Como identificar um ou uma fascista travestido de democrata?
22 de Janeiro de 2016, 21:39É inegável afirmar que a sociedade tem uma nova doença contagiosa, elaborada passo-a-passo pela direita e pela extrema direita. Trata-se do ódio, individual e coletivo, que não chega a ser um fenômeno isolado quando estamos falando de ciúmes, invejas e tantas outras loucuras humanas, porém no campo da política e do modo como vem sendo tratado e disseminado, podemos sim afirmar que é algo novo e assustador para a democracia.
Esse ambiente de ódio revelou duas criaturas ocultas até então. A primeira o “Coxinha” e de quebra ampliou o espectro fascista. Entre ambos habita uma galera alienada comandada pelo caos midiático e com pouca massa cinzenta na cabeça, que não luta desfila.
Esse conjunto forma uma tropa de paranoicos travestidos de éticos, de democratas e com a visão de que nada presta nessa Nação chamada Brasil. Bom mesmo é o EUA, principalmente pelo fato do fascínio de saber que estão tratando com um império que tenta dominar o planeta. Sonham inclusive de voltarmos a ser um agregado dos Estados Unidos e do FMI, como éramos nos governos tucanos.
Enquanto coxinhas são espécies alienadas, normalmente de classe média, pessoas mimadinhas pelo dinheiro, que se julgam melhores que os outros, comandados pelo PIG e nem sabem por que desfilam de verde e amarelo contra o PT, Lula e Dilma; fascistas são vermes de outra categoria, que seguem um ritual ideológico e são de alta periculosidade.
Apoiado no artigo da filósofa Marcia Tiburi, escrito para a Carta capital, me arisco a traçar um breve perfil dessas criaturas, no sentido, muito mais de alerta do que de enfrentamento político a eles, principalmente porque temos que combater primeiro quem fomenta suas criações, quem lhes dá guarida e quem altera o comportamento da sociedade com o envenenamento coletivo.
Segundo Marcia, é impossível estabelecer uma conversa com um ou uma fascista, pois essa gente sofre de uma grave incapacidade de se relacionar com pessoas que pensem de forma diferente, sobre qualquer aspecto e sobre qualquer assunto. Normalmente reagem aos berros. Exaltam-se com tudo e com nada. Sentem-se vítimas constantes da sociedade e se consideram eternos perseguidos. Acreditam que só gritando e humilhando as pessoas, poderão mostrar que são superiores ou ainda como esconder suas inferioridades humanas.
Outra faceta desse tipo de gente é odiar a democracia. Aliás, nem imaginam o que venha a ser isso e enxergam na ditadura militar a única forma de estabelecer a ordem e a luta constante contra o comunismo, que também, nem de longe, sabem de que se trata. Imaginam algo como era a frase que originou o lema da Bandeira Nacional: “Ordem é Progresso”. Ou seja, só com ordens repressivas haverá progresso. Quem não conhece alguém assim?
Aqui no Brasil odeiam tudo que se referira às questões sociais e adoram a meritocracia. Adoram a riqueza e odeiam não a pobreza, mas os pobres.
Porém, o ódio maior é destinado ao PT, a Dilma e principalmente ao Lula, pois ousaram intervir e mudar radicalmente um cenário nacional esculpido desde a invasão de 1500, exclusivamente para os moradores da casa-grande e seus representantes e o ódio aumenta quando lembram que o PT e alguns de seus aliados, que militam por uma causa, impedem na prática que fascistas e direitistas de toda ordem, transformem os menos favorecidos, numa gigantesca senzala a lhe servir.
Em regras gerais, tanto “coxinhas”, como fascistas, são preconceituosos, machistas, racistas, homofóbicos e em especial odeiam pobres. São pessoas (se podem ser chamados assim), que mesmo sabendo que de alguma forma são elas as grandes responsáveis pelas desigualdades humanas, imputam isso, ou a sorte imaginam ter, ou ainda a falsa visão de que as oportunidades estão para todos e todas, só não aproveita quem não quer. Muitos deles ou delas se escondem atrás de uma religião e viram adoradores da Teologia da Prosperidade e odeiam a Teologia da Libertação.
Ainda segundo Marcia, que concordo plenamente, o fascismo é uma aberração política, que se origina da miséria de nossa época. A pobreza e a miséria no mundo acabam sendo uma grande fonte de renda e de inspiração para fascistas, direitistas, populistas, políticos que transformam a política em profissão, o tal do terceiro setor, ONGs, OSCIPs e tantas outras patifarias e comportamentos neoliberais e de extrema direita, que ao invés de combater os males em suas raízes, se nutrem deles.
A falta de informação e de conhecimentos acaba sendo em última instância, os alicerces dos oportunistas, dos falsos líderes e dos paranoicos pelo poder. Essas pessoas sequer se amam, pois não conhecem o que é amar e sim serem servidas. São consumidas diariamente pelos inimigos invisíveis e pelo ódio que habitam em suas mentes e corações.
A única coisa boa a se pensar é que representam a extrema minoria da sociedade e parecem muitos devido à mídia golpista os transformarem em milhares de dragões, com forças sobrenaturais, porém não passam de pessoas oportunistas, doentes mentais e atormentadas pela defesa do lado que ocupam na luta de classe.
