pelo que fosse. Aí a culpa implícita era, olha que governo incompetente, bronco, temos uma obra de arte valiosa e ele nem sabia. Anos depois republicam a notícia falsa do quadro do Picasso ao lado de Lula, quando um incêndio atingiu a repartição, celebrando o herói que salvou a obra de arte!!!!. O que era de interesse público na notícia: quem enganou o INSS,  quem lesou o patrimônio público? Isso não ficamos sabendo, porque o jornalismo não foi feito.

Quem censura os jornalistas, quem o impede de realmente entregar as notícias? Nos tempos da ditadura era governo militar, hoje são os donos dos meios de comunicação concentrados.

A credibilidade de jornais, revistas, rádios e tvs em mãos de pouquíssimas famílias que defendem seus interesses privados travestidos de interesse público está na ralo.

Abaixo uma playlist com os jornalistas entrevistados para a produção do documentário. Há ainda no youtube os atos com os atores que encenam a peça “The staple of News”, de Ben Jonson, mesclada no documentário.

Não encontrei o vídeo na íntegra, se alguém encontrar, por favor, deixe o link nos comentários neste post.

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