SP elege Serra, Alckmin, fundamentalistas, entulhos da Ditadura e nega o campeão de votos, Tiririca
7 de Outubro de 2014, 6:01 - sem comentários aindaJuntamente ao preconceito contra nordestinos que invade as redes sociais, este meme preconceituoso sobre Tiririca, procura se mostrar ‘politizado’. O que o produtor deste meme não informa é que o mesmo estado que fez Tiririca campeão de votos elegeu Serra senador de São Paulo, Alckmin governador de São Paulo no primeiro turno e deu maioria a Aécio na corrida presidencial.
Sobre Alckmin, Tiririca, democracia e entulhos da ditadura
Por Youssef Igor
06/10/2014
O negocio é criticar o Tiririca! Acho que é pra não parecer feio ter votado no Alckmin, pra camuflar também que por trás do antipetismo paulista existe um grande preconceito regional, de classe que trata nordestinos e nordestinas como estrangeiros em seu próprio país.
Diferente de Aécio no Senado, Tiririca compareceu a todas as votações, pediu apreciação em todos os projetos dos quais fez parte do grupo de estudos parlamentar. Não votei no Tiririca, mas numa democracia não é problema um palhaço ser eleito, o problema é um Estado ser laico e possuir uma bancada religiosa. O problema é SP ter reeleito Alckmin e ter colocado o Serra no Senado.
Sinceramente, prefiro o Tiririca que o coronel Telhada – aquele mesmo campeão em ações violentas e violação aos direitos humanos quando comandante da Rota e se não bastasse ainda responder judicialmente por intimidação a jornalistas e um mandato de restrição espacial de uma ex-esposa agredida.
Mas tudo bem, o negocio é falar do Tiririca.
Prefiro um Parlamento repleto de tiriricas do que um governador xenofóbico, eleito por xenofóbicos. Tiririca é pedagógico e quem o critica agora, devia lembrar dessa consciência politica toda na hora que votou José Serra – o vampiro – para o Senado, na hora que votou em Alckmin para governador.
Tiririca entrou para o Parlamento pela porta da frente, eleito pelo voto popular e com uma campanha repleta de bom humor, num país cuja Constituição se ilumina pelo principio da separação entre foro íntimo e coisa pública, tenho vergonha é do crime que representa possuirmos no Parlamento uma bancada fundamentalista que tenta controlar corpos de mulheres, gays, travestis, transexuais, lésbicas e o útero das mulheres.
Tenho vergonha é que em pleno século 21, a xenofobia se esconda travestida de consciência politica, a homofobia atende por convicção religiosa e a amnesia seletiva não passa do passivo “deixa disso”.
No Rio de Janeiro haverá segundo turno, para optarem com qual molho as milícias, o crime organizado e a polícia vão devorar o povo. Mas o que mais me entristece é saber que em São Paulo a população reelegeu um dos governadores mais corruptos da história da América Latina, um facínora que ao concluir o curso de anestesista pediu a um avô general de pijama como presente o cargo de prefeito interventor em Pindamonhangaba – isso mesmo o Alckmin além de Opus Dei também foi prefeito eleito sem voto, prática comum durante a ditadura militar.
Mas é muito mais fácil falar besteira sobre um palhaço nordestino, afinal ele não é paulista, não é branco e o pior, entrou pra vida pública com votos e em plena democracia.
Parabéns paulistas, já podem enfiar suas respectivas suásticas naquele lugar, só tomem cuidado com os fiscais de fiofó eleitos para o Parlamento.
Em tempo:
Entendemos que figuras como Tiririca são utilizados como puxadores de votos, numa lógica em que segundo o coeficiente eleitoral, o cidadão vota no candidato “x” e acaba elegendo outros, como no caso do deputado referido na matéria que levará consigo para o Congresso um militar e possível fundador do partido militar brasileiro. Entendemos que esses casos e tantas outras distorções do sistema politico atual, só poderão ser sanados com a Reforma Política e que agora mais do que nunca se faz necessário para a saúde do sistema politico nacional, cada vez mais distante dos reais anseios do povo e dissonantes de uma pratica democrática.
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FHC dirá que mineiros, gaúchos e fluminenses são ‘desqualificados’?
