Fábio Melo de Azambuja da PUC-RS: ‘Leis e mulheres foram feitas para serem violadas’‘
24 de Abril de 2015, 21:11Com professores de direitos como estes, a Justiça fica cada vez mais distante…
Nota de Repúdio da Secretaria da Mulher de Curitiba
Na condição de secretária da Mulher da Prefeitura de Curitiba, enquanto cidadã, mulher, mãe e servidora pública, venho a público manifestar repúdio ao que considero uma “apologia ao estupro”, manifestada em piada machista e misógina, proferida pelo professor universitário Fábio Melo de Azambuja, da disciplina de Direito Empresarial III da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Já anunciando que faria uma “piada” ofensiva, o professor disse em sala de aula: “as leis, assim como as mulheres, foram feitas para serem violadas”.
É lamentável que, no momento em que os poderes públicos e a sociedade civil galgam avanços históricos no enfrentamento da violência contras as mulheres, desenvolvem ações compartilhadas e pactuadas para combater e vencer esse verdadeiro câncer social, que é a violência de gênero, ainda tenhamos de conviver com manifestações bárbaras e medievais como essas. Mais lamentável porque parte da cátedra de um professor universitário, formador de opinião e, o pior, que leciona justamente uma disciplina na área do Direito.
É também na área do Direito que estamos permanentemente lutando, com muita soma de esforços, para enfrentar no dia a dia a violência contra as mulheres. Violência essa que aparece estampada nos noticiários ou ocultada ainda no silêncio da vergonha, da humilhação e da subnotificação das ocorrências. Com muita luta, asseguramos direitos, medidas de proteção e garantimos punições importantes para os crimes de violência contra as mulheres com a Lei Maria da Penha e, mais recentemente, com a Lei do Feminicídio.
Ao falar absurdos como essa apologia ao estupro e outros comentários, postados nas redes sociais por ex-alunas para ressaltar a reincidência do professor nessa má conduta, o docente ancora nossa sociedade no passado tenebroso das relações sociais, o mesmo passado que nos legou as raízes da violência ainda duramente combatida nos nossos dias, apesar dos avanços, das políticas públicas e dos serviços existentes. Basta olhar os noticiários para encontrar exemplos dessas barbáries, desses ódios, desses preconceitos e violências, inclusive nos trotes acadêmicos. Humanizar é preciso!
Reitero os protestos das estudantes, da comunidade acadêmica e da sociedade em geral. “Piadas” como essas não têm graça nenhuma. Têm, sim, responsabilização. A Reitoria precisa ser enérgica e incisiva no tratamento desse caso, sob pena de praticar uma violência institucional, quer seja pelo descaso, impunidade ou desrespeito. Total solidariedade e apoio aos protestos. Avançamos muito – e ainda é pouco diante da violência que enfrentamos – para chegar até aqui e permitirmos que se ensine em sala de aula da educação superior que é natural violar mulheres, que é natural violar leis, que é natural violar a vida e atropelar direitos e a dignidade das pessoas. Porque foram esses os recados transmitidos pelo professor da PUCRS.
Isso é sério! Não é brinquedo. Por isso, nosso repúdio e nossa repulsa.
Curitiba-PR, 24 de abril de 2015.
Roseli Isidoro
Secretária Municipal da MulherLeia também
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Helder Santos Amorim: O coração tirano do PL 4330
24 de Abril de 2015, 19:54O coração tirano do PL 4330
Por Helder Santos Amorim , Valor Econômico
24/04/2015
O PL 4.330 visa regulamentar a terceirização para oferecer segurança jurídica aos trabalhadores terceirizados? Nem de longe. Seu objetivo clarividente é estender a terceirização a todas as atividades empresariais para radicalizar um modelo de emprego rarefeito, mais barato e de baixa proteção social, como um novo padrão trabalhista dirigido a todos os trabalhadores brasileiros. É fácil entender a razão.
