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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

SEMANA DA ARTE MODERNA FEVEREIRO DE 1922

10 de Fevereiro de 2013, 22:00, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda
SEMANA DA ARTE MODERNA
FEVEREIRO DE 1922

A semana da Arte Moderna na verdade foi realizada entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922, tendo os seus principais acontecimentos nos dias 13, 15 e 17 daquele ano, conferências, recitais de música, declamações de poesia e exposição de quadros, realizados no Teatro Municipal de São Paulo, apresentam ao público as novas tendências das artes do país. Seus idealizadores rejeitam a arte do século XIX e as influências estrangeiras do passado. Defendem a assimilação das tendências estéticas internacionais para mesclá-las com a cultura nacional, originando uma arte vinculada à realidade brasileira.

Foi ela quem constituiu o marco inicial do modernismo no Brasil, mostrando-se afinada com a nova linguagem das correntes estéticas do começo do século. Esse movimento foi polêmico, pois rompeu com linhas artísticas, literárias e musicais existentes no Brasil que sofriam grande influência da Europa. As produções passaram a ter a alma e o espírito brasileiro autêntico, caracterizando fatos reais do país, sendo o seu ponto culminante a reflexão de toda essa ruptura entre o velho e o novo, o antigo e o moderno.

 


A corrosão da arte acadêmica brasileira era acompanhada pela intensificação das greves operárias contra a carestia, à fundação do Partido Comunista Brasileiro, à criação da Coluna Prestes e o crescimento do Tenentismo, gestando-se com esses e outros fatos a Revolução de 30, numa tentativa de reestruturar a sociedade brasileira em busca de uma nova saída política.

 


Todos esses, e outros, fatores contribuíram inegavelmente para o triunfo da Revolução de outubro de 1930, mas também devemos observar que igualmente relevante, (tanto para o modernismo como para a Revolução) foi à queda da Bolsa de Nova York, em 1929, desestabilizando totalmente o preço do café brasileiro, que era o principal produto da balança de exportação, nessa mesma data. Tal fato atinge, profundamente, no Brasil, o grupo dirigente desestruturando as velhas oligarquias e abrindo espaço para o novo – as pessoas aclamavam por mudanças o que acabou por dar legitimidade à arte e à literatura modernas.

 


O principal veículo das ideias modernistas é a revista Klaxon, lançada em maio de 1922.

 


O grupo modernista que agitou os meios artísticos era composto de vários intelectuais do Rio de Janeiro e de São Paulo, como os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia; os pintores Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Vicente do Rêgo Monteiro; o escultor Victor Brecheret; e os músicos Villa-Lobos e Guiomar Novaes, entre outros. Famosos ou em busca de fama, a estética nova e as ideias de vanguarda que apresentaram dividiram o público e a crítica.

 


A semana de 22 foi aberta com a conferência “A Emoção Estética na Arte Moderna”, de Graça Aranha, que atacava o conservadorismo e o academicismo da arte brasileira. Seguida da execução de peças do maestro e compositor Villa-Lobos e a pianista Guiomar Novaes e a declamação do poema "Os Sapos" de Manuel Bandeira, que ridicularizava o Parnasianismo. Seguiram-se também leituras de poemas de Manuel Bandeira onde apresentou o seu ensaio “A Escrava que não Era Isaura” na escadaria do teatro.

A Semana de Arte Moderna provocou gritos e vaias aos modernistas, assustando a burguesia, as ideias trazidas pelos artistas e intelectuais não foram recebidas com tranquilidade. As ousadias dos modernistas inquietaram e irritaram muito o público. Todo esse clima marcou a ruptura com o tradicionalismo. A arte apresentada estava em consonância com os estilos de vanguarda, estabelecendo, definitivamente, o início do movimento modernista no Brasil.

