FE da Unicamp aprova moção contra a política de remoção de alunos de Alckmin
19 de Novembro de 2015, 13:57Um belo documento da Faculdade de Educação da Unicamp contra a política do governador Geraldo Alckmin que pretende remover forçadamente centenas de milhares de estudantes de suas escolas de origem. De acordo com alguns levantamentos de alunos e da Apeoesp tal medida além de dificultar a vida dos alunos fazendo-os estudar mais longe de casa significará o fechamento de cerca de 150 escolas e, segundo os próprios dados da Secretaria da Educação do estado de São Paulo, a rede estadual paulista sairia de 5.585 escolas para 5.108 escolas, o que representa um fechamento de 477 escolas!
Os argumentos expostos na moção da Faculdade de Unicamp, mostram que ainda há esperanças na vida acadêmica, que nem todas universidades estão surdas para os desmandos que está ocorrendo no estado de São Paulo. Em síntese como mostra o documento:
A reorganização da escola por ciclos terá um impacto muito mais profundo do que o fechamento de centenas de escola, a demissão de milhares de trabalhadores docentes e não docentes, a destruição do patrimônio público e/ou o deslocamento de milhões de estudantes. Trata-se de se criar a organização necessária para o projeto de privatização da escola pública paulista.
Para assinar a petição pública acesse: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR85937
MOÇÃO CONTRA A REORGANIZAÇÃO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE SÃO PAULO
Para: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
A Faculdade de Educação da UNICAMP deliberou pela aprovação desta MOÇÃO em 21-10-2015. A pedido das comunidades escolares ele está sendo transformado em uma petição a ser encaminhada à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.No dia 23 de setembro de 2015, fomos informados, via imprensa, que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP) irá fazer uma grande reestruturação das escolas da rede paulista de educação básica. A forma como todos nós, professores, estudantes, pais e pesquisadores soubemos deste projeto de reorganização escolar já é, por si só, motivo de preocupação. Não foi apresentado publicamente o projeto da reestruturação, assim como não foi realizada nenhuma consulta pública sobre a nova proposta. Parece que o governo Geraldo Alckmin se recusa a debater de forma trans-parente e democrática essa grande mudança, que afetará milhares de professores e milhões de estudantes. Por isso, a surpresa generalizada e a reação marcadamente contrária ao projeto de reorganização.
Os argumentos do governo para a mudança, comunicados por meio de videoconferência aos profissionais da rede estadual, foram dois: 1) que escolas com apenas um segmento têm melhores desempenhos nas avaliações do Saresp e Prova Brasil (embora sem demonstração científica que comprove tal relação); 2) que há uma alteração na pirâmide etária que indica retração da população em idade escolar no Estado de São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, entre os anos de 1998 e 2015, a rede estadual de ensino teria perdido cerca de 2 milhões de alunos. Com isso, o governo Geraldo Alckmin justifica, em suas próprias palavras, que é preciso “um novo modelo de escola que se adeque à queda da taxa de natalidade e à redução expressiva da população em idade escolar”.
Diante destes números, poderíamos pensar em reorganizar as escolas diminuindo o número de alunos por sala de aula e reduzindo a jornada de trabalho dos professores, por exemplo, duas medidas que teriam um impacto imediato sobre a qualidade do trabalho educativo. No entanto, estas propostas não foram consideradas pela Secretaria de Educação. Parece que o governo não está realizando uma reorganização visando à melhoria da educação oferecida pela rede estadual, pelo contrário, parece ser uma reforma administrativa que visa reduzir gastos da educação e abrir espaço para parcerias com o setor privado.
O impacto imediato da reestruturação será o fechamento de salas de aulas e até mesmo de escolas inteiras. Segundo o Censo Escolar MEC/INEP de 2013, a rede estadual de São Paulo mantinha 5.585 escolas; agora, segundo os números divulgados pelo governo estadual, serão 1.443 escolas de ciclo único; 3.186 escolas com dois ciclos; e 479 escolas com três ciclos. Portanto, serão 5.108 escolas mantidas pela rede estadual paulista, eliminando 2 milhões de vagas excedentes, sem alterar o módulo absurdo de 35 (Ensino Fundamental) ou 40 (Ensino Médio) estudantes por sala de aula e a jornada de trabalho excessiva dos professores. O fechamento de centenas de escolas implicará na demissão de professores e funcionários, deslocamento de estudantes, remoções, destruição do patrimônio público, etc.
