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Toni Cordeiro

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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Uma velha reivindicação colocada em prática pela Fundação Perseu Abramo

24 de Maio de 2014, 22:54, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

O Partido dos trabalhadores em seus trinta e quatro anos de vida já teve diversos momentos importantes e decisivos para sua história desde a sua criação. Dos cursos em Cajamar, passando pelo 13 de Maio e com a Escola Nacional de Formação.

Após a entrada do economista Marcio Pochmann como Presidente em 2013, criou-se a Área do Conhecimento, voltada exclusivamente para a formação tecnopolítica, como dizia Carlos Matus. Ou seja, cursos de formação técnica, a partir do contexto político.

O trabalho teve início com o Programa de Capacitação continuada em Gestão Pública nas prefeituras petistas, que já chegou a mais de 140 prefeituras, avançando para os Cursos de Pós-Graduação em Gestão e Políticas Públicas, que já formou a primeira turma e tem mais duas em andamento e com o Curso Difusão do Conhecimento, já presente em alguns Estados. Esse curso é oferecido a todos os filiados do partido, necessitando apenas da formação do Ensino Médio.

Para completar o ciclo de capacitação, na última sexta feira teve início a primeira turma de Mestrado Profissional em Políticas Públicas. Um dia histórico.

Com todas essas ações, as que já existiam e essas novas possibilidades, todos os setores do Partido estão contemplados com algum curso de formação, tanto técnica como política.
Bastava olhar nos olhos daquelas 40 pessoas que se habilitaram para esse importante momento, para saber que estavam ali não pelo diploma futuro, mas sim pela possibilidade de colocar à disposição do Partido dos Trabalhadores seus novos conhecimentos. Um alto grau de comprometimento.

Pessoas de várias partes do país compunham um cenário diversificado com a linguagem do Brasil, com seus casos e um histórico peculiar de cada um na trajetória do Partido.

Fico imaginando daqui a algum tempo, quando todas essas pessoas estivem em campo, o que serão capazes de produzir. No mínimo teremos milhares de pessoas com capacidade de fazerem de um debate qualificado sobre a conjuntura local, nacional e até internacional, exatamente como éramos no passado, onde qualquer pessoa a partir de uma boa leitura dos clássicos e das entrelinhas do poder fazia isso sem nenhuma intimidação.

Bem vindos e bem vindas a esse novo momento do Partido dos Trabalhadores, onde uma revolução silenciosa toma conta de seus bastidores. 


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada
em Gestão Pública da Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro1608@gmail.com



O imaginário dos brasileiros a serviço da mídia e dos representantes da Casa Grande

19 de Maio de 2014, 7:34, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Em dezembro de 2013 completou 80 anos da publicação de uma das obras brasileiras mais lida e emblemática: Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre. Nela o autor destaca a importância da Casa Grande na formação sociocultural brasileira, tão presente nos dias de hoje, assim como a Senzala que servia os moradores da Casa Grande que até hoje busca ainda ser servida e tenta de vez enquanto ressuscitá-la.

A imprensa, esse instrumento de poder, reinventada por Gutemberg, se porta nos dias de hoje, talvez mais agressiva e rápida, porém com os mesmos propósitos e os mesmos vícios que do passado. Tão servil como antes, escondendo o que pode comprometer os patrões e principalmente disseminando informações enviesadas, com o único propósito de confundir leitores, expectadores, ouvintes, internautas e principalmente os eleitores, com o medo de não prejudicar os representantes da Casa Grande. O “Geraldo” e o “Aécio”, que o digam. Pessoas bichadas por vários escândalos, porém blindados por seus agentes.

Não me recordo de constar na historia oficial do país, que em algum momento da época da escravatura, tenha havido qualquer questionamento por parte das autoridades e da justiça sobre o tratamento dado aos moradores da Senzala ou ainda algum morador da Casa Grande que tenha se revoltado com a situação de barbárie que os escravos viviam, renunciado de forma espontânea da situação de Senhor e que tenha adotado os escravos como pessoas de igual valor. Se houver, com certeza serão muito poucos e a imprensa fez questão de esconder.

