Despoluir Baía de Guanabara custaria R$ 20 bilhões, diz secretário
20 de Julho de 2016, 14:53Para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, no entanto, o secretário afirmou que a qualidade da água não preocupa
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:
O secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, André Correa, disse nesta quarta-feira que não é possível deixar a Baía de Guanabara em condições adequadas em menos de 25 anos. Correa concedeu entrevista coletiva ao lado de uma ecobarreira no Rio Meriti e afirmou que a meta de “despoluir 80% da baía até a Olimpíada” era “muito ousada e mal colocada”, pelo que ele avaliou como um erro de comunicação.
Ecobarreira instalada no Rio Meriti, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para evitar que o lixo flutuante chegue à Baía de Guanabara
– Qualquer pessoa que disser que essa baía estará em condições ambientalmente adequadas em menos de 25 ou 30 anos está mentindo. Não vamos fazer isso no curto prazo – admitiu.
O secretário afirmou que apenas para resolver os problemas de despejo de esgoto na Baía de Guanabara seriam necessários mais R$ 20 bilhões para executar os planos municipais de saneamento das cidades que circulam a baía.
– Estamos falando apenas de esgoto. Só de universalizar e impedir que a carga orgânica chegue na baía – disse ele, acrescentando que rejeitos industriais, resíduos sólidos e vazamento de óleo de navios também poluem a baía.
Correa informou que erros de planejamento e de comunicação fizeram com que o governo caísse em descrédito com a população sobre o tema. Ele lembrou que há 20 anos, quando o governo do Estado obteve um empréstimo de R$ 2,5 bilhões, houve a promessa de que essa quantia seria suficiente para solucionar o problema, o que não ocorreu.
Depois, ao assumir compromissos olímpicos, o estado prometeu despoluir 80% da baía. “A gente colocou uma meta que era muito ousada, de ter a baía 80% despoluída e ninguém sabe explicar o que é esse 80%, se é de carga orgânica ou se não é. Ficou uma coisa muito mal colocada e que só contribuiu para esse descrédito original.”
Em crise, o governo do estado não tem, segundo o secretário, condições de arcar com os R$ 20 bilhões necessários. Para Correa, a única solução seria recorrer a parcerias público- privadas, o que também pode ser difícil pela situação econômica do país. “É a única saída que a gente tem. O estado não tem recursos para fazer isso”.
Para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, no entanto, o secretário afirmou que a qualidade da água não preocupa, porque as quatro raias de competição no interior da baía têm condições próprias para o contato humano.
– Isso não é mérito do governo. É a natureza que faz ali uma grande troca do mar – disse. A partir de hoje, as condições da água serão medidas diariamente e divulgadas 48 horas depois, o que deve se estender até o fim da Paralimpíada.
A Secretaria Estadual do Ambiente informou que, mesmo na Marina da Glória, de onde saem os barcos dos velejadores, as intervenções feitas para os jogos conseguiram garantir que a água tenha boas condições.
Lixo flutuante
Ameaça ao desempenho dos competidores, o lixo flutuante tem sido combatido com 17 ecobarreiras e 13 ecobarcos. Cerca de 2,4 mil toneladas foram impedidas de chegar à baía em seis meses, com dez ecobarreiras instaladas e uma média mensal de 45 toneladas foi coletada pelos ecobarcos. Mesmo assim, André Correa afirmou que não é possível garantir que o lixo não cause problemas durante a competição.
– A probabilidade de isso acontecer é muito baixa, mas não seria leviano de garantir. Lixo zero não existe nem na Baía de Guanabara nem em qualquer baía do mundo.
De acordo com o secretário, mudanças na governança, com maior comunicação entre os órgãos responsáveis pela baía, estão entre os legados dos jogos. Ele chamou atenção também para o destaque que o problema ambiental ganhou com a chegada da competição.
– Espero que, com o fim da Olimpíada, não pare essa cobrança.” Conforme André Correa, “a Baía de Guanabara virou a Geni (personagem escrito por Chico Buarque que era discriminada na Ópera do Malandro) e é culpa nossa, do governo. Como a gente sempre comunicou muito mal isso, acabou que os avanços ficaram obscurecidos – concluiu.