A partir da Semana de 22 surgem vários grupos e movimentos, radicalizando ou opondo-se a seus princípios básicos. O escritor Oswald de Andrade e a artista plástica Tarsila do Amaral lançam em 1925 o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que enfatiza a necessidade de criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da modernidade europeia. Em 1928 levam ao extremo essas ideias com o Manifesto Antropofágico, que propõe "devorar" influências estrangeiras para impor o caráter brasileiro à arte e à literatura. Por outro caminho, mais conservador, segue o grupo da Anta, liderado pelo escritor Menotti del Picchia (1892-1988) e pelo poeta Cassiano Ricardo (1895-1974). Em um movimento chamado de verde-amarelismo, fecham-se às vanguardas europeias e aderem a ideias políticas que prenunciam o integralismo, versão brasileira do fascismo. A ação integralista brasileira defende a criação, no Brasil de um estado integral, ou seja, uma ditadura nacionalista, com um único partido no poder e tendo como seu principal líder Plínio Salgado.

Assim pode-se concluir que as duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pela crise do capitalismo e o nascimento da democracia de massas. A revolução socialista ameaçou a burguesia e esta, tomou consciência deste risco. O progresso materializado, nas invenções do telégrafo, automóvel, lâmpada, cinema, avião e telefone, geraram uma euforia – consequência da revolução científica experimentada naquele momento – que influenciaram em muito os movimentos modernistas, no Brasil e no mundo.

Esta euforia, no entanto, durou pouco. A desconfiança nos sistemas políticos, sociais e filosóficos vigentes, levaram a sociedade a questionar os valores de seu tempo. Conhecido como os: "anos loucos", esse período é marcado, principalmente, pela ânsia de viver freneticamente, fruto da incerteza lançada pela guerra quanto à possibilidade de paz.

Consequências positivas houvera, como por exemplo: por um breve lapso de tempo, teve-se a impressão de que a meta de fortalecimento da democracia talvez tivesse sido atingida; a liberdade para as mulheres que foram emancipadas e ganharam o direito ao voto pelo menos em duas grandes nações. Porém de outro lado grande foi à desilusão – particularmente da classe média – quanto à postura cobiçosa dos políticos na definição do tratado de paz, traindo os princípios da causa internacional em prol dos objetivos nacionais.

No Brasil, a arte moderna ainda não foi estudada de forma completa e interdisciplinar, relacionando aspectos históricos, estéticos – caracterização dos materiais e técnicas – fazendo uso de recursos tecnológicos e computacionais – constituindo um amplo programa de pesquisa e documentação, com a possibilidade de acesso e uso cultural de um acervo artístico de valor inestimável e importância ímpar no panorama da arte brasileira.

 


MODERNISTAS

René Thiollier (1) Manuel Bandeira (2) Mário de Andrade (3) Manoel Vilaboin (4) Francesco Pettinati (5) Cândido Motta Filho (6) Paulo Prado (7) Não identificado (8) Graça Aranha (9) Afonso Schmidt (10) Goffredo da Silva Telles (11) Couto de Barros (12) Tácito de Almeida (13) Luís Aranha (14) Oswald de Andrade (15) Rubens Borba de Moraes (16)
Fonte: Arquivo Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros – USP, reprodução, Cezar Coureiro, Arq. Rio Gráfica, Arq. Ed. Globo, Eduardo Queiroga, Arq. Ed. Globo.


REFERÊNCIAS:
ARTE NO BRASIL. A revolução da arte moderna. São Paulo: Nova Cultural, n. 7, p. 193-220, 1986.

_____. A revolução da arte moderna (conclusão). São Paulo: Nova Cultural, n. 8, p. 221-248, 1986.

BANCO DE DADOS DA FOLHA ON LINE. Semana da arte moderna: o sarampo antropofágico. Disponível em: acesso em: 30 maio 2003.

CALABRIA, Carla P. B.; MARTINS, Raquel Valle. Arte, história & produção: arte ocidental. São Paulo: FTD, 1997. v. 2.

CUMMING, Robert. Para entender a arte. São Paulo: Ática, 1996.

MORAES, Eduardo Jardim. Estudos históricos. Rio de Janeiro: [s. n.], v. I, n. 2, 1988

NOSSO SÉCULO: Anos de crise e criação 2ª parte – 1910/1930. Abril, v. IV, 1985.

