“Se é leniência (sic) eu não sei, mas se idiotice fosse crime o Luciano Huck pegava perpétua”
June 26, 2014 6:32 - no comments yetEnquanto a UNICEF e a Secretaria dos Direitos Humanos durante a Copa lança o #protejaBrasil para proteger nossas crianças e adolescentes da violência sexual, o apresentador Global, Luciano Huck, dá uma de cafetão: pede fotos de cariocas solteiras interessadas em “gringos”, estimulando na rede o turismo sexual. É de fazer inveja às agências de escort girl que não tem a visibilidade do apresentador.
Huck escreveu em sua página do Facebook:
“Carioca? Solteira? Louca para encontrar um príncipe encantado entre os ‘gringos’ que estão invadindo o Rio de Janeiro durante a Copa? Chegou a sua hora. Mande fotos e porque você quer um gringo “sob medida” para este email – namoradaparagringo@globomail.com”.
Essa não é a primeira ação de Huck que flerta com o crime, com o mau gosto, com a falta de respeito às mulheres brasileiras, o “bom moço” de Veja, que faz jantares de apoio à Aécio Neves tem um currículo vasto de absurdos e não se incomoda nem um pouco de usar um programa dominical para rir dos comentários racistas de Ashton, lembram-se?
Após muitas críticas, ele apagou a mensagem sem noção que convocava brasileiras para encontrar ‘gringos’, mas como bem apontou um comentarista no próprio post do Facebook do apresentador global, o artigo 227 do Código Penal, trata de crimes como este cometido por Luciano Huck: “induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem”.
Impressiona como um sujeito que tem a visibilidade que Huck não tenha um pingo de responsabilidade. Mas certamente o MP não está interessado em investigá-lo, pois tem mais o que fazer: trabalhar junto com o candidato de Huck para a polícia invadir a casa de pessoas como a jornalista Rebeca.
A frase que dá título ao post foi escrita em um dos comentários no post apagado por Huck, o que o autor da frase possivelmente quis dizer for lenocínio: “uma prática criminosa que consiste em explorar o comércio carnal alheio, sob qualquer forma ou aspecto, havendo ou não mediação direta ou intuito de lucro (cafetinagem). No Brasil é crime segundo os Artigos 227 a 230 do Código Penal” (via Wikipedia)
Com informações do Diário Online e Portal Imprensa.
Uma menina contra os covardes: Maria Clara Bubna
June 26, 2014 5:03 - no comments yetA jornalista Eliane Dal Colleto assim apresenta o manifesto de Maria Clara Bubna, a estudante de direito assediada pelo seu professor e por um membro da ‘academia de ciência da Veja”
“Se você ainda lê algo de Rodrigo Constantino, aquele da revista Veja, mesmo que pequenos trechos, mesmo que ‘somente’ aqui no facebook… Recomendo que tenha vergonha. E não vamos esquecer a história dessa menina, quase uma criança de primeiro período universitário: Maria Clara Bubna. Ela sou eu, é você, é a mulher que você encontra ao lado, todos os dias.”
Quanto a mim espero imensamente que esses covardes e toda a corja dos fascistas que eles alimentam tenham o rigor da lei algum dia em suas vidas.
SOBRE O SILÊNCIO OU MANIFESTO PELA VOZ
Por muitos dias, eu optei por permanecer calada. Talvez numa tentativa de parecer madura (como se o silêncio fosse reflexo de maturidade) ou evitando que mais feridas fossem abertas, eu escolhi, nesse último mês, por vivenciar o inferno em que fui colocada com declarações breves e abstratas e conversas pessoais cautelosas. Mas se tem uma coisa que eu descobri nesse mês é que a maior dor que poderiam me causar era o meu silenciamento, o meu apagamento por ser mulher, jovem, “elo fraco” de toda relação de poder. Eu decidi portanto recuperar minha voz. Esse texto é um apelo a não só o meu direito de resposta, mas o meu direito a existir e me manter de pé enquanto mulher.
Eu nunca vi necessidade de esconder meus posicionamentos. Seja sobre o meu feminismo ou minhas preferências políticas, sempre fui muito firme e verdadeira com o que acredito. Mantive sempre a consciência de que minha voz era importante e que, junto com muitas outras vozes, seriamos fortes. Exatamente por isso, nunca vi necessidade de me esconder. Decidi fazer Direito baseada nessa minha ideia de que a união de vozes e forças poderia mudar a quantidade brutal de situações hediondas que o sistema apresenta.
