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Toni Cordeiro

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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Dizem que a Sabedoria mora logo ali atrás daquele monte...

22 de Junho de 2018, 16:38, por Gestão Pública Social
Falar de conhecimento é trivial, mas falar de Sabedoria é fundamental.

Imagino que para descrever com precisão o que é Sabedoria, seria necessária quem sabe uma poesia, tamanha é a sensibilidade envolvida, ou evocar os filósofos para que nos ajudasse a entender sua dimensão, porém como não sou poeta, faço aqui uma breve saudação: “Querida Sabedoria tu és o mantra sagrado para a nossa forma de ser. Andaste por minha cabeça, caminhaste comigo pelas veredas do conhecimento, mas foi o encontro de quem sou com a missão que carrego no peito que me fez te observar com outros olhos e me aproximar de ti. Seja Bem Vinda!”. 


Para os antigos gregos Atena era a deusa da Sabedoria e das artes, concebida da união de Zeus e da deusa Métis, também chamada pelos romanos de Minerva, pelo voto de desempate que deu quando julgou Orestes juntamente com o povo de Atenas. Uma deusa guerreira protetora de seus heróis escolhidos e também de sua cidade Atenas. Atena foi a deusa da Sabedoria, da prudência, da capacidade de reflexão e do poder mental, além de ser amante da beleza e da perfeição. Uma divindade completa.


Como falar de Sabedoria nos dias de hoje? Como se tornar sábio em plena era do conhecimento? Qual a contribuição do conhecimento para a Sabedoria e que caminho seguir para o seu encontro?


Quero crer que nos dias atuais, um caminho para a Sabedoria seria agregar uma junção de elementos que vão além dos conhecimentos adquiridos nos bancos escolares ou acadêmicos, aliando experiência de vida, militância por uma causa, sensibilidade humana e bom senso, onde um ato de sabedoria seria aprender com os erros. Como resultado, quem sabe se teria a saída do individual para o coletivo e principalmente saber ponderar os conflitos gerais com os conflitos pessoais.


Ao me referir à Sabedoria através de um monte, quero chegar com isso à discussão de que metaforicamente falando, podemos afirmar que no decorrer de nossas vidas temos muitos montes a escalar, muitos deles advindos das nossas próprias escolhas. O que são de fato esses montes? São todas as dificuldades, obstáculos, desamores e falta de crença em nossa capacidade de enfrentamento e busca de soluções. Uma longa caminhada cheia de contradições, provocadas pelo fato de não agirmos com sabedoria na maioria das vezes.


Por outro lado, há um ditado da sabedoria popular que diz: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”.  Uma incômoda verdade para o bem, mas um tremendo alívio para as coisas do mal que de vez enquanto aparecem em nossos caminhos. Algo que se encarnou no imaginário popular e de uma verdade quase que absoluta.  

A parte boa de uma escalada é que provavelmente se encontre no caminho o inesperado, onde tudo parece ser a primeira vez. Com isso, virão às novas escolhas e oportunidades para se chegar ao topo mais uma vez. Talvez essas caminhadas nos façam ricos em conhecimentos, mas se não tivermos Sabedoria suficiente para entender os porquês de estarmos lá, a vida vai e nos coloca novamente diante de novas encruzilhadas e novos montes teremos que escalar até que aprendamos.


Referindo-me aos letrados num país de desiguais, onde o sistema seleciona os melhores pela meritocracia, porém com oportunidades diferentes, a grande pergunta é: o que será que todos esses anos de estudo e títulos contribuíram para a sabedoria de cada um e de cada uma de nós? A resposta a essa pergunta pode nos levar a uma melhor compreensão da diferença entre conhecimento e sabedoria e como e onde aplicá-los.


Conheço muitas pessoas que flutuam no saber com todo conhecimento que possuem, mas em termos de Sabedoria são verdadeiros elefantes andando sobre taças de cristais. Creio que tal fenômeno ocorra pelo fato da Sabedoria ser o ponto de equilíbrio da sensibilidade humana. Uma espécie de amadurecimento da alma, independente da idade. Tem pessoas que logo amadurecem, enquanto outras morrem sem saber do que se trata.


