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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Notas rápidas internacionais 20/06/18

20 de Junho de 2018, 10:09, por Ana Prestes - 0sem comentários ainda

por Ana Prestes

por Ana Prestes

- Trump tira os EUA de mais um fórum multilateral. O país se retirou ontem (19) do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Nas palavras da embaixadora norte-americana que representa seu país no CDH, Nikki Haley, os EUA saem depois que nenhum outro país se dispôs a apoiar uma reforma do órgão. Os americanos acusam o conselho de ser eminentemente anti-Israel. A saída se dá em meio a uma das maiores crises de direitos humanos no país, com uma enorme pressão mundial para que os EUA parem de separar crianças de seus pais que tentam migrar através da fronteira do México.

- O Papa também falou. Sobre as crianças separadas dos pais na fronteira com os EUA.

- Trump disse ontem que já tem uma solução para deixar de separar as crianças dos pais migrantes: dar às autoridades norte-americanas poder para “prender e remover” as famílias inteiras de solo norte-americano. Com a remoção, segundo ele, os adultos não seriam processados e as crianças não precisariam ser separadas. A política migratória norte-americana já deixou o estágio da “tolerância zero” para um grau de xenofobia institucional alarmante.

- Já havia sido aprovado por deputadas e deputados, mas agora passou no Senado. Por 52 votos a 29, o Senado do Canadá aprovou a legalização do uso recreativo da maconha.

- A Bolívia havia fechado nos últimos dias a fronteira com o Brasil (Acre) na região de Pando. Um posto militar boliviano havia sido atacado para roubo de fuzis e outros armamentos. A imprensa está divulgando que o ataque foi feito pelo Comando Vermelho.

- Na Venezuela, com Delcy Rodríguez assumindo a vice-presidência, outro chavista assumiu a Assembleia Constituinte. Trata-se de Diosdado Cabello, que já presidiu anteriormente o parlamento venezuelano.

- Trump e Merkel andam se enfrentando sobre políticas migratórias. O presidente americano teria dito que a criminalidade na Alemanha aumentou 10% após a onda migratória, ao que a chanceler alemã teria respondido dizendo que em 2017 a taxa de criminalidade na Alemanha caiu 9,6%.

- Kim está na China e recebeu elogios de Xi Jinping pela realização da cúpula com os EUA.

- A OEA nomeou um brasileiro, Luiz Antonio Marrey Guimarães, como chefe da Missão de Apoio contra a Corrupção e a Impunidade em Honduras (MACCIH). É uma missão sui generis, posto que foi montada após o presidente hondurenho, Juan Orlando Hernández, ter enfrentado massivas manifestações contra denúncias de desvios de 330 milhões de dólares da previdência do país para sua campanha.

- Na próxima semana, mais precisamente dia 24, as mulheres da Árabia Saudita poderão começar a dirigir após décadas de proibição.

- Na França repercutiu muito mal a declaração de uma diretora do serviço de adoção de uma das regiões do país, após ela dizer que casais homossexuais só poderiam adotar crianças “diferentes” ou “crianças que ninguém quer”, ou seja, deficientes, mais velhas ou com problemas psicológicos mais graves.

- Merkel e Macron planejam criar um orçamento comum para os 19 países da zona do Euro. As conversas fazem parte dos preparativos para a cúpula de líderes da EU que está marcada para 28 e 29 de junho. Dois temas devem ocupar majoritariamente a cúpula: finanças da zona do euro e crise migratória.

- Recep Tayyip Erdogan deve ser reeleito presidente da Turquia no próximo dia 24 de junho. A disputa está entre ele e o social-democrata Muharrem Ince. Apesar do favoritismo de Edrogan, a disputa pelo parlamento está mais acirrada e ele pode ser reeleito presidente sem maioria no parlamento. Eleição ocorrem no momento em que se afasta a possibilidade de ingresso do país na União Europeia, que começou a ser negociado em 2005 e de uma aproximação com Irã e Rússia, apesar de diferenças quanto à Síria. Putin defende Bashar al Assad e Edrogan investe em grupos rebeldes, além de seguir seu massacre aos curdos da fronteira com a Síria.

- Chefe do programa nuclear iraniano, vice-presidente Ali Akbar Salehi, anunciou que o Irã não está satisfeito com as propostas europeias para tentar salvar o acordo de 2015, recentemente abandonado pelos EUA. Várias empresas europeias já anunciaram que deixarão de comercializar com o Irão, por medo de represálias norte-americanas.

- O Brexit está emperrado. Idas e vindas no parlamento britânico. Rebeliões nas bases de conservadores e trabalhistas. A ponto do chanceler britânico Boris Johnson afirmar que seria melhor um Trump, com todo seu estardalhaço, negociando o Brexit do que Theresa May. Um dos grandes impasses tem relação com a fronteira com a Irlanda do Norte. O temor da UE é o endurecimento da fronteira entre as duas Irlandas, após a saída do RU da UE. A República da Irlanda é membro da UE.

- Parlamento Europeu votará hoje restrições para circulação de conteúdo com copyright e links jornalísticos na internet.

- Israel bombardeou pelo menos 25 instalações do Hamas na Faixa de Gaza na última madrugada. O ataque ocorreu no mesmo momento em que um enviado da Casa Branca para o Oriente Médio se encontra na região, já passou pela Jordânia, deve ir a outros países do Golfo e a Israel, mas não à Palestina.

