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Toni Cordeiro

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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

O que aprender com 2018...

29 de Dezembro de 2018, 1:12, por Gestão Pública Social
Adeus ano velho! Feliz Ano Novo!?

Com essas frases a maioria das pessoas comemora a virada do ano. Culpam o ano que está terminando pelos fracassos pessoais e fazem jura de amor ao ano que se inicia, porém sem o cuidado suficiente para se avaliar qual foi o papel de cada um e de cada uma na história do ano que se finda e qual será o papel a desempenhar no ano novo. É como se tudo estivesse no automático.


Do ponto de vista político-econômico-social o ano de 2018 não deixará saudades, muito ao contrário e com muito pouco a se comemorar, a não ser o fato de estarmos vivos e contando a nossa versão da história. Isso nos remete à esperança de continuarmos firmes na luta pela sobrevivência e na resistência a todas as formas de agressão aos direitos conquistados de milhares de pessoas ao longo de suas existências e a tantos absurdos defendidos pelo presidente eleito e sua equipe de trabalho. Algo que beira ao surreal.


Um ano para ser esquecido, ou melhor, um ano para se aprender com ele. Quem sabe o ano de 2018 deva ter começado em 1989, com o Consenso de Washington, que visava à implantação do neoliberalismo na American Latina e no Caribe, processo interrompido por Lula e Dilma e retomado por Temer, ou em 2012 com o Plano Atlanta que visava e visa uma intervenção neoliberal na América Latina e que resultou no impeachment de Lugo e de Dilma, além da eleição vitoriosa de algumas figuras de direita e de ultra direita, como é o caso do eleito no Brasil, ou ainda que esse ano deva ter iniciado suas atividades em 2013, com aquelas manifestações que resultaram no ódio implacável à democracia e a tudo que é social, além do PT e seus dirigentes e que perdura até os dias de hoje.


Em regras gerais, um ano em que a Casa-Grande termina em festa por tudo que conquistou e a Senzala Brasil não consegue dormir, pois está cercada pelos abutres do sistema que disputam com velhas hienas do poder as sobras do sinistro banquete eleitoral.


Por outro lado existe um provérbio português que diz: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”. Essa farra fascista um dia acaba e enquanto isso não ocorrer, vamos caminhando de mãos dadas rumo ao que acreditamos e enfrentando o que tivemos que enfrentar.


O governo que se inicia tem como princípios o ódio, o preconceito, a intolerância e a violência. Isso fere os preceitos democráticos e transforma em inimigos quem luta por direitos, por liberdade e pela democracia direta. A principal proposta do novo governo é agir para sequestrar da democracia a soberania popular.


O que mais impressiona e assusta é o fato do novo presidente ter sido eleito falando o que realmente pensa o que nos dá a entender que seus seguidores e uma grande parte de eleitores e eleitoras pensam exatamente como ele e transferem a materialização de seus pensamentos a uma espécie de justiceiro nacional de plantão. Algo tão sinistro que só de pensar dói na alma, pois é a sorte e a vida de milhares de pessoas que estará em jogo.


Quem em sã consciência apoia alguém que enaltece a tortura, que defende tomar as terras dos índios e quilombolas, que defende a ideia que armando a população ela estará segura, que defende uma escola que não pode pensar e tantas outras ideias fascistas e consegue dormir em paz? Quem concorda e apoia coisas absurdas como essas, além de pensar como o Tal, jamais entenderá o que pensamos e defendemos. Estamos em lados opostos.


Caso o tal capitão eleito execute um terço das maldades e aberrações que vociferou na campanha, além do extermínio humano, o prejuízo ao processo democrático e a todas as conquistas obtidas com muita luta ao longo de um século será devastador e levará décadas para se recompor.


Para ilustrar as aberrações do eleito, trazer alguém de Israel para importar um modelo de um plano de dessalinização, tendo a Embrapa desenvolvido essa técnica há anos e implantado em vários estados, só pode ser uma piada de mau gosto ou alguém que considera o povo brasileiro burro e mal informado. A escolha de Israel tem outra conotação de ordem fundamentalista-política-ideológica.


O ano de 2018 nos fez aprendermos algumas coisas. Uma delas é que a luta pela soberania popular há de ser contínua, outra que nunca chegamos ao poder com os governos e sim a apenas uma instância de poder, pois como bem dizia Marx, no capitalismo quem determina é o econômico e a coisa mais importante de todas, que quem dorme com os dois olhos fechados diante do sistema não consegue enxergar suas engrenagens se recomporem e avançar. Quem não entendeu, que tal assistir Matrix?    