6 de Outubro de 2014, 15:37 - sem comentários aindaNo domingo, minha fala insistente no debate do #48HDemocracia foi sobre o comportamento do eleitorado paulista, aquele que trocou seu voto pela seca nas torneiras, por aperto no metrô e trens sucateados e superfaturados, por mais repressão nas periferias, pelo sucateamento da USP, pela repressão às greves, pelo não repasse de verbas recebidas do governo federal pra instituições como a Santa Casa que chegou inclusive a fechar.
Argumentei por diversos momentos que compreender o eleitorado do “túmulo das utopias” não é para principiantes.
Leio sobre o estarrecimento de Marilena Chauí. Minha ex-professora querida que me desculpe. Não estou estarrecida.
Se por um lado Laura Capriglione tem toda a razão à crítica que faz ao PT genérico de São Paulo, por outro, todo mundo que anda pelas periferias da cidade tem plena consciência do nível de despolitização e reacionarismo presentes nela. É um embrutecimento produzido é bem verdade, pela ausência de políticas públicas durante duas décadas de governo tucano, mas especialmente devido à esquerda ter abandonado estas periferias, ter abandonado a formação política do povo. Aliado a este quadro desastroso temos uma mídia que blinda o PSDB de todas as formas, como diz o professor Ignacio Delgado: “São Paulo sedia a maior parte do complexo midiático de sustentação do pensamento conservador no Brasil, custeado por generosos contratos como os governos tucanos, que acaba por ter papel decisivo nas disputas eleitorais no estado.”
Acima o mapa eleitoral do primeiro turno das eleições presidenciais em vermelho os estados brasileiros onde a presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff saiu vitoriosa, em azul onde Aécio recebeu mais votos que Dilma e em Amarelo onde Marina Silva venceu Dilma e Aécio.
Dilma venceu em MG, no RJ e no RS, FHC dirá que mineiros, gaúchos e fluminenses são ‘desqualificados’?
FHC em entrevista a UOL afirmou que eleitores de Dilma são menos informados: “Não é porque são pobres que apoiam o PT, é porque são menos informados” e ainda: “há “uma coincidência entre os mais pobres e os menos qualificados”. E não há um único jornalista neste complexo midiático tucano que recorra ao mapa eleitoral da apuração do 1º turno e contraponha FHC, dizendo-lhe:
Olha, ‘príncipe da sociologia’, na capital do estado de São Paulo, onde os tucanos governam há 20 anos e onde em 25 anos só houve 3 administrações petistas, sendo que a última não completou ainda dois anos, seu candidato Alckmin venceu em Itaquera, São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo e Cangaíba (bairros pobres da Zona Leste) e na Capela do Socorro, outro bairro pobre da Zona Sul.
Nesses bairros, eleitores pobres, em sua maioria pretos e pardos trocaram seus votos por mais violência, mas repressão policial, menos água nas torneiras, menos educação de qualidade, já que nos dois anos que Serra ocupou o cargo de governador e nos quatro de Alckmin a educação paulista teve seu pior resultado nas avaliações do próprio governo do estado de São Paulo.
Os eleitores pobres de São Paulo trocaram seus votos por superlotação nos trens e metrôs superfaturados no maior escândalo de corrupção do país, com desvio em propinas de mais de meio bilhão e que só sabemos, porque foi denunciado no Ministério Público da Suíça, pois em São Paulo, CPIs são enterradas e o MP não investiga nenhuma denúncia contra os tucanos ou as arquiva.
Os eleitores dos bairros pobres também trocaram seu voto pelo sucateamento da USP, pela repressão às greves, enfim, pelo desgoverno tucano que há 20 anos domina nosso estado. Mesmo assim, FHC despreza os seus votos em suas declarações.
Também não houve nenhum jornalista para informar FHC que enquanto na Bahia, o estado nordestino onde Dilma teve maior votação, ela recebeu 4.292.325, em São Paulo, feudo tucano blindado pela mídia, Dilma recebeu 5.927.503, mesmo com o intenso bombardeio anti-PT que chega ao cúmulo de criticar corredores de ônibus e ciclovias e se dependesse da elite paulista mandava cassar o prefeito por devolver o território da cidade para a população.