Dentro da Faculdade de Direito da UERJ, acabei encontrando um professor que possui postura claramente liberal. Ele também nunca fez questão de esconder suas preferências políticas, mesmo no exercício de sua função. Apesar de ser meu primeiro ano na faculdade, passei alguns muitos anos no colégio durante os ensinos fundamental e médio e tive professores militares, conservadores, cristãos ferrenhos. Embates aconteciam, mas nunca ninguém se sentiu ofendido ou depreciado pelas suas preferências ideológicas. O debate, quando feito de maneira saudável, pode sim ser enriquecedor. Para minha surpresa, isso não aconteceu no ambiente universitário.
Ouvindo Bernardo Santoro se referir aos médicos cubanos como “escravos cubanos”, a Marx como “velho barbudo do mal”; explicar o conceito de demanda dizendo que ele era um “exímio ordenhador pois produzia muito leitinho” (sic) e que o “nazismo era um movimento de esquerda”, decidi por me afastar das aulas e tentar acompanhar o conteúdo por livros, gravações, grupos de estudo… Já ciente do meu posicionamento político e percebendo minha ausência, o professor chegou a indagar algumas vezes, durante suas aulas: “onde está a aluna marxista?”
No dia 15 de maio deste ano, Bernardo postou em sua página do Facebook, de maneira pública, um post sobre o feminismo. Usando o argumento de que se tratava de uma “brincadeira”, o docente escarneceu da luta feminista e das mulheres de maneira grosseira e agressiva. A publicação alcançou muitas visualizações, inclusive de grupos e coletivos feministas que a consideraram particularmente grave, em se tratando de um professor, como foi o caso do Coletivo de Mulheres da UFRJ, universidade em que Bernardo também leciona.
A partir do episódio, o Coletivo de Mulheres da UFRJ escreveu uma nota de repúdio à publicação do professor, publicada no dia 27 de maio na página do próprio Coletivo, chegando rapidamente ao seu conhecimento.
Foi o estopim. Fazendo suposições, o professor começou a me acusar pela redação da nota de repúdio e a justificou como fruto de sua “relação conflituosa” comigo, se mostrando incapaz de perceber quão problemático é escarnecer, de maneira pública, de um movimento de luta como o feminismo.
Fui então ameaçada de processo. Primeiro com indiretas por comentários, onde meu nome não era citado. Alguns dias se passaram com uma tensão se formando, tanto no meio virtual quanto nos corredores da minha faculdade. Já se tornava difícil andar sem ser questionada sobre o assunto.
Veio então, dias depois, uma mensagem privada do próprio Bernardo. A mensagem me surpreendeu por não só contar com o aviso sobre o “processo criminal por difamação” que o professor abriria contra mim, mas por um pedido do mesmo para que nos encontrássemos na secretaria da faculdade para que eu me desligasse da minha turma, pois o professor não tinha interesse em continuar dando aula para alguém que processaria.
Nesse ponto, meu emocional já não era dos melhores. Já não conseguia me concentrar nas aulas, chorava com uma certa frequência quando pensava em ir pra faculdade e essa mensagem do professor serviu para me desestabilizar mais ainda. Procurei o Centro Acadêmico da minha faculdade com muitas dúvidas sobre como agir. Foi decidido então levar o assunto até o Conselho Departamental que aconteceria dali alguns dias.
No Conselho, mesmo com os repetidos informes de que não se tratava de um tribunal de exceção, Bernardo agiu como se fosse um julgamento. Preparou uma verdadeira defesa que foi lida de maneira teatral por mais de quarenta minutos. Conversas e posts privados meus foram expostos numa tentativa de deslegitimar minha postura. Publicações minhas sobre a militância feminista e textos sobre minhas preferências políticas foram lidos pelo professor, manipulando o conteúdo e me expondo de maneira covarde e cruel. Dizendo-se perseguido por mim, uma aluna do primeiro período, Bernardo esqueceu-se que dentro do vínculo aluno/professor há uma clara relação de poder onde o aluno é obviamente o elo mais fraco.
Eu, enquanto aluna, mulher, jovem, não possuo instrumentos para perseguir um professor.