- Na Nicarágua, a tensão política é intensa e em uma das cidades foco da oposição ao governo, Masaya, policiais estão encerrados em um quartel, impedidos de deixar o local. Todas as noites protestantes gritam para o chefe da polícia, Ramón Avellán, que ele se renda. Já são quase quinze dias do mesmo ritual. A mesa de negociações entre governo e oposição, mediada pela igreja, voltou a funcionar na última sexta-feira (15), no entanto, na última segunda (18) a oposição usou o pretexto de que Daniel Ortega não tinha encaminhado uma das decisões para se levantar novamente da mesa. Na reunião de sexta foi acordado que o governo convidaria a CIDH, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e a União Europeia para visitarem o país. Segundo a oposição, o governo ainda não enviou os convites.

- Viralizou na internet um vídeo com torcedores do Senegal limpando sua parte da arquibancada no estádio russo de Otkrytie após o jogo contra a Polônia na Copa do Mundo da Rússia. O Senegal é a primeira equipe africana a ganhar uma partida no campeonato deste ano.

- A OMS (organização mundial de saúde) retirou a transexualidade da categoria “distúrbios mentais” na Classificação Internacional de Doenças, a CID. Embora não totalmente. Agora ela aparece na categoria “condição relativa á saúde sexual”.



A quem servem as mega fundações? Professora norte-americana responde

22 de Março de 2018, 14:04, por Bertoni

Há muito se fala sobre as fundações estrangeiras mantidas por mega-empresários e seu nefasto papel no mundo, principalmente para a Classe Trabalhadora. Muitos aqui no país falam disso, mas como sabemos santo de casa não faz milagre. Por isso, a reportagem e entrevista de Luiz Carlos Azenha com a professora Joan Roelofs, que reproduzimos abaixo é de extrema importância.

Esperamos que produza os efeitos desejados e que a esquerda brasileira pense melhor antes de quere aplicar a Lei do Gerson. A história já mostrou que só os poderosos do mundo faturam com ela!

Artigo indicado por Meg Melniski, via Telegram

Ford, Soros, Gates: A quem servem as mega fundações? A professora Joan Roelofs dá algumas pistas

por Luiz Carlos Azenha

A resposta curta à pergunta do título, não atribuível à entrevistada, é: aos próprios bilionários.

Fundacoes gringas colagem

Nos Estados Unidos, quem cria uma fundação pode deduzir do imposto de renda de 20 a 30% do valor que transferiu a ela, dependendo se for cash ou títulos.

Se você criar uma fundação e doar U$ 1 milhão a ela, pode deduzir ao menos U$ 200 mil do seu imposto a pagar.

Mas, tem mais: a lei obriga a fundação a aplicar apenas 5% de seus bens líquidos do ano anterior em grants, doações, no ano seguinte.

Ou seja, 95% você pode administrar como bem quiser, direta ou indiretamente. Desde que você não tire proveito do dinheiro pessoalmente, tudo bem.

O que permite a você construir duas fortunas, paralelas: uma, pessoal; outra, que você pode usar indiretamente para turbinar sua fortuna pessoal. Ou a de seus filhos, netos e bisnetos.

Como? Comprando poder.

Há milhares de beneficiários das doações, sem qualquer dúvida. Mas, será que é mudança na qual se pode acreditar?, para repetir o candidato que deixou tudo como estava?

Nos Estados Unidos, a maior de todas as fundações é a Bill & Melinda Gates. Uma das mais antigas e influentes é a dos irmãos Rockefeller. Grande e influente é a dos herdeiros de Henry Ford. Dentre as mais agressivas está a do megainvestidor George Soros. Até Leona Helmsley, que já foi presa por sonegar impostos, tem no nome dela e do marido uma fundação filantrópica, com bens superiores a U$ 5 bi.

A soma dos bens só das mais importantes supera os U$ 200 bilhões, mais que o PIB de muitos paises.

Nos Estados Unidos existe um debate incipiente sobre o papel das fundações. Incipiente por falta de conhecimento, de transparência e de interesse.

Fora de lá, houve alguma polêmica depois que o Fórum Social Mundial de Porto Alegre foi financiado em parte pela Fundação Ford. Deveria ser o alter ego da reunião dos capitalistas em Davos, na Suiça.

Depois de quatro edições em Porto Alegre, o financiamento da Fundação foi rejeitado quando o Fórum teve sua primeira edição fora do Brasil, em Mumbai, na Índia.

Numa “confissão involuntária”, a então diretora de governança e sociedade civil da Fundação Ford à época, Lisa Jordan, resumiu em entrevista: “Já podemos ver algumas diferenças em relação a foruns anteriores. Por exemplo, podemos ver maior colaboração de grupos da esquerda comunista da Índia no fórum de Mumbai — o que não era necessariamente uma parte importante do Fórum Social Mundial em sua manifestação brasileira”.