80 ANOS DO MODERNISMO: semana de arte moderna de 1922. Revista Época. Rio de Janeiro: Globo, 28 jan. 2002.

REVISTA ISTO É. Rio de Janeiro: Três, mar. 2003.

WEBSTER, M. Helena. (org.) Arte brasileira: 1913/1994. Porto Alegre: Rede arte escola, mar. 1998.



Poderá também conferir em:
CRABASTOS BRASIL: SEMANA DA ARTE MODERNA - FEVEREIRO DE 22
http://crabastosbrasil.blogspot.com.br/2011/02/semana-da-arte-moderna-fevereiro-de-22.html  CRABASTOS@:

CRABASTOS BRASIL: SEMANA DA ARTE MODERNA - FEVEREIRO DE 22

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SEMANA DA ARTE MODERNA - FEVEREIRO DE 22

10 de Fevereiro de 2013, 22:00, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda
SEMANA DA ARTE MODERNA
FEVEREIRO DE 1922

A semana da Arte Moderna na verdade foi realizada entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922, tendo os seus principais acontecimentos nos dias 13, 15 e 17 daquele ano, conferências, recitais de música, declamações de poesia e exposição de quadros, realizados no Teatro Municipal de São Paulo, apresentam ao público as novas tendências das artes do país. Seus idealizadores rejeitam a arte do século XIX e as influências estrangeiras do passado. Defendem a assimilação das tendências estéticas internacionais para mesclá-las com a cultura nacional, originando uma arte vinculada à realidade brasileira.

Foi ela quem constituiu o marco inicial do modernismo no Brasil, mostrando-se afinada com a nova linguagem das correntes estéticas do começo do século. Esse movimento foi polêmico, pois rompeu com linhas artísticas, literárias e musicais existentes no Brasil que sofriam grande influência da Europa. As produções passaram a ter a alma e o espírito brasileiro autêntico, caracterizando fatos reais do país, sendo o seu ponto culminante a reflexão de toda essa ruptura entre o velho e o novo, o antigo e o moderno.

 


A corrosão da arte acadêmica brasileira era acompanhada pela intensificação das greves operárias contra a carestia, à fundação do Partido Comunista Brasileiro, à criação da Coluna Prestes e o crescimento do Tenentismo, gestando-se com esses e outros fatos a Revolução de 30, numa tentativa de reestruturar a sociedade brasileira em busca de uma nova saída política.

 


Todos esses, e outros, fatores contribuíram inegavelmente para o triunfo da Revolução de outubro de 1930, mas também devemos observar que igualmente relevante, (tanto para o modernismo como para a Revolução) foi à queda da Bolsa de Nova York, em 1929, desestabilizando totalmente o preço do café brasileiro, que era o principal produto da balança de exportação, nessa mesma data. Tal fato atinge, profundamente, no Brasil, o grupo dirigente desestruturando as velhas oligarquias e abrindo espaço para o novo – as pessoas aclamavam por mudanças o que acabou por dar legitimidade à arte e à literatura modernas.

 


O principal veículo das ideias modernistas é a revista Klaxon, lançada em maio de 1922.

 


O grupo modernista que agitou os meios artísticos era composto de vários intelectuais do Rio de Janeiro e de São Paulo, como os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia; os pintores Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Vicente do Rêgo Monteiro; o escultor Victor Brecheret; e os músicos Villa-Lobos e Guiomar Novaes, entre outros. Famosos ou em busca de fama, a estética nova e as ideias de vanguarda que apresentaram dividiram o público e a crítica.

 


A semana de 22 foi aberta com a conferência “A Emoção Estética na Arte Moderna”, de Graça Aranha, que atacava o conservadorismo e o academicismo da arte brasileira. Seguida da execução de peças do maestro e compositor Villa-Lobos e a pianista Guiomar Novaes e a declamação do poema "Os Sapos" de Manuel Bandeira, que ridicularizava o Parnasianismo. Seguiram-se também leituras de poemas de Manuel Bandeira onde apresentou o seu ensaio “A Escrava que não Era Isaura” na escadaria do teatro.

