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Toni Cordeiro

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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

SE FICAR O BICHO PEGA SE CORRER O BICHO COME

29 de Outubro de 2016, 20:56, por Gestão Pública Social
Como se não bastasse já estarmos vivendo em uma ditadura, apesar da Globo e cumplices tentarem esconder, ainda temos a sinuca de bico das eleições americanas. Quem seria pior para o Brasil? O maluco do Donald Trump ou a cínica da Hillary Clinton.


Historicamente, os hipócritas religiosos do Partido Republicano -  Bush filho foi aconselhado por Deus a invadir o Iraque e o Afeganistão, fizeram menos mal ao Brasil do que os Democratas. O Golpe de 64 teve início e total apoio do presidente democrata, John Kenedy, que falou ao então embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, “Tirem Goulard do Brasil”, segundo fitas gravadas na Casa Branca e exibidas no documentário “O Dia que Durou 21 Anos” do diretor, Camilo Galli Tavares.


Obama, que recebeu o Nobel da Paz em 2009, ultrapassou o Bush em mais do que o dobro em número de mortes através dos ataques de “drones”. A Al-Qaeda e suas “franchisings” terroristas, além do Boko Haran, do Da’ish (Estado islâmico) e outros grupos, nunca receberam tantos dólares e armas dos EUA, França e Inglaterra como nos dias do governo democrata do Obama, que por sinal, não se manifesta quanto ao golpe no Brasil.


Hillary, a nova candidata dos democratas à presidência e Secretária de Estado de Obama, foi grande incentivadora dos ataques à Síria e Líbano. As corporações armamentistas e do petróleo agradecem e muito os esforços dos EUA em levar a democracia aos quatro cantos do mundo. Aliás, os EUA tenta tomar conta da Síria desde o final da década de 40, mas como não ganhou mais nenhuma guerra depois da II Guerra Mundial... só faz piorar a situação do povo onde eles tentam levar a “democracia”. Ou já se esqueceram do menino Aylan Kurdi que apareceu afogado em uma praia da Turquia?


O problema aqui no nosso terreninho, é que os cucarachas fingem acreditar na máxima do Juracy Magalhães (ARENA) que dizia “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”. Quando na verdade, nada do que é bom para os EUA, necessariamente é bom para o Brasil. Mas nosso atual governo, que é golpista sim, e aquele bando de pessoas que saíram de amarelo às ruas, ainda acreditam na máxima e sonham em serem humilhados em Miami. Sonham em morarem em guetos de luxo. Cuidado, se der Trunmp a vida pode ficar ruim lá... ou seria se der Hillary? Na realidade, nenhum deles será bom para nós. Vão continuar querendo nosso óleo, nossa água e minérios.


Mudando de ”focinho de porco para tomada”, escrevi esse texto como uma forma de desabafo, para espraiar um pouco. Estou lendo o livro do Luiz Alberto Moniz Bandeira, “A Desordem Mundial, o espectro da total dominação”. Estou no 10º de seus 24 capítulos, e quando me lembro do tempo em que assistia a Globo e demais televisões (jornais). Quando me vêm à mente as imagens do Bonner, Merval, Cristina, Boris, Boechat, Sheherazade e outros e outros pulhas, me dá ânsia de vomito. Mas como ainda acredito que, se juntar o bicho foge, que tenham uma boa leitura, sem náuseas.


Sérgio Mesquita
Secretário de Formação do PT-Maricá



A contribuição do Programa de Capacitação Continuada em Gestão Pública da Fundação Perseu Abramo no cenário eleitoral

27 de Outubro de 2016, 17:27, por Gestão Pública Social
O Programa de Capacitação Continuada em Gestão Pública nas prefeituras petistas, integrante da Área do Conhecimento e do Laboratório de Gestão e Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo, teve início em abril de 2013, com seu primeiro curso: Plano de Governo e Ações para Governar. Um curso que percorreu as cinco regiões do país, deixando um legado na história de cada cidade que esteve presente.


O objetivo principal do curso, em suas 70 edições nas cidades sedes, foi o de discutir a concepção de um Plano de Governo, a partir de três importantes variáveis:


1. O desafio da integração de um governo, que requer entre outros mecanismos, alianças programáticas e não mercantilistas, além da quebra das “caixinhas de poder”;


2. Uma viagem no universo da máquina pública buscando melhorar a compreensão do Ato de Governar, assim como desmistificando a partir de experiências petistas bem sucedidas, o desafio do monitoramento e avaliação das políticas públicas;


3. Uma relação íntima com a sociedade através do incentivo à criação de Fóruns Temáticos Permanentes, que em regras gerais traz como elementos principais, o fortalecimento dos Conselhos Gestores e como consequência a ampliação da democracia participativa em todos os níveis.