Sobre a rejeição do Fórum ao financiamento da Fundação Ford, ela acrescentou: “Não estamos apoiando o fórum deste ano porque o Comitê Organizador Indiano, que representa uma tentativa ampla de juntar uma grande parte da sociedade local, inclui alguns grupos que se opõem às atividades da [Fundação] Ford na Índia desde 1953 — especialmente o apoio à Revolução Verde nos anos 60 e 70. Eles acreditam que as contribuições feitas pela Fundação Ford evitaram que a Índia passasse por uma revolução comunista”.

Trata-se de uma generalização barata: as críticas à Revolução Verde são muito mais profundas e embasadas do que isso. Ou talvez a entrevistada tenha dito isso por acreditar que a tarefa da FF fosse mesmo evitar uma revolução na Índia. Não é o ponto.

O mais importante é que ela deu a entrevista a um site que se chama Open Democracy, free trinking for the world, ou Democracia aberta, pensamento livre para o mundo, cuja lista de doadores… inclui a própria Fundação Ford, para não falar das Open Society Foundations, do megainvestidor George Soros, que segundo sua própria fundação doou mais de U$ 32 bilhões desde 1979 para financiar “uma sociedade civil vibrante”.

Isso dá uma ideia de como é difícil desfazer este emaranhado de interesses cruzados.

Travar o debate está se tornando difícil, uma vez que as grandes fundações dos Estados Unidos estão investindo cada vez mais na mídia — inclusive a identificada com a esquerda — e especialmente nos veículos sem financiamento, que tendem a se tornar dependentes das doações — e da renovação das doações.

Fundacoes gringas

Um estudo do American Press Institute, relativo a 2015, mostrou que as fundações estão doando como nunca a veículos de comunicação.

O mesmo estudo capturou a dependência da mídia não comercial dos Estados Unidos em relação às fundações: quase 40% dos meios pesquisados tinham nos grants mais de 50 por cento de seu orçamento total!

Nossa série de reportagens a respeito começa com uma entrevista com a autora de um dos livros seminais sobre o assunto, publicado nos Estados Unidos, Fundações e Política Pública: Joan Roelofs.

Ela é professora de Ciência Política do Keene State College, de New Hampshire, e nos respondeu por e-mail. A tradução é nossa, assim como a edição, para facilitar a clareza.

Viomundo: Há muitas fundações hoje em dia, conservadoras e liberais, mesmo de esquerda. Por que a máscara do pluralismo no subtítulo do livro?

Joan Roelofs: Eu estava me referindo à teoria pluralista, segundo a qual diferentes grupos de interesse competem uns com os outros para definir as políticas públicas [um conceito utilizado nos Estados Unidos]. Argumento que todos os grandes grupos de interesse são financiados pelas fundações, o que falsifica a ideia de pluralismo e mascara a real competição. Há limites impostos pelo financiamento (e outros processos relacionados às fundações, como networking, workshops, assistência técnica e a própria formulação do pedido de financiamento). Organizações financiadas não podem provocar grandes rupturas no poder e na riqueza, ou no capitalismo imperialista. Mesmo as ongs de esquerda, como o Institute for Policy Studies, e um dos grandes institutos trabalhistas, o Economic Policy Institute, são financiados pela fundações liberais, dentre as quais a Ford e a Open Society [de George Soros].

Viomundo: O financiamento amplifica a influência das fundações muito além da elite?

Joan: Meu livro é sobre isso. Elas se envolvem com o maior número possível de movimentos e organizações. Estes não podem sobreviver ou fazer o que querem, como levar casos à Suprema Corte, por exemplo, só com o dinheiro dos associados. Os institutos financiados pelas fundações fornecem os especialistas que falam na TV e material para artigos de opinião. As fundações têm grande influência nas faculdades e universidades. Elas cooptam liberais de classe média e gente talentosa entre os mais pobres para receberem doações a título de formação de lideranças. Está tudo no meu livro.

Viomundo: A senhora menciona ideias de alguém considerado um dos grandes estrategistas dos Estados Unidos, Zbigniew Brzezinski. O que ele dizia sobre espalhar a influência norte-americana?

Joan: Ele defendia o uso do soft power como forma de derrotar o comunismo. Faça a elite se envolver com as tecnologias da informação e torne as massas fascinadas pela cultura dos Estados Unidos. Operações clandestinas e abertas (com grande participação das fundações) foram utilizadas para levar adiante este plano.

Viomundo: A Fundação Rockefeller tem uma longa relação com o Brasil. Começou com doações ligadas à saúde pública e hoje o dinheiro continua chegando, por exemplo, no campo do chamado desenvolvimento sustentável. Por que eles investiriam dinheiro aqui?

Joan: Existe um ótimo livro sobre os Rockefellers e a América Latina, Thy Will Be Done, de Colby e Dennett. Se você quer explorar os recursos ou mesmo apenas fazer negócios, você não quer que seus trabalhadores locais ou seus gerentes norte-americanos fiquem doentes. Você precisa de água limpa. Você precisa que os recursos naturais sigam jorrando. Se o seu negócio é em turismo internacional, por exemplo, você quer que as pessoas se sintam limpas e seguras em suas férias no Exterior.

Viomundo: A Fundação Ford se define hoje, no Brasil, como defensora da justiça racial, para fazer avançar a democracia e a igualdade. “Nós apoiamos a emergência e o crescimento de poderosas novas vozes e narrativas, tanto no campo quanto na cidade, e trabalhamos para conectá-las com outros líderes da justiça, movimentos e instituições-chave”, diz um texto sobre objetivos da FF. Não é disso que precisamos no Brasil?