A Semana de Arte Moderna provocou gritos e vaias aos modernistas, assustando a burguesia, as ideias trazidas pelos artistas e intelectuais não foram recebidas com tranquilidade. As ousadias dos modernistas inquietaram e irritaram muito o público. Todo esse clima marcou a ruptura com o tradicionalismo. A arte apresentada estava em consonância com os estilos de vanguarda, estabelecendo, definitivamente, o início do movimento modernista no Brasil.

A partir da Semana de 22 surgem vários grupos e movimentos, radicalizando ou opondo-se a seus princípios básicos. O escritor Oswald de Andrade e a artista plástica Tarsila do Amaral lançam em 1925 o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que enfatiza a necessidade de criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da modernidade europeia. Em 1928 levam ao extremo essas ideias com o Manifesto Antropofágico, que propõe "devorar" influências estrangeiras para impor o caráter brasileiro à arte e à literatura. Por outro caminho, mais conservador, segue o grupo da Anta, liderado pelo escritor Menotti del Picchia (1892-1988) e pelo poeta Cassiano Ricardo (1895-1974). Em um movimento chamado de verde-amarelismo, fecham-se às vanguardas europeias e aderem a ideias políticas que prenunciam o integralismo, versão brasileira do fascismo. A ação integralista brasileira defende a criação, no Brasil de um estado integral, ou seja, uma ditadura nacionalista, com um único partido no poder e tendo como seu principal líder Plínio Salgado.

Assim pode-se concluir que as duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pela crise do capitalismo e o nascimento da democracia de massas. A revolução socialista ameaçou a burguesia e esta, tomou consciência deste risco. O progresso materializado, nas invenções do telégrafo, automóvel, lâmpada, cinema, avião e telefone, geraram uma euforia – consequência da revolução científica experimentada naquele momento – que influenciaram em muito os movimentos modernistas, no Brasil e no mundo.

Esta euforia, no entanto, durou pouco. A desconfiança nos sistemas políticos, sociais e filosóficos vigentes, levaram a sociedade a questionar os valores de seu tempo. Conhecido como os: "anos loucos", esse período é marcado, principalmente, pela ânsia de viver freneticamente, fruto da incerteza lançada pela guerra quanto à possibilidade de paz.

Consequências positivas houvera, como por exemplo: por um breve lapso de tempo, teve-se a impressão de que a meta de fortalecimento da democracia talvez tivesse sido atingida; a liberdade para as mulheres que foram emancipadas e ganharam o direito ao voto pelo menos em duas grandes nações. Porém de outro lado grande foi à desilusão – particularmente da classe média – quanto à postura cobiçosa dos políticos na definição do tratado de paz, traindo os princípios da causa internacional em prol dos objetivos nacionais.

No Brasil, a arte moderna ainda não foi estudada de forma completa e interdisciplinar, relacionando aspectos históricos, estéticos – caracterização dos materiais e técnicas – fazendo uso de recursos tecnológicos e computacionais – constituindo um amplo programa de pesquisa e documentação, com a possibilidade de acesso e uso cultural de um acervo artístico de valor inestimável e importância ímpar no panorama da arte brasileira.

 


MODERNISTAS

René Thiollier (1) Manuel Bandeira (2) Mário de Andrade (3) Manoel Vilaboin (4) Francesco Pettinati (5) Cândido Motta Filho (6) Paulo Prado (7) Não identificado (8) Graça Aranha (9) Afonso Schmidt (10) Goffredo da Silva Telles (11) Couto de Barros (12) Tácito de Almeida (13) Luís Aranha (14) Oswald de Andrade (15) Rubens Borba de Moraes (16)
Fonte: Arquivo Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros – USP, reprodução, Cezar Coureiro, Arq. Rio Gráfica, Arq. Ed. Globo, Eduardo Queiroga, Arq. Ed. Globo.


REFERÊNCIAS:
ARTE NO BRASIL. A revolução da arte moderna. São Paulo: Nova Cultural, n. 7, p. 193-220, 1986.

