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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

DILMA EM CURITIBA

18 de Outubro de 2014, 19:24, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda



George Galloway Educa Ouvinte Sobre a Palestina

6 de Agosto de 2014, 19:40, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda



MOTIVOS HISTÓRICOS DAS REVOLTAS E REBELIÕES NO CAMPO

22 de Junho de 2014, 18:05, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda

 

Tirado do DVD - Direito à Memória Verdade e Justiça – do Ministério da Justiça, relativos aos Estudos e Implantação da Comissão da Verdade no Brasil, sob o Título – Revoltas e rebeliões no campo.

Foto de Brasil247
A partir do início da década de 1960, a figura do trabalhador rural ganhou força e visibilidade política na cena pública do país. O reconhecimento de sua importância deveu-se, em grande parte, ao esforço de mobilização desses trabalhadores durante os anos de 1940 e 1950, período em que posseiros, parceiros, arrendatários, foreiros e colonos, entre outras denominações, passaram a se organizar coletivamente e a reagir principalmente contra as expulsões de trabalhadores das propriedades rurais.
Essas expulsões ocorreram por razões diversas, em diferentes regiões do Brasil – incorporação de antigos engenhos ao sistema de usinas; utilização de áreas de plantio de uso do trabalhador e de sua família com finalidades industriais; apropriação indébita de terras cultivadas pelo trabalhador rural; processo de urbanização acelerado pelo aumento das migrações do campo para a cidade. Em comum, porém, essas expulsões atingiram um número elevado de trabalhadores, de forma súbita, ao mesmo tempo e em áreas distintas do país.
As lutas sociais que eclodiram na área indicam que o acesso à terra funcionava como sua motivação básica – ainda que a reivindicação de reforma agrária só apareça como pauta unificadora do movimento no final da década de 1950. Todas essas lutas contaram com a participação de grupos e partidos de esquerda, envolveram um número significativo de camponeses e provocaram enfrentamentos armados entre trabalhadores rurais, jagunços e policiais.
Ainda que as motivações fossem distintas, as lutas em Porecatu, no norte do Paraná, remontavam ao final da década de 1940, quando posseiros começaram a ser mortos por jagunços encarregados de promover sua expulsão das terras. Também na revolta de Trombas - Formoso, ocorrida em Goiás, e que se prolongou por toda a década de 1950, o motivo foi a grilagem, a apropriação indébita de terras cultivadas por posseiros. Já na região do Triângulo Mineiro, as lutas foram provocadas pela transformação dos arrozais em pasto cultivado para receber milhares de cabeças de gado. Nas matas do Pindaré Mirim, no Maranhão, outro mote: a invasão do gado zebu nas roças destruindo a produção do trabalhador. Os motivos eram muitos, mas graças a lutas como essas surgiram organizações camponesas, e o Brasil evidenciou, no campo, a marca dos graves problemas sociais – problemas que exigiam soluções urgentes, não de natureza policial, mas política, como a Reforma Agrária.
Poderá ler também:
Para saber mais:
GRYNSZPAN, Mario. Da barbárie à terra prometida: o campo e as lutas sociais na história da República. In: GRYNSZPAN, Mario et al. (Org.). A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Fundação Getulio Vargas, 2002.
MEDEIROS, Leonilde Servolo. Luta por terra e organização dos trabalhadores rurais: a esquerda no campo nos anos 50/60. In: MORAES, João Quartim; ROIO, Marcos Del. (Org.). História do marxismo no Brasil: visões do Brasil. Campinas: Editora UNICAMP, 2007.
Referências bibliográficas:
BEZERRA, Gregório. Memórias (segunda parte: 1946-1969). Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1979.
BORGES, Joaquim. Operação anti-guerrilha. Uberaba: Editora Juruna, 1979.
COELHO, Marco Antônio Tavares. Herança de um sonho: as memórias de um comunista. Rio de Janeiro: Record, 2000. CONCEIÇÃO, Manuel da. Essa terra é nossa. Petrópolis: Vozes, 1980.
CUNHA, Paulo Ribeiro da. “Utopia e realidade na luta camponesa de Formoso e Trombas”. In: STARLING, Heloisa M. M, RODRIGUES, Henrique Estrada, TELLES, Marcela (org.) Utopias agrárias. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
GRYNSZPAN, Mario. “Da barbárie à terra prometida: o campo e as lutas  sociais na história da República”. In:__. GOMES, Angela de Castro, PANDOLFI, Dulce Chaves, ALBERTI, Verena (org.) A República no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira; Fundação Getúlio Vargas, 2002.
MEDEIROS, Leonilde Servolo. “Luta por terra e organização dos trabalhadores rurais; a esquerda no campo nos anos 50/60”. In:MORAES, João Quartim & ROIO, Marcos Del. (org.) História do marxismo no Brasil: visões do Brasil. Campinas: Editora UNICAMP, 2007.
PAULA, Delsy Gonçalves & SOARES, Paula Elise. “Uma história recôndita: a orientação socialista e as lutas no campo brasileiro”. In: PAULA, Delsy Gonçalves, STARLING, Heloisa M. M. GUIMARÃES, Juarez Rocha (org.) Sentimento de reforma agrária, sentimento de república. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.
SIQUEIRA, André Ike. “1950: caçada humana no norte do Paraná”. In:__. João Saldanha: uma vida em jogo. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007.
 