Está subentendido na reestruturação que o projeto do governo é completar o processo de municipalização do Ensino Fundamental. Isso está explícito no Projeto de Plano Estadual de Educação, encaminhado pelo executivo estadual para a Assembleia Legislativa de São Paulo. Conforme indicado na meta 21 desse projeto o objetivo é “promover, até o final da vigência do Plano Estadual de Educação (PEE), a municipalização dos anos iniciais do Ensino Fundamental”. A reorganização da escola por ciclos já cria a estrutura adequada para intensificar o processo de municipalização também do ciclo II do Ensino fundamental. Estudos demonstram que a municipalização tem sido um terreno fértil para os processos de privatização da escola pública, seja com a aquisição dos denominados “sistemas de ensino” de escolas privadas, via o apostilamento, para ampliação das contratações terceirizadas, com as parcerias público-privadas e/ou com os contratos de gestão privada para o ensino público.
A reorganização escolar proposta também afeta diretamente o Ensino Médio, com o fechamento de salas no período noturno, da diminuição da oferta de vagas para Educação de Jovens e Adultos, entre outros desdobramentos. O projeto das Escolas de Tempo Integral encontra abrigo adequado nessa nova organização das escolas por ciclo, o qual precisa ser amplamente debatido com a comunidade, incluindo a acadêmica.
O projeto do governo é ampliar as Escolas de Tempo Integral para 50% das escolas estaduais e dentro delas as parcerias com a iniciativa privada. No Projeto de Plano Estadual de Educação encaminhado pelo governo, podemos demonstrar esses objetivos. A estratégia 6.7, que trata do Ensino em Tempo Integral, diz: “Estimular, em regime de colaboração, a apropriação dos espaços e equipamentos públicos e privados, articulando ações entre esses e as escolas, de forma a viabilizar a extensão do tempo de permanência do aluno em atividades correlacionadas ao currículo”. Para esse projeto são necessárias as escolas de ciclo único.
É nesse contexto que a flexibilização curricular é também proposta, pois abre mais espaço para as parecerias com o setor privado, que passam a atingir diretamente as atividades correlacionadas ao currículo. A lógica empresarial passa a orientar ainda mais a organização da escola. Não à toa a meta 22 do Plano Estadual de Educação apresentado pelo governo, que dispõe sobre a implementação do “novo modelo de Ensino Médio, com organização curricular flexível e diversificada” assume todo o linguajar empresarial, colocando como meta para o Ensino Médio, garantir “acesso ao conhecimento como instrumento para a cidadania, o desenvolvimento de competências e habilidades, necessárias ao prosseguimento de estudos e que favoreçam a empregabilidade”.
A partir dessa flexibilização do currículo, será possível criar diversas novas subcategorias de professores. Além de todas as formas de contratação feitas diretamente pelo Estado, abre-se a possibilidade de, no interior das escolas estaduais, professores e educadores serem contratados via parcerias privadas para “viabilizar a extensão do tempo de permanência do aluno em atividades correlacionadas ao currículo”, aumentando a terceirização nas escolas e podendo atingir até mesmo algumas funções docentes.
A reorganização da escola por ciclos terá um impacto muito mais profundo do que o fechamento de centenas de escola, a demissão de milhares de trabalhadores docentes e não docentes, a destruição do patrimônio público e/ou o deslocamento de milhões de estudantes. Trata-se de se criar a organização necessária para o projeto de privatização da escola pública paulista.
Com isso, nós, estudantes, professores e pesquisadores da Faculdade de Educação da UNICAMP, nos colocamos ao lado dos estudantes, pais e professores que saem às ruas defendendo a escola pública para questionar esse projeto de reorganização da escola paulista, exigindo transparência, diálogo, bem como a mudança de seu rumo. Portanto, solicitamos à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo a exposição imediata do projeto que orienta a reestruturação das escolas estaduais, com os dados que fundamentam a argumentação apresentada pelo governo. Solicitamos também que este projeto seja debatido por meio de audiências públicas, recebendo as propostas da comunidade escolar.
