Deputados tiram nosso direito de participação, comemoram e se exibem na rede
29 de Outubro de 2014, 13:39 - sem comentários aindaPara não esquecer a cara de nenhum deles. Para ver o prazer que esses inimigos da participação popular tem ao fazer com que o povo brasileiro fique cada vez mais alijado das representações.
Além de não sermos representados no Congresso (bancada da bala, bancada fundamentalista, bancada ruralista dentre outras) eles ainda retiram os poucos canais de representação popular e vibram e comemoram.
E eles sequer disfarçam que fazem isso como retaliação ao povo brasileiro que contra a vontade destes sem noção disseram, no dia 26 de outubro de 2014, mais uma vez, não a seu projeto excludente.
Que a presidenta conte com o apoio popular pra que este Congresso em sua maioria não transforme a casa do povo numa casa de tolerância, já pedindo desculpas antecipadas às prostitutas.
Que este Congresso relembre a imagem mais significativa de junho de 2013:
E para quem ainda acredita nestes demagogos, inimigos do povo brasileiro alguns posts de esclarecimento sobre o decreto da presidenta Dilma que estes cínicos derrubaram na calada da noite de ontem:
PSD, PSDB, DEM PPS contra a participação popular, vamos reagir!
Conselhos da sociedade civil são constitucionais, mas a oposição acha que são ‘antidemocráticos’
Dilma consolida democracia participativa e espanta fantasma da ditadura
O decreto 8.243/2014 e a tentativa de “carteirada” de articulistas da grande imprensa
O debate sobre o Decreto 8.243: Caminho da servidão ou medo do povo?
Dilma consolida democracia participativa e espanta fantasma da ditadura
O decreto 8.243/2014 e a tentativa de “carteirada” de articulistas da grande imprensa
O debate sobre o Decreto 8.243: Caminho da servidão ou medo do povo?
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Quando até o Clube Militar é mais sensato que políticos e eleitores tucanos
29 de Outubro de 2014, 10:45 - sem comentários aindaO jornalista e historiador Rodrigo Vianna cunhou a expressão neolacerdistas para os tucanos.
Há provas incontestáveis disso nos discursos e práticas dos tucanos. Álvaro Dias, por exemplo, é mestre na prática.
Os tucanos são hoje uma oposição sem projeto político para o país (ao menos para a parcela de trabalhadores do país que há 12 anos não tinha acesso sequer ao mercado de consumo de alimentos). O programa dos tucanos se resume em estimular o ódio ao PT, como Lacerda fazia com Getúlio Vargas no combate ao governo trabalhista. Os meios também são os mesmos, o uso combinado e afinado do discurso único dos principais porta-vozes do partido reverberados, endossados e por vezes pautados pela mídia monopolista. Tucanos e as famiglias midiáticas do Brasil são rua de mão dupla.
Dia a dia buscam minar a estabilidade do país sem se preocupar ao menos em não adulterar charges ou reproduzir notas falsas de instituições públicas, ou publicar spam em primeiras páginas do jornais. Tudo para estimular o ódio contra o seu maior adversário, o PT, e espalhar dezenas de preconceitos nos discursos televisivos ou nas redes, como fizeram durante a copa, como fizeram contra o Mais Médicos, como fizeram contra o Bolsa Família, como fizeram com o ENEM, com o Minha Casa Minha vida e com tantas outras políticas públicas dos governos petistas (não apenas os federais).
Um exemplo explícito do neolacerdismo tucano é um tweet de José Aníbal, poucos dias antes do pleito eleitoral:
Por vezes, fico pensando se estes senhores não se envergonham de ficarem à direita do Clube Militar.
Até mesmo o Clube Militar que até hoje comemora o Golpe Militar como “Revolução Redentora” aceitou o veredito das urnas. Os tucanos não e continuam a estimular uma massa de eleitores movida pelo ódio, pela desinformação e preconceitos que, como na Copa, nos envergonham internacionalmente.
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Desculpe, presidenta, eles não sabem história, eles não conhecem o Brasil
28 de Outubro de 2014, 21:10 - sem comentários aindaEles perderam!
Por Sílvio Prado*Racistas e homofóbicos, vocês perderam. Malafaias, Marinas e Levys (fedidos e fidelis), vocês perderam. Aécios, Fernandos, Geraldos, Goldmans, Serras e outros tantos picaretas dessa horrenda espécie tucana, vocês perderam. Marinhos, Mesquitas, Saads, Civitas e Frias (entraram em mais uma fria!), juntamente com a restrita corja que controla os meios de comunicação, vocês também perderam.