Joan: Sim, mas é que direitos civis, lideranças e networking não bastam. Pode ser que o sistema econômico esteja bloqueando o progresso real em todo o mundo (inclusive nas nações desenvolvidas). Escrevi um artigo recente sobre direitos humanos como substituto do socialismo. James Petras tem escrito muito sobre a cooptação da esquerda na América Latina. A NACLA (North American Congress on Latin America), que já foi radical, a certa altura recebeu dinheiro da Fundação Ford e mudou o discurso sobre as barreiras à justiça social na América Latina.

Viomundo: A Ford e a Open Society (Soros) dão muito dinheiro para organizações de mídia, inclusive da nova mídia, algumas das quais identificadas com a esquerda. Por que os bilionários se preocupariam com isso?

Joan: Essas organizações de mídia se dizem realmente independentes, em contraste com as antigas, “ruins”, financiadas por governos ou partidos políticos. Naturalmente, existe poder em ter dinheiro no que é supostamente “alternativo” e que é lido por gente de esquerda, dentre outros.

Viomundo: Hoje, as fundações investem até em parcerias com grandes veículos de mídia, nos Estados Unidos. É dito que sem qualquer tipo de controle. Se as fundações não controlam o conteúdo, por que não aceitar o dinheiro?

Joan: Por que quem aceita o dinheiro normalmente se autocensura. Não quer ofender o patrocinador.

Viomundo: A Open Society está preocupada, pelo menos aparentemente, em fazer avançar a democracia na América do Sul. Junto com a Fundação Ford e outras, traçou inclusive cenários da América Latina para os próximos 15 anos. Com gente de esquerda no meio. Como você vê essas iniciativas de George Soros?

Joan: As organizações dele, junto com as operações clandestinas, tem sido poderosas para provocar mudanças. Por exemplo, na Hungria, com a transformação das universidades e a criação do partido Fidesz, ou com a derrubada de Milosevic [na extinta Iugoslávia]. Roger Cohen escreveu a respeito. Está no meu livro. Alguém deveria escrever um livro sobre tudo o que aconteceu nas revoluções coloridas [no entorno da extinta União Soviética] e sobre quem estava envolvido nelas.

Viomundo: Por que quase não existe debate sobre as fundações? Por que elas parecem ser neutras?

Joan: Elas não gostam de críticas públicas e tem poder suficiente para marginalizá-las. Eu fui chamada de teórica da conspiração por tentar jogar luz nas fundações. A maioria dos acadêmicos e repórteres evita morder a mão que os alimenta. As fundações se dizem apartidárias, o que é verdade. Eles não favorecem a este ou aquele partido nos Estados Unidos. Mas isso não significa que sejam objetivas e neutras. São fachadas para o poder da elite. Sua origem, financiamento, investimentos e filosofias estão profundamente ligadas às corporações bilionárias. Alguns de seus empregados, inclusive presidentes, refletem “diversidade” e elas podem promover grandes mudanças sociais desde que sua riqueza, poder e domínio internacional não sejam afetados. As fundações foram importantes em acabar com o apartheid oficial nos Estados Unidos — e na África do Sul — mas nos dois casos o capitalismo não pode ser tocado.

Viomundo: As fundações distorcem a democracia?

Joan: A riqueza distorce a democracia e as fundações são apenas uma parte dela. O trabalho delas com intervenções internacionais clandestinas certamente não ajuda a democracia. Além disso, a parte a descoberto — apoio a grupos de interesse ou a ongs para representar as pessoas — não promove a democracia. O sistema das fundações apoia e reforça o sistema das ongs e algumas fundações inclusive criaram ongs. Essas organizações são de elite, se comparadas à cidadania em geral, desorganizada. As fundações não podem legalmente financiar partidos políticos ou movimentos políticos de massa. A democracia deveria requerer que todas as pessoas fossem integradas a algum braço de uma organização local, de uma entidade política poderosa. Talvez já nem seja possível nos dias de hoje, com as grandes populações, extremo individualismo e a cultura da celebridade; e muitos gadgets, hobbies e jogos.

Viomundo: Então, as fundações podem ser uma força por mudança?

Joan: Alguma mudança, sim. Mas, elas previnem contra mudanças mais radicais, que poderiam ser mais eficazes na promoção da justiça e da paz?

Na Europa Oriental, nas repúblicas da extinta União Soviética, na Índia, dentre outros lugares, as fundações encorajam o nacionalismo e mesmo tradições religiosas locais, como forma de atacar o internacionalismo e as ideias do ‘trabalhadores do mundo, uni-vos’.

Nos Estados Unidos, trabalham contra o chamado ‘extremismo anticapitalista’. Elas não encorajam os grupos da supremacia branca ou fanáticos religiosos fundamentalistas, mas foram incapazes de evitá-los.

Um sistema baseado na disputa entre grupos de interesse, que foi estimulado pelas fundações, resulta em maior polarização do que ocorreria, se tivessemos movimentos políticos mais generalizados.