O Conselho, por fim, decidiu pela abertura de uma sindicância para apurar a postura antipedagógica de Bernardo. Não aceitando a abertura da sindicância, o professor, durante o próprio Conselho, comunicou que iria se exonerar e deixou a sala.Foi repetido incansavelmente que a questão para a abertura da sindicância não era ideológica, mas sim sobre a postura dele como docente. Bernardo, ao que parece, não entendeu.
No dia seguinte, saiu uma reportagem no jornal O Globo sobre a questão. O professor declara que eu sempre fui uma “influência negativa para a turma”. Alguns dias depois, a cereja do bolo: seu amigo pessoal, Rodrigo Constantino, publicou, em seu blog na Revista Veja, uma reportagem onde eu era completamente difamada e exposta sem nenhum aviso prévio sobre a citação do meu nome. A reportagem por si só já era deprimente, mas o que ela gerou foi ainda mais violento.
Comecei a receber mensagens ameaçadoras que passavam desde xingamentos como “vadia caluniadora” até ameaças de “estupro corretivo”. Meu e-mail pessoal foi hackeado e meu perfil do facebook suspenso.
A situação atual parece estável, mas só parece. Ontem, no meu novo perfil do facebook, recebi mais uma mensagem de um homem desconhecido dizendo que eu deveria ser estuprada. Não, eu não deveria. Nem eu nem nenhuma outra mulher do planeta deveria ser estuprada, seja lá qual for o contexto. Nada nesse mundo justifica um estupro ou serve de motivação para tal.
Decidi quebrar o silêncio, romper com essa postura conformista e empoderar minha voz. É preciso que as pessoas tenham noção da tensão social que vivemos onde as relações de opressão estão cada vez mais escancaradas e violentas.Em todo esse desenrolar, eu me vi em muitos momentos me odiando. Me odiando por ser mulher, me odiando por um dia ter dado valor à minha voz. Me vi procurando esconderijos, me arrependendo de ter entrado na faculdade de Direito, de ter acreditado na minha força. Me detestei, senti asco de mim. Mas eu não sou assim. Eu sou mulher. Já nasci sentindo sobre mim o peso da opressão, do machismo, do medo frequente de ser violada e violentada. Eu sou forte, está na minha essência ter força. E é com essa força que eu escrevo esse texto.
Estejamos fortes e unidos. A situação não tende a ficar mais mansa ou fácil. Nós precisamos estar juntos. É essa união que vai criar rede de amor e uma barreira contra essas investidas violentas dos fascistas que nos cercam. Foi essa rede de amor e apoio que me manteve sã durante esse mês e é essa rede que vai nos manter vivos quando o sistema ruir. Porque esse sistema está, definitivamente, fadado ao fracasso.
Abrace e empodere sua voz.
Maria Clara Bubna
Rio de Janeiro, junho de 2014.
Depois do PSDB reconhecer na Justiça que é fantasma do Passado a Folha reconhece que não é imprensa brasileira
June 22, 2014 13:12 - no comments yetDivertidíssimo ler os comentários sobre o texto do Nelson de Sá (reproduzo o texto e dois dos comentários abaixo).
Nelson de Sá fez jornalismo, o problema é que o jornal no qual ele escreve não faz jornalismo há muito tempo.
Tempos atrás o PSDB foi para a Justiça contra uma propaganda do PT porque a carapuça serviu direitinho, mesmo o PT não tendo feito uma menção ao PSDB, é o mesmo que ocorre agora com a Folha, só que a Folha aposta na falta de memória de seus leitores e atribui à imprensa estrangeira o que ela e todo o monopólio midiático fez diuturnamente: desinformou sobre as obras da Copa, fez política partidária contra o governo de Dilma Rousseff usando a Copa.
Mas leitores críticos não esquecem como a mídia monopolizada usou seu monopólio pra fazer campanha contra o governo federal travestida de cobertura jornalista.
Aliás ao ver a ~cobertura~ da mídia monopolista antes da abertura da Copa sempre pensava: como farão quando a Copa ocorrer os brasileiros começarem a enfeitar suas casas, carros, torcerem? Quando o jornalismo vira partido de oposição golpista e abandona o fazer jornalístico só briga com os fatos: a Copa no Brasil não apenas vem sendo apontada como uma das melhores dos últimos tempos, como em algumas mídias estrangeiras como a melhor Copa ever).