Banqueiros, eternos bandidos de terno e gravata, vocês também perderam. Senhores do agronegócio, loucos por terras indígenas e mão de obra escrava, vocês perderam. Milicos das três armas que sonham com outro golpe e querem até fundar um partido para consagrá-lo, vocês igualmente perderam. Pregadores de igrejas de aluguel e púlpitos de ouro, vocês perderam. Enfim, vocês perderam feio.
De nada adiantou mentir, enganar, fraudar e aterrorizar. De nada adiantou forjar capas de revistas ou montar editoriais criminosos. Não resolveu “envenenar e matar” o doleiro preso na Polícia Federal. Não resolveu comprar sentenças de bandidos camuflados em togas solenes. Vocês perderam. Quantas vezes será preciso dizer que vocês perderam?
Pior, não perderam nem para o PT e nem para a Dilma. Perderam para os milhares de militantes anônimos que, sem ganhar um tostão, permitem agora a continuidade de um projeto que tira o sono de banqueiros, estremece senhores do agronegócio e abala interesses de petroleiras que esperavam ganhar de presente a Petrobras e, de brinde, levar ainda o Pre-Sal. Vocês perderam e, se depender do povo, vão ter a derrota aprofundada e privilégios confiscados.
Vocês formaram a quadrilha mais poderosa de toda a nossa história, mas perderam. Tanto recurso tecnológico e dinheiro para espalhar mentiras não calaram a voz pouco letrada do pedreiro que fez panfletagem em seu quarteirão ou ganhou votos entre os familiares. Não impediu que o aposentado, na hora do jogo do truco, convencesse um ou dois a votar em Dilma. Qual de seus editoriais ou capas da Veja criminosa impediu que o vermelho de uma bandeira colorisse com sua cor rebelde o trânsito caótico de nossas avenidas?
Enfim, não preciso repetir mais uma vez que vocês perderam e vão continuar perdendo. E não venham com essa história furada de golpe, impeachment ou intervenção militar. Vocês vão perder de novo. Querem um plebiscito para separar o sul/sudeste do resto do pais? Por razões obvias, já vão começar perdendo.
Portanto, ao menos uma vez nesses 500 anos sejam humildes e pragmáticos. Recolham as penas que sobraram da surra de ontem, desentortem o bico, ofereçam suas lágrimas para apagar a secura da Cantareira e caiam na real: vocês estão num pais em que os escravos de ontem não aceitam agora nenhuma forma de escravidão, os índios querem de volta suas terras tomadas pelo agronegócio, o filho do metalúrgico quer realizar o sonho de ser médico, negros não querem ser confundidos com bandidos, mulher quer ser dona exclusiva de seu corpo, e toda pessoa quer exercer o direito de se informar e se expressar e decidir o que é melhor para si, sem que tenha que viver submissa aos interesses e caprichos dos herdeiros das capitanias hereditárias ou daqueles que, através do dinheiro, compram a imprensa, a classe política, o judiciário e tudo mais que possa garantir seus muitos privilégios.
Entendam de uma vez por todas: vocês perderam, ou seja, o povo ganhou pela quarta vez e, se vocês não mudarem, vão perder a quinta, a sexta, a sétima…até que percebam o óbvio: o povo se apossou da história e, felizmente, nos últimos doze anos das mais diferentes maneiras tem provado o quanto vocês são desnecessários.
*Sílvio Prado é professor da rede pública estadual de São Paulo
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Dorival: De ser humano invisível, garimpeiro do lixão, ao doutorado
27 de Outubro de 2014, 15:08 - sem comentários aindaPrometi abrir o post hoje com a entrevista que fiz com Dorival Filho.
Não cumpri a promessa porque acabei subindo dois posts, o do discurso da vitória de Dilma e do rescaldo da eleição polarizada que vivemos.
Mas esta entrevista, prometida desde ontem, estava aqui no rascunho, por algum motivo respeitei o fato de o entrevistado nunca ter se “desnudado” como o fez agora. Talvez por isso só tenha decidido publicá-la hoje.
E por algum motivo lá no fundo de minha alma, sabia que ela seria importante Dilma vencendo ou não estas eleições.
Sou educadora e sim, toda a história de inclusão me fortalece, me reanima, ressignifica minha vida.
Esta é uma das histórias de superação mais bonitas que li e agradeço ao Dorival, por ter vindo aqui no blog e comentar um post onde eu o havia citado o que me permitiu encontrá-lo.
