Presídio brasileiro. Foto: Agência Brasil/Marcello Casal Jr.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e o Ministério da Segurança Pública (MSP) firmaram na terça-feira (4), em Brasília (DF), uma parceria para criar o Centro Internacional para a Segurança Pública no Brasil (CISP). Instituição vai trabalhar na coleta e análise qualificada de dados sobre violações da lei, justiça, sistema prisional e substâncias ilícitas. Objetivo da iniciativa é embasar políticas com evidências científicas.
Em cerimônia no Palácio da Justiça, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, elogiou a vasta experiência da agência da ONU, presente em 73 países. O chefe da pasta acrescentou que o centro vem preencher uma lacuna na produção de informações sobre criminalidade. “O Estado brasileiro, em termos de segurança pública, não tem condições de produzir estatísticas satisfatórias para todo o território nacional”, avaliou.
O representante regional do UNODC para o Brasil e Cone Sul, Rafael Franzini, ressaltou a importância do acordo para o organismo internacional e para o Brasil. “As políticas públicas que não têm apoio em evidências tendem ao fracasso e, para que o governo consiga dar uma resposta a uma situação problemática, ele precisa de dados. Com melhores dados e estatísticas, é possível fazer melhores campanhas de segurança pública”, afirmou.
O coordenador da Unidade de Estado de Direito do UNODC, Nivio Nascimento, enfatizou que “a cooperação internacional é relevante para o sucesso da parceria”. Um dos temas que o centro vai estudar é a gestão de fronteiras.
Rogério Galloro, diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF), lembrou os desafios de trabalhar com indicadores do governo. “A PF tem tido dificuldades em coletar dados sobre segurança pública. Existem várias fontes, todas válidas, mas nem sempre os dados são convergentes”, explicou.
Já o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Lima, afirmou que o Brasil precisa de uma solução rápida para a área. “Essa iniciativa é histórica, é um legado dos primeiros ciclos do MSP, que é um ministério muito jovem. Por isso, acredito que o CISP possibilitará uma mudança dessa realidade”, disse.
Sobre o Centro Internacional para a Segurança Pública (CISP)
As principais frentes de atuação do CISP são a padronização e análise de dados e estatísticas criminais, com base na expertise do UNODC, o desenvolvimento de pesquisas aplicadas com diferentes setores do MSP e outros órgãos governamentais, a realização de estudos sobre vítimas e o apoio à realização do censo prisional no Brasil.
Para mais informações:
Nivio Nascimento/UNODC — nivio.nascimento@un.org — (61) 3204-7225