Outra dúvida me assolava ao ver a porca cobertura jornalística que tentou de todas as forma minar a autoestima do povo brasileiro. Como esta mesma mídia iria lucrar com os anunciantes se afastassem o povo da Copa? A Globo está pagando um alto preço, o índice de rejeição dos brasileiros ampliou em muito, quem mandou apostar na ruína do evento, resta saber se os anunciantes vão socializar as perdas.
Reproduzo os comentários do historiador Arnaldo Marques e do jornalista Victor Farinelli sobre o texto de Nelson de Sá:
“O Brazil se assumindo com todas as letras:
“Prenúncio de que Copa seria o ‘fim do mundo’ não aguentou 3 dias
Início do Mundial no Brasil reverteu expectativa da MÍDIA INTERNACIONAL de que o evento seria desastroso para o país” [grifo meu]
Nelson de Sá deixa claro que a Folha, Veja, Estadão não são brasileiros.
São brazilians, fazem parte da mídia internacional.
A sinceridade campeia, finalmente.” Arnaldo Marques
“Eu sidivirto só de ver os vira-latas se rasgando de raiva. O espírito de porco dos que xingam a presidenta porque a Copa é um absurdo, mas estão lá no estádio, pagando caro e sendo engolidos pela torcida mexicana. Os que torceram pro caos, pra que a Copa fosse um lixo, porque acham que é assim se faz política, e agora ficam com essa esquizofrenia, porque muitos adoram futebol e estão perdendo a #CopaDasCopas, e quando acham que pelo menos vai sobrar uma crítica pra salvar o dia, descobrem que até a Folha, porta-voz da hecatombe, tenta disfarçar sua culpa jogando na conta da imprensa estrangeira – os meios que tentam se desculpar com seus leitores mundo afora: “desculpem, acreditamos na imprensa brasileira, dissemos que o Brasil era uma bomba-relógio, e ao chegar percebemos que não era nada disso, o país é uma festa e a Copa está maravilhosa”. Pergunta: cadê aquele suposto jornalista dinamarquês agora?” Victor Farinelli
Pra gringo ver: O fim do mundo não veio
Por: NELSON DE SÁ, na Falha
19/06/2014
Sob o título “Previsão de dia do juízo final dá lugar a soluços menores”, o “New York Times” examinou a infraestrutura na Copa. Abriu listando profecias não realizadas: “Um estádio não ficaria pronto a tempo. Outro não ficaria pronto nunca. Protestos suplantariam tudo”. Disse que nem tudo está às mil maravilhas, mas lembrou que até uma semana antes os Jogos de Londres, em 2012, também eram “zona de capacetes de proteção”. Citou, entre os soluços, “fios visíveis” na Arena Corinthians e “fogos de artifício” chilenos na Arena Pantanal.
E foram chilenos também que invadiram o Maracanã. É o maior problema até aqui, disse o correspondente da Al Jazeera, Gabriel Elizondo, ironizando que “a segurança era da Fifa”. A agência americana Associated Press acrescentou que a Fifa apelou à segurança brasileira.
Falhas menores
Quase uma semana e também o “Wall Street Journal” publicou seu diagnóstico. No título, “Só umas poucas falhas menores”. Abrindo o texto, “o Brasil pode respirar aliviado”.
Nada de caos
Também o “Guardian” fez balanço da Copa, mais focado nos “arrepios” trazidos pelos gols. Sublinhou que, “fora do futebol, as previsões de derretimento aéreo e caos logístico não se realizaram até agora”.
Espírito de festa
Fechando os balanços, o “Telegraph” deu a longa análise “Copa do Mundo 2014: Jogadores e torcedores estão gerando um espírito de festa que a Fifa jamais será capaz de roubar”. Lembra, porém, que “uma Copa não cura nada” em educação etc.
Copa & inflação
Na direção contrária do oba-oba, a Reuters despachou que a “Copa põe a inflação do Brasil próxima do teto da meta”. Os dados divulgados pelo IBGE, no entender da agência anglo-canadense, sugerem alta “no momento em que a Copa do Mundo eleva a demanda por passagens aéreas” e quartos de hotel.
#occupyestelita
A boa vontade com o evento fez desaparecer o noticiário sobre os problemas. Uma exceção é o site da Al Jazeera, que informou como a polícia pernambucana “expulsou os manifestantes do movimento #ocupeestelita”. Reproduz até um tuíte de ativista que tentou chamar a atenção do “NYT”, sem sucesso: “@nytimes War in Recife, Brazil #occupyestelita”.