_____. A revolução da arte moderna (conclusão). São Paulo: Nova Cultural, n. 8, p. 221-248, 1986.

BANCO DE DADOS DA FOLHA ON LINE. Semana da arte moderna: o sarampo antropofágico. Disponível em: acesso em: 30 maio 2003.

CALABRIA, Carla P. B.; MARTINS, Raquel Valle. Arte, história & produção: arte ocidental. São Paulo: FTD, 1997. v. 2.

CUMMING, Robert. Para entender a arte. São Paulo: Ática, 1996.

MORAES, Eduardo Jardim. Estudos históricos. Rio de Janeiro: [s. n.], v. I, n. 2, 1988

NOSSO SÉCULO: Anos de crise e criação 2ª parte – 1910/1930. Abril, v. IV, 1985.

80 ANOS DO MODERNISMO: semana de arte moderna de 1922. Revista Época. Rio de Janeiro: Globo, 28 jan. 2002.

REVISTA ISTO É. Rio de Janeiro: Três, mar. 2003.

WEBSTER, M. Helena. (org.) Arte brasileira: 1913/1994. Porto Alegre: Rede arte escola, mar. 1998.



Poderá também conferir em:
CRABASTOS BRASIL: SEMANA DA ARTE MODERNA - FEVEREIRO DE 22
http://crabastosbrasil.blogspot.com.br/2011/02/semana-da-arte-moderna-fevereiro-de-22.html  CRABASTOS@:

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10 de Fevereiro de 2013, 22:00, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda
SEMANA DA ARTE MODERNA
FEVEREIRO DE 1922

A semana da Arte Moderna na verdade foi realizada entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922, tendo os seus principais acontecimentos nos dias 13, 15 e 17 daquele ano, conferências, recitais de música, declamações de poesia e exposição de quadros, realizados no Teatro Municipal de São Paulo, apresentam ao público as novas tendências das artes do país. Seus idealizadores rejeitam a arte do século XIX e as influências estrangeiras do passado. Defendem a assimilação das tendências estéticas internacionais para mesclá-las com a cultura nacional, originando uma arte vinculada à realidade brasileira.

Foi ela quem constituiu o marco inicial do modernismo no Brasil, mostrando-se afinada com a nova linguagem das correntes estéticas do começo do século. Esse movimento foi polêmico, pois rompeu com linhas artísticas, literárias e musicais existentes no Brasil que sofriam grande influência da Europa. As produções passaram a ter a alma e o espírito brasileiro autêntico, caracterizando fatos reais do país, sendo o seu ponto culminante a reflexão de toda essa ruptura entre o velho e o novo, o antigo e o moderno.

 


A corrosão da arte acadêmica brasileira era acompanhada pela intensificação das greves operárias contra a carestia, à fundação do Partido Comunista Brasileiro, à criação da Coluna Prestes e o crescimento do Tenentismo, gestando-se com esses e outros fatos a Revolução de 30, numa tentativa de reestruturar a sociedade brasileira em busca de uma nova saída política.

 


Todos esses, e outros, fatores contribuíram inegavelmente para o triunfo da Revolução de outubro de 1930, mas também devemos observar que igualmente relevante, (tanto para o modernismo como para a Revolução) foi à queda da Bolsa de Nova York, em 1929, desestabilizando totalmente o preço do café brasileiro, que era o principal produto da balança de exportação, nessa mesma data. Tal fato atinge, profundamente, no Brasil, o grupo dirigente desestruturando as velhas oligarquias e abrindo espaço para o novo – as pessoas aclamavam por mudanças o que acabou por dar legitimidade à arte e à literatura modernas.

 


O principal veículo das ideias modernistas é a revista Klaxon, lançada em maio de 1922.

 


O grupo modernista que agitou os meios artísticos era composto de vários intelectuais do Rio de Janeiro e de São Paulo, como os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia; os pintores Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Vicente do Rêgo Monteiro; o escultor Victor Brecheret; e os músicos Villa-Lobos e Guiomar Novaes, entre outros. Famosos ou em busca de fama, a estética nova e as ideias de vanguarda que apresentaram dividiram o público e a crítica.