Fonte: http://crabastos.blogspot.com.br/2012/03/motivos-historicos-das-revoltas-e.html 



Parte do Manifesto Surrealista - André Breton - 1924

19 de Fevereiro de 2014, 22:39, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda
Parte do Manifesto Surrealista, apenas o primeiro parágrafo...

Manifesto do Surrealismo

(André Breton - 1924)




Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem entendido, a vida real, que afinal esta crença se perde. O homem, esse sonhador definitivo, cada dia mais desgostoso com seu destino, a custo repara nos objetos de seu uso habitual, e que lhe vieram por sua displicência, ou quase sempre por seu esforço, pois ele aceitou trabalhar, ou pelo menos, não lhe repugnou tomar sua decisão ( o que ele chama decisão! ) . Bem modesto é agora o seu quinhão: sabe as mulheres que possuiu, as ridículas aventuras em que se meteu; sua riqueza ou sua pobreza para ele não valem nada, quanto a isso, continua recém-nascido, e quanto à aprovação de sua consciência moral, admito que lhe é indiferente. SE conservar alguma lucidez, não poderá senão recordar-se de sua infância, que lhe parecerá repleta de encantos, por mais massacrada que tenha sido com o desvelo dos ensinantes. Aí, a ausência de qualquer rigorismo conhecido lhe dá a perspectiva de levar diversas vidas ao mesmo tempo; ele se agarra a essa ilusão; só quer conhecer a facilidade momentânea, extrema, de todas as coisas. Todas as manhãs, crianças saem de casa sem inquietação. Está tudo perto, as piores condições materiais são excelentes. Os bosques são claros ou escuros, nunca se vai dormir.

Fonte: http://crabastos.blogspot.com.br/2010/07/surrealismo.html 



MOVIMENTO MODERNISTA NO BRASIL

19 de Fevereiro de 2014, 22:23, por Claudio Roberto Angelotti Bastos - 0sem comentários ainda

MOVIMENTO MODERNISTA NO BRASIL
E
A SEMANA DA ARTE MODERNA

As duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pela crise do capitalismo e o nascimento da democracia de massas. A revolução socialista ameaçou a burguesia e esta, tomou consciência deste risco. O progresso materializado, nas invenções do telégrafo, automóvel, lâmpada, cinema, avião e telefone, geraram uma euforia – consequência da revolução científica experimentada naquele momento – que influenciaram em muito os movimentos modernistas, no Brasil e no mundo.

Esta euforia, no entanto, durou pouco. A desconfiança nos sistemas políticos, sociais e filosóficos vigentes, levou a sociedade a questionar os valores de seu tempo. Conhecido como os: "anos loucos", esse período é marcado, principalmente, pela ânsia de viver freneticamente, fruto da incerteza lançada pela guerra quanto à possibilidade de paz.

