Que lições podemos tirar do golpismo
2 de Maio de 2016, 21:59Antes de qualquer conversa é necessário que se esclareça que o golpe de estado em curso no Brasil se situa entre a ignorância política e o neoliberalismo disfarçado, comandado por uma trupe do mal que comungou com o golpe de 64, lutou contra as diretas já, aprovou várias leis e medidas contra o povo e outros que aderiram por puro oportunismo e enterraram de vez as convicções que diziam ter. Trata-se de uma modalidade moderna de golpe, pois ocorre no campo institucional e sem necessidade de envolver as forças armadas.
Outra questão tão importante quanto, é que essa intervenção moderna e de extrema direita, faz parte de uma nova fase do capitalismo mundial, visto que essa mesma prática ocorre nesse momento em várias partes do mundo capitalista, principalmente em vários países da América Latina, no sentido de conter o avanço das forças progressistas e intervir nas conquistas trabalhistas e os avanços de setores que sempre estiveram excluídos da sociedade.
Para o bem e para o mal, o triste episódio do último dia 17 de abril ficou marcado na história do país, primeiro pelas aberrações que vimos e ouvimos dos defensores do “sim” e segundo pelo fato de que jamais teria ocorrido algo semelhante se o país estivesse sendo governado pelo PSDB e seus aliados neoliberais. Podemos afirmar que só ocorreu a aceitação do impeachment porque é o PT que está no comando e corre-se o risco de Lula voltar como presidente em 2018. Isso levou os agentes da casa-grande ao tudo ou nada.
Estamos falando de um daqueles momentos que chegamos a sentir vergonha de sermos humanos, tamanha a farsa e a hipocrisia. Tamanha a montagem amadora para velhos profissionais da política. Por outro lado o episódio mostrou como é fácil enganar grande parte da população, pois se assim não fosse os bizarros personagens legislativos seriam outros.
É importante salientar que se trata de um enfrentamento de classe e de medição de forças e pouco tem a ver com a competência da Presidenta Dilma e muito menos com o combate à corrupção. É na verdade um embate ideológico pela disputa do projeto que está em curso e qual o que a burguesia quer em substituição, a mando principalmente do capital internacional.
O que imagino ser de grande relevância avaliar, principalmente no campo da organização política e social, é o fato do país ter eleito um Congresso tão sinistro como esse, composto por mais da metade de parlamentares com grandes dívidas com a tal da justiça, quase metade ser da bancada milionária, além de mais da metade representar o latifúndio, num país eminentemente urbano. Isso sem contar, que num país de trabalhadores a maioria deles representa a bancada empresarial e muito pouca representação trabalhista, o que mostra também uma enorme fragilidade e desconexão com a realidade das entidades sindicais e a escassez de novas lideranças.
Um cenário ideal para o golpismo. Uma grande oportunidade para os golpistas rasgarem a CLT, junto com a Constituição e de quebra terem milhares de pessoas alienadas, cheias de ódio ao PT, aprovando seus atos e pedindo a volta da ditadura. O golpismo tem como grande suporte ideológico o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que se comporta como protagonista do pensamento neoliberal e por outro lado mostra o grande erro do governo federal, de não ter criado regras para os meios de comunicação.
O fato mais grave é que essas criaturas do pobre e falido poder legislativo só se sai bem e fazem o que bem querem porque grande parte da justiça de fato é cega, surda e muda para as ocorrências com quaisquer pessoas ligadas ao PSDB e seus aliados, pois se forem ligadas ao PT, a eles simplesmente a lei.
A primeira lição que fica vem do fato do governo federal não ter investido na comunicação alternativa, como as Rádios e TVs Comunitárias, por exemplo, ou ainda a criação de um canal exclusivo com repercussão nacional, como fez a Venezuela e outros países governados pela esquerda.
A segunda lição a ser aprendida é saber que cada vez que um prefeito ou prefeita, governador ou governadora e principalmente um presidente ou presidenta faz alianças mercantilistas ao invés de programáticas, ficam reféns de oportunismos e oportunistas e só conseguem caminhar em seus mandatos, a custa de muitos cargos e/ou de muito dinheiro.