O que esperar de 2019 com esse cenário descrito? Contarmos com a saúde física e mental, além de nossa disposição para enfrentarmos o que for necessário. Além disso, contarmos também com os sonhos e a utopia que nos permite sempre acreditar ser possível a construção de uma sociedade justa, fraterna e igualitária para todos e todas.


Que o ano que se aproxima nos encha de esperanças e que renove nossas forças para caminharmos de mãos dadas rumo ao futuro.


Um Feliz 2019 para todos os sonhadores e para todas as sonhadoras que sonham com um mundo melhor.

Antonio Lopes Cordeiro
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social




Um encontro marcado com a verdade...

5 de Dezembro de 2018, 23:46, por Gestão Pública Social
Imagem: https://acasadevidro.com/2018/03/14/eu-sou-porque-nos-somos-ubuntu-por-tutu/

O que é a verdade? De qual verdade estamos falando? Existe verdade absoluta para cada situação?


Inicio buscando legitimidade para afirmar que uma das maiores verdades é a de que não existe verdade absoluta para nenhuma situação. O que existe é a verdade de cada um de nós, a partir de um sistema de valores recheado de interpretações, crenças, princípios e posições ideológicas.


Em várias situações do nosso cotidiano, a verdade que defendemos poderá caminhar no sentido oposto ao pensamento e prática de diversas pessoas e diversos setores da sociedade. Algo comum num processo democrático, mas surreal diante do fascismo, que é algo novo para todos nós. Como por numa mesma Cesta as verdades da Casa-Grande e da Senzala? Puro pragmatismo fundado em linhas de pensamentos sobre o ato de viver e nossas escolhas em termos existenciais e de futuro.


Do ponto de vista político não dá para negar o que estamos vivenciando na atualidade e suas diversas verdades. O golpe contra a Presidenta Dilma, a prisão de Lula e o resultado eleitoral das últimas eleições, que estão no mesmo pacote, além de representar a falência total do sistema judiciário brasileiro, que se encontra amordaçado, a velha forma de fazer política com base apenas no econômico e nos acordos por resultados, levarão o país por certo de volta ao século XIX, tamanho é o retrocesso defendido pelo presidente eleito e sua desastrosa equipe neoliberal. Nesse sentido existem pelo menos duas grandes verdades em curso, a partir de janeiro.


A primeira delas a ser defendida pela figura sinistra vitoriosa nas eleições será convencer a classe trabalhadora e demais segmentos pobres que votaram nele, que voltar ao século XIX, em termos de direitos civis, eficiência do Estado e conquistas trabalhistas e sociais será uma grande ideia para que o país volte a crescer economicamente com equidade e se desenvolva com justiça social.


A segunda será o desafio dos campos progressistas e de esquerda, para convencer a população que o caminho neofascista em curso é o mesmo que matou seis milhões de judeus, além de expor o Brasil à submissão americana e ao FMI mais uma vez. Duas verdades de cunho político-ideológico que a população nem imagina existir.


Para entender o que está ocorrendo se faz necessário conhecer minimamente os códigos do poder. Que códigos são esses? É todo ideário que compõe as escolhas para definição de que sociedade temos e que sociedade queremos.


Vale salientar que o que está em jogo no Brasil a pedido do império americano é o domínio da Amazônia, o controle do petróleo e a privatização da água, além da destruição de todo sistema de proteção social e trabalhista.


Voltando ao tema principal do post, a Jornalista Laura Loyo, dentro do conceito de verdade, afirma que há um choque muito forte entre relativismo moral e dogmatismo para o entendimento do que seja a verdade.


Segundo Loyo, o relativismo moral faz com que a verdade seja algo vinculado à moral de determinado grupo. Como se fosse algo particular. Exatamente como as últimas eleições foram decididas. Uma visão moral estreita carregada de fundamentalismo religioso, maquiando e escondendo os verdadeiros problemas político-sociais e trazendo à pauta nacional um falso nacionalismo e falsos valores disfarçados de combate à corrupção.


Já o dogmatismo, que é a verdade em caráter absoluto, traz algo ainda mais complexo. Ao mesmo tempo em que se apresenta como algo indiscutível e indissolúvel, traz inúmeras contradições, como é o caso das religiões e seus dogmas, por exemplo. Para cada uma das variáveis religiosas uma forma de enxergar o mundo e o semelhante e como lidar com o dia a dia de nossos desencontros.


Desmistificar as diversas verdades exige principalmente conhecimento da situação em questão, análise do contexto cultural e no campo da política formação e conscientização, além da clareza para o entendimento de que causa se defende, o porquê dela, com quem se caminha e aonde se quer chegar. Algo que vai compondo a história de quem milita por uma causa e de quem contesta a serviço do império.