 


A semana de 22 foi aberta com a conferência “A Emoção Estética na Arte Moderna”, de Graça Aranha, que atacava o conservadorismo e o academicismo da arte brasileira. Seguida da execução de peças do maestro e compositor Villa-Lobos e a pianista Guiomar Novaes e a declamação do poema "Os Sapos" de Manuel Bandeira, que ridicularizava o Parnasianismo. Seguiram-se também leituras de poemas de Manuel Bandeira onde apresentou o seu ensaio “A Escrava que não Era Isaura” na escadaria do teatro.

A Semana de Arte Moderna provocou gritos e vaias aos modernistas, assustando a burguesia, as ideias trazidas pelos artistas e intelectuais não foram recebidas com tranquilidade. As ousadias dos modernistas inquietaram e irritaram muito o público. Todo esse clima marcou a ruptura com o tradicionalismo. A arte apresentada estava em consonância com os estilos de vanguarda, estabelecendo, definitivamente, o início do movimento modernista no Brasil.

A partir da Semana de 22 surgem vários grupos e movimentos, radicalizando ou opondo-se a seus princípios básicos. O escritor Oswald de Andrade e a artista plástica Tarsila do Amaral lançam em 1925 o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que enfatiza a necessidade de criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da modernidade europeia. Em 1928 levam ao extremo essas ideias com o Manifesto Antropofágico, que propõe "devorar" influências estrangeiras para impor o caráter brasileiro à arte e à literatura. Por outro caminho, mais conservador, segue o grupo da Anta, liderado pelo escritor Menotti del Picchia (1892-1988) e pelo poeta Cassiano Ricardo (1895-1974). Em um movimento chamado de verde-amarelismo, fecham-se às vanguardas europeias e aderem a ideias políticas que prenunciam o integralismo, versão brasileira do fascismo. A ação integralista brasileira defende a criação, no Brasil de um estado integral, ou seja, uma ditadura nacionalista, com um único partido no poder e tendo como seu principal líder Plínio Salgado.

Assim pode-se concluir que as duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pela crise do capitalismo e o nascimento da democracia de massas. A revolução socialista ameaçou a burguesia e esta, tomou consciência deste risco. O progresso materializado, nas invenções do telégrafo, automóvel, lâmpada, cinema, avião e telefone, geraram uma euforia – consequência da revolução científica experimentada naquele momento – que influenciaram em muito os movimentos modernistas, no Brasil e no mundo.

Esta euforia, no entanto, durou pouco. A desconfiança nos sistemas políticos, sociais e filosóficos vigentes, levaram a sociedade a questionar os valores de seu tempo. Conhecido como os: "anos loucos", esse período é marcado, principalmente, pela ânsia de viver freneticamente, fruto da incerteza lançada pela guerra quanto à possibilidade de paz.

Consequências positivas houvera, como por exemplo: por um breve lapso de tempo, teve-se a impressão de que a meta de fortalecimento da democracia talvez tivesse sido atingida; a liberdade para as mulheres que foram emancipadas e ganharam o direito ao voto pelo menos em duas grandes nações. Porém de outro lado grande foi à desilusão – particularmente da classe média – quanto à postura cobiçosa dos políticos na definição do tratado de paz, traindo os princípios da causa internacional em prol dos objetivos nacionais.

No Brasil, a arte moderna ainda não foi estudada de forma completa e interdisciplinar, relacionando aspectos históricos, estéticos – caracterização dos materiais e técnicas – fazendo uso de recursos tecnológicos e computacionais – constituindo um amplo programa de pesquisa e documentação, com a possibilidade de acesso e uso cultural de um acervo artístico de valor inestimável e importância ímpar no panorama da arte brasileira.