Sempre quando escrevo busco referências, tantos nos clássicos, como nos grandes nomes que deixaram suas histórias como contribuição. Trago dessa vez duas frases sobre Sabedoria, a partir de dois contextos diferentes:


A primeira da poetisa e contista brasileira Cora Coralina, considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, que lançou seu primeiro livro em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), com quase 76 anos de idade: “O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A Sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes”.


A segunda de Lao-Tsé, que de acordo com a tradição, viveu no século VI A.C. numa época conhecida como Cem Escolas de Pensamento. Conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é verdadeiro poder”.


Dizem que a Sabedoria mora logo ali por trás daquele monte e repousa calmamente em águas cristalinas para saciar a sede de quem conseguir chegar até lá.


Bem que a Sabedoria poderia dar em árvores. Eu mesmo ia ter várias plantadas no quintal da minha vida. Vamos à caminhada?

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social




Que tal falarmos de amor-próprio?

19 de Junho de 2018, 12:14, por Gestão Pública Social
Você saberia explicar o que é amor próprio? Sente-se com amor-próprio suficiente para perdoar se necessário for? Como uma pessoa que não se ama ou se ama em excesso pode representar os sonhos de um povo e ainda mais caminhando junto com o próprio povo?


Que tal iniciar essa conversa com uma frase de Oscar Wilde? “Amar a si mesmo é o começo de um romance para toda vida”. Isso a meu ver é amor-próprio. O objetivo dessa conversa é apenas tentar bulir com a consciência dos leitores e das leitoras do blog e ao mesmo tempo afirmar que sem amor-próprio, ou com o excesso dele, se torna impossível amar alguém. Tanto conheço pessoas sem amor-próprio algum, como conheço outras que se amam tanto que se bastam. Em ambos os casos não conseguem amar ninguém.


Podemos afirmar que amor-próprio, sem a preocupação de buscar um conceito mais elaborado, é um sentimento de dignidade, respeito e amor que o ser humano tem por si mesmo ao se valorizar, se respeitar e ser cuidadoso com seu dia a dia. É um tema tão amplo que envolve a psicologia e a psicanálise para um entendimento mais aprimorado. Por outro lado, os desencontros da vida em termos de realizações e aspirações, por certo são grandes conflitos na contramão da autoestima e também do amor-próprio.


O que me leva a escrever sobre um tema tão complexo é sem dúvidas tentar entender o porquê das pessoas terem uma enorme dificuldade de falarem de seus projetos de vida, de seus sonhos e principalmente de tentarem projetar seus futuros. Há evidência de que essas dificuldades só ocorrem porque inúmeras pessoas vão perdendo o amor próprio e com ele até o gosto de viver. Fato que desagua em vários problemas do nosso dia a dia.


O que considero mais complicado é que vivemos um período de embrutecimento na sociedade, fruto dos eternos desencontros sem causa, que se tornaram o epicentro das diversas crises de identidade da atualidade. Como resultado disso, um imediatismo surreal, pessoas frias e calculistas buscando várias formas de relacionamentos e principalmente uma grande novidade pública que é o ódio de classe, que mata e deixa inúmeras sequelas. 


No texto anterior afirmo que gosto mais do termo comunidade, pois está mais próximo ao bem comum, em contraposição ao termo sociedade, que a meu ver é uma convenção voltada muito mais em servir ao deus mercado e onde se alojam todas as contradições humanas e todas as formas de desamor.


É hilário afirmar, mas as pessoas odeiam o que não veem porque seus vizinhos de fofocas odeiam e amam o que a velha mídia determina, sem saber ao menos o que é o amor. Como algo assim pode dar certo? Não há espaço para amor-próprio quando a pessoa está perdida, em crise existencial ou de identidade. Amar-se requer antes de tudo saber aonde se quer chegar.


Dizem que essas mudanças de cursos comportamentais são sinais dos tempos. Eu sinceramente não acredito, creio mais ser resultado dos efeitos do sistema, da meritocracia, do individualismo e principalmente da alienação institucional, que desvia os seres das conquistas do pertencimento e os remete à veneração do que não lhes pertence.