A terceira lição é reconhecer publicamente que a democracia representativa em curso agoniza. Encontra-se em estado terminal. A maioria dos eleitos do Congresso, com votos e apoio da população pobre, representa exatamente seus opositores, ou seja, o grande capital e dia a dia vai delapidando direitos trabalhistas, dos índios, dos quilombolas e principalmente os direitos sociais, que os classificam como gastos sociais e não como um dever do Estado.
A quarta lição é enxergar e entender que o grande enredo de fundo do golpe em curso é o controle absoluto do processo econômico do país. Querem novamente um exército industrial de reserva (contingente de desempregados), que possibilite o controle salarial e trabalhista. São atores políticos com a missão de facilitarem o acesso americano na gestão do pré sal e das reservas florestais, por exemplo. Além disso, pretendem aprovar os mais de 50 projetos que delapidam todas as conquistas e avanços dos últimos 100 anos, entre eles, a terceirização geral, a mudança de curso dos Projetos Sociais, além do fim do SUS e a prioridade absoluta ao ensino privado.
A quinta lição é entender o processo. Ou se governa com o povo, respeitando suas organizações e incentivando a criação de outros instrumentos participativos e criando oportunidades de ouvir a população, ou tem que apostar na identidade das lutas, como é o que esta ocorrendo neste momento. O povo está nas ruas, muito mais por entender a gravidade dos fatos e o tamanho do prejuízo que pode ocorrer na tão frágil democracia do que pelo fato de ter sido ouvido ou ser protagonista no processo de governança.
A sexta lição vem das ruas nos mandando um recado. Se por um lado nunca vimos tantos e tantas fascistas e zumbis de direita juntos defendendo o golpe e contra a democracia, por outro vemos milhares de jovens, mulheres, negros, brancos, índios, quilombolas e trabalhadores de várias categorias, unidos se manifestando no Brasil e em várias partes do mundo contra o golpe, contra a mídia partidária e golpista e pela manutenção plena da democracia. Ou seja, o povo que luta pelos direitos, por liberdade e por uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas, organizado ou não, sempre esteve lá aguardando ser chamado à participação. Que isso sirva de lição.
A sétima lição é a de que o golpe de estado em curso vai revelando a cara e a intensão de seus articulistas, como a traição e a falta de compromisso com a boa política. Fatos esses criados no seio das alianças mercantilistas, onde por um cargo ou uma parcela de poder vale tudo. Isso mostra duas realidades. A primeira é a de que se faz necessário capacitar e formar politicamente a população, principalmente no sentido de seus direitos e para que exerçam melhor o direito de votar e a segunda é de que juntar gente “boa de voto” para ganhar eleições pode levar ao atoleiro, como estamos vendo na atualidade.
A partir dessas constatações ficam algumas inquietações no ar. Como mudar essa realidade? Será via institucional ou via enfrentamento? O que virá após o golpe? Como resgatar alguns valores perdidos?
Creio que só será possível estancar esse cenário golpista com um enfrentamento organizado, seja no campo, nas cidades, nas redes, mas principalmente nas ruas, que em nome da democracia e da mudança da sociedade, mostre aos envolvidos que a luta é por uma causa e não apenas pela manutenção do governo ou de mandatos. Caso contrário, o país corre o risco de voltar pelo menos uns 100 anos na história. Seja o que for que virá, ou aprendemos e enfrentamos os erros ou eles poderão vir com muito mais vigor.
Há de entender, que se for para moralizar de fato esse país, uma das coisas que tem que acabar é com o profissional de mandatos. Aquela criatura que uma vez vereador, deputado ou senador, não quer mais largar o osso, quer morrer grudado no cargo. Essa prática, além de perniciosa, intervém diretamente de forma negativa, no surgimento de novas lideranças. É como se os eleitores necessitassem sempre de heróis ou heroínas e não de lideranças construídas no âmbito da participação.