Não me recordo também ter lido em algum lugar sobre os moradores da Senzala que cometam suicídio como forma de se livrar das amarras da escravidão ou ainda como uma forma de resistência, que além dessa, as outras formas conhecidas foram à fuga, as vezes perseguidos por seus pares  e a formação dos quilombos.

Nos dias de hoje a escravidão se apresenta de uma forma moderna. Quase imperceptível. Com uma nova roupagem e incluindo também pessoas de cores diversas, porém a maior parte nessa triste história, ainda é composta por afrodescendentes.

Escravos são todos e todas que estão à margem da sociedade, que se encontra em estado de vulnerabilidade social, onde seus direitos foram solapados por uma minoria que se considera proprietárias dos direitos universais. Talvez seja por isso, que jamais admitimos a corrupção ou ela mais disfarçada como um gordo “caixa dois”, mesmo que seja para levantar recursos para uma eleição, reeleição ou sucessão. Usar a máquina pública como moeda de troca, além de crime é imoral.

Porém, ao voltar a falar na imprensa, mídia, meios de comunicação, PIG, ou qualquer outra forma que o leitor queira chamar, chega a ser assustadora a quantidade de informações contraditórias disseminadas, com o principal objetivo de confundir a cabeça dos eleitores, onde a pior situação é a dúvida que fica na cabeça das pessoas mais simples ou desavisadas.

Para exemplificar essa situação, vou citar o meu pai, uma pessoa que nos últimos trinta anos, não só participou da vida ativa da política, como é um eleitor de Lula e Dilma, sem igual. Dias atrás ele me perguntava o porquê da Presidenta Dilma ter caído tanto nas pesquisas, pois tinha ouvido na CBN (A Rádio da Conspiração), a queda e a notícia de que muito mais ela haveria de cair até as eleições. Eu simplesmente lhe disse, que além de não ser verdade, pois os Institutos de Pesquisa tinham combinado isso, disse também que a tal Rádio tinha dono e que só poderia passar lá notícias que agradasse seus proprietários, que tinham lado e que não era o nosso.

Desafio alguém que se preste a ficar durante uma semana ouvindo a CBN, assistindo principalmente a Globo, SBT e Bandeirantes em seus programas sensacionalistas e seus noticiários, lendo a Veja, Época, Isto É, Estadão, O Globo, Folha de São Paulo e de quebra tente analisar uma pesquisa do Ibope, Data Golpe ou Sensus, que não entre em depressão ou passe a acreditar que o Brasil está quebrado e tudo que o Governo Federal de Lula e Dilma fizeram está errado ou se fizer não dará certo.

Trata-se de uma overdose neoliberal. Trata-se também de uma dose cavalar de mau gosto e principalmente de desprestígio do Brasil e idolatria aos países quebrados dos EUA e da Europa, como se tudo que tem lá é bom e tudo que for feito aqui é de segunda linha.

Como piorar essa situação? Muito simples. Um dia e meio ouvindo Funk, outro dia e meio ouvindo a avaliação do governo pelo Jabor ou pelos discursos neoliberais e direitosos na TV Senado ou TV Câmara e de quebra o restante da semana tentando entrar no metrô de São Paulo em plenas seis horas da tarde. Ah esqueci-me de falar uma coisa: a partir de setembro tentar tomar banho diariamente em São Paulo com água encanada da rua.

Nesse quesito posso afirmar que sou feliz, pois da água que bebo, com certeza beberão também todos os moradores que ainda se encontram na Senzala.

Bem vindos e Bem vindas todas as pessoas que lutam por liberdade e justiça.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada
em Gestão Pública da Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro1608@gmail.com



A difícil tarefa de lidar com o mundo do trabalho sendo trabalhador

14 de Maio de 2014, 20:43, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Hoje ao comemorar o Dia Internacional dos Trabalhadores ou o Dia do Trabalho, data que teve início em várias partes do mundo, a partir de lutas históricas, tanto por reivindicações como pela própria sobrevivência, os trabalhadores brasileiros têm muito a comemorar, mas também o que não faltam são motivos para continuar na luta por seus direitos.