Uma coisa é certa. As verdades terão encontro marcado com o futuro, seja pela via da conscientização e participação ou pela via da ignorância política que consiste em só enxergar um lado da história. Bom mesmo é enxergar todos os lados e todas as propostas em curso e escolher por convicção aquela que mais se identifica com sua historia de vida.


Do ponto de vista pessoal, a verdade em que me situo, vem sendo esculpida ao longo da minha existência, através da luta pela utopia de construir uma nova sociedade a várias mãos, junto com quem sonha com o direito de igualdade, de plena liberdade de expressão e de uma nova forma de convivência: Justa, Fraterna e Igual para todos e todas. Isso é o que me move e o que move também milhares de pessoas em várias partes do planeta.


Finalizo com duas frases filosóficas do Ubuntu: “Sou o que sou, porque somos todos nós”. “Sou afetado quando um semelhante meu também é afetado”


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social



De que futuro estamos falando?

16 de Novembro de 2018, 22:56, por Gestão Pública Social

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A conjuntura atual não está para principiantes. Trata-se de uma situação das mais adversas e complexas possíveis, principalmente porque estamos assistindo o mundo desmoronar ao nosso lado e à nossa frente e pouco podendo fazer devido ao indivíduo eleito ter recebido um cheque em branco de seus eleitores e eleitoras para barbarizar à vontade e eliminar quem quiser e como quiser. Algo já com profundas sequelas e cicatrizes para o futuro.


A partir desse cenário e após escrever três textos sobre o inominável e não me sentir contemplado para divulgá-los, resolvi me enveredar mais uma vez pelos caminhos da introspecção em busca de inspiração e um roteiro que me agrade.


Por falar em introspecção, que tal falarmos do futuro, visto que hoje não conseguimos enxergá-lo com clareza? Como definir o que seja o futuro? Como definir o nosso futuro, visto não termos domínio algum sobre ele e vivermos mergulhados em escolhas e consequências? O futuro sempre é uma aposta?


Para algumas pessoas o futuro é o hoje, vivendo um dia de cada vez. Ouço muito isso. Para outras é o resultado de uma vida inteira composta por pequenos sonhos, fantasias e algumas decepções e a projeção dela com todos seus ingredientes, mas acho mesmo que o futuro seja algo que esteja logo ali passando a primeira esquina da vida e se nutre pela história de cada um e de cada uma de nós que vai se completando em nossos percursos. A meu ver o futuro é o hoje, repleto de desejos de novas conquistas e realizações aliado ao livre pensar pelo que possamos ser no amanhã.


Talvez seja por isso que o ato de pensar seja tão subversivo para ditadores e tiranos como o que acabou de solapar a democracia. Enquanto a alienação e a ignorância política anulam qualquer projeção de futuro, pois aprisionam as pessoas no presente com base em algum sentimento de egoísmo, ódio e fundamentalismos de toda ordem, o livre pensar, nos liberta e nos faz termos coragem de sermos sujeitos de nossas histórias e dos nossos futuros, a partir de uma causa que nos faça viver, sonhar e dedicar nossas vidas para ela.


Além disso, falar de futuro é bem complexo, pois de alguma forma já estamos nele, se nos reportarmos ao tempo que passou e por outro lado, nos imaginamos como seremos e como estaremos no amanhã, que será passado, presente e futuro ao mesmo tempo. Uma viagem à ilusão do que imaginamos ser, com a perspectiva de bons momentos vividos.


Li uma frase do Érico Veríssimo que faz todo sentido e que nos leva à reflexão, inclusive sobre o futuro: “Todos nós somos um mistério para os outros e para nós mesmos”. Algo que transcende a própria existência e que nos coloca na missão contínua da descoberta de quem somos e para que viemos.


Tenho a clara impressão de que a maioria do povo brasileiro está em crise. Que crises são essas? Algumas de valores e de comportamento, outras de ordem existencial e tantas outras com pessoas sem saber ao certo onde estão e para onde vão. É como se um embrutecimento coletivo tivesse se apoderado desse contingente de pessoas e por falta do que fazer se antropofagiam a partir do ódio que as nutrem, além de quererem devorar também quem os cercam e pensam diferente delas. De repente viraram militante do nada.


Infelizmente de alguma forma essas crises externas também nos afetam, na medida em que temos que fazer escolhas, a partir de nossas crenças e questões ideológicas e selecionarmos com quem queremos caminhar lado a lado rumo ao futuro e quem entregamos ao submundo da vida.