GOOGLE DOODLE
O buscador postou sua 15ª imagem sobre a Copa, nas páginas iniciais de EUA, Europa, Ásia, além de Brasil, com um bonequinho batendo bola em favela
GRINGO NO MORRO
Bloomberg e “Daily Beast” (acima) destacaram que as favelas foram tomadas por turistas em festa e que as UPPs e outras ações aproximaram os barracos dos imóveis mais caros do Rio
governos do PT mais ações para o coletivo, do PSDB ações voltadas para o individualismo
June 22, 2014 7:59 - no comments yetPor Arnaldo Ferreira Marques em seu Facebook
22/06/2014
Talvez muitos não se recordem, mas em meados de 2012 eu escrevi um texto de apoio à candidatura de Fernando Haddad, que acabou sendo eleito prefeito de São Paulo.
No clima de FlaxFlu que se instalou no debate político brasileiro, esse tipo de tomada de posição (pelos conservadores ou pelos progressistas) automaticamente adquire características de “opção ignorante ou corrupta”, dependendo da ideologia de quem julga.
Cada um dos lados adquire características de anjos ou demônios.
Como se sabe, ninguém pode analisar nem ponderar, muito menos discutir, sobre anjos e demônios. Anjos são bons e devem ser defendidos. Demônios são maus e devem ser exorcizados.
E assim, nesse Fla-Flu demoníaco/celestial, todo o funcionamento da democracia, que é totalmente dependente do debate sem preconceitos (pré-conceitos), vai pelo ralo, fica impedido.
Eu dizia que Haddad era o candidato do coletivo, contra um Serra, candidato do individualismo.
Traduzindo isso para questões municipais, concretas, Haddad era o candidato do transporte coletivo, Serra do automóvel. Para Haddad mobilidade é andar de ônibus (corredores, BRTs, trem, metrô), para Serra andar de automóvel (como ele e seus aliados haviam feito, com mais e mais pistas para carros).
Haddad defendia barrar a especulação imobiliária, Serra deixá-la em paz.
Haddad defendia a inclusão dos moradores de rua e cortiços, Serra de enxotá-los para longe dos olhos da classe média.
Um ano e meio de governo Haddad indicam isso mesmo. Ênfase nos corredores de ônibus e na reformulação do sistema de ônibus. O cancelamento do grande túnel para automóveis que ligaria a Águas Espraiadas à Imigrantes. O programa Braços Abertos na cracolândia. A nova proposta de Plano Diretor, procurando barrar (ou ao menos controlar) a especulação imobiliária.
Já o perfil de José Serra e Geraldo Alckmin fica claro pelas ações dos últimos 19 anos e meio, em obras como as novas pistas para automóveis da Marginal Tietê (Serra); o programa de repressão e internação compulsória dos dependentes de crack (Alckmin), as rampas antimendigos (Serra), a duvidosa expansão do metrô (Serra/Alckmin) de São Paulo (que não visa desafogar as linhas já superlotadas, como a Vermelha Leste-Oeste, mas apenas estender eleitoreiramente novas linhas a bairros ainda não servidos, jogando os novos usuários para as antigas linhas).
Este texto de Luis Nassif aponta mais uma diferença de filosofia entre Serra/Alckmin e Haddad.
Discussão com dados objetivos, não com demonização automática ou santificação vazia.
Vale a pena ler.
Mais reflexão racional, menos exorcismo.
Que bom.
Caso MPL: um Secretário da Segurança a serviço da intolerância
Por: Luis Nassif, Jornal GGN
22/06/2014
A postura do Secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, condenando a tentativa de acordo da Polícia Militar (PM) com o Movimento Passe Livre (MPL) mostra claramente onde se situa a raiz da intolerância na segurança pública paulista.
Na última manifestação, houve um pacto de não agressão proposto pelo MPL: a PM ficaria à distância e o MPL ajudaria a segurar os vândalos. Falhou. No final da manifestação, black blocs partiram para a quebradeira.
Segundo o G1, “como membros do movimento chegaram a fazer cordão de isolamento para proteger bancos e concessionárias, a Polícia Civil investiga a possibilidade de que o vandalismo tenha sido praticado por black blocs infiltrados no ato”. Ou seja, dentro de suas possibilidades, o MPL cumpriu sua parte do acordo. E, rompendo uma tradição de beligerância, a PM manteve-se à distância.