Lembro-me bem de como o Brasil se encontrava há pouco mais de 12 anos, quando era governado pelos antecessores de Lula e Dilma. Não havia emprego, determinadas funções como Engenheiro Civil e Pedreiro, por exemplo, não valiam muita coisa, pois não tinha quem quisesse e da fila de trabalhadores desempregados que compunham o Exército Industrial de Reserva.

Para quem não tem intimidade com esse termo, denomina-se Exército Industrial de Reserva ao contingente de desempregados de um país, necessários para que o capitalismo selvagem faça sua chantagem. Quanto mais gente desempregada mais lucro para os patrões que enxergam os trabalhadores como máquinas (Teoria X) e não como colaboradores.

Há inclusive uma teoria do mal, pregada por alguns economistas neoliberais, que prega que num país emergente como o Brasil, que está no Pleno Emprego, teria que mandar embora, pelo menos um terço de sua mão de obra ativa para que o deus mercado, pudesse novamente ter o controle absoluto da situação. Ou seja, empregar sem registro e por qualquer valor, ao colocar medo em quem está empregado, mostrando a fila de desempregados lá fora, como era num passado recente. Esse é um dos vetores que estará em curso nas próximas eleições, incluindo nessa história o Salário Mínimo que eles acham estar muito alto, sendo que nenhum deles viveria com apenas um Salário Mínimo.

Ponho-me a pensar o que leva as diversas empreiteiras, usinas de cana de açúcar e várias outras empresas, em pleno século XXI, com o país jorrando dinheiro público e eles lucrando como nunca lucraram em toda história, manterem trabalhadores em estado de escravidão, se não forem a sacanagem e a ganância completa para que o dinheiro seja somente deles. O que fazer com empresários como esse? Porque esses sujeitos não são presos? Transitam livremente com seus aliados da justiça. Quanto mais ganham, mais querem ganhar.

Só para se ter uma ideia da situação, o Ministério Público Federal está investigando na atualidade 1480 casos, sendo desses 125 só em São Paulo e a Procuradoria Geral da República instaurou 480 Inquéritos Policiais desde 2010 e 469 Ações Penais nos últimos 10 anos. O pior é que com tudo isso, ninguém foi preso por explorar o trabalho escravo.

Do ponto vista empresarial, essas empresas estão fora do que chamam de capitalismo moderno, onde a exploração é feita de outra forma, como por exemplo, nas empresas de serviço, onde o trabalhador tem livre mobilidade de horário, porém em compensação trabalham diuturnamente.

Do ponto de vista trabalhista, ao mesmo tempo em que comemoramos o Pleno Emprego e os mais de 20 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, lamentamos o fato de não se ter controle desse universo, seja pela extrema maioria desses trabalhadores não serem sindicalizados, seja pelo fato de seus sindicatos terem parado no tempo ou mesmo pela falta de capacidade política desses trabalhadores de se organizarem.

No mais, é inegável que o Brasil mudou, de que hoje um pedreiro é valorizado, principalmente porque constrói casas populares, coisa impensável quando éramos governados pelos representantes dos “coxinhas” e um engenheiro civil nunca ganhou tanto dinheiro em sua vida. Jamais podemos voltar ao passado.

Por tudo isso que foi comentado, é impensável num país capitalista não ter um Estado forte, que assuma o Bem Estar da população e não terceirize suas funções sociais, tornando-o um Estado Mínimo.

É bom que os trabalhadores entendam de uma vez por toda uma frase do meio sindical que na verdade revela a fragilidade de diversos setores e a cultura de que cada um é cada um: “Sozinho o problema é seu e juntos o problema é nosso”.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada
em Gestão Pública da Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro1608@gmail.com



Como você lida com seus sentimentos?

1 de Maio de 2014, 20:39, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Figura: http://mrgomelli.blogspot.com.br/

Após alguns medos, euforias, certa dose de raiva, mas ao mesmo tempo um amor incondicional à vida, às pessoas e pelo projeto que a vida me ofereceu, de forma quase atrevida, me arrisco a escrever sobre os sentimentos humanos. Em especial àqueles que podem nos levar ao centro do universo da nossa existência ou tão distante dele que jamais alguém nessa situação poderá se encontrar.