Desde a década de 1990 a terceirização se expandiu nos diversos setores da economia, atingindo hoje 12 milhões de trabalhadores terceirizados, quase um terço dos 45 milhões de empregos registrados no país, segundo o Dieese. Há mais de vinte anos a terceirização é amplamente praticada nas atividades-meio das empresas, assim consideradas as atividades de apoio administrativo, autorizada pela Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (1993), e também nas atividades-fim, mesmo sob forte resistência da Justiça do Trabalho e dos órgãos de defesa dos direitos dos trabalhadores.
Nessas duas décadas, a terceirização demonstrou ser uma técnica infalível para fragmentar e enfraquecer o movimento sindical, reduzindo o padrão de proteção social dos trabalhadores, conquistado num longo processo histórico de lutas operárias.
Por força da lógica concorrencial do menor preço imposta pelo livre mercado de mão de obra, a terceirização se mostrou mecanismo eficiente para rebaixar a remuneração dos trabalhadores terceirizados (o Dieese aponta redução média de 27%), reduzindo por tabela todos os demais direitos incidentes sobre a remuneração; para aumentar a jornada de trabalho e reduzir o investimento em medidas de saúde e segurança no âmbito das empresas de terceirização, submetendo os trabalhadores a um maior nível de adoecimentos e acidentes de trabalho; para fragmentar os contratos de trabalho, aumentando a rotatividade no emprego, ao custo da maior inadimplência de direitos rescisórios dos terceirizados.
Terceirização provou ser a estratégia perfeita da revolução patronal que debilitou a força do direito do trabalho
Provou ser a estratégia perfeita de uma revolução patronal que debilitou a força normativa do direito do trabalho, arremessando trabalhadores de uma empresa para outra ao final de curtos períodos contratuais, num tormentoso mosaico contratual que reduz a eficácia de seus direitos, retalhando tempos de contribuição ao INSS que tornam ainda mais difícil sua aposentadoria.
Enfim, esse modelo de terceirização predatória instituiu um regime de emprego de segunda classe, mais barato, mais frágil e dotado de reduzido nível de proteção social ao trabalhador, que funcionou como verdadeiro balão de ensaio sobre o qual o empresariado financiador de mandatos parlamentares, na carona oportunista da crise política, agora quer instituir o novo padrão reduzido de tratamento social próprio da terceirização, como regime destinado todos os que vivem do trabalho assalariado no país.
Por isso os defensores do projeto não aceitam negociar o que denominam de coração do PL: a possibilidade de terceirizar todas as atividades empresariais, quebrando a estrutura sindical que gravita em torno da empresa-mãe. Esse é o pulo do gato, em troca do qual oferecem alguns bônus ao trabalhador terceirizado, tais como a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora, convertendo-se em solidária quando for omissa em fiscalizar os contratos de terceirização; alimentação, transporte e condições de segurança, higiene e salubridade a cargo da empresa contratante.
O problema é que essas garantias nem de longe compensam as perdas impostas pela intermediação da mão de obra, já que não recompõem a remuneração e a jornada de trabalho ao patamar do emprego direto, não asseguram os direitos negociados pela categoria de origem, não garantem mínima estabilidade e integração do trabalhador à vida da empresa, nem permitem sua evolução remuneratória numa carreira profissional. E ainda que o PL previsse a isonomia remuneratória entre empregados diretos e terceirizados que exerçam a mesma função, que utilidade teria isso num cenário em que a empresa possa terceirizar tudo, expulsando aqueles empregados que serviriam de paradigma para os terceirizados?