Esses efeitos geram um falso cenário que impede o entendimento e a visualização de que a maioria da população brasileira é fruto da expropriação de valores, da sonegação de direitos e principalmente da desumanização, onde os valores individuais se sobrepõem aos valores coletivos, onde o ter e o ser estão em eterno conflito. Como ter amor-próprio diante dessa realidade?


Para quem assistiu a trilogia Matrix sabe que a sociedade está voltada para a alimentação do sistema e que quando se fala em sistema existem apenas duas dimensões: uma moldada para servi-lo e a outra de quem luta contra o tal. No vácuo existente entre as duas, está situada a maioria das pessoas, perdidas sem saber ao certo qual é seu papel humano e uma disputa invisível se trava no sentido de tentar absorver esse grande contingente de pessoas.


Creio que o processo de namoro político e a cooptação ideológica deveria se dá por aí, a partir do resgate humano das pessoas, ajudando-as a se encontrarem e melhorando a autoestima delas. Fazendo-as acreditarem que juntas poderão mudar o mundo se quiserem. Isso só é possível a partir do entendimento da missão como um grande mutirão e saindo do individual para o coletivo. Talvez aí esteja a grande diferença num processo eleitoral, de quem busca eleitores e eleitoras para a manutenção de seus cargos e quem organiza a base da sociedade a partir de valores coletivos ao invés de individuais.


Diante do exposto, ficam ainda algumas perguntas a serem respondidas: É possível alguém sem amor-próprio ou com excesso dele sair do individual para o coletivo? O que tem a ver a vaidade com amor-próprio? Quais são os efeitos do amor-próprio ou do amor em si ao excesso em relação ao verdadeiro amor? É possível trabalhar o amor-próprio a partir de uma ação coletiva?


Termino nossa conversa com duas frases sobre amor-próprio. A primeira do Jean-Jacques Rousseau, fazendo uma alerta: “O homem, guiado pelo amor-próprio, corrompe-se, passa a ter o desejo de ser superior aos outros, aliena-se”. A segunda do Marquês de Maricá, fazendo uma contraposição do amor-próprio, através da consciência: “Ninguém nos aconselha tão mal como o nosso amor-próprio, nem tão bem como a nossa consciência”.


No mais, observo com temor as tempestades, mas sei que sempre depois delas vem um arco-íris e com ele a vontade de seguir em frente...


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)


Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social



Lula está preso... na mente e no coração povo brasileiro

11 de Junho de 2018, 17:03, por Gestão Pública Social

A imagem pode conter: 2 pessoas, incluindo Jocivaldo Dos Anjos, pessoas sorrindo, texto
Três prisões marcam a vida do maior líder político da atualidade: a literal, que é a da justiça seletiva de Curitiba, que aprisiona politicamente, a partir de “um grande acordo nacional com supremo e tudo”, com medo de perderem a eleição e o projeto de inclusão social voltar a vigorar no Brasil. A segunda prisão que acomete ao maior presidente da história do Brasil é a do coração do povo. Esta se trata de uma prisão sentimental. O homem Lula dá passagem para o Mito se manifestar. O mais amado entre os brasileiros e um dos maiores do mundo. “O presidente povo e o povo presidente”. O povo se ver no Lula, sua representação. O Lula é o espelho do povo brasileiro. Queiram ou não os opositores.

A terceira prisão que acomete o Lula (nesta pequena análise) é a da mente das pessoas. O brasileiro jamais viveu tempos de maior prosperidade. Para além dos ganhos vistos em material tem também a felicidade do povo e o otimismo. O governo de Lula deixou marcas para a história do Brasil inapagáveis. A justiça de crescimento com distribuição fez do Brasil um lugar melhor de se viver. O que sobra destas três prisões?