MODERNISTAS

René Thiollier (1) Manuel Bandeira (2) Mário de Andrade (3) Manoel Vilaboin (4) Francesco Pettinati (5) Cândido Motta Filho (6) Paulo Prado (7) Não identificado (8) Graça Aranha (9) Afonso Schmidt (10) Goffredo da Silva Telles (11) Couto de Barros (12) Tácito de Almeida (13) Luís Aranha (14) Oswald de Andrade (15) Rubens Borba de Moraes (16)
Fonte: Arquivo Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros – USP, reprodução, Cezar Coureiro, Arq. Rio Gráfica, Arq. Ed. Globo, Eduardo Queiroga, Arq. Ed. Globo.


REFERÊNCIAS:
ARTE NO BRASIL. A revolução da arte moderna. São Paulo: Nova Cultural, n. 7, p. 193-220, 1986.

_____. A revolução da arte moderna (conclusão). São Paulo: Nova Cultural, n. 8, p. 221-248, 1986.

BANCO DE DADOS DA FOLHA ON LINE. Semana da arte moderna: o sarampo antropofágico. Disponível em: acesso em: 30 maio 2003.

CALABRIA, Carla P. B.; MARTINS, Raquel Valle. Arte, história & produção: arte ocidental. São Paulo: FTD, 1997. v. 2.

CUMMING, Robert. Para entender a arte. São Paulo: Ática, 1996.

MORAES, Eduardo Jardim. Estudos históricos. Rio de Janeiro: [s. n.], v. I, n. 2, 1988

NOSSO SÉCULO: Anos de crise e criação 2ª parte – 1910/1930. Abril, v. IV, 1985.

80 ANOS DO MODERNISMO: semana de arte moderna de 1922. Revista Época. Rio de Janeiro: Globo, 28 jan. 2002.

REVISTA ISTO É. Rio de Janeiro: Três, mar. 2003.

WEBSTER, M. Helena. (org.) Arte brasileira: 1913/1994. Porto Alegre: Rede arte escola, mar. 1998.



Poderá também conferir em:
CRABASTOS BRASIL: SEMANA DA ARTE MODERNA - FEVEREIRO DE 22
http://crabastosbrasil.blogspot.com.br/2011/02/semana-da-arte-moderna-fevereiro-de-22.html  CRABASTOS@:

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XXI CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA

9 de Fevereiro de 2013, 22:00, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda
 
A Associação Cultural José Martí-Paraná (ACJM-PR) e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz-Paraná (CEBRAPAZ-PR), vem convidar sua entidade para a XXI CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA, que será realizado de 06 a 08 de junho de 2013 em Foz do Iguaçu-PR.
Solicitamos a inclusão na Agenda de Lutas 2013 desse importante evento que terá como tema central: a Solidariedade Latino-americana e Caribenha e os subtemas: o Bloqueio Econômico, a Base Militar de Guantánamo, a Guerra Midiática e a Libertação dos Cinco Heróis.
Informamos que os últimos encontros foram realizados em 2011 em São Paulo-SP e em 2012 em Salvador-BA com grande sucesso. Assim, contamos com a sua colaboração na divulgação e na organização da mobilização para o evento.
Atenciosamente,
Manoel Valdemar Barbosa Filho ACJM-PR
Professor Kico CEBRAPAZ-PR



Poderá também conferir em:

CRABASTOS@: XXI CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBAhttp://crabastos.blogspot.com.br/2013/02/xxi-convencao-nacional-de-solidariedade.html  

Union de Pueblos de Nuestra America: CRABASTOS@: XXI CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA

 

 

 

 



Comunicado por la situación de los Presos/as Politicos/as de Bariloche‏

4 de Fevereiro de 2013, 22:00, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda

 