Reflito que os Estados Unidos tem o mais amplo e elaborado terceiro setor do mundo — fundações, entidades sem fins lucrativos, think tanks, mesmo organizações de base (reais, não de mentirinha). Ainda assim, o padrão de vida está em declínio, a infraestrutura cai aos pedaços, o meio ambiente está sendo devastado, os números da pobreza são enormes, a incidência de violência é sem precedentes (não apenas se comparada a países desenvolvidos). Todo mundo deveria ler o relatório How Effective Are International Human Rights Treaties? [Quão eficazes são os tratados de direitos humanos internacionais?] Enquanto isso, a agressão e a intervenção dos Estados Unidos em muitas nações não dá sinais de parar. E todas estas, aliás, não são questões que as fundações estão dispostas a descrever como “problemas”.

Fonte: Viomundo



Tras el vivir y el soñar, está lo que más importa: despertar. por Evo Morales

15 de Janeiro de 2018, 14:52, por Fr3d vázquez - 0sem comentários ainda

Exposición del Presidente Evo Morales ante la reunión de Jefes de Estado de los países productores de petróleo. Con lenguaje simple, trasmitido en traducción simultánea a más de un centenar de Jefes de Estado y dignatarios de los países productores de petróleo, logró inquietar a su audiencia cuando dijo:

"Aquí pues yo, Evo Morales, he venido a encontrar a los que celebran el encuentro.

Aquí pues yo, descendiente de los que poblaron la América hace cuarenta mil años, he venido a encontrar a los que la encontraron hace solo quinientos años.

Aquí pues, nos encontramos todos. Sabemos lo que somos, y es bastante.

Yo, venido de la noble tierra americana declaro que el hermano aduanero europeo me pide papel escrito con visa para poder descubrir a los que me descubrieron.

Yo, venido de la noble tierra americana declaro que el hermano usurero europeo me pide pago de una deuda contraída por Judas, a quien nunca autoricé a venderme.

Yo, venido de la noble tierra americana declaro que el hermano leguleyo europeo me explica que toda deuda se paga con intereses aunque sea, vendiendo seres humanos y países enteros sin pedirles consentimiento.

Yo los voy descubriendo. También yo puedo reclamar pagos y también puedo reclamar intereses. Consta en el Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo y firma sobre firma, que solamente entre el año 1503 y 1660 llegaron a San Lucas de Barrameda 185 mil kilos de oro y 16 millones de kilos de plata provenientes de América.

¿Saqueo? ¡No lo creyera yo! Porque sería pensar que los hermanos cristianos faltaron a su Séptimo Mandamiento.

¿Expoliación? ¡Guárdeme Tanatzin de figurarme que los europeos, como Caín, matan y niegan la sangre de su hermano!

¿Genocidio? ¡Eso sería dar crédito a los calumniadores, como Bartolomé de las Casas, que califican al encuentro como de destrucción de las Indias, o a ultrosos como Arturo Uslar Pietri, que afirma que el arranque del capitalismo y la actual civilización europea se deben a la inundación de metales preciosos!

¡No! Esos 185 mil kilos de oro y 16 millones de kilos de plata deben ser considerados como el primero de muchos otros préstamos amigables de América, destinados al desarrollo de Europa. Lo contrario sería presumir la existencia de crímenes de guerra, lo que daría derecho no sólo a exigir la devolución inmediata, sino la indemnización por daños y perjuicios.

Yo, Evo Morales, prefiero pensar en la menos ofensiva de estas hipótesis.

Tan fabulosa exportación de capitales no fueron más que el inicio de un plan 'MARSHALLTESUMA", para garantizar la reconstrucción de la bárbara Europa, arruinada por sus deplorables guerras contra los cultos musulmanes, creadores del álgebra, la medicina, el baño cotidiano y otros logros superiores de la civilización.

Por eso, al celebrar el Quinto Centenario del Empréstito, podremos preguntarnos: ¿Han hecho los hermanos europeos un uso racional, responsable o por lo menos productivo de los fondos tan generosamente adelantados por el Fondo Indoamericano Internacional? Deploramos decir que no.

En lo estratégico, lo dilapidaron en las batallas de Lepanto, en armadas invencibles, en terceros reichs y otras formas de exterminio mutuo, sin otro destino que terminar ocupados por las tropas gringas de la OTAN, como en Panamá, pero sin canal.

En lo financiero, han sido incapaces, después de una moratoria de 500 años, tanto de cancelar el capital y sus intereses, cuanto de independizarse de las rentas líquidas, las materias primas y la energía barata que les exporta y provee todo el Tercer Mundo.

Este deplorable cuadro corrobora la afirmación de Milton Friedman según la cual una economía subsidiada jamás puede funcionar y nos obliga a reclamarles, para su propio bien, el pago del capital y los intereses que, tan generosamente hemos demorado todos estos siglos en cobrar.

Al decir esto, aclaramos que no nos rebajaremos a cobrarles a nuestros hermanos europeos las viles y sanguinarias tasas del 20 y hasta el 30 por ciento de interés, que los hermanos europeos les cobran a los pueblos del Tercer Mundo. Nos limitaremos a exigir la devolución de los metales preciosos adelantados, más el módico interés fijo del 10 por ciento, acumulado sólo durante los últimos 300 años, con 200 años de gracia.

Sobre esta base, y aplicando la fórmula europea del interés compuesto, informamos a los descubridores que nos deben, como primer pago de su deuda, una masa de 185 mil kilos de oro y 16 millones de kilos de plata, ambas cifras elevadas a la potencia de 300.