Além disso, os grupos empresariais do ramo da terceirização se especializaram em instituir pessoas jurídicas com os mais diversos objetos sociais ditos “especializados”, não raro em nome de laranjas, mas que desenvolvem quaisquer atividades genéricas que lhes forem demandadas, montando e desmontando empresas que já nascem destinadas a quebrar, descumprir contratos e abandonar os trabalhadores à própria sorte.Se o objetivo dos patrocinadores do projeto fosse, como gazeteiam, a regulamentação da terceirização para segurança jurídica dos 12 milhões de trabalhadores terceirizados, o PL 4.330/2004 preveria um terceirização restrita a serviços especializados nas atividades-meio do tomador; a incondicional solidariedade jurídica entre as empresas contratante e contratada; a isonomia de direitos entre empregados diretos e terceirizados e a representação dos terceirizados pelo mesmo sindicato vinculado à empresa tomadora. Essa era a proposta prevista no PL 1.621/2007, do deputado Vicentinho, que foi defenestrada pela classe empresarial.
O objetivo ambicioso do PL 4.330 não tem nada a ver com os 12 milhões de trabalhadores atualmente terceirizados. Seu propósito é conceder ao grande capital um poder tirano, de lançar no regime de emprego rarefeito da terceirização os outros 33 milhões de trabalhadores que hoje ainda se encontram diretamente empregados; o poder, inclusive, de não terceirizá-los, mas de mantê-los submetidos à afiada espada da terceirização que se empunhará como uma ameaça permanente sobre suas cabeças, criando o estado de temor que imprimirá a nova face do trabalhador brasileiro, o dócil “colaborador” subserviente e acuado em reivindicar direitos e respeito à sua dignidade, pronto a firmar qualquer acordo em troca da manutenção desse emprego à margem do precipício. Simples assim. Se é que o possui, esse é o coração tirano do PL 4.330/2004.
*Helder Santos Amorim é procurador do Ministério Público do Trabalho.
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Enquanto movimentos sociais escracham a Globo, JB defende a emissora no Twitter
24 de Abril de 2015, 10:35Para conhecer o calendário de protestos dos movimentos de luta pela democratização das comunicações no Brasil acesse:
Domingão do Povão, desligue o Faustão e venha descomemorar o aniversário da Globo Golpista
Uma pequena informação: enquanto ativistas no Rio faziam o protesto em frente a festa da Globo, e ativistas pela democratização das comunicações se mobilizavam nas redes sociais descomemorando o cinismo do entulho da ditadura militar, o ex-ministro do STF, o paladino da moral e da ética, Joaquim Barbosa, fez inúmeros tweets comemorando o aniversário da emissora que sonega impostos e tem contas secretas no HSBC da Suíça. Curioso senso de ética e justiça do ex-ministro.
Certamente o ativista negro Douglas Belchior não deve fazer parte do rol de leituras do midiático ex-ministro do STF, caso fizesse, talvez Joaquim Barbosa pudesse fazer uma leitura mais crítica da Rede Globo, naquilo que, inclusive, é catedrático: o racismo bárbaro presente em todas as instituições do país, mas especialmente reiterado diuturnamente no monopólio das comunicações de concessões públicas privatizadas por emissoras como a Globo.
Deixo portanto, uma dica de leitura ao ex-ministro Joaquim Barbosa: Douglas Belchior: Rede Globo: O racismo “Tá no Ar”
Protestos no show de 50 anos da Globo no Maracanãzinho
Agência Petroleira de Notícias
23/04/2015
A manifestação organizada por ativistas do movimento pela democratização da comunicação faz parte das atividades de “Descomemoração dos 50 anos da TV Globo”
As pessoas que chegaram para assistir o grande show de 50 anos da Globo na noite desta quinta (23) se deparam com uma surpresa nada agradável para os donos da festa. Ativistas de várias entidades e movimentos sociais organizaram um protesto na frente do portão de entrada do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O público que veio assistir o espetáculo de artistas famosos se deparou com denúncias completamente omitidas pelos veículos de comunicação da rede da família Marinho. Com faixas, cartazes, bandeiras e camisetas estampando slogans e frases contra a TV Globo, os manifestantes distribuíram milhares de panfletos, e se revezaram no microfone para expor as constantes práticas de manipulação da informação, a histórica vinculação com a ditadura, o crime de sonegação fiscal, a concentração monopólica e o apoio a políticos conservadores e corruptos.