Já no estado onde nasceu Aécio Neves e no qual ele foi governador e senador, Dilma VENCEU com 4.829.513. Dilma venceu ainda no Rio de Janeiro onde Aécio ficou em 3º lugar e olhem que o Rio é a ‘casa’ de Aécio! Dilma também venceu no Rio Grande do Sul.
Fernando Henrique Cardoso também dirá que os gaúchos são “menos informados”, “menos qualificados”?
O que está por trás da fala de FHC é o que pensa a elite anti-petista deste país, que sempre deixou as regiões Norte e Nordeste de lado, como se elas não fizessem parte do Brasil.
Os governos Lula e Dilma ao contrário investiram pesadamente no Norte e Nordeste para diminuir as desigualdades nacionais. Há mal intencionados e ou desinformados que dizem que esses investimentos significaram redução de investimentos em São Paulo ou que estavam vinculados a política de curral eleitoral. São Paulo concentra 33% do PIB do país e também muita desigualdade, sua capital na última década e na contramão do que ocorreu em todo o Brasil, ampliou a desigualdade: de cada 100 reais produzidos na cidade, os ricos (1% da população) ficam com 20 reais. Há uma década atrás ficavam com 13,00. Dilma perdeu para Marina em Pernambuco e só em 2014, a presidenta republicana que temos repassou para o estado de Pernambuco governado então pelo pré-candidato à presidência, Eduardo Campos, que faleceu no último 13 de agosto em acidente aéreo, mais de 650 milhões. Dilma aumentou em 50% o repasse do governo federal ao estado se comparado ao último governo Lula, saltando de 4,61 bilhões para 6,87 bilhões no governo Dilma.
O que está por trás da fala de FHC é que os governos Lula e Dilma provaram que é possível recuperar a economia do país sem desempregar, ao contrário, gerando emprego. Que foi possível reconstruir o Estado privatizado pelos tucanos e desenvolver o país fazendo o Brasil saltar da 15ª economia para a 6ª economia do mundo, tudo isso, acabando com a fome, colocando jovens pobres nas universidades, levando médicos onde nunca houve atenção básica, ampliando a geração de energia e a infra-estrutura do país de Norte a Sul, de Leste a Oeste, sem abandonar nenhuma unidade da federação, a ponto de prefeitos tucanos apoiarem a presidenta Dilma, como podemos ver no discurso do prefeito do PSDB de Rio Grande da Serra (SP) no trecho da reportagem da Folha de São Paulo em 2/07/2014:
O que está por trás da fala de FHC é negar que o mesmo estado que elege Alckmin, Serra e deixou Aécio em primeiro lugar nas eleições presidenciais, elegeu também Tiririca.
O que que está por trás da fala de FHC é o nojento e recorrente preconceito sudestino contra nordestino, explorado sempre nestes tempos de disputas eleitorais pelos projetos mais reacionários e excludentes, como podemos constatar nos porta-vozes tucanos na mídia, concentrada, monopolizada e partidarizada:
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Eleitorado do ‘túmulo das utopias’ troca voto por bala da PM estarrece filósofa
6 de Outubro de 2014, 15:37 - sem comentários aindaOntem minha tecla insistente no debate do #48HDemocracia foi sobre o comportamento do eleitorado paulista, aquele que trocou seu voto pela seca nas torneiras, por aperto no metrô e trens, por mais repressão nas periferias, pelo sucateamento da USP, pela repressão às greves, pelo não repasse de verbas recebidas do governo federal pra instituições como a Santa Casa que chegou a fechar.
Argumentei por diversos momentos que o eleitorado do túmulo das utopias não é para principiantes. Falei ainda hoje aqui e hoje leio o estarrecimento de Marilena Chauí. Mas minha ex-professora que me desculpe, não estamos estarrecidos, se por um lado Laura Capriglione tem toda a razão à crítica que faz ao PT genérico de São Paulo, todo mundo que anda pelas periferias da cidade tem plena consciência do nível de despolitização e reacionarismo presentes nela. É um embrutecimento produzido é bem verdade, pela ausência de políticas públicas, mas especialmente devido a esquerda ter abandonado estas periferias, e a formação política ter ido para o espaço.
http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/10/48hdemocracia-blogueira-maria-fro-fala-sobre-diferencas-entre-eleicoes-de-2010-e-2014/
explorar fhc e o colonista aecioano por a foto deles e mais a do tiririca
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https://www.google.com.br/elections/explorer?hl=pt-BR#/election/br.2014/contest/1/district/0
Sobre Alckmin, Tiririca, democracia e entulhos da ditadura.