Destas prisões pelas quais Lula passa (além de outras) sobra o resultado da pesquisa DataFolha divulgada neste início de junho de 2018. Sobre dados inequívocos de que após mais de dois meses o eterno presidente do Brasil continua ganhando de todo mundo. Com  30% dos votos dos entrevistados. Dado relevante se encontra em relação a segunda colocação. Devido o fato de Lula está preso e ainda ser uma incógnita sua aceitação pelo TSE (MAS, QUE SERÁ REGISTRADA), conforme deliberação do PT em aceitação e consonância com o pré-candidato, a segunda colocação na pesquisa se trata de um ineditismo na política. Se em 2014  de 8% das pessoas declaravam não ter candidato ainda, esta eleição aponta 23% do entrevistados. Isso aponta que a margem de Lula pode subir de 30%, em sendo declarado candidato, para ganhar a eleição já no primeiro turno.


A relevância desta informação da pesquisa é uma demonstração de que há pessoas que a grade não prende porque é maior do que ela. Pessoas que se tornam ideias. Ideias que se tornam sonhos. E sonhos, já dizia o poeta: não envelhecem.

Não há prisão que prenda a ideia. A ideia é Lula. Lula é a ideia.


Jocivaldo dos Anjos
Aluno especial do Doutorado em Administração Pública 
pela Universidade federal da Bahia – UFBA
jocinegao@hotmail.com




Governar e legislar são meios ou fins em si mesmo?

6 de Junho de 2018, 22:02, por Gestão Pública Social
Mudando de conversa e voltando ao campo das discussões políticas, uma pergunta feita durante os debates do Curso Plano de Governo e Ações para Governar da Fundação Perseu Abramo na cidade de Matão/SP, em 2015, ficou na memória e levantou uma série de questões que continuam na ordem do dia.


Governar e legislar num país capitalista como o Brasil, do ponto de vista ideológico de esquerda, são meios para as mudanças efetivas e necessárias na sociedade, ou fins em si mesmo? Governar e legislar são meios ou fins?


Uma discussão acalorada que encontrou ressonância com outra questão levantada: o PT e seus aliados nos quatro governos nacionais chegaram ao poder ou apenas aos governos? De que poder estamos falando?


Quanto ao poder, se chegou à conclusão de que num país capitalista de fato quem determina é o econômico, como afirmava Karl Marx e, portanto se um partido de esquerda, ou mais à esquerda, governar o país, um estado ou um município, ou fará concessões ao capital ou não governará e mesmo assim não terá controle sobre o poder econômico. Basta ver o impeachment de Dilma.


Para início de conversa, sem entrar no mérito, tanto sociológico como antropológico, defendo a ideia de que o termo sociedade é uma convenção, que serve muito mais ao deus mercado do que ao ser humano em convivência. Prefiro o termo comunidade, pois em comunidade se vive situações coletivas e nos aproxima do bem comum, assim como das causas comuns.


Trago essa temática num momento de desencontros políticos. Entendo ser uma conversa necessária e atual, principalmente para se sair do debate pessoal contra essa ou aquela figura política que encabeça uma composição temerária como aliança e chegarmos a algumas conclusões dos porquês de tanta gana por determinadas alianças mercantilistas, comandadas pelos profissionais da política e principalmente quem ganha e quem perde com isso.


Em minha avaliação, quase que de forma geral, o processo eleitoral é conduzido, primeiro por vários interesses político-econômicos, que passam longe dos reais interesses da população que mais precisa e segundo que quase sempre é conduzido pelo emocional e não pela razão de ser. Ou seja, existe uma paixão cega pelo candidato ou pela candidata, sem nenhuma racionalidade. Isso na prática distancia as pessoas de entenderem a intencionalidade dos candidatos e das candidatas, deixando-os livres para agir.


A racionalidade está na discussão e formulação dos projetos políticos, que é quem pode dar vida a qualquer candidatura e as quantas mãos foram realizados. Em resumo, se tem projeto coletivo dá para se respeitar, mesmo que se discorde, agora se for uma carreira solo ou de interesses de um determinado grupo financeiro, serve apenas à Matrix, ou seja, ao sistema.


Ouço e observo por várias vezes crises de vingança que mais expressam a falta de maturidade política de seus atores, do que uma posição ideológica de discordância na essência da questão. Aquelas do tipo: “Ah se acontecer isso ou aquilo, saio do partido...”. Ou ainda “Caso isso ocorra, abandono a vida política...”. Isso é tudo que o sistema quer. Criar contradições e crises infantilizadas diante da complexidade da escolha de uma causa a se lutar, que se for real, acaba se transformando em projetos de vida.