Ativistas e militantes de entidades como FALERIO/FNDC, ENECOS, ARPUB, ARCO-RJ/MNRC, UBM, CUT, CTB, FIST, CMP, SindiPetro-RJ, SindRad-RJ, Barão de Itararé e Jornal Inverta, entre outras, fizeram uso da palavra e gritaram palavras de ordem como ‘A Verdade é Dura, a Rede Globo apoiou a Ditadura!’ e ‘O Povo não é Bobo, Abaixo a Rede Globo’. Entre perplexos e desconfortáveis, os convidados foram brindados com dezenas de informações e dados que certamente não aparecem no Jornal Nacional.
O aniversário da Globo não passou em branco. Nos próximos dias, milhares de panfletos continuarão a ser distribuídos em locais de concentração da população, amplificando as denúncias e a desconstrução do papel nefasto da emissora cinquentona. O movimento incluiu banquinhas pra coleta de assinaturas do Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Lei de Mídia Democrática, com propostas para regulamentar o capítulo de comunicação da Constituição. A ação nas redes sociais até domingo é divulgar as manifestações pela hashtag unificada: #Globo50AnosdeDitadura.
APOIO À DITADURA - “Roberto Marinho era um jovem playboy que herdou, com a morte de seu pai em 1925, um jornal no Rio de Janeiro. Assim permaneceu até 1944, quando surgiu a também carioca Rádio Globo AM. Foi apenas no governo Kubitschek que Marinho conseguiu uma outorga para o que viria a ser a TV Globo”, conta o jornalista Gustavo Gindre, da Ancine, em artigo publicado esta semana.
Sobre a situação atual da empresa ele revela: “Entre os países ditos democráticos, apenas dois possuem uma única empresa que concentra mais de 60% do capital circulante nos meios de comunicação: o Brasil (Globo) e o México (Televisa). Não por acaso, ambos essenciais para a política norte-americana em relação ao seu “quintal”, a América Latina.”, analisa. “Segundo dados de 2013, se somada a receita líquida da Abril, SBT, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e RBS, o resultado fica em torno de um terço da receita líquida da Globopar (holding da família Marinho que não inclui seus jornais e rádios). Já em relação ao lucro líquido somado destas empresas, ele corresponde a menos de 10% do da Globopar. Ainda em 2013, apenas cinco empresas não financeiras (Petrobras, Vale, Telefônica/Vivo, Ambev e Cemig) tiveram lucro líquido maior do que a Globopar, com a diferença que esta é a única que tem seu capital fechado, pertencente apenas aos herdeiros de Roberto Marinho”.
VÍDEOS - Conheça um pouco da história da Rede Globo em diversos vídeos disponíveis na internet: Sonegação da Globo; Globogolpe Remix;Levante sua voz; Muito além do Cidadão Kane; Don Quixote no cérebro da Globo.
Fonte: Agência Petroleira de Notícias, Fale-Rio e Jornal Surgente
Fotos: Samuel Tosta / Agência Petroleira de Notícias
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Medalha Tiradentes, ‘bandidos’, Stédile e o cinismo da TV do agronegócio – Band
24 de Abril de 2015, 1:03Beto Crispim lembra que Anastasia, o ex-governador mineiro na lista do Lava Jato, condecorou o senador cassado por envolvimento com o bicheiro Carlos Cachoeira com a medalha Tiradentes:
E antes do ex-governador tucano indiciado na lista da operação Lava Jato fazer esta homenagem, temos Helio Garcia que homenageou o mensaleiro tucano Eduardo Azeredo:
O Deputado petista Rogério Correia comenta: “Não me lembro de ter visto nenhum tucano reclamando, quando este foragido da justiça recebeu a#MedalhadaInconfidência… #indignaçãoseletiva?
O foragido agraciado por Aécio Neves é nada mais nada menos que Ricardo Teixeira, envolvido num dos maiores escândalos de corrupção da CBF.