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Crônicas faladas: Lelê Teles comenta a cobertura midiota sobre o Estado Islâmico
18 de Novembro de 2015, 18:26Lelê Teles, cronista convidado do Maria Frô, inova mais uma vez: agora suas crônicas são faladas.
Nesta estreia ele faz algumas perguntas pertinentes que não vemos nem no discurso da mídia ou no discurso do império estadunidense e nem da União Europeia contra o terrorismo.
Veja também a entrevista com Chomsky sobre o mesmo tema:
Chomsky: Invasão do Iraque pelos EUA é a raiz do terrorismo e o pior crime do milênio
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Grave: Estudantes de Diadema se dizem enganados em audiência de reconciliação e vão resistir
18 de Novembro de 2015, 12:33Recebo por mail vários informes dos grêmios de escolas ocupadas em São Paulo.
A denúncia da escola de Diadema me parece de extrema gravidade: como a Justiça faz uma audiência de conciliação sem a presença dos responsáveis dos menores? É preciso que parlamentares responsáveis se dirijam para a EE Diadema para assegurar a segurança dos estudantes.
Outra reintegração está marcada para hoje conforme aviso recebido por mail do Grêmio da Escola em Osasco, a EE Heloísa Assumpção:
Reintegração do EE Heloísa Assumpção está marcada para às 8 horas desta quarta-feira
O juiz Olavo de Sá da Silva da 2ª vara da Fazenda Pública de Osasco autorizou a reintegração de posse da Escola Estadual Heloísa de Assumpção para às 8h da manhã desta quarta-feira (18). A operação está sob comando do coronel José Virgolino de Oliveira.
A decisão foi contestada pelo Ministério Público às 19 horas da terça-feira, mas o pedido está marcado para ser avaliado às 9 horas da manhã.
A ocupação dos estudantes de Ensino Fundamental II foi iniciada na última quinta-feira (12), sendo a quarta escola a ser ocupada. O colégio está localizado em uma vila militar.
Na última sexta-feira (13), o juíz da 5ª Vara da Fazenda Pública da capital paulista Alberto Alonso Muñoz voltou atrás nas decisões de reintegração de posse. Na decisão, o juiz pediu “melhor tratamento à criança e ao adolescente, com vistas à boa formação de sua personalidade e manutenção de sua integridade física e psicológica”. A decisão atendeu apenas as escolas da capital paulista, mas na segunda-feira (6), a reintegração da E.E Diadema, a primeira a ser ocupada, também foi suspensa.
O número de ocupações de escolas no Estado já ultrapassa 40, em protesto contra o fechamento das unidades e a “reorganização” escolar que irá deslocar mais de 300.000 estudantes de 754 escolas que passarão a funcionar com apenas um ciclo. O Estado de SP é o quinto do Brasil com a média mais alta de alunos por sala e ainda assim, o governador Geraldo Alckmin pretende fechar 94 colégios.
EE Heloisa de Assumpção
Endereço: Av. Cmte. Sampaio, 1399 – Q Dezoito, Osasco
Estudantes da E.E. Diadema afirmam terem sido enganados em audiência de conciliação a declaram que vão resistir ao despejo hoje às 14h
Na tarde de ontem, um grupo de estudantes da E.E. Diadema participou de uma audiência de conciliação na Justiça sobre a ocupação. Os estudantes negociaram com o juíz que o prédio seria desocupado caso o Secretário do Estado da Educação, Hermam Voorwald, respondesse às reivindicações. Tal acordo não foi colocado no documento final.
Como a audiência foi realizada apenas com menores de idade, sem um maior acompanhando e os pais não foram sequer intimados como determinava o próprio juíz, o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Publica de São Paulo pediu a nulidade da audiência e a suspensão da reintegração.