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Frei Betto: Escola sem partido?
20 de Julho de 2016, 13:55Uma das falácias da direita, no movimento Escola sem partido, é professar a ideologia de que ela não tem ideologia. E a de seus opositores deve ser rechaçada
Por Frei Betto – do Rio de Janeiro
Nada mais tendencioso do que o Movimento Escola Sem Partido. Basta dizer que um de seus propagadores é o ator de filmes pornô Alexandre Frota. O movimento acusa as escolas de abrir espaços a professores esquerdistas que doutrinam ideologicamente os alunos.
Uma das falácias da direita é professar a ideologia de que ela não tem ideologia. E a de seus opositores deve ser rechaçada. O que é ideologia? É o óculos que temos atrás dos olhos. Ao encarar a realidade, não vejo meus próprios óculos, mas são eles que me permitem enxergá-la. A ideologia é esse conjunto de ideias incutidas em nossa cabeça e que fundamentam nossos valores e motivam nossas atitudes.
Essas ideias não caem do céu. Derivam do contexto social e histórico no qual se vive. Esse contexto é forjado por tradições, valores familiares, princípios religiosos, meios de comunicação e cultura vigente.
Não há ninguém sem ideologia. Há quem se julgue como tal, assim como Eduardo Cunha se considera acima de qualquer suspeita. Como ninguém é juiz de si mesmo, até a minha avó de 102 anos tem ideologia. Basta perguntar-lhe o que acha da vida, da globalização, dos escravos, dos homossexuais etc. A resposta será a ideologia que rege sua visão de mundo.
Escola sem partido e sem rumo
A proposta da Escola Sem Partido é impedir que os professores eduquem seus alunos com consciência crítica. É trocar Anísio Teixeira, Lauro de Oliveira Lima, Paulo Freire, Darcy Ribeiro e Rubem Alves por Cesare Lombroso e Ugo Cerletto.
Ninguém defende uma escola partidária na qual, por exemplo, todos os professores comprovem ser simpatizantes ou filiados ao PT. Mesmo nessa hipótese haveria pluralidade, já que o PT é um saco de tendências ideológicas que reúne ardorosos defensores do agronegócio e esquerdistas que propõem a estatização de todas as instituições da sociedade.
Não faz sentido a escola se aliar a um partido político. Muito menos fingir que não existe disputa partidária, um dos pilares da democracia.
Em outubro, teremos eleições municipais. Deve a escola ignorá-las ou convidar representantes e candidatos de diferentes partidos para debater com os alunos? O que é mais educativo? Formar jovens alheios à política ou comprometidos com as lutas sociais por um mundo melhor?
Na verdade, muitos “sem partido” são partidários de ensinar que nascemos todos de Adão e Eva; homossexualidade é doença e pecado (e tem cura!); identidades de gênero é teoria promíscua; e o capitalismo é o melhor dos mundos.
Enfim, é a velha artimanha da direita: já que não convém mudar a realidade, pode-se acobertá-la com palavras. E que não se saiba que desigualdade social decorre da opressão sistêmica; a riqueza, do empobrecimento alheio; a homofobia, do machismo exacerbado; a leitura fundamentalista da Bíblia da miopia que lê o texto fora do contexto.
Recomenda-se aos professores de português e literatura da Escola Sem Partido omitirem que Adolfo Caminha publicou, em 1985, no Brasil, Bom crioulo, o primeiro romance gay da história da literatura ocidental; proibirem a leitura dos contos D. Benedita e Pílades e Orestes, de Machado de Assis; e evitar qualquer debate sobre os personagens de Dom Casmurro, pois alguns alunos podem deduzir que Bentinho estava mais apaixonado por Escobar do que por Capitu.
Frei Betto é escritor, autor do romance policial Hotel Brasil (Rocco), entre outros livros.