Apreciem a beleza desta história, retrato deste novo país que estamos construindo que de acordo com seu contundente depoimento o povo vai se tornando protagonista:
Talvez seja mais fácil ser otimista para quem nunca precisou disputar o seu café da manhã com vários urubus, alegrar seus sobrinhos com brinquedos desprezados e doces com validade vencida ou presentear sua mãe com um vestido que alguém não quis mais usar e descartou no lixo.
Dorival catava restos no lixão, hoje é doutorando da UFSC.
Ele me conta que em sua infância havia dias que ia pra escola e não conseguia escrever com as mãos feridas de cacos de vidro, cortadas no garimpo do lixão. Hoje é cidadão.
Lutamos para que nunca mais nenhuma criança tenha de sobreviver num lixão. Obrigada, Dorival. Obrigada, povo brasileiro.
Onde você nasceu, quantos anos tem, conte um pouco esta trajetória. O que afinal significa dizer ‘sair do lixão’? Vc foi catador? Explique este contexto para os leitores.
Dorival G.S. Filho: Nasci em Piedade, interior de São Paulo em 1982. Trata-se de uma pequena cidade próxima a Sorocaba. Infelizmente, a maioria das oportunidades de emprego era na lavoura e a disputa por uma vaga era acirrada. Na minha infância, trabalhei no corte de cebola e depois colhi morango por alguns anos. Nesse período, tive que deixar de estudar para me dedicar só ao trabalho na lavoura. Nessa fase da minha vida eu não consegui conciliar trabalho e estudo.
Em 2001, em meio à crise que o País passava, a única oportunidade de trabalho que encontrei foi no lixão. Minha mãe era gari e a única fonte de renda da nossa família que estava cada vez mais escassa, então, resolvi enfrentar o lixão. Lembro-me como se fosse hoje, o cheiro forte, a companhia dos cães abandonados, os olhares vazios dos catadores, e a disputa dos humanos com os animais pela comida, a cada caminhão que chegava para despejar o lixo.
Aprendi que o trabalho no lixão era chamado de garimpo e, logo, me adaptei ao serviço. Nunca imaginei que o ser humano podia se tornar invisível, mas pode. Ao entrar no ramo do garimpo, me tornei invisível.
Éramos como uma comunidade a parte. Todos os dias, chegávamos às 6:00 para esperar o primeiro caminhão. Enquanto aguardávamos, cada um falava o que estava precisando: roupas de bebês para a filha grávida, dizia uma das garimpeiras. Hoje preciso de sapatos para meus netos irem à escola, dizia outra. Eu sempre pedia que quando alguém achasse livros que guardassem para mim.
Cada dia era uma surpresa no lixão. Tinha dia que universitários iam fazer pesquisa e curta metragens. Outro dia, iam políticos para nos tirar de lá, uma vez que a prefeitura seria multada, segundo eles. Às vezes, senhoras a procura de uma jóia da família que desaparecera ou papéis importantes.
Com o tempo fui adquirindo mais experiência e já sabia identificar o lixo do rico e o lixo do pobre. O nosso ouro era o cobre, mas qualquer coisa podíamos vender: relógios, bijuterias, joias valiosas, etc.
Às 17:00 era o momento de retornar para casa e meus cães (adotados do lixão) e meus sobrinhos já me aguardavam na esquina, os primeiros a espera de comida, os segundos à espera dos brinquedos ou de doces que eu encontrava. Após algum tempo no garimpo, resolvi que tinha que voltar a estudar e assim o fiz, trabalhando de dia e estudando à noite. Não foi fácil! Tinha dias que eu só ia para a escola para ouvir os professores, pois os diversos cortes nos dedos causados pelos cacos de vidro presentes nos sacos de lixo não me permitiam usar lápis ou caneta sem tingir meu caderno de sangue. Consegui tantos livros que meu quarto se transformou numa biblioteca. Pelos meus cálculos, eu adquiri mais de três mil livros.
Após muito incentivo dos professores, em 2006, resolvi que queria fazer o curso de Letras. A professora de português me falou sobre o PROUNI, então tripliquei os estudos, estava decidido a deixar o lixão. Fiz o ENEM e o vestibular da UNESP. Após os três dias de prova da Vunesp, tive a certeza que deixaria o lixão. Começava, a partir daí, uma nova etapa da minha vida.
Você afirma que foram os governos Lula e Dilma que transformaram sua vida. Como isso aconteceu? Que políticas desses governos beneficiaram diretamente a sua vida?