No último texto fiz referência e reverência ao tempo, com o texto: “Uma oração ao tempo que virá”. Pedi nele que o tempo, que é senhor da razão me leve ao topo de uma montanha, se necessário for, para que eu lá possa primeiro sentir a brisa do vento tocar o meu rosto e segundo enxergar a linha do horizonte e por conta disso acordar caso esteja dormindo para a vida e refletir rumo ao que sou e ao que ainda gostaria de ser, pois isso compõe a minha história de vida que deixarei no futuro.


Na verdade uma intensão de profunda reflexão, principalmente para que nunca fraqueje para a luta que se trava diante das injustiças, da supressão à liberdade e dos direito à cidadania, que as aves de rapina querem levar.


Ontem à noite sonhei que o morro descia e tomava o asfalto em busca do direito de viver. Via homens e mulheres de mãos dadas lutando por dignidade e conquistando a liberdade. Antes de acordar eu me juntava ao grupo e caminhava junto com todos e com todas rumo ao futuro.


O Futuro é uma poesia em construção, onde o enredo fala de amor, de fraternidade e principalmente da paixão ao ato de viver.

A.   L. Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social



Oração ao Tempo que virá

28 de Outubro de 2018, 23:57, por Gestão Pública Social

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Tempo, que és Senhor da Razão, caminhas lado a lado com a minha essência e me ajudas a refazer o percurso que tracei visando o amanhã, para que, quando o amanhã chegar, eu não me envergonhe do tempo que passou.

Invadas minha alma quando eu estiver distraído e me conduzas a um lugar seguro. Leva-me ao topo de uma montanha onde eu possa enxergar a linha do horizonte e sentir uma leve brisa tocar meu rosto.


Mudas minha essência, se necessário for. Fortaleces minha razão de ser e não me deixes enveredar pelas emoções da vida quando o momento exigir determinação e coragem.


Não me deixes cegar pelo ódio, tampouco enxergar amor onde à falsidade habitar. Os inimigos do povo de bem também serão os meus.


Ajuda-me a levantar quando a vida me der pequenos tombos e que eu possa me erguer mais forte do que eu era ou estava e possa continuar na minha caminhada em busca de um novo amanhã, junto com todos os sonhadores e sonhadoras, que lutam na construção de uma nova sociedade.


Faz-me enxergar as entrelinhas da minha vida que em muitos casos me inebria de falsos sentimentos e se disfarça de boas vindas e fáceis soluções.


Mostra-me as possíveis soluções e me passes força para os combates necessários que poderão vir e que eu nunca me acovarde diante da defesa intransigente da justiça e da liberdade.


Ajuda-me a resolver algumas equações que a vida apresenta e alguns enigmas que não consigo decifrar:


Que códigos são esses?
Que segredos guardam?
Quem está do outro lado?
Quem são essas pessoas?


Conduza-me, se necessário na busca de soluções, há tempos passados, para que eu possa ir de encontro às raízes da minha existência.


Estejas comigo sempre e me mostres o que se esconde por trás dos arvoredos. Rostos me confundem. Sombras brincam na escuridão e sei que do outro lado um lindo sol me espera. Ajuda-me, portanto, a fazer com segurança, essa passagem de um tempo para o outro e que eu nunca me confunda de que lado sempre estive e com quem sempre deverei estar.


Enveredas comigo pelas veredas da vida e pelos becos apertados das lutas concretas onde sombras aparecem. Ajuda-me a decifrar se por acaso for uma mensagem e o caminho que devo seguir.


Ajuda-me por fim, para que eu me complete enquanto é tempo, visto que me considero um ser incompleto em busca de completude e em constante mudança. Refaço-me sempre quando encontro minha outra parte.


Estejas comigo em todos os momentos que eu estiver escrevendo ou reescrevendo parte da minha história de vida que um dia deixarei para a humanidade. Uma história escrita a várias mãos. Uma história plural.


Venha-nos, pois agora não sou mais eu e sim uma nova forma de pensar e agir coletivamente, intervir onde a casa rui, onde a dor habita e onde o riacho seca por falta de água. Conforta-nos nesse momento... 


Ajude-nos a recompor o cenário que ora se destrói e nele possamos colorir gente com jeito de gente e não espectros do mal, e que tenhamos num futuro breve a oportunidade de cantarmos juntos quando o amanhã chegar, a tão sonhada canção da liberdade e da vitória.


Tempo que o tempo leva.
Tempo que o tempo traz.
Tempo passado e presente.
Tempo que não se desfaz.