O negocio é criticar o tiririca! Acho que é pra não parecer feio ter votado no Alckmin, pra camuflar também que por trás do antipetismo paulista existe uma certa xenofobia com nordestinos e nordestinas.
Tiririca compareceu as votações, pediu apreciação em todos os projetos dos quais fez parte do grupo de estudos parlamentar. Nao votei no tiririca, mas numa democracia não é problema um palhaço ser eleito, o problema é um estado ser laico e possuir uma bancada religiosa. O problema é SP ter reeleito o Alckmin e ter colocado o Serra no senado.
Sinceramente prefiro o Tiririca que o coronel Telhada – aquele mesmo campeão em ações violentas e violação aos direitos humanos quando comandante da Rota e se não bastasse ainda responder judicialmente por intimidação a jornalistas e um mandato de restrição espacial de uma ex-esposa agredida.
Mas tudo bem, o negocio é falar do tiririca.
Prefiro um parlamento repleto de tiriricas do que um governador xenofóbico, eleito por xenofóbicos, o tiririca é pedagógico e quem o critica agora, devia lembrar dessa consciência politica toda na hora que votou José Serra – o vampiro – para o senado, na hora que votou no Alckmin para governador.
O tiririca entrou para o parlamento pela porta da frente, eleito pelo voto popular e com uma campanha repleta de bom humor, num país cuja constituição se ilumina pelo principio da separação entre foro intimo e coisa pública, tenho vergonha é do crime que representa possuirmos no parlamento uma bancada religiosa.
Tenho vergonha é que em pleno século 21, a xenofobia se esconda travestida de consciência politica, a homofobia atende por convicção religiosa e a amnesia seletiva não passa do passivo deixa disso.
No Rio de janeiro haverá segundo turno, para optarem com qual molho as milicias, o crime organizado e a policia vão devorar o povo. Mas o que mais me entristece é saber que em Sao Paulo a população reelegeu um dos governadores mais corruptos da historia da América latina, um facínora que ao concluir o curso de anestesista pediu a um avô general de pijama como presente o cargo de prefeito interventor em Pindamonhangaba – isso mesmo o Alckmin alem de opus dei também foi prefeito eleito sem voto, pratica comum durante a ditadura militar.
Mas é muito mais fácil falar besteira sobre um palhaço nordestino, afinal ele não é paulista, não é branco e o pior, entrou pra vida publica com votos e em plena democracia.
Parabéns paulistas, já podem enfiar suas respectivas suásticas naquele lugar, só tomem cuidado com os fiscais de cu eleitos para o parlamento.
Em tempo:
Entendemos que figuras como Tiririca são utilizados como puxadores de votos, numa logica em que segundo o consciente eleitoral, o cidadão vota no candidato “x” e acaba elegendo outros, como no caso do deputado referido na materia que levará consigo um militar e possivel fundador do partido militar brasileiro. Entendemos que esses casos e tantas outras distorções do sistema politico atual, so poderão ser sanados com a reforma política e que agora mais do que nunca se faz necessário para a saúde do sistema politico nacional, cada vez mais distante dos reais anseios do povo e dissonantes de uma pratica democrática.
Sem mais
Marilena se diz estarrecida e propõe estudo de caso sobre reeleição de Alckmin
Professora da USP considera que discurso do mérito individual e despolitização prejudicam São Paulo
São Paulo – A filósofa Marilena Chauí propõe que acadêmicos somem esforços para tentar entender os motivos que levaram o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a conquistar um novo mandato nas eleições realizadas ontem (5). Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a professora da USP afirmou ter proposto ao presidente da Fundação Perseu Abramo, o economista Marcio Pochmann, que estude ao longo dos próximos quatro anos os processos que explicam que o PSDB possa chegar a mais de duas décadas de comando do Palácio dos Bandeirantes.