A democracia representativa só sobreviverá se acabarem as candidaturas eternas e as pessoas eleitas tiverem bases participativas de fato e de direito, principalmente para se cumpram na prática os direitos constitucionais de participação e de controle social de todas as políticas públicas. Um dos caminhos para isso é criação e organização dos conselhos de mandatos.
A realidade nos mostra que a partir desse momento, nenhum de nós, nenhum partido, nem mesmo o país será o mesmo, pois grande parte da população busca luz enquanto outra parte caminha para as trevas e conta às lendas que quando estamos bem intencionados e bem acompanhados, todos os caminhos levam à luz e para lá que estou indo.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com
A luta continua!
18 de Abril de 2016, 21:38
O dia de hoje estará amanhã descrito nos livros de história. Como bom educador aprendi a contar na sala de aula que índios e negros sofreram a escravidão dos brancos, plebeus massacrados por reis, trabalhadores gerando lucro para burgueses e quem sofre todo processo golpista é o povo.
A luta é o que muda! Deputados votam por seus bens e família, não serão das panelas batendo, dos noticiários da Globo ou das camisas da seleção a saída do problema que afeta todos nós: a corrupção.
Mas não vamos perder a esperança. Lenin de forma poética disse que nas noites mais escuras, se mostram mais brilhantes as estrelas. Se é a luta que promove mudanças não deixaremos as ruas se esvaziar. O rio e o mar dependem do encontro para juntos seguirem. Este encontro é tortuoso, mas é necessário para simbolizar a liberdade.
Avante, pois só mudaremos com luta e força. Devemos bombear todo o sangue para causar batidas de esperança e amor em nossos corações.
Leonardo Koury - Escritor, blogueiro e militante dos movimentos sociais
Lutar pela liberdade mesmo que por caminhos não conhecidos
3 de Abril de 2016, 23:09Quando ocorreu o fatídico golpe militar de 64 eu tinha apenas nove anos de idade e lembro apenas do som de um tiro de canhão, transmitido pelo rádio. Algo que não sabia explicar, porém a sensação que tinha era de muito medo.
Os anos se passaram e meu primeiro contato com a ditadura veio na militância política, iniciada na minha cidade de Belo Jardim-PE, a partir da intervenção do Padre Reginaldo, que acabou largando a batina e casando com uma colega de trabalho. Reginaldo nos passava que o pior da ditadura são seus instrumentos, como a AI-5, a LSN (Lei de Segurança Nacional), o SNI (Sistema Nacional de Informação), assim como os instrumentos de repressão e que por trás de várias pessoas que se diziam lideranças locais se escondiam os delatores do SNI. Entre eles padres, políticos de toda ordem, lideranças comunitárias infiltradas e outros vermes que serviram à ditadura.
Quando voltamos para São Paulo, a luta foi via CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), já no debate da igreja conservadora versus a Teologia da Libertação, no Teatro Amador através da COTAESP e com o Grupo Móbile de Teatro, nas lutas estudantis, na luta sindical e depois minha filiação no Partido dos Trabalhadores, onde permaneço até hoje.
A partir de então, nunca mais abandonei as lutas concretas por liberdade, justiça e por democracia plena. Entre tantas lutas que participei destaco a luta pelas Diretas Já, com o memorável Comício no Vale do Anhangabaú, o enfrentamento nas lutas estudantis, as memoráveis greves do ABC de 78, 79 e 80 e a caminhada da Igreja Matriz de São Bernardo do Campo ao Estádio da Vila Euclides no dia 1º de maio de 1980. Fazer parte de tudo isso me faz refletir e compreender que com certeza vim ao mundo a trabalho e não para passear pela vida, seja qual for à dimensão que vai alienando as pessoas.
Essa reflexão me leva ao absurdo que estamos vivemos na atualidade. Onde a mídia partidária e golpista se coloca ao lado dos herdeiros dos tempos de trevas para solapar todas as conquistas dos trabalhadores e das pessoas sofridas do país, que a partir dos governos Lula e Dilma conquistaram direitos que nunca tiveram e começam a enxerga que de uma hora para outra poderão perder tudo de uma só vez. Ou seja, ou vão à luta ou voltarão ao passado.