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Mais de 60% dos brasileiros não confiam em Michel Temer
1 de Julho de 2016, 11:06Temer assumiu o governo em 12 de maio, quando o Senado aprovou a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff
Por Redação, com Reuters e Agências de Notícias – de Brasília:
O governo do presidente de facto Michel Temer foi considerado ótimo ou bom por apenas 13% da população, mostrou pesquisa CNI/Ibope nesta sexta-feira, enquanto 39% avaliaram o governo como ruim ou péssimo. A pesquisa, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, apontou ainda que 27% confiam no presidente de facto, enquanto 66% não confiam. Já a maneira de governar de Temer é aprovada por 31% e desaprovada por 53%.
Segundo a pesquisa a maneira de Michel Temer de governar o país é desaprovada por 53%
De acordo com a pesquisa, a popularidade de Temer ficou ligeiramente maior do que a da presidenta Dilma Rousseff, em março de 2016. Ainda assim, o número de pessoas que avalia positivamente o atual governo é menor do que o dos que têm uma percepção negativa. O percentual de ótimo ou bom registrado neste mês é similar aos 10% do governo Dilma Rousseff em março deste ano (a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos). No entanto, apenas 14% aprovavam a maneira de governar e 18% confiavam na presidente. Entre os entrevistados, 44% acreditam que o governo Temer está sendo igual ao de Dilma.
A popularidade de Michel Temer é mais baixa na região Nordeste, onde 44% dos moradores consideram o governo ruim ou péssimo, 72% não confiam no presidente em exercício e 63% desaprovam sua maneira de governar. “Para 38% dos residentes na região Nordeste, o governo Temer está sendo pior que o governo Dilma Rousseff. Esse percentual cai para 25% entre os moradores do Norte e Centro-Oeste, 20% no Sudeste e 19% no Sul”, diz a pesquisa.
A maior insatisfação dos brasileiros é com as políticas de juros e impostos – ambas reprovadas por mais de 75% da população. Em seguida, vem a saúde (73% de desaprovação) e a segurança pública (72% de desaprovação).
As ações com maior crescimento no percentual de aprovação foram o combate à inflação e ao desemprego. A área com o maior grau de aprovação (33%) é o meio ambiente.
Temer assumiu o governo em 12 de maio, quando o Senado aprovou a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
A pesquisa foi feita entre os dias 24 e 27 de julho com 2.002 pessoas, em 141 municípios. A margem de erro é dois pontos percentuais e, segundo a CNI, o grau de confiança da pesquisa é 95%.
Encontro de Temer com Eduardo Cunha
Na última terça-feira, a presidenta afastada Dilma Rousseff comentou em sua página no Twitter que o encontro secreto de Michel Temer com Eduardo Cunha, ambos do PMDB, no Jaburu. “O presidente interino não consegue nem governar sem conversar com o presidente suspenso da Câmara dos Deputados, que já foi denunciado pelo STF duas vezes”, escreveu a presidenta.
Dilma também afirmou que o “erro mais óbvio” que cometeu foi a aliança que fez para a reeleição com o “grupo político de quem teve atitude de usurpação e traição”. “Poderíamos ter sido mais contundentes para denunciar golpe articulado pela mídia, descontentes que ‘não queriam pagar o pato’, oposição e golpistas”, destacou.
A presidenta, que tem buscado aprofundar o debate com diversos setores sobre a realização de um plebiscito sobre novas eleições como alternativa para enfrentar a crise política do país, também defendeu a realização de uma reforma política.
“É necessário uma profunda reforma política e não está em questão apenas o mandato do presidente da República, mas de todo o Legislativo. Estamos num momento especial. É preciso recompor conquistas e abrir caminhos para que se crie uma verdadeira democracia”, completou Dilma.
Ainda de acordo com Dilma Rousseff, “as condições políticas no Brasil estão em processo acelerado de deterioração, principalmente no plano federal” e dispara: “Está ficando cada vez mais claro que as razões que levam ao processo de impeachment são infundadas”.