Além do curso citado, considerado ao longo do trabalho como carro-chefe do Programa, outros dois cursos estiveram sendo ministrados: Empreendedorismo Social e Economia Solidária, que trabalha as questões específicas dos temas e Plano de Desenvolvimento Econômico e Social, que aborda a aplicação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Micros Empresas, Empresas de Pequeno Porte e Micros Empreendedores Individuais), abre discussão sobre o Desenvolvimento Econômico a partir do Desenvolvimento Humano e trabalha a ideia da implantação de um Sistema de Desenvolvimento Econômico e Social, a partir de seus instrumentos participativos.


Foram números expressivos nos 82 cursos ministrados: 19 Estados nas cinco regiões geográficas, em 70 cidades sedes, com 314 cidades presentes e 2879 participantes.


Pelas avaliações gravadas e escritas pelos participantes, os cursos deram uma nova visão do processo de capacitação, pois integraram pessoas em todas as regiões e caminharam com a militância petista do Oiapoque ao Chuí. Além disso, quase por unanimidade os cursos foram avaliados como uma excelente forma de integração, pois juntou gestores com servidores, com lideranças políticas e comunitárias, em busca de aprimorar o modo petista de governar, legislar e de se relacionar com a sociedade.


Trazendo o trabalho para o campo político e eleitoral, além de varias ações desenvolvidas a partir dos cursos, como por exemplo, a criação de grupos de estudo da gestão urbana em algumas localidades, há evidências de que de alguma forma o trabalho foi positivo eleitoralmente, numa parcela das cidades que estiveram presentes nos cursos.


Ao analisar as 354 cidades que estiveram presentes nos cursos, sendo que 40 delas estiveram presentes por mais de uma vez, 33 que o PT não participou do processo eleitoral, 5 com candidaturas impugnadas e 1 com candidatura própria em segundo turno, chegamos ao número de 30,54% de prefeitos e prefeitas eleitos, sendo 17 cidades com candidaturas próprias e 67 em coligações de outros partidos.


Se por um lado não dá para afirmar que o Programa de Capacitação Continuada foi decisivo nessas vitórias, também não dá para negar, tamanha foi à aceitação que os gestores receberam o trabalho e expressaram isso em suas avaliações.


Uma coisa é certa, o Programa de Capacitação Continuada contribuiu e contribui para o fortalecimento da Área de Conhecimento da Fundação, composta também pelos cursos de Mestrado, Especialização e o Curso de Difusão do Conhecimento.


Como dizia Paulo Freire: “Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar e há sempre o que aprender”.


Antonio Lopes Cordeiro

Coordenador do Programa de Capacitação Continuada 




O que esperar dessas eleições municipais?

1 de Outubro de 2016, 22:47, por Gestão Pública Social
O exercício democrático nos oferece amanhã mais um capítulo das eleições municipais, em meio a uma das maiores crises políticas da história do país. Uma crise que tem como objetivos: conter o avanço democrático dos últimos doze anos, estancar as conquistas trabalhistas e intervir diretamente nas conquistas sociais, terceirizando as funções sociais do Estado.


Além disso, ressurge como grande cenário político ideológico a retomada do projeto neoliberal interrompido pelos governos de Lula e Dilma. Isso inclui entre outros retrocessos, a volta do FMI, a venda do que restou de patrimônio nacional, a gestão do petróleo pelas estatais americanas e a introdução de empresas multinacionais da construção civil, a partir da quebra das nacionais com o evento da lava jato. Algo bem parecido com o que está ocorrendo no Iraque, após o assassinato de Saddam Hussein.


Trata-se na verdade de mais uma estratégia do capitalismo mundial, que ocorre em vários países, mas com prioridade para os países da América Latina.


Nem se discute a importância das eleições, pois muita gente foi presa e torturada e muitos deram a vida para que tivéssemos a oportunidade de votar, após o golpe militar de 64 que durou mais de vinte anos. Porém, algumas perguntas se fazem necessárias: O que de fato uma eleição como essa, num momento tão crítico politicamente falando, trará de resultados concretos para a realização dos sonhos de milhares de brasileiros e de brasileiras? Que país sobrou após o golpe que derrubou a Presidenta Dilma? O que será da esquerda brasileira, que a meu ver parou no tempo? Como organizar o enfrentamento a essa nova modalidade de golpe?