A ditadura representou uma ruptura nos sonhos. Um aborto dos pensamentos de uma vida melhor e principalmente a morte do processo de liberdade e de justiça, onde apenas um grupo e seus colaboradores tinham o que queriam e as demais pessoas lhes serviam. Foram milhares de pessoas que pagaram com a morte, torturas e a completa perseguição contra a liberdade de expressão e de pensamentos e por direitos antes conquistados. Quem defende algo como o que aconteceu no Brasil e em vários países da América Latina, ou vai lucrar com isso, como é o caso dos empresários, que financiaram tantos golpes na América Latina ou serão delatores permanentes a entregarem quem se colocar contra os privilégios da casa-grande.
Muitos e muitas se venderam e continuam a venda. Um processo de traição que começa às vezes quando um político se torna profissional e seu exercício de servir à população construída numa peça de marketing eleitoral se transforma numa profissão, ou ainda quando alguém que nada tinha descobre como é fácil enganar e usar a população em benefício próprio, como diversos pastores, políticos e muitas pessoas envolvidas com o famigerado terceiro setor, que é instrumento neoliberal de suporte às privatizações das questões sociais do Estado.
A única coisa boa nessa história toda é saber que milhares de pessoas que se achavam distantes de tudo e que não sonhavam mais ou ainda que estavam acomodadas com suas poucas conquistas, estão dando a demonstração de que estão mais vivas do que nunca e não hesitarão em lutar por liberdade e por seus direitos que a turma da casa-grande quer solapar.
Jovens de todas as idades estão se alistando para as lutas e isso é certeza de que águas novas estão brotando e o povo se amando sem parar. Há um fio de esperança nascendo por entre as veredas deixadas pelo PIG e isso nos fortalece e nos faz acreditar que o melhor ainda está por vir, mesmo que seja através de uma luta concreta.
Como dizia Brecht: “Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem.”
NÃO HAVERÁ GOLPE. HAVERÁ LUTA!
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com
Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com
Quando a escolha de um vice faz toda a diferença
29 de Março de 2016, 8:40Tenho afirmado nos cursos que ministro pela Fundação Perseu Abramo sobre Gestão Pública, que na extrema maioria dos municípios, os governos são arquitetados, formados e geridos de forma mercantilista e não de forma programática. Ou seja, se junta pessoas para governar um município ou um estado, a partir de seus interesses e não a partir de um Plano de Governo, que pudesse ser o indicativo inicial para todas as ações de governo.
Esse fator faz com que cada secretaria de um governo se torne uma “caixinha de poder”. Uma nova prefeitura com regras próprias, como se fossem várias prefeituras num só governo.
A coisa se torna mais séria ainda, quando a escolha do vice se dá por interesse. Seja porque a figura é boa de voto ou faz parte de um partido que trará votos para a vitória eleitoral. Centenas de prefeitos e prefeitas adorariam que seus vices virarem pó. Desaparecessem do mapa. Porém, isso se torna impossível na medida dos pactos estabelecidos no processo eleitoral.
A escolha de Lula com o empresário José Alencar para vice, apesar de muita gente do PT achar que Lula iria ficar refém do empresariado, para o tipo de governo que Lula fez foi acertada, enquanto a escolha de Dilma trazendo Temer do PMDB, partido até então fiel aos acordos, se configurou no maior caso de traição dos tempos modernos. Um verdadeiro amigo-da-onça. Um clássico traidor, que primeiro conquista a confiança da pessoa e depois a entrega aos leões para ser devorada e ele assumir sua posição.
A chamada base aliada, a começar por um vice. Ou vem para a composição do governo a partir de um Plano de Ação Participativo, que comprometa as ações futuras e construa uma linha ideológica de atuação ou se tornará mais dias, menos dias, num clássico caso de traição como Temer representa nesse momento para o Brasil e para o mundo. Um golpista sem caráter, que tem por trás a maçonaria, que já esteve por trás também de tantas ações golpistas, como por exemplo, na renúncia de Jânio Quadros como presidente.