Os estudantes anunciam que irão resistir e continuar na ocupação. Abaixo, a nota escrita pelos ocupantes:
“Declaração dos alunos da E E Diadema após recusa de diálogo do secretário Herman em atender ao pedido feito em audiência do dia 17/11/2015
Havendo já de imediato a fala citada pelo secretário Herman publicada pelo G1 no dia 17/11/2015 às 18h35 e também no site UOL às 19h29 de que qualquer forma de diálogo não será atendida, defendendo a reorganização, nós, alunos, que estamos ocupando a escola E E Diadema desde o dia 09/10/2015 às 19 horas, compreendemos que o referido já foi extremamente claro que não quer negociação e nós em todo momento pedimos que houvesse isso.
Nossa manifestação até agora tem sido pacífica, com controle por parte da direção dos portões da escola, aulas ocorrendo normalmente e nenhum tipo violência. Em sua fala, citou de igual modo que: “O processo de reorganização foi democrático”, “Esse diálogo tem de ser feito com os estudantes, com os pais e com os professores”, mas entra em contradição quando em todo momento se posiciona contrário mostrando que não há acordo com todo um âmbito á comunidade escola, como já havia sido anteriormente.
Portanto nós, nos sentimos muito mal representados por um secretário que se diz da educação, mas nega o simples pedido de muitos alunos, pais, professores etc a fim de participarem diretamente da criação da reorganização escolar. Logo, já que ele diz que “Não há outro caminho.
Temos que garantir a integridade do patrimônio público”, e não de sua comunidade escolar, afirmando “serem inevitáveis os pedidos de reintegração de posse das escolas ocupadas no Estado de São Paulo”. Diz que houve um diálogo positivo, quando na verdade o que ocorreu foi um juiz decidido a não ceder desde o começo da reunião, deixando sempre claro que não havia conversa e queriam ser absolutos na decisão.
Nós alunos, estamos indignados com a declaração do secretário. O que acontece é longe de ser um diálogo. Concluímos que, a citação onde nos comprometemos em sair as 14h não está de todo correta. Esperamos que eles cumpram sua parte, para que possamos fazer a nossa. Já temos planos de ação e os mesmos podem ser executados a qualquer momento. O Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Publica de São Paulo pediu suspensão da reintegração e aguarda decisão do juiz.”
Atualização: Na manhã desta quarta-feira (18), quando a escola estava trancada pelos estudantes, a diretora pulou o muro e neste momento se encontra dentro do prédio tentando pressionar os alunos.
Endereço da escola:
E.E. Diadema. Rua Antônio Doll de Moraes, 75 – Centro, Diadema
Horário da reintegração: 14h.
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Chomsky: Invasão do Iraque pelos EUA é a raiz do terrorismo e o pior crime do milênio
18 de Novembro de 2015, 10:01Como sempre, Chomsky desvela o que todo discurso midiático esconde. Neste vídeo ele discute os significados de terrorismo no direito internacional e para os que são atacados diuturnamente pelos senhores da guerra. Para Chomsky o Estado mais extremo, radical e fundamentalista do mundo, a Arábia Saudita, é o principal aliado dos Estados Unidos.
De acordo com Chomsky, a própria CIA reconhece que o Estado Islâmico é resultado da invasão estadunidense no Iraque: ‘o pior crime do milênio’ praticado pelos EUA. Centenas de milhares de pessoas foram mortas, torturadas, o país destruído, 4 milhões de pessoas deslocadas e 2 milhões de refugiados, sob os olhos de todo o mundo sem qualquer reação para proteger as vítimas do Iraque.
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Ministério da Saúde: NOTA À IMPRENSA SOBRE MICROCEFALIA
17 de Novembro de 2015, 19:30Um grande aumento dos casos de microcefalia na região Nordeste, principalmente no estado de Pernambuco mobilizou o Ministério da Saúde, FioCruz e outras instituições para monitorar a situação na região. A principal suspeita até o momento seria o vírus Zika, encontrado no líquido amniótico de duas gestantes no estado da Paraíba.
Abaixo segue a nota das medidas que estão sendo tomadas.
NOTA À IMPRENSA SOBRE MICROCEFALIA
O Ministério da Saúde divulga nesta terça-feira (17) o primeiro boletim epidemiológico sobre microcefalia, cujo aumento do número de casos no país tem sido monitorado e investigado pela pasta. Até o momento, foram notificados 399 casos da doença em recém-nascidos de sete estados da região Nordeste.