Gilberto Maringoni pergunta:
COMO TRATARIAM TIRADENTES?
A Rede Bandeirantes faz um histérico editorial em um de seus telejornais – com palavras, esgares indignação de butique – contra a concessão da medalha da Inconfidência à João Pedro Stédile.
Curiosa é a ignorância do pau mandado dos patrões e de quem rascunhou a peça. Se a Band existisse em 1792, como trataria o patrono da medalha, Joaquim José da Silva Xavier?
Afinal, Tiradentes também era tido como bandido e criminoso na época…
Banditismo é o que faz a Band todos os dias com o jornalismo, juntamente com as demais famiglias que controlam o monopólio da radiodifusão no Brasil. São fora da lei, inconstitucionais.
Fiquemos com Stédile
Stedile: Que o espírito de Tiradentes nos ilumine a irmos às ruas por justiça social
23/04/2015
Confira artigo de João Pedro Stedile sobre o significado da Medalha da Inconfidência, conferido a ele no último dia 21.
No dia 21 de abril, João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST, foi agraciado junto a outras 141 pessoas pela Medalha da Inconfidência.Trata-se da maior homenagem oferecida pelo Estado mineiro concedida a pessoas e entidades que, na avaliação de cada governo, contribuíram para o desenvolvimento de Minas e do Brasil.
Abaixo, confira um artigo de Stedile sobre o significado desta homenagem.
A Medalha da Inconfidência e o Legado de Tiradentes
Fui agraciado no último dia 21 de abril com a Medalha da Inconfidência, entregue pelo governador Fernando Pimentel, na Praça de Ouro Preto, em Minas Gerais, em nome do povo mineiro.
A distinção não foi uma homenagem pessoal. Considero que é um reconhecimento a todos os lutadores sociais dos movimentos populares mineiros e do Brasil, que lutam todos os dias pelos ideais de Tiradentes.
E mais que uma homenagem, renova o compromisso com aqueles ideais.
Tiradentes lutou contra a evasão de nossas riquezas saqueadas pela metrópole, lutou contra a escravidão, pela República e pela democracia.
Nada mais atual, depois de mais de duzentos anos.
1. No seu tempo a evasão de riquezas era feita de carroça e navio. Agora, o capital transporta bilhões de toneladas de minérios via minerodutos, exaurindo inclusive a água potável que falta na periferia de Belo Horizonte. E também querem colocar as garras sobre o nosso petróleo, com a clara campanha de privatização do petróleo e da Petrobras, que conta até com projetos de lei dos tucanos no senado.
2. Todos os anos a Polícia Federal liberta ao redor de mil trabalhadores escravizados no campo. Os fazendeiros recebem algumas multas, mas nenhuma punição real, como manda a constituição que prevê inclusive a expropriação das fazendas. Em Minas Gerais, um fazendeiro de Unaí mandou matar três fiscais do Ministério do Trabalho que fiscalizavam trabalho escravo em sua “moderna” fazenda. Tudo segue impune. Em Felisburgo, outro fazendeiro participou de uma chacina que matou cinco trabalhadores rurais Sem Terra. O Júri Popular o condenou a 220 anos de prisão, mas ele está solto, esperando apelações judiciais em liberdade.
3. O sonho de Tiradentes era um regime republicano, em que todo poder emanasse do povo, e por ele se organizassem os três poderes de forma autônoma. Hoje, apenas 10 empresas seqüestraram a democracia e elegeram 70% dos parlamentares. O Poder Judiciário ainda não é republicano e ninguém o controla, ao ponto que na mais alta corte, o Ministro Gilmar Mendes interrompe um julgamento cuja questão já está decidida por seis votos a um, e há um ano não devolve o parecer. E ninguém pode fazer nada.