Uma coisa é certa. Quem sempre esteve do lado do império jamais estará ao lado do povo. Quem sempre esteve com a casa-grande jamais se aliará à senzala. Alia-se a eles achando que era assim, mas mudará a partir de um projeto quem quer ganhar eleições, porém correrá sempre o risco de não governar, como de forma tão didática está se vendo no caso de Dilma.
Uma coisa tem que ficar muito claro. Quem vende a ilusão de que a luta de classe acabou, comunga com o neoliberalismo, se apoia no famigerado terceiro setor e de quebra golpeia a democracia, na medida em que usa a teoria da conspiração como principal elemento de mediação na sociedade. A luta de classe está mais presente do que nunca e precisa reagir contra o desmonte democrático e de direitos, promovidos pelo Congresso.
O único aliado que se pode contar é o povo organizado e formado conscientemente a partir de seus direitos.
Voltar às ruas será a única saída para não haver golpe, assim como a manutenção da democracia requer menos políticos de carreira e mais lideranças populares organizadas.
As velhas raposas se unem para acabar com o galinheiro, com o firme propósito de trocar galinhas por tucanos, não se sabe se pela beleza das penas ou ainda pelo tamanho dos bicos que acumulará muito mais comida no futuro.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública Social
tonicordeiro1608@gmail.com
Pesquisador em Gestão Pública Social
tonicordeiro1608@gmail.com
A espera ansiosa da direita e do PIG pelo primeiro cadáver
23 de Março de 2016, 11:25
De repente voltamos ao cenário do início do fatídico ano de 1964. Um clima de revolta abala a sociedade. De um lado golpistas e fascistas de toda ordem e do outro os defensores de uma causa, misturados à população atônita pelo que possa ocorrer.
Um clima de incerteza invade mentes e corações de quem já viveu essa mesma situação. Não sabemos sequer o que pode ocorrer no final de cada dia.
No olho do furacão, dois setores necessitam destaques. O primeiro setor empresarial, envolvido no processo cultural de corrupção através da sonegação fiscal e achando que isso não é corrupção e sim meio de sobrevivência, usa de forma clássica a crise de origem mundial, para aumentar os preços, demitir pessoas e pressionar de todas as formas a queda de conquistas trabalhistas históricas, através de seus aliados e representantes do Congresso Nacional. Tudo em nome da democracia e da ordem pública. O segundo muito mais pernicioso é a mídia golpista, pertencente a apenas seis famílias abastadas, com todos seus instrumentos, que prega o ódio diário e a divisão de classes, jogando uns contra os outros. No meu entendimento é a mídia, a grande responsável pela desavença atual e toda violência que ocorre em vários setores da sociedade.
O que pretende essa turma de golpistas juntos, além do golpe? O primeiro cadáver em confronto de ruas como já ocorre no futebol, para que o PT, Lula e Dilma sejam responsabilizados? Uma revolução para matar milhares de pessoas? Uma convulsão social que abale as estruturas da democracia? Como se permite ameaças declaradas de vários setores ao Ministro Teori e a divulgação do endereço de seu filho para ser linchado em nome do combate da corrupção e a imprensa maldita achando isso normal? Como admitir que a polícia brucutu de Alckmin proíba sob repressão, que petistas se reúnam, em plena democracia e isso ser encarado como normal? Como espionar a Presidenta da República e o ex-presidente Lula e também acharem isso normal, ferindo a Constituição?
A única saída possível diante de um cenário tão conturbado será a organização popular e o enfrentamento ao desmonte das instituições e do processo democrático tão frágil da atualidade. Organizar e enfrentar para que as conquistas não sejam surrupiadas.
É bom que os golpistas saibam. Se acharem que o povo vai ficar de braços cruzados com impeachment de Dilma sem provas de crimes de responsabilidade e a prisão de Lula, também sem provas, tenham a certeza de que uma vez que isso ocorra, será como o rompimento de uma enorme barragem. Não haverá mais controle da situação.
Quem viver verá.
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com