Quem vem à Cúpula?
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNeste primeiro dia da Cúpula dos Povos (15), rodamos pelo Aterro do Flamengo para conversar com quem veio para o evento. Deu para perceber alguns perfis interessantes e entender alguns dos muitos motivos que trouxeram (e vão trazer) tanta gente para o Rio. Vamos conhecê-los?
Carla Duarte é estudante de jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e veio para a Cúpula cobrir algumas palestras e atividades para o site O Eco On-line. Ela participou da “Roda de Conversa Olhares e Práticas da Juventude Rural no Contexto das Mudanças Climáticas”. Carla se interessou bastante sobre a ativdade, quando a juventude do semiárido brasileiro falou sobre suas experiências no campo e sobre o incentivo que eles buscam todos os dias para manter a tradição de seus familiares e comunidades, ao invés de rumar para as cidades em busca de trabalho.
Waldomiro Ferreira veio com um grupo de Curitiba interessado em palestras sobre sustentabilidade. Ele faz parte do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, acaba de chegar ao Rio e tem grandes expectativas em relação às atividades que estão por vir na Cúpula.
Josiane Balland é voluntária da Sea Shepherd e mergulhadora. Ela se interessa por ecologia e assuntos ligados à vida no oceano. Espera assistir à uma palestra que amigos vão ministrar em defesa dos tubarões.
Mobilizações no Dia de Ação Global, 20 de junho: participe!
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA mobilização é um eixo central da Cúpula dos Povos.
Mobilização no Rio, em sua região, em sua cidade, em sua comunidade, para:
- Expor e denunciar as causas estruturais da crise e as falsas soluções e seus criadores querem nos impor, para refundar o capitalismo. Devemos expor e denunciar estas imposições.
- Promover as soluções reais dos povos para erradicar a injustiça social, econômica e ambiental. Devemos tornar conhecidas nossas propostas e ganhar apoio para elas.
- Dar visibilidade às lutas de nossos povos contra o avanço do capital em nossos territórios; no campo, na cidade, nas zonas costeiras, em todos os lugares.
- Avançar na articulação dessas lutas é imprescindível para avançar na construção do poder popular. Internacionalizar a luta para transformar o sistema articulando e coordenando as lutas locais.
20 de junho: Dia de Ação Global.
É muito importante conectar e coordenar todas as mobilizações que se realizem nesses dias.
Precisamos que o mundo conheça nossas mensagens.
A Cúpula convida organizações, entidades, redes, grupos e coletivos de qualquer lugar do Brasil e do mundo para nos enviar informações sobre o quê estão organizando em 20 de junho para o e-mail do Grupo de Trabalho (GT) Mobilização: mobiliza@rio2012.org.br. As suas informações serão incluídas no mapa abaixo, que concentrará todas as mobilizações marcadas para o dia 20.
Afficher Mobilisation Rio+20 sur une carte plus grande
here the agenda of the world mobilization
Publicação do Ibase traz matérias sobre Rio+20 e Cúpula
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA nova edição da revista Democracia Viva, publicação do Ibase, traz uma síntese sobre as convenções mais importantes de junho: A Rio+20 e a Cúpula dos Povos.
O objetivo é relembrar o encontro da ONU, em 1992, e pontos que entraram na pauta há 20 anos, mas que desviaram dos propositos iniciais ou então foram simplesmente deixados de lado.
Agora, com a Rio+20 as questões socioambientais e de desenvolvimento sustentável voltam para a mesa de discussões. Em contraponto, a sociedade civil também se Reúne, durante a Cúpula dos Povos, para mostrar o outro lado: a necessidade de governança em prol da comunidade, dos povos que não têm representatividade direta na ONU.
A ideia da Cúpula é mostrar que existe a possibilidade de se propor mudanças estruturais, estabelecer novos parâmetros para a economia verde e de fato, promover o desenvolvimento e o consumo sustentável.
O evento começa hoje (15) e segue até o dia 23, no Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Confira a programação aqui.
Consumo consciente e Rio+20
13 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) uniu-se a importantes organizações relacionadas aos direitos do consumidor de vários países para elaborar a Plataforma dos Consumidores pelo Consumo Sustentável para a Rio+20.
Mas você deve estar se perguntando: “o que isso significa?”. A plataforma é uma maneira que o Idec encontrou de conscientizar a sociedade civil relação à influência do consumo sobre o meio ambiente. A ideia é entregar um documento à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e à Presidente Dilma Rousseff, com dez propostas concretas para mudar os padrões de produção e consumo no mundo.
