Go to the content

Toni Cordeiro

Full screen

Blog

April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

Onde estávamos quando tudo aconteceu?

September 19, 2018 18:15, by Gestão Pública Social
Confesso minha enorme dificuldade para escrever algo nesse momento que faça sentido, diante desse triste cenário nacional que vivemos. Cada dia que passa ficamos mais revoltados com o golpe, com a politicalha profissional, com a mídia partidária e tendenciosa, com o partidarismo da Justiça e pelo fato de saber que parte da população está à venda por qualquer vantagem. Além disso, estamos diante das eleições mais ideologizadas da história. De um lado a direita golpista e o fascismo e do outro um projeto de retomada do país.


Porém, para não dizer que não falei das flores, vamos ao que interessa.


Inicio o post buscando o que a história tem a dizer do dia 11 de setembro. Além do atentado sangrento ocorrido nos EUA em 2001, que vitimou quase três mil pessoas e que ainda hoje continua nebuloso para se desvendar o que de fato ocorreu, pois esconde verdades que não foram contadas, particularmente quero chamar a atenção para dois outros fatos ocorridos nesta data.


Em 1973 o Presidente Salvador Allende é assassinado pelo exército chileno em seu local de trabalho e o episódio dava início a uma ditadura militar das mais sangrentas, que matou mais de 3 mil pessoas, prendeu mais de 80 mil e torturou mais de 30 mil. Tudo isso ocorreu pelas mãos do General Pinochet que em tese era seu aliado e seguindo as orientações do império deu o golpe fatal, assim como o ocorrido no Brasil da atualidade onde o Temerário trai a Presidenta Dilma e encabeça mais um golpe no país, que infelizmente está se tornando especialista em golpes, onde a própria República foi um deles.


O outro fato relevante e lamentável ocorreu aqui no Brasil. A substituição forçada do Ex-Presidente Lula por Haddad no processo eleitoral, impedido pela justiça partidária de concorrer às eleições, em desacordo até mesmo com a decisão da ONU, foi uma cena dolorosa e lastimável e que ficará na história do país para sempre, como o dia em que a jovem democracia brasileira foi mais uma vez violada e dessa vez manchando o nome do país perante aos organismos internacionais. Tudo isso para beneficiar o deus mercado.


É evidente que Lula está preso sem provas, apenas para que não venha ganhar as eleições, assim como Dilma foi deposta para que os agentes do sistema fizesse a varredura nos direitos civis e constitucionais, além do prejuízo maior que foi o ferimento de morte nos direitos trabalhistas e sindicais. Por outro lado, se Lula conseguir transferir seus votos para Haddad, elegerá seu representante mesmo estando preso de forma inusitada e mostrará ao mundo seu carisma e sua liderança mundial consolidada.


Com tudo isso acontecendo e eu muito longe de ficar dando milho aos pombos, como na música de Zé Geraldo, me sinto na necessidade de ao escrever, mesclar a dura realidade com o subjetivo em busca de fortalecimento, como algo que leve a quem lê a possibilidade de reflexão sobre a nossa existência e o papel que pudemos realizar enquanto vida em busca de nossas missões.


Ao ler dois belos textos sobre a meia idade, onde nela estou, tanto sobre suas consequências, como principalmente a beleza que é envelhecer, cheguei à conclusão do quanto perdemos na atualidade e do tamanho do enfrentamento que nos espera para os próximos anos. O Brasil da atualidade está envelhecendo, porém enxergando essa população como uma despesa civil.


Segundo o IBGE desde 2012 a população acima de 60 anos cresceu 19%. Essa população que em 2012 era de 25,4 milhões, hoje é de 30,2 milhões, sendo 56% de mulheres e 44% de homens. A previsão é que em 2060, 1 a cada 4 brasileiros(as) terá mais de 65 anos.


Portanto, ou se arruma um meio de exterminar essa população mais cedo, como por exemplo, com as doenças advindas dos agrotóxicos, com o fim do SUS ou ainda com a liberação das armas como o candidato fascista e seu vice defendem, ou se criam condições dessa população viver e bem.


Sinto que o momento é grave e não nos permite filosofar e sim agir para que as vidas de homens e mulheres que as perderam no passado lutando por democracia, justiça e liberdade sejam respeitadas e para que não nos envergonhemos quando nossas crias forem relatar para seus filhos e suas filhas que história de vida deixamos como herança.


Viver para um militante político é agir de acordo com as reviravoltas da vida e entender que é a linha da vida que define quem é cada um e cada uma de nós. Como na metáfora das pipas, a vida pode significar o desafio permanente de por uma pipa no ar. Entendendo a pipa nesse caso como o ato da defesa intransigente da cidadania, da democracia e da liberdade, além do combate permanente aos inimigos da população necessitada e de quem transforma a pobreza e a miséria numa indústria de votos.


Uma das coisas mais importantes que aprendi na vida é que quem é forjado na luta vive do calor de cada momento, do clima político-organizacional e de observar as ondas que ocorrem com o pulsar da sociedade.


Na prática, se eu tivesse nascido para viver atoa, ou tivesse vindo ao mundo a passeio, por certo teria que nascer novamente para refazer minha trajetória de vida, mas felizmente eu vim ao mundo a trabalho e para uma missão, que há tempo eu a descobri.


Buscar a paz pessoalmente significa entre outras coisas se enxergar com a missão cumprida. Vamos à luta!

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social