“O PSDB tem uma monarquia hereditária. Alguém precisa entender o que acontece em São Paulo. A reeleição do Alckmin no primeiro turno é uma coisa verdadeiramente espantosa”, avaliou. Para ela, é difícil explicar como o governador obtém seu quarto mandato em meio a racionamento de água, denúncias de corrupção e problemas sérios na gestão pública, como a perda de qualidade do Metrô paulistano, alvo de denúncias de formação de cartel e pagamento de propina a políticos do PSDB.
“Por que fico estarrecida? Porque você teve milhares e milhares e milhares de jovens nas ruas pedindo em São Paulo mais saúde e mais educação. Se você pede mais saúde e mais educação, considera que são direitos sociais e que têm de ser garantidos pelo Estado. E aí você reelege Alckmin. Estou tentando entender como é possível você reivindicar aquilo que é negado por quem você reelege.”
Ela avalia que o PSDB trata políticas públicas não como direitos, mas como um produto que a população deve ter recursos financeiros para adquirir. Nesse sentido, entende também que uma parcela da sociedade paulista enxerga os avanços que teve ao longo de 12 anos de governo federal do PT não como uma melhoria no papel do Estado, mas como um mérito individual. “Não há nenhuma articulação entre a mudança de trabalhador manual para trabalhador de serviços e as mudanças sociais no país. É visto como uma ideologia de classe média, que é a do esforço individual.”
Marilena Chauí considera que ainda é cedo para estabelecer uma relação entre o saldo final das manifestações de junho e o alto número de abstenções e de votos brancos e nulos – 19,39% se abstiveram, 3,84% votaram em branco e 5,80% em nulo. De outro lado, ela avalia que o resultado geral das eleições de ontem, com crescimento de Aécio Neves (PSDB) na reta final da corrida presidencial e diminuição da representação dos trabalhadores no Congresso, tem um claro reflexo do trabalho feito pela mídia tradicional pela despolitização da sociedade.
“Uma das coisas que mais têm acontecido no país é um processo realizado pela grande mídia, tanto impressa como falada como televisiva, é um processo que vem vindo nos últimos oito anos, e sobretudo nos últimos quatro, de esvaziamento sistemático de toda e qualquer discussão política. Você tem a operação da comunicação por slogan e algumas imagens. Fora disso você não tem o verdadeiro debate político. Eu diria que os partidos políticos são responsáveis também pela ausência de um grande debate político. Ou porque não têm o que propor, ou porque não querem entrar neste debate.”
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Que o Brasil se espelhe em Juiz de Fora e São Paulo se reencontre com o Brasil
6 de Outubro de 2014, 12:47 - sem comentários aindaPor Ignacio Delgado
Uma palavra sobre Minas Gerais e Juiz de Fora, antes de iniciarmos o debate sobre o segundo turno da eleição presidencial que, tal como sempre, na disputa entre a brasileira e o playboy, opõe nacionalistas e entreguistas, contrastando a preservação e ampliação das políticas de inclusão e redistribuição de renda às “medidas impopulares” prescritas pelo rentismo, defendidas pelo senador da Zona Sul carioca, com título de eleitor em Minas Gerais.
Leitura obrigatória para este segundo turno: A Era tucana no Estado Brasileiro significou o desmonte do Estado Brasileiro e a entrega de nossas riquezas ao capital privado, especialmente aos estrangeiros
Em nosso estado, Dilma venceu e foi eleito o candidato de oposição ao obscurantismo aecista. Por aqui sabemos muito bem quem é a peça. Como lembra a Folha de São Paulo de hoje, foi o estado de São Paulo que garantiu o desempenho de Aécio. São Paulo sedia a maior parte do complexo midiático de sustentação do pensamento conservador no Brasil, custeado por generosos contratos como os governos tucanos, que acaba por ter papel decisivo nas disputas eleitorais no estado. Não há crise nas universidades estaduais, descalabro na gestão dos recursos hídricos, aumento da violência, corrupção no metrô e outras barbaridades que dissolvam em boa parte das elites paulistas o espírito que levou à aclamação de Amador Bueno e a disposição de sempre voltar as costas para o Brasil. Quiçá no segundo turno das eleições presidenciais o povo de São Paulo possa encontrar formas de furar este bloqueio e reencontrar-se com o país.