Dorival G.S. Filho: Sim, esses governos tiveram e têm um papel fundamental na vida da minha família e na minha. O bolsa família, por exemplo, ajudou a complementar a renda familiar. Minha irmã recebeu esse benefício do governo Lula e isso representou comida na nossa mesa, comida comprada e não restos de comida do lixão.
Para entrar na faculdade, eu me preparei pensando no PROUNI, mas felizmente não precisei usufruir desse programa.
O Brasil passava por uma transformação: meus irmãos tinham empregos e eu estava me graduando.
Para fugir da violência de São Paulo, minha família se mudou em 2010 para Santa Catarina. Nesse mesmo ano, eu terminei o meu curso e me licenciei em Português/Francês.
Hoje, recebo bolsa do doutorado que de 2002 para cá cresceu 187%.
Poderia numerar os diversos benefícios dos governo Lula e Dilma, mas não haveria espaço.
Para o candidato Aécio e antes também presente no discurso da candidata Marina, sair da extrema-pobreza é só uma questão de mérito pessoal. E há muito deste discurso circulando entre os ‘colonistas’ da Veja, por exemplo. O que você tem a dizer aos jovens que repetem este discurso?
Dorival G.S. Filho: Garanto que não é só mérito pessoal. Vivi o governo de FHC e posso afirmar categoricamente que se o PSDB estivesse no poder, eu ainda estaria no lixão. Não havia perspectiva de melhora no governo tucano.
Falando pela minha família, posso afirmar que havia fome, muita fome. O Bolsa Família significou comida na mesa. A última vez que fui a São Paulo, visitei meus companheiros de garimpo. Alguns, infelizmente, já faleceram, outros vivem dizendo que eu sou o orgulho da “família”. Todos são beneficiários do Bolsa Família e uma das garimpeiras tem a sua casa pelo Minha casa, minha vida.
Aos jovens eu só posso dizer uma coisa: você pode ser o mais esforçado, o mais otimista, mas se faltar oportunidade e apoio o esforço será em vão.
Talvez seja mais fácil ser otimista para quem nunca precisou disputar o seu café da manhã com vários urubus, alegrar seus sobrinhos com brinquedos desprezados e doces com validade vencida ou presentear sua mãe com um vestido que alguém não quis mais usar e descartou no lixo.
Hoje, você está fazendo doutorado em uma universidade federal em Santa Catarina, como isso ocorreu? Onde você se graduou, qual foi seu mestrado e onde e como foi fazer o doutorado na UFSC?
Dorival G.S. Filho: Minha graduação foi na UNESP – campus de Assis, interior de São Paulo. Fui com o dinheiro de um mês de aluguel, mas com milhões de esperanças.
Nos quatro anos de graduação recebi ajuda de algumas pessoas e da minha família também. Consegui a bolsa de auxílio que não era suficiente para cobrir os gastos, então, resolvi trabalhar: até às 14:00 trabalhava numa lavanderia, depois junto com um professor, fazia a divulgação do vestibular da UNESP, em seguida ia para a faculdade à noite e, finalmente, exercia a função de cuidador de um senhor idoso. Essa era minha rotina.
Minha família se mudou para Santa Catarina em 2010 e ao terminar a graduação, resolvi também me mudar para cá. Com o diploma nas mãos, comecei a lecionar em escolas públicas, mas eu queria mais. Fiz o exame de seleção de Mestrado pela UFSC e passei. Tive que me mudar para Florianópolis, pois consegui a bolsa na primeira semana de aula. Foram dois anos intensos de estudos até que defendi a minha dissertação em setembro de 2013, em Semântica Cognitiva. O Brasil continuava se transformando e eu também. Eu queria mais. No final de 2013, fiz o exame de seleção de doutorado e aqui estou.
Por que na área de Linguística? Se você fosse fazer uma leitura semiótica do Brasil antes e pós Lula, qual seria o quadro?
Dorival G.S. Filho: Minha mãe sempre foi uma ótima leitora. Lia de tudo e acabou me influenciando. Sempre gostei de ler, mas esse não foi o motivo para eu escolher a área de Linguística.
O termo linguística chamou muito a minha atenção no livro de Francisco da Silva Borba – Introdução aos estudos linguísticos, o primeiro livro que encontrei no garimpo. Mas acredito que essa ciência que investiga a linguagem humana em todas as suas manifestações é, por si só, fascinante e isso me instigou. Claro que não posso esquecer da minha querida orientadora na graduação que me mostrou a ciência linguística. Investigar como a fala é produzida e compreendida sempre me deixa com mais vontade de aprender.