Para definirmos o que é o Modernismo brasileiro precisamos conhecer o processo social e histórico pelo qual o Brasil estava passando, o termo identifica-se com o movimento desencadeado pela Semana de Arte Moderna de 1922. Em 13, 15 e 17 de fevereiro daquele ano, conferências, recitais de música, declamações de poesia e exposição de quadros, realizados no Teatro Municipal de São Paulo, apresentam ao público as novas tendências das artes do país. Seus idealizadores rejeitam a arte do século XIX e as influências estrangeiras do passado. Defendem a assimilação das tendências estéticas internacionais para mesclá-las com a cultura nacional, originando uma arte vinculada à realidade brasileira.

O movimento modernista brasileiro está inserido num momento histórico de tentativa de reestruturação da sociedade, em busca de nova saída política, fatos históricos significativos que a antecederam, exerceu influência nas ideias de mudança e ruptura entre o velho e o novo, expressadas naquele momento. Os acontecimentos que precederam 1922, e, especificamente, a Primeira Guerra Mundial, que teve início em 1914, alterou imensuravelmente o mundo ocidental e teve seus reflexos no Brasil.
Os modernistas brasileiros travaram uma verdadeira luta para impor a sua revolução. O conservadorismo da sociedade brasileira impôs barreiras à renovação artística no país. A Academia Brasileira de Letras transformou-se, então, em guardiã das tradições, defendendo a estética parnasiana contra propostas vanguardistas. Mas o Brasil já vivia o vendaval cultural que varria o mundo. A indústria dava seus primeiros passos. A vida mudava e a arte moderna queria retratar essas mudanças.
Em 1922 ocorre então, a polêmica Semana da Arte Moderna, realizada em São Paulo no Teatro Municipal, tendo seus principais acontecimentos nos dias 13, 15 e 17, mas que na verdade foi realizada entre 11 a 18 de fevereiro de 1922, na qual artistas e intelectuais apresentam uma nova proposta para a cultura nacional. A Semana de Arte Moderna constituiu-se um marco inicial do modernismo no Brasil, mostrando-se afinada com a nova linguagem das correntes estéticas do começo do século. Esse movimento foi polêmico, pois rompeu com linhas artísticas, literárias e musicais existentes no Brasil que sofriam grande influência da Europa. As produções passaram a ter a alma e o espírito brasileiro autêntico, caracterizando fatos reais do país, sendo o seu ponto culminante a reflexão de toda essa ruptura entre o velho e o novo, o antigo e o moderno.
A corrosão da arte acadêmica brasileira era acompanhada pela intensificação das greves operárias contra a carestia, à fundação do Partido Comunista Brasileiro, à criação da Coluna Prestes e o crescimento do Tenentismo, gestando-se com esses e outros fatos a Revolução de 30, numa tentativa de reestruturar a sociedade brasileira em busca de uma nova saída política.
Todos esses, e outros, fatores contribuíram inegavelmente para o triunfo da Revolução de outubro de 1930, mas também devemos observar que igualmente relevante, (tanto para o modernismo como para a Revolução) foi à queda da Bolsa de Nova York, em 1929, desestabilizando totalmente o preço do café brasileiro, que era o principal produto da balança de exportação, nessa mesma data. Tal fato atinge, profundamente, no Brasil, o grupo dirigente desestruturando as velhas oligarquias e abrindo espaço para o novo – as pessoas aclamavam por mudanças o que acabou por dar legitimidade à arte e à literatura modernas.
O principal veículo das ideias modernistas é a revista Klaxon, lançada em maio de 1922.
O grupo modernista que agitou os meios artísticos era composto de vários intelectuais do Rio de Janeiro e de São Paulo, como os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia; os pintores Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Vicente do Rêgo Monteiro; o escultor Victor Brecheret; e os músicos Villa-Lobos e Guiomar Novaes, entre outros. Famosos ou em busca de fama, a estética nova e as ideias de vanguarda que apresentaram dividiram o público e a crítica.
A semana de 22 foi aberta com a conferência “A Emoção Estética na Arte Moderna”, de Graça Aranha, que atacava o conservadorismo e o academicismo da arte brasileira. Seguida da execução de peças do maestro e compositor Villa-Lobos e a pianista Guiomar Novaes e a declamação do poema "Os Sapos" de Manuel Bandeira, que ridicularizava o Parnasianismo. Seguiram-se também leituras de poemas de Manuel Bandeira onde apresentou o seu ensaio “A Escrava que não Era Isaura” na escadaria do teatro.
A Semana de Arte Moderna provocou gritos e vaias aos modernistas, assustando a burguesia, as ideias trazidas pelos artistas e intelectuais não foram recebidas com tranquilidade. As ousadias dos modernistas inquietaram e irritaram muito o público. Todo esse clima marcou a ruptura com o tradicionalismo. A arte apresentada estava em consonância com os estilos de vanguarda, estabelecendo, definitivamente, o início do movimento modernista no Brasil.
A partir da Semana de 22 surgem vários grupos e movimentos, radicalizando ou opondo-se a seus princípios básicos. O escritor Oswald de Andrade e a artista plástica Tarsila do Amaral lançam em 1925 o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que enfatiza a necessidade de criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da modernidade europeia. Em 1928 levam ao extremo essas ideias com o Manifesto Antropofágico, que propõe "devorar" influências estrangeiras para impor o caráter brasileiro à arte e à literatura. Por outro caminho, mais conservador, segue o grupo da Anta, liderado pelo escritor Menotti del Picchia (1892-1988) e pelo poeta Cassiano Ricardo (1895-1974). Em um movimento chamado de verde-amarelismo, fecham-se às vanguardas europeias e aderem a ideias políticas que prenunciam o integralismo, versão brasileira do fascismo. A ação integralista brasileira defende a criação, no Brasil de um estado integral, ou seja, uma ditadura nacionalista, com um único partido no poder e tendo como seu principal líder Plínio Salgado.
MODERNISTAS