PRESOS POR LUTAR, A LUTA OS LIBERARÁ!
Solidariedade aos presos políticos
de Bariloche na Argentina!
Nós Organizações reunidas no 10º Encontro Latino Americano de Organizações Populares e Autônomas, realizado nos dias 25, 26 e 27 de janeiro de 2013 no município de Viamão, realizamos este Ato Público em Solidariedade a uma dezena de lutadores sociais argentinos do Movimento Social e Cooperativo 1º de Maio, presos pelo Estado Argentino acusados de incitarem uma série de saques de alimentos e mercadorias no mês de dezembro de 2012 em Bariloche, Río Negro na Argentina.
Há mais de 10 anos esses militantes sociais vêm se mobilizando e buscando alternativas contra o desemprego e toda a classe de injustiças, repressão, precarização das condições de trabalho, assassinatos à juventude pobre, derivadas das políticas de clientelismo e assistencialismo, únicas respostas dos governos as demandas populares.  No dia 20 de dezembro, em mais de 40 cidades da Argentina, centenas de famílias pobres decidiram tomar com suas próprias mãos alimentos de grandes supermercados, dando um basta à fome causada pela indiferença dos governos aos reclamos de trabalho e melhores condições de vida. Uma série de companheiros(as) da Cooperativa 1º de Maio foram então acusados de incitarem os saques em Bariloche e presos. Junto com eles foram detido pessoas que participaram dos saques e outras que saíram as ruas em solidariedade exigindo a libertação desses lutadores.
Estes fatos estão inseridos em um contexto de criminalização do protesto e das mobilizações populares; de tentativa de desestruturar o trabalho daqueles que não se enquadram na lógica paternalista e clientelista dos governantes argentinos; e no processo de redução salarial e precarização das condições de trabalho para que as grandes empresas possam lucrar cada vez mais.
É por isso que saímos às ruas em Solidariedade, gritando:
Mão estendida aos companheiros! Punho cerrado aos inimigos!
Liberdade aos lutadores sociais do Movimento
Social e Cooperativo 1º de Maio!
10º ELAOPA, Rio Grande do Sul, Brasil – 2013
Sindicato Unico de Automoviles con Taximetro y Telefonistas – SUATT (Montevideo), Sindicato Bancario - Uruguay, Ateneo Santa Catalina (Montevideo), Ateneo Germinal (Montevideo), Ateneo "Pocho Rios " (Montevideo), Ateneo Carlos Molina (Montevideo), Ateneo del Cerro (Montevideo), Tendencia Wellington Galarza (metalurgicos de Uruguay), Cooperativa La Resistencia (Montevideo), Agrupación Liceos Populares (Montevideo), Plenaria Memoria y Justicia (Montevideo), Parinacota TV (Santiago, Chile), Organização Popular (RJ, Brasil), MNCR- Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclavéis (Brasil), MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens (Brasil), MTD Pela Base (Movimento dos Trabalhadores Desempregados (RJ, Brasil), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – (RS, Brasil), MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores (Brasil), Vía Campesina (Brasil), MCP - Movimento das Comunidades Populares (Brasil), Quebrando Muros (PR, Brasil), Mães de Maio (Movimiento Madres de Mayo), Radio da Juventude (SP, Brasil), Base Popular (Brasil), Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares (AL, Brasil), Resistencia Popular (PE, Brasil), SinDUFFS Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal da Fronteira Sul, Comuna Pachamama -MST- (RS, Brasil), Resistência Popular (RS, Brasil), Resistência Popular (SC, Brasil), Laboratorio de Medios Autonomos (Brasil), Cooperativa Cempal, Espaço Libertário Moinho Negro (RS, Brasil), Protopia, Coletivo Negada, Radio Livre Laberintos 107,7, ADUFFS Associação dos docentes da UFF (Brasil), Autonomos FC (Futbol Club), GEP (Grupos de Educacao Popular, Rio de Janeiro), Organizaçao Anarquista Terra e Liberdade (RJ)
Resistência Popular (AL, Brasil), Coletivo Mulheres Resistem (AL, Brasil), FOB - Federación de Organizaciones de Base (Argentina)
De acuerdo con la nueva Ley argentina Nº 26.032, cuyo texto se encuentra en:
http://infoleg.mecon.gov.ar/infolegInternet/anexos/105000-109999/107145/norma.htm,

Poderá também conferir em: http://crabastosbrasil.blogspot.com.br/2013/02/comunicado-por-la-situacion-de-los.html