Es decir, un número para cuya expresión total, serían necesarias más de 300 cifras, y que supera ampliamente el peso total del planeta Tierra.

Muy pesadas son esas moles de oro y plata. ¿Cuánto pesarían, calculadas en sangre?

Aducir que Europa, en medio milenio, no ha podido generar riquezas suficientes para cancelar ese módico interés, sería tanto como admitir su absoluto fracaso financiero y/o la demencial irracionalidad de los supuestos del capitalismo.

Tales cuestiones metafísicas, desde luego, no nos inquietan a los indoamericanos.

Pero sí exigimos la firma de una Carta de Intención que discipline a los pueblos deudores del Viejo Continente, y que los obligue a cumplir su compromiso mediante una pronta privatización o reconversión de Europa, que les permita entregárnosla entera, como primer pago de la deuda histórica...

Tras el vivir y el soñar, está lo que más importa: despertar.



fonte: https://www.conversaafiada.com.br/mundo/o-mercado-nao-apaga-lula-e-evo



Discurso de Freixo contra união das esquerdas apanha nas redes sociais

29 de Dezembro de 2017, 16:28, por Jornal Correio do Brasil

“Se o PT quisesse mesmo recompor o campo progressista, ‘não andaria de braços dados com Renan Calheiros”, criticou Freixo.

 

Por Redação – do Rio de Janeiro

 

Líder nacional do PSOL, o deputado estadual Marcelo Freixo (RJ) recebeu uma saraivada de críticas, nas redes sociais, nesta sexta-feira, por conta de declarações a um dos diários conservadores paulistanos. Para o psolista, a divisão das forças de esquerda, no país, não seria decisiva para a vigência do golpe de Estado, em curso. Na entrevista, Freixo reconhece, rapidamente, que a democracia foi extinta, no país, com a deposição da presidenta Dilma Rousseff (PT.

freixo

Marcelo Freixo representa o PSOL, em nível nacional

Segundo Freixo, seria preciso “reconstruir uma esquerda que, definitivamente não entendeu (os protestos de) 2013”. A colagem dos cacos em que transformaram as legendas mais próximas ao socialismo, diz ele, pode distanciar — ainda mais — estas bandeiras.

— Não sei se esse é o momento de unificar todo mundo, não — apregoa.

Segundo afirmou, se o PT quisesse mesmo recompor o campo progressista, “não andaria de braços dados com Renan Calheiros”, criticou.

— A esquerda preferiu achar que aquilo ali (as manifestações promovidas por grupos fascistas como o Vem Pra Rua) era coisa da direita, o que não é verdade — disse.

Conversa em
apartamento

Na entrevista, Freixo contou como foi formado o movimento que pretende lançar o ativista social Guilherme Boulos à Presidência da República. Não foi em uma assembleia de trabalhadores; ou em uma manifestação de um dos movimentos políticos que abrigam o professor universitário paulistano. A ideia foi gestada em um apartamento na Zona Sul do Rio. E tomou corpo em um botequim ‘pé sujo’ próximo à Avenida Paulista.

— A ideia do medo é muito forte e legitima a barbárie. Tenho medo da favela, então qualquer coisa que aconteça lá não me toca. Da juventude negra, então seu genocídio não me abala, não sou um deles. Brinco que nossos sonhos não cabem nas urnas, mas nossos pesadelos cabem. Esses debates todos me fizeram chegar ao Boulos. Estava em casa, tomando um café com minha companheira, a Antônia (Pellegrino, escritora e cofundadora do blog feminista #AgoraÉQueSãoElas, hospedado no jornal conservador para o qual concedeu a entrevista) — disse.

Em Ipanema

E continuou:

— Conversávamos sobre o que é esta esquerda do século XXI. Os olhos dela são meio que termômetro. Falei do Boulos, e arregalaram. Pensei: “Opa, ali tem caldo”. Fiz testes com minha equipe, e as reações eram as mesmas. Aí liguei pro Boulos e marquei num botequinho bem “vagaba” perto da av. Paulista. Quando sugeri, ele quase caiu da cadeira de susto. Hoje falta muito pouco para consolidar a candidatura. Março é o prazo — relata.

Após os primeiros encontros, a conversa continuou com vista para o mar de Ipanema.

— Levamos o Boulos na casa (apartamento) da Paula (Lavigne, mulher do Caetano Veloso, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema) para conversar com setores da intelectualidade, do meio artístico. Muitos não conheciam nada de MTST. As perguntas eram pertinentes. “O que vocês fazem é invadir a casa de alguém?” E é justo ter mais imóvel vazio do que gente morando na rua? — segue.

Proposta

Segundo Freixo, “dá pra trocar os estereótipos da radicalidade por um debate de conteúdo”.

— A ideia é mostrar que essa radicalidade da política é a melhor coisa que pode acontecer pro Brasil, no sentido de ter uma proposta diferente da que se coloca hoje. Vivemos num dos países mais desiguais do mundo, extremamente violento. Nada disso a gente vê como radical. Violenta é a proposta que vem para mudar isso? Será? — acrescentou.