4. Pior, agora temos um novo e mais poderoso poder, que não só não emana do povo, mas age contra ele: a mídia burguesa.
Há um monopólio vergonhoso, em que os proprietários destes meios, além de enviarem seus lucros para contas secretas na suíça, fazem o que querem. Dizem o que é certo ou errado e induzem juízes ao julgamento prévio.
Não haverá democracia no Brasil sem a reforma dos meios de comunicação, que garanta ao povo brasileiro o acesso a informações de forma igualitária, e sem os interesses do poder econômico.
5. A democracia sonhada por Tiradentes ainda é uma hipocrisia, pois confundem democracia apenas com o direito de ir às urnas a cada dois anos. As eleições são necessárias e faz parte do processo, porém, uma sociedade democrática se mede pelo grau de igualdades de direitos e oportunidades a todos seus cidadãos, sem distinção. Mas infelizmente o Brasil continua sendo uma das sociedades mais desiguais do mundo. A concentração da riqueza e da terra continua cada vez maior, nas mãos de apenas 1% de ricaços.
Aos jovens, pobres e negros das periferias das cidades, além da falta de oportunidade, existe a pena de morte. Todos os anos são assassinados 20 mil jovens.
Mesmo aos trabalhadores que tem suas profissões e emprego, agora a sanha dos capitalistas se volta para eliminar os direitos conquistados durante 100 anos de lutas sociais durante o século XX, com o projeto de terceirização.
6. Não bastasse a herança estrutural de uma sociedade desigual, agora as vozes da direita pregam abertamente um golpe militar. Inconformados com o resultado das urnas, já fizeram isso outras vezes na nossa história. Toda vez que o povo teima em escolher ele mesmo seus representantes, há uma direita desavergonhada que passa a pregar golpes militares ou versões mais sofisticadas de impeachment.
7. Que o espírito de Tiradentes e seus ideais continuem nos ajudando a nos animarmos na luta. Que seu espírito ilumine os governantes, para que não tenham medo de aplicar os recursos públicos, que são povo, em investimentos sociais da educação, saúde, moradia e reforma agrária, e não em juros para os banqueiros.
Que o espírito de Tiradentes crie vergonha nos parlamentares para tomarem a iniciativa de aprovarem a convocação de um plebiscito popular para decidirmos sobre a necessidade de uma assembleia constituinte que faça uma verdadeira reforma política no país. E também uma reforma dos meios de comunicação.
Que o espírito de Tiradentes ilumine nossa juventude, para que tenha coragem de abraçar os mesmos ideais, e vá às ruas lutar por justiça social e por direitos iguais.
Salve, Salve Tiradentes!
João Pedro Stedile
Ouro Preto- Minas Gerais
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Excelente iniciativa: ‘Conselho África’ do Instituto Lula
23 de Abril de 2015, 23:49Excelente iniciativa do Instituto Lula, o conselho conta com importantes historiadores e africanistas como Luiz Felipe Alencastro, Alberto da Costa Silva, Fernando Mourão, Kabengele Munanga
“O mundo precisa acabar com o preconceito contra a África”, diz Lula em lançamento de Conselho África
São Paulo, 23 de abril de 2015,
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou nesta quinta-feira (23) os membros do “Conselho África” do Instituto Lula em São Paulo. Lula falou sobre a escalada da relação entre Brasil e África durante seu governo e o governo da presidenta Dilma e enfatizou: “O mundo precisa acabar com o preconceito contra a África”.
Lula afirmou que a constituição do Conselho é muito importante para impulsionar o trabalho do Instituto em promover mais diálogo entre o Brasil e o continente africano. O ex-presidente disse que o importante não é dizer o que cada povo africano tem que fazer, mas sim investir no continente. “O mundo precisa entender que a África é um continente altamente promissor”, afirmou.
“Agora não tem mais só o Lula, o Celso, e a Clara Ant, agora tem um Conselho do Instituto Lula para nos ajudar com as políticas com relação à África”, disse o ex-presidente ao empossar o conselho.