Na busca de algumas respostas sem paixão, se faz necessário primeiro entender o enredo do processo político atual no país. O golpe foi alimentado sob o pretexto do combate à corrupção e pelo deus mercado entender que precisava derrubar Dilma, mesmo que isso gerasse um prejuízo incalculável para algumas de suas empresas, visando especialmente às eleições de 2018 e barrando qualquer possibilidade de uma possível volta de Lula como Presidente.


Num processo kamikaze, ao mesmo tempo em que a mídia golpista, junto com a elite devassa negava a importância da boa política e do voto, na medida em que afirmavam que todos os políticos roubam e que a política é uma coisa ruim, recorreram ao Congresso Nacional bizarro eleito pelo desprezo à política e derruba-se a presidenta eleita democraticamente por mais de 54 milhões de eleitores. Fato consumado por 61 elementos, onde a maioria deles tem problemas com a justiça.


Para piorar a situação, alguns partidos de origem progressista e parte dos integrantes de alguns partidos de esquerda, cederam à tentação de virarem partidos de resultados ou partidos eleitorais e profissionais da política, não investindo em formação política, não estimulando o surgimento de novas lideranças e abandonando o compromisso de ajudar a sociedade a se organizar em busca de seus direitos. Com isso perderam a identidade e a credibilidade. Viraram organizações idênticas que lutam apenas por pequenos poderes, resultados favoráveis e vagas nos espaços públicos em troca de apoio e mandatos. Surge assim uma nova personagem, a República de Mandatos. Algo que se apresenta maior do que as próprias direções partidárias.


Do ponto de vista dos eleitos, a impressão que se tem é que a maioria deles e delas, nos 5570 municípios, seja para o executivo ou legislativo, governam e legislam para si ou para o grupo que os apoia e os financia e não para e com a população. Governam e legislam de costas para o povo, principalmente para os que mais precisam. Nem a maioria dos eleitos do campo progressista ou de esquerda, se submete a governar a partir de Fóruns Temáticos Permanentes e legislar a partir de Conselhos de Mandatos.


Apenas a título de ilustração, certa vez numa palestra para membros da gestão pública de uma prefeitura de médio porte, com secretários, diretores, gerentes e apoiadores, além de lideranças comunitárias, inclusive com o prefeito presente, perguntei a cada secretário se sabia em detalhes os projetos de seus colegas e o que cada projeto tinha em comum e para minha surpresa a resposta, quase unânime, foi a de que não sabiam. Ninguém sabia o que estava acontecendo na secretaria ao lado da sua. No meio a falta de planejamento e organização, temas como esse não vão para as pautas das reuniões do secretariado. Em geral se administra o caos e assim tudo vira urgência.


Para complicar ainda mais perguntei também quem conhecia em detalhes o Plano de Governo, se tinham participado do processo de formulação, ou ainda quem já tinha visto pelo menos um exemplar do Plano. Para todas as perguntas, por incrível que pareça foi também não. Isso mostra que o Plano de Governo, para muitos gestores é apenas um papel e não um compromisso que devia ser atualizado a cada encontro com a população.

Outro fator preponderante vem do fato das alianças serem mercantilistas e não programáticas, o que faz com que cada secretaria vire uma prefeitura independente, por falta de transversalidade e integração de governo.


O que isso tem a ver com o resultado do processo eleitoral que se aproxima? No meu entendimento muito, pois é nesse desencontro que a politica se desenvolve, com ou sem nenhuma participação da população.


Essa breve análise de fatos nos revela que infelizmente para uma enorme quantidade de políticos, o importante é ganhar. Não importa como e muito menos com quem. A única forma de tentar intervir nesse processo viciado da velha política eleitoreira será uma ampla e participativa Reforma Política, que consiga dar voz a sociedade e discuta a representação a partir da participação.


Com esse clima golpista e a falta de compreensão de grande parte da sociedade, a impressão que tenho é que o campo democrático sairá ainda menor e o que nos resta é organizar a população para cobrar seus direitos e mostrar aos funcionários públicos de carreira que ou eles lutam com dignidade ou perderão o emprego em breve, pois a intensão da trupe governista golpista é terceirizar e privatizar o que for possível e dê tempo.


Infelizmente não dá para cobrar consciência política num processo onde o coração fala mais alto que a razão.


A única coisa que me alegra é saber que a luta mal começou e o embate revelou que nasceram novos e vigorosos personagens que estão prontos para um grande conflito em defesa da dignidade humana.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)

Pesquisador em Gestão Pública e Social
Tonicordeiro1608@gmail.com