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Mais de 60% dos brasileiros não confiam em Michel Temer
1 de Julho de 2016, 11:06Temer assumiu o governo em 12 de maio, quando o Senado aprovou a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff
Por Redação, com Reuters e Agências de Notícias – de Brasília:
O governo do presidente de facto Michel Temer foi considerado ótimo ou bom por apenas 13% da população, mostrou pesquisa CNI/Ibope nesta sexta-feira, enquanto 39% avaliaram o governo como ruim ou péssimo. A pesquisa, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, apontou ainda que 27% confiam no presidente de facto, enquanto 66% não confiam. Já a maneira de governar de Temer é aprovada por 31% e desaprovada por 53%.
Segundo a pesquisa a maneira de Michel Temer de governar o país é desaprovada por 53%
De acordo com a pesquisa, a popularidade de Temer ficou ligeiramente maior do que a da presidenta Dilma Rousseff, em março de 2016. Ainda assim, o número de pessoas que avalia positivamente o atual governo é menor do que o dos que têm uma percepção negativa. O percentual de ótimo ou bom registrado neste mês é similar aos 10% do governo Dilma Rousseff em março deste ano (a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos). No entanto, apenas 14% aprovavam a maneira de governar e 18% confiavam na presidente. Entre os entrevistados, 44% acreditam que o governo Temer está sendo igual ao de Dilma.
A popularidade de Michel Temer é mais baixa na região Nordeste, onde 44% dos moradores consideram o governo ruim ou péssimo, 72% não confiam no presidente em exercício e 63% desaprovam sua maneira de governar. “Para 38% dos residentes na região Nordeste, o governo Temer está sendo pior que o governo Dilma Rousseff. Esse percentual cai para 25% entre os moradores do Norte e Centro-Oeste, 20% no Sudeste e 19% no Sul”, diz a pesquisa.
A maior insatisfação dos brasileiros é com as políticas de juros e impostos – ambas reprovadas por mais de 75% da população. Em seguida, vem a saúde (73% de desaprovação) e a segurança pública (72% de desaprovação).
As ações com maior crescimento no percentual de aprovação foram o combate à inflação e ao desemprego. A área com o maior grau de aprovação (33%) é o meio ambiente.
Temer assumiu o governo em 12 de maio, quando o Senado aprovou a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
A pesquisa foi feita entre os dias 24 e 27 de julho com 2.002 pessoas, em 141 municípios. A margem de erro é dois pontos percentuais e, segundo a CNI, o grau de confiança da pesquisa é 95%.
Encontro de Temer com Eduardo Cunha
Na última terça-feira, a presidenta afastada Dilma Rousseff comentou em sua página no Twitter que o encontro secreto de Michel Temer com Eduardo Cunha, ambos do PMDB, no Jaburu. “O presidente interino não consegue nem governar sem conversar com o presidente suspenso da Câmara dos Deputados, que já foi denunciado pelo STF duas vezes”, escreveu a presidenta.
Dilma também afirmou que o “erro mais óbvio” que cometeu foi a aliança que fez para a reeleição com o “grupo político de quem teve atitude de usurpação e traição”. “Poderíamos ter sido mais contundentes para denunciar golpe articulado pela mídia, descontentes que ‘não queriam pagar o pato’, oposição e golpistas”, destacou.
A presidenta, que tem buscado aprofundar o debate com diversos setores sobre a realização de um plebiscito sobre novas eleições como alternativa para enfrentar a crise política do país, também defendeu a realização de uma reforma política.
“É necessário uma profunda reforma política e não está em questão apenas o mandato do presidente da República, mas de todo o Legislativo. Estamos num momento especial. É preciso recompor conquistas e abrir caminhos para que se crie uma verdadeira democracia”, completou Dilma.
Ainda de acordo com Dilma Rousseff, “as condições políticas no Brasil estão em processo acelerado de deterioração, principalmente no plano federal” e dispara: “Está ficando cada vez mais claro que as razões que levam ao processo de impeachment são infundadas”.
O post Mais de 60% dos brasileiros não confiam em Michel Temer apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.