A leitura semiótica do Brasil antes de Lula, pensando em Charles Sanders Peirce, era o da elite dominante. Dos poucos ditando as regras para os muitos, do pobre como coadjuvante, do governo que não enxergava que o país era de todos os brasileiros, do povo que não tinha mais esperança, da falta de perspectiva, do sofrimento.O quadro pós Lula é esse que vivemos. Oportunidades para todos, um país de todos, gigante no tamanho e na força de seu povo que agora tem o papel de protagonista, do catador que um dia pode ser doutor, da mãe que tem seus filhos na faculdade, do pai que tem emprego, da criança que tem escola, da prosperidade.
Um país cinzento antes de Lula e com cores vivas pós lula. Esse é o País que sempre sonhei e é esse país que estou vivenciando.
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Os fatos versus a estupidez: o Brasil não está dividido e o ódio não prevaleceu
27 de Outubro de 2014, 9:36 - sem comentários aindaOntem mesmo no metrô enquanto íamos para a Paulista comemorar a vitória de Dilma Rousseff, encontrei eleitores tucanos.
Conversei durante toda a viagem com uma senhora de Santos que votou em Aécio. Não havia ódio na sua fala e ela, genuinamente, torcia para que o governo Dilma seja um bom governo. É uma democrata, respeitou a vontade das urnas.
Falas como a da socialite despeitada no vídeo a seguir ou do print com o texto medonho da paulista em seu Facebook não representam todos os votos dados em Aécio.
Analisemos os fatos, respeitemos os votos do Brasil, de um Brasil nem vermelho, nem azul, de um Brasil como em 2010, roxinho.
Ouçamos as palavras sábias do meu querido amigo Pablo Villaça e vamos juntos construir o Brasil para TODOS.
Contra o preconceito! O Resultado Ponderado das Eleições por Estado
Clique no gráfico para vê-lo em escala ampliada:
Ajude também a compartilhar pelo facebook, já são mais de 500 compartilhamentos!
Contra o Preconceito! Pessoal, não resisti e acabei fazendo esse gráfico! Quem quiser/puder ajudar a compartilhar, agradeço muito! Para quem tiver interesse, no fim do texto explico como construí esse gráfico.
RESULTADO DAS ELEIÇÕES – MENOS ÓDIO POR FAVOR
Devido ao enxame de declarações preconceituosas vergonhosas que invadiu o Facebook depois de apurados os votos, acho bom as pessoas terem em mente que não apenas estão propagando um discurso de ódio tacanho e lastimável, como ainda estão com uma visão completamente equivocada da realidade deste país!
Os gráficos que foram veiculados distorcem o cenário eleitoral: dezenas de milhões de nordestinos não votaram na Dilma, dezenas de milhões do sudeste não votaram no Aécio! Não adianta ficar propagando ódio contra esse ou aquele grupo, venceu quem teve o maior número de votos ENTRE 144 MILHÕES DE ELEITORES.
Qualquer generalização de gênero, cor e classe social não vai conseguir dar conta de tudo isso, então façam o favor de parar de instilar veneno e preconceito!!!! Ninguém é obrigado a continuar ouvindo isso!
Como foram obtidas essas escalas de cor?
Usando o Excel 2013, computei o percentual de votos válidos de cada candidato em uma tabela. Nas versões mais novas, o Excel tem um recurso chamado Formatação Condicional que permite ao programa colorir automaticamente tabelas a partir de uma instrução. Usando esse recurso, selecionei o vermelho básico para 100% de votos em Dilma, e o azul básico para 0% de votos em Dilma. Depois fiz o contrário para a coluna do Aécio: 100% de votos nele é o azul básico, e 0% de votos nele é o vermelho básico. Feito isso, todos os valores intermediários são coloridos automaticamente pelo excel, formando uma cor que reflete precisamente o grau de distância entre 0% e 100% nessas escalas. O fato de as duas colunas terem precisamente a mesma coloração atesta a precisão do programa.
Por que os Estados do Sudeste parecem menos azuis?
Isso se deve à proporção que cada candidato teve de votos por Estado. Nos Estados em que Dilma teve o pior desempenho – Acre e São Paulo – obteve ainda assim 36% dos votos válidos, 15 pontos percentuais a mais do que o pior desempenho de Aécio, que foi de 21%. Ou seja, mesmo nos Estados do Sul o peso de no mínimo 36% para a cor vermelha acaba atenuando um pouco a força da cor azul.
Em breve farei um gráfico com 3 escalas de cor para representar visualmente também os votos brancos, nulos e abstenções, seguindo a sugestão do meu colega Henrique Braga.
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