Algumas dos principais pontos defendidos são a exigência da transparência das empresas sobre os impactos socioambientais causados por seu sistema de produção; a implementação de políticas públicas adequadas aos destinos de resíduos; e a inserção de uma política que valorize a educação formal e informal para o consumo sustentável.
Você pode contribuir com a plataforma: basta assiná-la aqui aqui. Para ler na íntegra o texto do documento, clique aqui.
Como o consumo e a crise socioambiental que vivemos hoje estão ligados de diversas formas, o Idec estará presente na Cúpula dos Povos e na Rio+20 como um todo. A partir do dia 16, sábado, até o dia 22, a organização terá um estande onde apresentará aos passantes e participantes do evento suas áreas de atuação e projetos.
No dia 17 (domingo), a partir das 15h, o Idec também realizará um debate sobre alternativas sustentáveis para o tratamento de resíduos sólidos, em parceria com o Movimento Nacional de Catadores de Resíduos Recicláveis
E, no dia 19, terça-feira, a organização promoverá um debate na parte da manhã sobre a obsolescência programada, em parceria com a Abong.
Para conferir a programação do Idec e de outras organizações na Cúpula, clique aqui.
Povos indígenas: elementos chaves na Rio+20
13 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaOs povos indígenas e suas organizações iniciaram hoje (14/6) suas atividades na Rio+20. O Grupo Principal de Povos Indígenas leu um texto no qual reivindica o Bem Viver e os Direitos da Mãe Terra, propõe a inclusão da cultura como quarto pilar do desenvolvimento sustentável e demanda o respeito aos direitos humanos e coletivos, em particular a livre determinação e o consentimento prévio, livre e informado em relação a qualquer interferência em seus territórios.
O texto também propõe o reconhecimento de todas as diversas economias, a regulação das atividades extrativas e que as empresas dedicadas a estas prestem contas pelos danos ambientais, sociais e económicos que têm causado. Leia o texto:
Os povos indígenas: elementos-chaves na conferência Rio+20
Honra aos nossos povos, honra à nossa Mãe
Os povos indígenas de todo mundo temos uma conexão especial com nossas terras e recursos, produto da longa relação com nossos territórios. Dentro desta sala, todos temos a obrigação moral e legal de assegurar que as futuras gerações tenham um acesso aos recursos necessários para assegurar sua sobrevivência e bem-estar em longo prazo. Devemos respeitar os direitos da Mãe Terra, e proteger o tecido da vida, que nos sustenta a todos.
Devemos criar as necessárias mudanças políticas e o entendimento cultural para fazer frente a uma mudança sistémica a nível global. Neste sentido, os povos indígenas propomos o paradigma alternativo do Bom Viver, que significa o pleno exercício dos direitos humanos, respeitando a diversidade de todos os modos de vida, bem como viver em harmonia com a natureza.
Os povos indígenas queremos a inclusão de um pilar cultural no desenvolvimento sustentável. Sacando forças de nossos valores espirituais e culturais, estamos decididos a superar as extremas divergências de poder e riqueza para evitar maiores perdas da diversidade biológica e cultural.
Aprofundar as democracias e cumprir com os direitos humanos
O desenvolvimento sustentável é um esforço dos governos e todos os povos, exigindo medidas audazes para consolidar a democracia em todos os âmbitos do governo e o cumprimento de todos os direitos humanos. A posta em prática dos direitos dos povos indígenas à livre determinação é uma garantia necessária e o resultado de um desenvolvimento equitativo e sustentável.
O marco institucional para o desenvolvimento sustentável requer a participação plena e efectiva dos povos indígenas na tomada de decisões em todos os níveis. Os governos são responsáveis e devem cumprir com os tratados, acordos e convênios com relação a povos indígenas.
A plena implementação da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, incluindo o respeito por nosso consentimento livre, prévio e informado é exigible para qualquer política, programa e projecto que afectam a nossas terras, territórios e recursos e nosso bem-estar.
Regular as indústrias extractivas e exigir a rendição de contas das empresas
É dever dos governos trabalhar com os povos indígenas para elaborar leis e regulações que incorporam o consentimento prévio, livre e informado para regular as indústrias extractivas. Requerem-se mecanismos para reconhecer os direitos dos povos indígenas a exercer a jurisdição e autoridade sobre a extracção de recursos dentro de seus territórios. A regulação conjunta é uma alternativa viável.
Em busca do crescimento económico, os governos e as corporações entram em conflitos violentos com os povos indígenas, cujos territórios e lugares sagrados estão a ser contaminados e destruídos.
São necessárias sanções legalmente vinculantes para que as empresas rendam contas por seus danos ambientais, sociais e económicos. Diversas economias locais devem ser reconhecidas e protegidas dos investimentos depredadoras que levam aos conflitos sociais.