É importante registar que existem vários desvios de conduta num processo eleitoral, quase imperceptíveis aos olhos de quem apaixonado está ou ainda de uma parcela da sociedade que foi transformada em massa de manobra para servir ao sistema, com a grande contribuição do PIG – Partido da Imprensa Golpista. Com isso, o voto, que se lutou tanto para se ter o direito de votar, tornou-se quase uma brincadeira obrigatória. Vota-se por obrigação, porém sem convicção. Vota-se por interesses e não por identidade política.


Eis alguns desvios politico-eleitorais que considero relevantes:


1. Vende-se a ideia de senso comum, de que todo político é ladrão e que política é uma coisa ruim. Com isso, todo pleito fica comprometido, fazendo com que a população vote em qualquer um ou qualquer uma, até por deboche.


2. Desclassificam-se as eleições como forma de elegerem quem a direita quer, usando para isso o ódio de classe e o ódio à classe política.


3. Priorizam-se os cargos majoritários, não por acaso, em detrimento dos legislativos, que é quem cria leis e as modificam. Isso faz com que se passe também a ideia de um voto de segunda classe para os cargos legislativos


4, Compõe-se os governos a partir de acordos mercantilistas, meio que do tipo escambo, ao invés de busca de afinidade a partir de um Plano de Governo.


5. Devido aos tipos de alianças e compromissos com as mesmas, não se discute a integração de governo a partir de um Plano Estratégico. Os diversos setores de governo acabam virando “caixinhas de poder”, com projetos personalistas, individualizados e bem longe da participação.


6. A maioria dos eleitos e das eleitas governa e legisla para si e às vezes até para a população, porém nunca com a mesma. Uma gestão participativa, seja no executivo ou no legislativo, necessita de instrumentos participativos, tais como: Conselhos de Mandatos e de Governos, Fóruns Temáticos Participativos, Mandatos Itinerantes, Capacitação Contínua, etc...


7. Predominância mercantilista, tanto para a maioria dos governos, como dos mandatos legislativos, tendo o assistencialismo como única moeda de troca.


Se o ato de governar e o de legislar são apenas fins em si, talvez se justifique as carreiras políticas solos. Aqueles ou aquelas que governam e legislam pensando apenas em seus umbigos e ficam para a história como heróis e heroínas do caos. Em tese, comandam um exército de ovelhas bem treinadas e vão tecendo a grande teia do poder, além de contribuir para que a pirâmide econômica seja cada vez mais dinâmica.


Porém, se os atos de governar e de legislar são entendidos como meios para as mudanças necessárias e efetivas na sociedade, cada espaço conquistado tem que ser transformado em pontos de empoderamento, conscientização e consequentemente em atos de militância constantes. Nesse caso, governa-se e legisla-se buscando a construção de bases na sociedade e não apenas de eleitores e de eleitoras. Não se busca heróis ou heroínas para ficarem na história e sim representantes dos anseios das comunidades.


As inquietudes de Matão foram discutidas nos cursos em 19 estados e serviram para que pudéssemos expor com clareza, a diferença de um modelo de governança individual e de outro coletivo. Um modelo que se encaixa perfeitamente em golpes e o sistema neoliberal, porém também dissimulado em mandatos ditos participativos e outro que visa libertar a sociedade de suas amarras e tem como eixo central a luta contra a exclusão econômica e social e todas as formas de desigualdades.


A cegueira política e a falta de entendimento dos códigos do poder provocam o caos e o ódio de classe que vemos hoje em curso.


Indigne-se como eu me indignei e exija seu espaço de participação, esteja onde estiver, porém ame como eu amei descobrir a causa que me move rumo ao futuro e saberás que não vieste ao mundo para ser mais um ou mais uma na multidão e sim sujeito e sujeita de sua própria história.


Aguardo-te nas estradas da vida, onde caminharemos juntos para a construção de uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas.


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social