Antonio Lopes Cordeiro
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social




Lutando contra o Vale da Morte e contemplando o Vale dos Sonhos

2 de Outubro de 2018, 17:32, por Gestão Pública Social

Acordei introspectivo e angustiado, com vontade de soltar um grito no ar diante do cenário de mentiras e negociatas promovidas pela falta de justiça, pela mídia golpista partidária que manipula os dados e pela pena que dá de ver homens e mulheres perdidos rodando em volta de um diabo e o chamando de mito, com a intensão apenas de serem cortejados. Estamos diante novamente da ameaça de um cenário de trevas, repleto de fome, perseguição e dor, como já vivemos no passado quando da ditadura militar por vinte anos.


Um verdadeiro caos que afeta nosso intelecto e se deixarmos, invade nosso estado emocional, tamanha é a insensatez do que está sendo proposto.


Sinceramente, eu não quero nem saber quantos “amigos” perderei nessa batalha, pois, o antagonismo que nos divide já explica por si só a situação das nossas reais diferenças. Eu defendo o lado que sempre defendi e essas pessoas defendem o mundo que a Globo golpista projetou em suas cabeças.


Sinto-me como se tivesse caminhando através de um vale sombrio, com a necessidade de passar por algumas pontes e com o medo de não saber nadar. Porém, ao mesmo tempo me vem à cabeça de que sempre foi assim e o prazer de lutar por uma nova sociedade, me trouxe junto com milhares de outros sonhadores e sonhadoras até aqui.


O momento político do pós-golpe e os momentos derradeiros que nos separam das eleições, está levando milhares de pessoas a diversas incertezas e uma confusão generalizada. Exatamente como os golpistas previam. Plantar a dúvida e o falso pudor para serem geridos com a desinformação.


O Brasil da atualidade está carrancudo com cara de poucos amigos e sendo puxado para uma espécie de vale da morte. Um lugar onde mulheres, negros e negras, índios e petistas serão tratados como inimigos e, se possível, abatidos como bichos que se abate apenas para lhes roubar a vida.


Sinto-me frágil por entender que por não ocuparmos os espaços de debate, as forças reacionárias ocuparam. Por não termos feito as tão sonhadas reformas, eles fizeram e, por não disputar as ideias com a população os herdeiros da casa-grande ganharam grande parte da população. Ver pobre defendendo os ricos e o candidato fascista é como ver um monte de baratas aplaudindo o inseticida ou aplaudindo um grande chinelo pronto para esmagá-las.


Estamos perdendo o debate para o setor reacionário, para uma parte podre alienada da sociedade e para o fundamentalismo religioso, que enxerga o diabo até na poeira do vento, mas quando se depara com um de verdade, o chama de mito. Um setor que ao invés de lutar por seus direitos e sonhos se refugia nas masmorras do vale da morte e traem suas próprias existências.


Esse estado de caos nasce do individualismo e do ódio de classe disseminado pelos detentores dessas ideias absurdas, dividindo famílias, afastando quem se considerava amigos e, principalmente, construindo um futuro incerto e sem sonhos, onde ao invés de pessoas se confraternizando e comemorando as pequenas vitórias, restarão vultos inacabados e sem rumos pisoteando na lama das masmorras do vale da morte.


Não nasci pra isso. Não nasci para conviver com esse tipo de gente. Não nasci para me acovardar diante da necessidade de luta. Nasci para oferecer minha vida, se necessário for, para que milhares de pessoas desvalidas tenham o direito de voltarem a sonhar. Eu e milhares de sonhadores e de sonhadoras continuaremos a lutar por uma nova sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas. Onde o dever de justiça prevaleça ao valor do capital.


Enquanto isso não ocorre, continuaremos a defender o projeto que respeita a juventude, mulheres, negros e negras, homossexuais, índios e todas as pessoas excluídas do país.


O projeto que colocou o Brasil no protagonismo mundial, com ações como: Tirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU, criação de mais de vinte milhões de empregos com carteira assinada, construção de 18 Universidades Federais e 282 Escolas Técnicas gratuitas, redução do IPI (Imposto de Produtos Industrializados) e Cotas Estudantis para pessoas pobres e negras. Além disso, a criação dos programas: ProUni, FIES, Universidades para Todos, Ciência sem Fronteiras, Luz para Todos, Fome Zero e o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Transposição do Rio São Francisco, Energia Eólica, entre tantos outros que ficarão para a história. 


Enquanto vocês defendem o Senhor das Trevas, continuaremos a lutar até o final, com as armas que tivermos para salvar o país do Vale da Morte e construirmos de forma coletiva o Vale dos Sonhos.


Quem vota em fascista, fascista é, e serão sempre tratados como aliados dos ladrões de sonhos de milhares de pessoas. Saibam que vamos derrotá-los.
Fascistas não passarão!


Antonio Lopes Cordeiro
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social