Em Juiz de Fora, venceu Dilma, Pimentel e até Josué de Castro para o Senado. A cidade manteve a tradição de sempre recusar, nos pleitos nacionais, o tucanismo. Tomara que depois de tantos desacertos, venha alinhar tal opção à escolha para o governo municipal.
A cidade elegeu, ainda, três deputados federais e quatro deputados estaduais. Para a Câmara Federal, foram eleitos Marcus Pestana, do PSDB; Júlio Delgado, do PSB e Margarida Salomão do PT. O primeiro, tal como em eleições passadas, teve fraco desempenho em Juiz de Fora, mas reeditou o padrão Silvio Abreu Junior, como votos pingados em todo o estado, no rastro das ambulâncias distribuídas aos municípios, na condição de ex secretário de saúde do governo Anastasia. Júlio Delgado foi, por assim dizer, carregado pela presença do pai, Tarcísio Delgado, como candidato a governador. Margarida Salomão alcançou a maior votação na cidade para a Câmara Federal. Sem cargos executivos e sem padrinho, teve o reconhecimento de 53.485 cidadãos de Juiz de Fora, em meio a 78.973 votos alcançados no estado, por sua brilhante atuação parlamentar, desdobramento natural de uma trajetória de vida dedicada à defesa e fortalecimento da universidade e do ensino públicos.
Para a Assembleia Legislativa, quatro deputados com domicílio eleitoral em Juiz de Fora: Antônio Jorge, do PPS; Lafayette Andrada, do PSDB; Noraldino Junior, do PSC; Isauro Calais, do PMN. O PT da cidade, não obstante seu peso nas preferências do eleitorado, manteve a tradição de dividir-se e não elegeu ninguém.
De todo modo, é expressiva a representação política da cidade. Torçamos para que possa servir a toda a Mata Mineira para construção de um projeto de desenvolvimento regional, na perspectiva aberta pela ideia deterritórios de desenvolvimento proposta por Fernando Pimentel.
Meme que circula no Facebook após a vitória do candidato do PT em primeiro turno nas eleições para o governo de Minas Gerais, contra o candidato do PSDB
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São Paulo: túmulo das utopias, laboratório de ponta do capitalismo financeiro
6 de Outubro de 2014, 10:48 - sem comentários aindaSinceramente, acho que se as periferias de Mano Brown, Sergio Vaz precisam de partidos salvadores da Pátria pra entenderem que a principal vítima da direita são sempre os pretos, pobres, sem água, as coisas vão muito, mas muito mal.
Eleitores pretos e pobres de Itaquera, São Miguel Paulista, Capela do Socorro, Pedreira, Ermelino Matarazzo e Cangaíba são sujeitos, responsáveis por suas escolhas. Sem consciência política, cada voto que sai desta mesma periferia que elegeu Serra senador, no lugar de Suplicy, devido ao tucano defender a diminuição da maioridade penal (como se ele pudesse fazer isso, mexer numa cláusula pétrea da Constituição Brasileira sem dar um golpe de Estado) volta em forma de bala que ceifa um adolescente negro nas periferias quase todo dia.
Laura também deixou de analisar o papel de uma mídia monopolizada, representante que é de seus interesses: o capital financeiro, que blindou durante 4 anos uma administração corrupta, violenta, irresponsável, que depois de vender o Estado, nadar em propinas, destruir a USP e a SABESP, nos matará de sede.
Protesto da página do Facebook Esquerda Festiva
A necessária renovação do PT e o vexame no Estado de São Paulo
Por: Laura Capriglione, em seu Blog
06/10/2014
A eleição de Geraldo Alckmin (PSDB) em primeiro turno, a vitória acachapante de José Serra sobre Eduardo Suplicy, o inchaço da “bancada da bala”. É fácil falar sobre o conservadorismo dos paulistas. Acabo de pescar na rede essa análise: “Os paulistas ainda choram a derrota de suas oligarquias no movimento constitucionalista de 1932. Desde então, votaram contra Getúlio, ajudaram a derrubar Jango, votaram contra Lula e Dilma e continuarão votando contra qualquer candidatura progressista”.
Pois eu acho que o problema não são “eles”.