Diante dessa decisão, me vejo curioso a observar as pessoas que vieram ao mundo a trabalho, que mesmo diante de tantos obstáculos simplesmente vão fazendo, como se nada fosse capaz de contê-las. Como se o resultado do que fazem gerasse satisfação suficiente para ir muito além de seus momentos de introspeção, de medos ou de tristeza. Algo onde a superação invade a alma e alimenta a razão de viver.

Por outro lado, me chama também a atenção outras pessoas, que parece que vieram ao mundo a passeio ou ainda para atrapalhar quem faz o que elas não conseguem dar conta e se desesperam ao verem alguém à sua frente, agindo de forma tão simples que até parece brincadeira. Algo sombrio, onde os sentimentos ruins são seus únicos parceiros.

Todos os dias, seja em que ambiente for, nos deparamos com essas duas formas de encarar a vida e de vez enquanto também com pessoas do mal. Alguém que veio ao mundo por engano, com capacidade de destruir sonhos e se enveredar para sempre num mundo de trevas.

Na busca de respostas para essas formas de existência, dizem os estudiosos que os seres humanos têm a sua disposição cinco sentimentos para quem busca a luz. Entendendo a luz como o ponto de encontro ao que se almeja e ao que de fato cada um busca em termos de projeto de vida. São eles: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Amor.

Entender esses sentimentos em suas dimensões no sentido de usá-los a nosso favor, acaba se transformando numa enorme necessidade, pois do contrário poderão gerar momentos sem volta. Uma mistura de euforia, depressão, pânico, ódio e às vezes até mesmo uma paixão desenfreada, tomam contam do nosso ser e pode nos conduzir a caminhos que nem mesmo imaginávamos.

Como buscar o equilíbrio? Como descobrir claramente qual a nossa missão na vida? Como respeitar o limite das pessoas para que não cobremos o que elas não são capazes ou ainda não estão prontas para executar? O que fazer para adquirirmos a confiança suficiente capaz de nos conduzir aos resultados que queremos?

Talvez algumas dessas perguntas jamais iremos descobrir suas respostas, porém se moldarmos com o tempo e a sabedoria o nosso projeto de vida, é bem capaz de usarmos esses sentimentos, que pode nos acometer a qualquer momento, para tirarmos de cada um deles as lições que a vida nos vai oferecendo.

Uma coisa é certa: quem veio ao mundo a passeio com certeza não perceberá que a vida passa tão rápido, porém, quem veio ao mundo a trabalho, com o livre propósito de servir, encontrará em cada um deles a catarse suficiente para o equilíbrio humano.

Sábios serão aqueles que buscarem nas experiências de vida referenciais para ampliar o que é bom e não cair na tentação de repetir o que lhe fez e faz sofrer.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada
em Gestão Pública da Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro1608@gmail.com



O que você entende por Empreendedorismo Social?

10 de Fevereiro de 2014, 10:35, por Antonio Lopes Cordeiro - 0sem comentários ainda

Empreendedorismo Social representa na atualidade um termo com alguns significados, onde cada um deles se situa num contexto ideológico.  


O livro do Carlos Montaño: “Terceiro Setor e Questão Social”, resultado de sua tese de doutorado, mostra claramente a procedência do termo terceiro setor, ao qual o autor afirma ser de denominação ideológica, cunhado lá nos EUA e importado para o Brasil e outros países da América Latina e Caribe, a partir do desmonte do Estado no processo de privatização.


Segundo seu estudo, o termo nasce na efervescência da implantação do neoliberalismo na América Latina e no Caribe, onde a partir da falência do Estado-Providência, como grande pressuposto da redução do Estado e reafirmando a tese do Estado Mínimo, necessita das ONGs – Organizações não Governamentais para assumir as funções sociais do Estado.