É bom que se diga que quando um(a) gestor(a) ou um(a) legislador(a) se comporta como alguém que não quer perder o que chama de poder, também, em maior ou menor proporção, não passa de instrumento que fortalece, tanto “coxinhas”, como fascistas.
A partir desse cenário, infelizmente a eleição de 2016 será o palco de novas disputas, não políticas e ideológicas, mas do bem contra o mal, dos que lutam pela liberdade contra os que querem a volta da ditadura militar. Dos que sonham com uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas e aqueles e aquelas que querem aprisionar a liberdade e transformar o povo de bem desse país em escravos a lhes servir.
O antídoto para essa situação e a essa gente é a união intransigente das pessoas de bem que militam e lutam por uma causa, formando uma grande rede que luta por justiça e liberdade.
Quem se cala diante de uma injustiça é tão cúmplice do processo, como aqueles e aquelas que a provocaram.
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
toni.cordeiro@ig.com.br
Uma dose de otimismo num cenário adulterado
4 de Janeiro de 2016, 18:49Você já parou para pensar no cenário político-econômico-social que estamos vivendo? O que deve ser verdade? O que deve ser mentira? Quais as maldades em jogo? Qual é a real situação da sociedade e do país? Quem adulterou o cenário em beneficio próprio? Qual o seu papel nessa história?
Enfim, são tantas perguntas que às vezes muitos se perdem nas possíveis respostas, pelo simples fato de não estarem atentos ao que se defende como projeto de vida e não estarem conectados com as causas humanas que estão sendo delapidadas. Aliás, nunca foi tão difícil acompanhar as inúmeras conjunturas que ocorre no país, às vezes no mesmo dia. O próprio PIG que se mostra grande sabedor passa cada mico que só.
Muitas pessoas desistem até de sonhar, perdidas no horizonte pintado por ilustres representantes da elite devassa sem cores. Isso gera, além do desconforto de achar que nunca mais será possível, certa aptidão pelas pessoas tristes em seguir falsos líderes ou em acreditar na bruxa da Branca de Neve.
A sociedade capitalista é cruel. Classifica as pessoas e as selecionam a partir da meritocracia, comandada e disputada por apenas 20% da humanidade e os 80% restantes, segundo eles, vieram ao mundo para servi-los.
Aprofundando esse problema, chegamos às religiões, onde muitas delas pregam a Teologia da Prosperidade, vendendo a ideia de que basta seguir os mandos de um pastor, para que sua vida tenha prosperidade. Uma heresia, tratada como se o mundo se dividisse apenas na dualidade de ricos e pobres, ou os de bem de vida e os que nunca terão nada e, portanto, deverão sempre servir os que têm ou que conseguiram ter.
Certa vez li um artigo com o título: “No universo da sociedade nem tudo é verdade”. Há tantos interesses em jogo que seria impossível enumerá-los nesse post. Desde o deus mercado que oferece o paraíso e vende o purgatório, passando por várias igrejas que vende a salvação, mas em troca a alma já foi vendida e chegando-se ao sombrio mundo da política como profissão, onde uma pessoa, que se acha iluminada, quer ter o direito de nascer político de carreira e morrer como tal. Exatamente como era o Senado antigamente no tempo do Império. Ninguém é tão bom que não mereça ser substituído, desde que seja por alguém que defende as causas coletivas.
Há de se entender que tudo não passa de uma grande peça teatral e o que é pior, em certos casos, uma grande tragédia humana. O que é o capitalismo onde metade da população mundial passa fome, senão uma grande tragédia? O que é a oposição direitista e golpista brasileira posando de democratas éticos, senão uma grande chanchada? A vida é como uma peça teatral. O grande problema é que não se permite ensaios. Errar e acertar fará parte do resultado final, mesmo contra a nossa vontade.
Normalmente pensamos que se o ano que acabou não foi bom, que venha o próximo que o receberemos com muito mais energia. Sem planejamento, mas com muita vontade de mudar. Não é o ano de 2016 que tem que ser diferente e sim cada um e cada uma de nós. Temos que ter atitudes positivas, imaginando que se não conseguirmos mudar a sociedade como um todo, mas se fizermos a caminhada juntos com quem confiamos e que defende a mesma causa que defendemos, plantaremos a mudança durante o caminho. Faremos uma grande revolução silenciosa.
Em minha opinião, um dos maiores problemas humanos, vem do fato das pessoas não saberem o que vieram fazer na vida. Não terem um projeto. Qual a missão a ser cumprida e principalmente que caminhos e com quem seguirão. Essas pessoas na prática não vivem e sim vegetam. Não conduzem. São conduzidas. Assim, a primeira mudança que tem que ocorrer dentro de nós é identificarmos qual a razão das nossas existências e verificarmos se daríamos nossa própria vida para que ela pudesse acontecer.
Acredite menos no que você não vê e busque mais aliados para construir a tão sonhada ponte do presente incerto ao futuro promissor. Na dúvida consulte quem está fazendo.
Que o ano de 2016 possa provocar em cada um e cada uma que estará lendo esse post, as mudanças necessárias para que possamos transformar juntos, esse enorme limão que a mídia mostra e que a politicalha provoca, numa grande e saborosa limonada.
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
toni.cordeiro@ig.com.br