É preciso reconhecer. O Partido dos Trabalhadores jogou mal em SP. Fez um joguinho indigno naquele que é o seu berço histórico. Não se deve nunca esquecer que a mesma terra bandeirante que se bateu contra Getúlio foi onde renasceu o movimento estudantil que ajudou a por a pique a Ditadura Militar e foi onde surgiram as grandes greves operárias que criaram Lula e o próprio PT, além de um imenso cordão de movimentos sociais.
Se fosse um atavismo de São Paulo ser esse matadouro de utopias, não seria neste solo que nasceria o sonho de um país de todos, sem miséria. Nem Fernando Haddad teria sido eleito. Nem Marta ou Erundina teriam se criado.
No entanto, o PT, nesta eleição, teve a sua pior performance em anos.
E não foi no interior conservador que aconteceu a debacle. Foi no chamado cinturão vermelho da cidade de São Paulo.
Bairros pobres e históricos redutos do PT, como o Campo Limpo, na zona Sul, terra onde vive Mano Brown, por exemplo, ou Itaquera e São Miguel Paulista, na zona leste, sufragaram mais Aécio do que Dilma. Capela do Socorro, lar do sarau da Cooperifa, do poeta Sergio Vaz, também. E a Pedreira, Ermelino Matarazzo e Cangaíba.Vai falar lá que aquela gente morena, parda e preta, que eles são a elite branca, fascista, oligarca ou coisa que o valha.
Quem errou foi o PT vacilão paulista.Que, durante os últimos quatro anos, deixou o tucano Alckmin mais do que à vontade, mesmo sendo o governo dele um desastre completo. Veja a Suíça revelando as contas secretas dos operadores do escândalo do metrô; a Cetesb (estatal do próprio governo paulista) mostrando que a USP Leste foi implantada sobre um lixão tóxico; o Estado perdendo a guerra com o crime; as universidades estaduais falidas (o reitor imposto por Serra conseguiu o impossível: destruir a economia milionária da maior universidade paulista); as torneiras secas…
E cadê os deputados estaduais do PT para denunciar tantas mazelas e apresentar alternativas? Na maior parte dos casos, serviram apenas para reclamar que a base de apoio de Alckmin não deixa instalar nenhuma CPI. Queriam o quê?
O PT não disse a que veio. Mas o pior foi ter-se desplugado dos movimentos sociais. O PT de São Paulo, que sempre se aliou aos movimentos sociais, passou a ter medo deles… Por que é que até agora não foi usada a cláusula do Estatuto das Cidades que permite taxar até a quase expropriação os imóveis vazios por anos?
E o PT sem os movimentos sociais é como avião sem asa, Piu-piu sem Frajola, Romeu sem Julieta, Claudinho sem Buchecha.
O problema não é o PT dançar. O problema é o que vem junto. Para ficar em um exemplo: cresceu a chamada “bancada da bala”, aquele grupo dos deputados identificados com o slogan “Bandido Bom é Bandido Morto!”
O medo é sempre um mau conselheiro. Mas, sem alternativas, até mesmo um mau conselho é melhor do que nenhum.
Quando a “Revista da Folha” perguntou ao candidato petista Alexandre Padilha como ele pretendia combater o crime organizado, a resposta foi pífia. “Não pode permitir que facções tomem conta das penitenciárias e as transformem em escritório, com celulares à solta.”
Sabe de nada, inocente.
O PT fez uma campanha coxinha em São Paulo, para não assustar o eleitor tucano. Como resultado, ficou sem o eleitor tucano e sem o eleitor petista. E o entregou para um aventureiro como Paulo Skaf.
Até o Aloízio “Carisma Zero” Mercadante, em 2010, teve mais votos para o governo do Estado do que Padilha. Quase o dobro. 35,23% contra 18,20% do total de votos válidos.
Agora, é juntar os cacos e apostar na renovação dos quadros partidários, que terão de vir, como sempre foi, dos movimentos sociais. Um partido que substituiu José Dirceu, José Paulo Cunha e José Genoino, dirigentes históricos, como seus principais puxadores de votos para deputado, por um cara como o Andrés Sánchez, dirigente do Corinthians, não é muito diferente de outro, que tem o Tiririca. Puro oportunismo.
Sem essa renovação, o PT pode até ganhar a eleição presidencial, mas as dores de cabeça e os sustos ainda estarão logo ali na frente, esperando. Búúúú!
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