No mesmo tom de quem conversa bem com a elite brasileira, Freixo dispara:

— A gente vive um momento de reconstrução: qual esquerda a sociedade vai enxergar? Porque precisa enxergar o diferente. Não sei se esse é o momento de unificar todo mundo, não. Até porque a direita também está muito fragmentada: Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles… — acredita.

Pós-Lula

Em seguida, foi direto quanto ao imaginado apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

— Não há a menor possibilidade. Ele (Lula) fala isso pra tentar colocar a gente numa caixa de sectários. Se quisessem recompor a esquerda, não andariam de braços dados com Renan Calheiros em Alagoas — detona.

Na opinião de Freixo, se Lula foi impedido de concorrer, “o pós-Lula vai ser posto”.

— Se concorrer e perder… É o cenário ideal para a direita. O que também pode acontecer: vencer e governar com alianças que sempre fez. Lula está sendo empurrado pela conjuntura para uma postura mais de enfrentamento. Mas, se estivesse a seu alcance, faria todos os acordos que sempre fez. Nesse sentido o pós-Lula vai se dar, também, para a esquerda.

O PSOL precisa entender seu papel nesse contexto. Não tem que ser anti-Lula, somando-se aos setores mais conservadores. Temos a chance de marcar diferença com o lulismo por meio de um programa — discursa.

Redes sociais

A resposta mais imediata à declarações de Freixo vieram do articulista do Correio do Brasil, Val Carvalho.

“Para Ciro, Boulos e o PSOL o dia 24 de janeiro, data da condenação de Lula num julgamento-farsa, sem provas, será o dia da libertação de seus oportunismos eleitorais. De forma aberta ou velada, todos eles torcem para que o golpe consiga cassar o direito de Lula ser candidato. Ao mesmo tempo, se animam com o seu direito de ser candidatos, mesmo sabendo que uma eleição sem Lula é fraude”.

“Todos eles pegam carona na campanha da direita contra Lula e o PT. Todo santo dia a direita diz que Lula dividiu o país ou que seu tempo já acabou. Para justificarem seu oportunismo eleitoral, Ciro repete que Lula divide o país e o PSOL e Boulos adoram falar que já vivemos na época do pós-Lula.

Caetano Veloso

Cada um deles justifica o seu divisionismo de um modo. Ciro é candidato porque Lula ‘divide’. O PSOL lança Boulos porque Lula ‘concilia’. Boulos não convidou Lula para os 20 anos do MTST porque ali, no Largo da Batata, juntamente com Caetano Veloso, ele estava ‘lançando’ a sua candidatura.

“A falsa ideia do ‘pós-Lula’, criação da propaganda golpista, é apropriada pelo PSOL e transformada em ‘programa avançado contra as oligarquias’. Formulação grandiloquente, restrita ao papel, para justificar a divisão das esquerdas diante do avanço do golpe.

“Quanto mais avançado for o programa do candidato, mais estreita será a sua base eleitoral e mais provável será a sua derrota em 2018. Se Lula adotasse esse ‘programa estratégico’ proposto pelo PSOL, além de continuar não contando com o apoio desse partido, ainda seria derrotado na eleição. E o golpe continuaria, com a vitória de Bolsonaro ou outro candidato da direita.

Programa mínimo

“Vivemos uma conjuntura de exceção, especialmente no tocante às eleições. Nenhuma discussão política séria pode ser feita descolada dessa conjuntura, cuja exigência tática, de unidade ampla, inclusive com os ‘arrependidos’, tem o valor estratégico da reconquista da democracia. Com a democracia reconquistada, cada esquerda teria então o pleno direito de propor o seu caminho estratégico e programático.

“Antes disso, comete o erro político grave de dividir a campo das esquerdas e com isso dificultar a vitória de Lula no primeiro turno. Os 5% de Boulos podem significar a diferença entre Lula ir ou não para o segundo turno. No primeiro turno ganharíamos com um programa mais avançado.

“Já no segundo turno teríamos de apresentar um programa mínimo para ampliar as alianças necessárias para a vitória.

“Quanto à candidatura de Manuela d’Ávila pessoalmente não acredito que seja para valer. Mesmo assim e apesar de trabalhar unida à luta democrática de Lula ser candidato, a sua manutenção até o fim também ajudaria a direita levar a eleição para o segundo turno.

Moscas azuis

“Ficarmos presos ao argumento despolitizado de que as esquerdas têm o direito de lançar candidato, um direito que não existe hoje para Lula, que representa 45% do eleitorado, é se alienar totalmente da conjuntura do golpe e da tarefa concreta da construção de uma ampla frente democrática para derrotar o estado de exceção, que está cada vez mais tomando conta do país.

“Fora disso é blá, blá, blá sectário, bem ao gosto de umbigos inchados e moscas azuis”, escreveu o articulista.

Já o jornalista Fábio Lau, editor-chefe do site de notícias Conexão Jornalismo, a questão é objetiva.

— Freixo “acha” que ainda não é hora da unificação da esquerda. Isso dá a certeza de que ainda não é hora de lhe dar meu voto.

Boulos apoia

Ainda nesta sexta-feira, após a entrevista de Freixo, o provável candidato do Psol à Presidência da República, Guilherme Boulos, assinou o manifesto ‘Eleição sem Lula é fraude’, que conta com 93 mil adesões. O documento é assinado por intelectuais do Brasil e do mundo. Com isso, Boulos segue o exemplo de Manuela D’Ávida, do PCdoB, que foi uma das primeiras a assinar o documento.