René Thiollier (1) Manuel Bandeira (2) Mário de Andrade (3) Manoel Vilaboin (4) Francesco Pettinati (5) Cândido Motta Filho (6) Paulo Prado (7) Não identificado (8) Graça Aranha (9) Afonso Schmidt (10) Goffredo da Silva Telles (11) Couto de Barros (12) Tácito de Almeida (13) Luís Aranha (14) Oswald de Andrade (15) Rubens Borba de Moraes (16)

Fonte: Arquivo Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros – USP, reprodução, Cezar Coureiro, Arq. Rio Gráfica, Arq. Ed. Globo, Eduardo Queiroga, Arq. Ed. Globo


REFERÊNCIAS

ARTE NO BRASIL. A revolução da arte moderna. São Paulo: Nova Cultural, n. 7, p. 193-220, 1986.
_____. A revolução da arte moderna (conclusão). São Paulo: Nova Cultural, n. 8, p. 221-248, 1986.

BANCO DE DADOS DA FOLHA ON LINE. Semana da arte moderna: o sarampo antropofágico. Disponível em: acesso em: 30 maio 2003.
CALABRIA, Carla P. B.; MARTINS, Raquel Valle. Arte, história & produção: arte ocidental. São Paulo: FTD, 1997. v. 2.
CUMMING, Robert. Para entender a arte. São Paulo: Ática, 1996.
MORAES, Eduardo Jardim. Estudos históricos. Rio de Janeiro: [s. n.], v. I, n. 2, 1988
NOSSO SÉCULO: Anos de crise e criação 2ª parte – 1910/1930. Abril, v. IV, 1985.
80 ANOS DO MODERNISMO: semana de arte moderna de 1922. Revista Época. Rio de Janeiro: Globo, 28 jan. 2002.
REVISTA ISTO É. Rio de Janeiro: Três, mar. 2003.
WEBSTER, M. Helena. (org.) Arte brasileira: 1913/1994. Porto Alegre: Rede arte escola, mar. 1998.