Não deu certo porque, terminada a manifestação, os black blocs partiram para a quebradeira. O MPL não tinha mais como segurá-los e a PM estava à distância. A quebradeira decorreu de um problema operacional, não do acordo em si.
Está-se discutindo há tempos a falta de uma metodologia da PM para atuar em manifestações pacíficas, separando manifestantes civilizados de vândalos. Esse acordo com o MPL foi o primeiro gesto – de lado a lado – para um novo modelo de atuação recíproca.
A base inicial é virtuosa e deveria ser perseguida. O vandalismo final deveria servir de base para aprimoramento do modelo, definindo maneiras da PM não ficar tão ostensiva que parecesse provocação, nem tão distante, que parecesse desinteresse.
Mas aí entra o fator Grella condenando acerbamente o acordo em si e desautorizando os oficiais de boa vontade que ousaram negociar com manifestantes pacíficos.
Comprova as conclusões de um dos Brasilianas.org sobre segurança. A PM, em si, é uma organização hierárquica, que obedece ordens. Quando os sinais da cúpula – e, por tal, entenda-se do governador e do Secretário de Segurança – são de endurecimento, endurece; quando são de contenção, se contém.
A visão medievel da segurança
O governador Geraldo Alckmin tem uma visão medieval de segurança. Foi a partir dessa visão que, na maior parte do seu governo, indicou Secretários de Segurança violentos e anacrônicos.
Um deles, Saulo Castro tornou-se responsável por dois massacres jamais apurados pelo MInistério Público Estadual: o do Castelinhos e o de maio de 2006, mais de 600 pessoas assassinadas, muitas delas sem antecedentes criminais, em represália contra a invasão do PCC.
O outro é Grella, sucedendo a um Secretário de Segurança igualmente truculento.
A Operação Braços Abertos, da prefeitura na Cracolândia, quase foi comprometida pela ação do DENARC (Departamento Estadual de Narcóticos) invadindo a área em plena operação. A truculência mereceu nota de apoio de Grella. Pelo inusitado, supus que fosse apenas uma maneira do Secretário não se mostrar desautorizado ou tendo sido pego de surpresa.
Ele me enviou um email indignado, dizendo que tudo foi feito com seu conhecimento e aprovação.
Portanto, de-se um desconto para a PM. Por trás das infindáveis mortes em periferia, do clima de guerra que tem vitimado pessoas dos dois lados, existem oficiais tentando trazer a força para os limites da civilidade; mas existem um governador e um Secretário de Segurança que enxergam São Paulo com os olhos de Alfredo Issa, o temível Secretário de Segurança dos anos 30.
Nazista desesperado na partida de GanaXAlemanha invade o campo e a FIFA não faz nada
June 22, 2014 7:29 - no comments yetDeve ser um golpe duro a um nazista que se considera pertencente à uma raça superior tomar dois gols de um país africano que foi vilipendiado pelo tráfico de escravos, pelo imperialismo e que ainda hoje sofre as consequências do saque europeu durante séculos.
Se não fosse Klose, a Alemanha teria perdido de Gana. Cadê a superioridade dos alemães mesmo?
Cadê a segurança da Fifa mesmo, que impediu a entrada do povo brasileiro com seus preços abusivos e permite este crime?
Será que podemos processá-la por racismo, já que este alemão imbecil expôs para o planeta inteiro sua ideologia criminosa e como vemos na denúncia abaixo ela nada fez para impedir expressões racistas dentro dos estádios?
Já que a FIFA se torna o Estado dentro dos estádios durante a Copa é dela que devemos cobrar por esses crimes.
Veja aqui outras denúncias sobre o fato de a FIFA não impedir expressões racistas dentro dos estádios:
“Cara @ FIFAcom por que vocês nada dizem/fazem quando fãs racistas como estes exibem-se nos estádios com os rostos pintados de preto?”
Neonazista invadiu jogo Gana X Alemanha em Fortaleza
Via Correio Nagô
22/06/2014
Apesar da FIFA criar uma campanha contra o racismo na Copa do Mundo de 2014 (Say No to Racism), as coisas parecem que estão fora do lugar nesse quesito. Um simpatizante nazista correu no campo durante o jogo Gana-Alemanha neste sábado, 21 de junho.
Não houve segurança para detê-lo e o racista tirou a camisa em campo revelando uma mensagem pró-nazista, segundo informações do Yahoo Sports
Sulley Muntari, jogador de Gana colocou o invasor para fora do gramado evitando mais problemas.