O texto critica a tentativa de retirar Lula da disputa com a captura do Judiciário por interesses políticos.

“O Brasil vive um momento de encruzilhada: ou restauramos os direitos sociais e o Estado Democrático de Direito ou seremos derrotados e assistiremos a definitiva implantação de uma sociedade de capitalismo sem regulações, baseada na superexploração dos trabalhadores”, diz o documento.

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Soros ‘compra’ parte do Parlamento Europeu, denuncia premiê da Hungria

5 de Novembro de 2017, 18:10, por Jornal Correio do Brasil

Graças ao primeiro-ministro húngaro e ao seu partido, foi tornada pública uma lista de políticos que trabalham para os interesses do financista bilionário George Soros nas instituições europeias.

 
Por Redação, com Sputniknews – de Bruxelas

 

O registro enumera os membros do Parlamento Europeu que promovem projetos do magnata. Eles aprovam emendas na legislação da UE. Os tentáculos do multibilionário se espalham por todo o mundo. Aqui, no Brasil, ele é suspeito de ter financiado o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff (PT). O empresário é sócio do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga Neto. Até 1999, Fraga Neto era diretor do Soros Fund Management.

O bilionário George Soros seria "dono" de um terço do Parlamento Europeu

O bilionário George Soros seria “dono” de um terço do Parlamento Europeu

A ideia de que o bilionário George Soros estaria interferindo ativamente na política mundial; e que poderá controlar países inteiros, geralmente, foi considerada uma das típicas teorias da conspiração.

Contra a Rússia

No entanto, a questão veio à tona de novo. O deputado Hollik Istvan anunciou, perante o parlamento húngaro, que o financista já controla ao menos um terço dos deputados do Parlamento Europeu.

Istvan se baseou em um enorme registro de documentos internos de George Soros, revelado pelo portal DCLeaks. A página enumera os deputados europeus e determina quem é patrocinado por organizações filiadas na Open Society Foundation. A instituição é chefiada por Soros. No total, nessa lista aparecem 226 dos 751 deputados do Parlamento Europeu.

Entre as ideias que se recomenda promover estão a democracia, a igualdade social e a de gênero; a abertura das fronteiras à imigração, a aproximação da Ucrânia à UE. E, claro, a luta contra quaisquer de seus laços com a Rússia.

Tomada de decisão

Esta “rede” europeia da Open Society Foundation inclui políticos de baixo calibre. Mas também outros de grande peso, como o presidente do Parlamento Europeu entre 2012 e 2017, Martin Schulz; o premiê da Bélgica entre 1999 e 2008, Guy Verhofstadt; e o atual líder do grupo socialista europeu, o italiano Gianni Pittella.

— A partir desses arquivos e documentos, podemos descobrir que a rede de George Soros tem uma influência significativa sobre os líderes da União Europeia residentes em Bruxelas — disse o político aos deputados húngaros.

De acordo com os documentos, nas vésperas das eleições europeias de 2014, o financista doou US$ 6 milhões (cerca de R$ 20 milhões) a 90 organizações não governamentais; para que influenciassem a tomada de decisões conforme a linha da fundação.

O caso mais recente foi protagonizado pela Comissão das Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos (LIBE) do Parlamento Europeu. A instância adotou uma proposta favorável à imigração; apesar da oposição do Grupo de Visegrad (Hungria, Polónia, República Tcheca e Eslováquia).

Elites políticas

A maioria dos membros da LIBE está na lista de Soros, observa o político. Os documentos apontam para a contribuição especial de Sylvie Guillem, dos socialdemocratas franceses; e de Jean Lambert, dos verdes britânicos. Ambos são ardentes promotores da reforma imigratória na UE; que prevê uma maior aceitação dos refugiados.

— O assassino em massa mais procurado no Paquistão, acusado de 70 assassinatos pelas autoridades, foi capturado na fronteira do sul da Hungria. Apesar disso, ele conseguiu receber o status de refugiado na Grécia e chegar à fronteira com a Hungria — contou Istvan com indignação.

Hollik Istvan é membro do movimento político Fidesz, do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban.

Já faz muito que o dirigente húngaro vem tentando combater os projetos de interferência de Soros em seu país. Desde março de 2017, não cessam os litígios para encerrar a Universidade Central Europeia, fundada graças ao dinheiro de Soros em Budapeste e que formou várias gerações de elites políticas da UE.

Brexit enrolado

No front onde atua o bilionário, no entanto, as nuvens são de tempestade. A economia britânica crescerá mais lentamente no curto prazo se o país não conseguir assegurar um acordo para a futura relação comercial com a União Europeia depois do Brexit, disse neste domingo o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Mark Carney.

Ao ser questionado em entrevista à emissora ITV se a economia britânica seria prejudicada caso não houvesse acordo sobre o Brexit, ele respondeu:

— A resposta curta é sim, no curto prazo. No curto prazo, sem dúvida, se tivermos materialmente menos acesso (à UE) do que temos agora. Essa economia precisará se reorientar e este período de tempo pesará sobre o crescimento”, acrescentou Carney.

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