O maior número de casos foi registrado em Pernambuco (268), primeiro estado a identificar aumento de microcefalia em sua região e que conta com o acompanhamento de equipe do Ministério da Saúde desde o dia 22 de outubro. Em seguida, estão os estados de Sergipe (44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e Bahia (8).
A investigação desses casos está sendo realizada pelo Ministério da Saúde de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde, com o apoio de instituições nacionais e internacionais. Comitês de especialistas apoiarão o Ministério da Saúde nas análises epidemiológicas e laboratorial, bem como no acompanhamento dos casos.
Além deste apoio, nesta terça-feira (17), o Ministério da Saúde envia a todas as secretarias estaduais de saúde orientações sobre o processo de notificação, vigilância e assistência às gestantes e aos bebês acometidos pela microcefalia. Essas informações serão constantemente atualizadas.
Ainda não é possível ter certeza sobre a causa para o aumento de microcefalia que tem sido registrado nos sete estados. Todas as hipóteses estão sendo minuciosamente analisadas pelo Ministério da Saúde e qualquer conclusão neste momento é precipitada. As análises não foram finalizadas e, portanto, continuam em andamento.
A Fiocruz, que participa das investigações, notificou nesta terça-feira (17) que o Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz concluiu diagnósticos que constataram a presença do genoma do vírus Zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia através de exames de ultrassonografia. O material genético (RNA) do vírus foi detectado em amostras de líquido amniótico, com o uso da técnica de RT-PCR em tempo real.
Apesar de ser um achado científico importante para o entendimento da infecção por Zika vírus em humanos, os dados atuais não permitem correlacionar inequivocamente, de forma causal, a infecção pelo Zika com a microcefalia. Tal esclarecimento se dará por estudos coordenados pelo Ministério e outras instituições envolvidas na investigação das causas de microcefalia no país.
O Ministério da Saúde está tratando deste assunto com a prioridade e responsabilidade que o tema exige, dando transparência aos dados e às informações, com previsão de divulgação semanal do boletim epidemiológico da doença.
Na semana passada, foi declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para dar maior agilidade às investigações. Trata-se de um mecanismo previsto para casos de emergências em saúde pública que demandem o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública.
Também está em funcionamento, desde o dia 10 de novembro, o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), um mecanismo de gestão de crise que reúne as diversas áreas para responder a esse evento. O fato já foi comunicado à Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-americana de Saúde, conforme os protocolos internacionais de notificações de doenças.
Aos gestores e profissionais de saúde, o Ministério da Saúde orienta que todos os casos de microcefalia sejam comunicados imediatamente por meio de um formulário online que, a partir desta quarta-feira (18), estará disponível a todas as secretarias de saúde.
Sobre as gestantes, é importante que elas mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.
É importante também que as gestantes adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
CASOS EM INVESTIGAÇÃO NOS SETE ESTADOS QUE TIVERAM AUMENTO INUSITADO DE MICROCEFALIA
ESTADO | N° DE CASOS/2015 |
PERNAMBUCO |
268 |
SERGIPE |
44 |
RIO GRANDE DO NORTE |
39 |
PARAÍBA |
21 |
CEARÁ |
9 |
PIAUÍ |
10 |
BAHIA |
8 |
CASOS DE MICROCEFALIA NOTIFICADOS NOS ANOS ANTERIORES NOS SETE ESTADOS
UF | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 |
Piauí | 1 | 0 | 4 | 4 | 6 |
Ceará | 8 | 4 | 9 | 5 | 7 |
Rio Grande do Norte | 2 | 2 | 4 | 0 | 1 |
Paraíba | 6 | 2 | 3 | 5 | 5 |
Pernambuco | 7 | 5 | 9 | 10 | 12 |
Sergipe | 3 | 1 | 2 | 0 | 2 |
Bahia | 12 | 13 | 7 | 14 | 7 |
CASOS DE MICROCEFALIA NOTIFICADOS NOS ANOS ANTERIORES NO BRASIL
2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | |
Brasil | 153 | 139 | 175 | 167 | 147 |
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