Carlos Montaño cita ainda a fragilidade e contradição das ONGs, não aquelas surgidas a partir dos movimentos sociais, mas as criadas para assumir essa nova tarefa, pois apesar de se caracterizarem como entidades não governamentais, é justamente o Estado “falido” que mantém essas instituições com dinheiro público.


A partir do surgimento de milhares dessas ONGs no Brasil, também surge um novo mercado para esses novos profissionais da miséria. De um lado pessoas bem preparadas para captar recursos, seja público ou privado e em nome da benevolência, suprir as deficiências sociais do Estado e de outro lado os voluntários se dedicando a ajudar pessoas. Uma combinação perfeita se tudo isso não estivesse a serviço do desmonte do Estado enquanto provedor de seus problemas e não estive dando suporte ao neoliberalismo, como afirmou Paulo Nogueira Batista em seu livro “O Consenso de Washington”.


É dentro desse contexto que o termo Empreendedorismo Social se encontra. Para os adeptos do chamado terceiro setor, o empreendedor social é aquele profissional que se especializou e descobriu uma nova forma de ganhar dinheiro a partir dessas ONGs, onde de um lado capta recursos para aplicar no universo da pobreza e por outro até presta serviços na formação de cooperativas e associações compostas pela população em vulnerabilidade social. Já para os militantes políticos, o Empreendedorismo Social representa o investimento na população pobre no sentido de libertá-las das amarras da exclusão social e econômica. Nesse contexto está contida a capacitação e a formação tecnopolítca, capazes de formar cooperativas, associações ou mesmo grupos associativos com autonomia de seus participantes e dentro da lógica dos negócios solidários, onde o mais importante é a organização coletiva.


O grande debate que se estabelece nessa discussão é a de que o neoliberalismo ao encurtar o tamanho do Estado, com sua tese do Estado Mínimo, transfere ao mercado a mediação dos interesses da população, principalmente a mais necessitada e é aí que entra o chamado terceiro setor, como uma privatização das funções sociais do Estado. Assim, fica a demonstração clara de que quanto mais um Estado forte num país capitalista, menos poder de mercado e quanto mais fraco esse Estado for, mais necessidade da criação de novos organismos que supra essa necessidade.


Como afirma Montaño, a justificativa para tudo isso vem da satanização de tudo que é estatal e, portanto tem que ser privatizado para o “deus” mercado. “Por outro lado, sataniza-se o Estado-providência como “burocrático”, “paternalista” e em “crise de governança”; como se os gastos com o processo burocrático (dos quais o capital sempre se beneficiou e comandou) fosse só negativo (pense-se na garantia dos processos de licitação, concursos públicos etc.), como se fosse “paternalista” a assistência ao necessitado e a garantia de direitos sociais, mas sem considerar o constante socorro e financiamento ao capital como paternalista”.


É impensável para quem defende uma sociedade livre e soberana, se submeter à industrialização da miséria. Esse debate estará todos os dias nas próximas eleições, onde os defensores do neoliberalismo dirão que o Governo Federal gasta muito com o social, por exemplo, deixando o mercado desprovido e os representantes da população pobre dirão que foram esses investimentos nas causas sociais que salvaram o Brasil dessa crise mundial.

Foi com o propósito de trazer o Empreendedorismo Social como elemento de organização solidaria e de uma prática coletiva, que criamos pela Fundação Perseu Abramo o Curso Empreendedorismo Social e Economia Solidária e sentimos seus efeitos na prática ao aplicar o curso para gestores e para integrantes de uma Aldeia indígena na cidade de Rondolândia/MT.


A resposta foi imediata, principalmente por parte dos membros da aldeia, que nos mostraram um alto grau de organização, ajuda mútua e solidariedade, uns com os outros. Uma clara demonstração de que não necessitaria de uma ONG mantida com recursos públicos para assessorá-los e sim da prefeitura participando junto e abrindo espaços para seu desenvolvimento.

 

Sou adepto da ideia que grande parte da população é empreendedora, faltando apenas oportunidade, investimentos públicos e criação de novos espaços.

 

Antonio Lopes  Cordeiro (Toni)
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada em Gestão Pública e Social
Fundação Perseu Abramo