O ex-presidente disse que “o mundo estaria melhor hoje, se em 2009, nós tivéssemos decidido transformar os pobres em consumidores e desenvolvido a África” e que o Brasil tem um compromisso “gigantesco” com o continente africano, “não só econômico”, afirmou.
O diretor do Instituto Lula e coordenador do “Conselho África”, Celso Marcondes, agradeceu os conselheiros empossados e afirmou: “É um conselho bastante eclético e muito importante para manter permanente as discussões sobre a África, entre os nossos colaboradores”.
Veja aqui os participantes do “Conselho África” do Instituto Lula:
Alberto Costa e Silva (Historiador, Academia Brasileira de Letras)
Alexandra Loras (Jornalista, Consulesa da França em São Paulo)
Ana Fonseca (Pesquisadora, Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp)
Beluce Bellucci (Professor do Centro de Estudos Áfro-Asiáticos, Univ. Cândido Mendes)
Bianca Suyama (Pesquisadora do Centro de Estudos e de Articulação da Cooperação Sul-Sul
Celso Amorim (Embaixador, Ex-Ministro da Defesa e Ex-ministro das Relações Exteriores/Conselheiro do Instituto Lula)
Clara Ant (Diretora do Instituto Lula)
Daniel Calazans (Diretor Executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)
Daniel Balaban (Diretor e Representante no Brasil DO Centro de Excelência contra a Fome do PMA)
Fátima Mello (Diretora, FASE e REBRIP/GR-RI)
Fernando Mourão (Professor, USP e Universidade Independente de Angola)
Flávia Antunes (Sócia Senior, Fundação Bill & Melinda Gates)
Flávio Carrança (Jornalista, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo)
Franklin Martins (Jornalista, Ex-ministro da Secretaria de Comunicação/Conselheiro do IL)
Kabengele Munanga (Professor de antropologia, FFLCH – USP)
Gilberto Schneider (Diretor, Movimento dos Pequenos Agricultores – MAP)
Gilberto Leal (Diretor, Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN)
Helena Tavares (Mestranda, Universidade de Colúmbia)
Iole Ilíada (Secretária de Relações Internacionais, Fundação Perseu Abramo)
Ivone Maria da Silva (Secretária Geral, Sindicato dos Bancários de São Paulo)
João Bosco Monte (Presidente, Instituto Brasil África)
João Cesar Belisario (Jornalista, Revista África 21)
João Jorge Rodrigues (Presidente, Grupo Cultural Olodum)
Jorge L. Chediek (Embaixador Diretor, PNUD)
José Vicente (Reitor, Univ. Zumbi dos Palmares)
Ladislau Dowbor (Professor titular em Economia e Administração, PUC – SP Pós Graduação)
Rômulo Paes (Diretor, Rio+Centro para o Desenvolvimento Sustentável)
Luiz Felipe de Alencastro (Professor titular, FGV)
Márcia Lopes (Consultora, ex-Ministra MDS/FAO)
Marcos Lopes (Consultor em Cooperação Humanitária, FAO)
Matilde Ribeiro (Professora Doutora, Unilab)
Maya Takagi (Secretária de Relações e Internacionais, EMBRAPA)
Gary Stahe (Representante da Unicef no Brasil)
Miguel Jorge (Jornalista, Ex-ministro de Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior)
Mônica Valente (Secretária de Relações Internacionais, PT)
Natalia da Luz (Assistente de Comunicação Pública/Jornalista, ONU/Site Por dentro da África)
Paulo Esteves (Professor/Supervisor Geral, PUC-RJ/BRICS Policy Center)
Salem Nasser (Professor e Coordenador do Centro de Direito Global da Direito GV)
Samuel Pinheiro (Embaixador/Professor, Ex-secretário geral do Itamaraty/Instituto Rio Branco)
Suhayla Khalil (Doutora em Relações Internacionais)
Tamires Gomes Sampaio (Presidenta do Centro Acadêmico, JCONEN/JPT/Universidade Presbiteriana Mackenzie)
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