No Senegal, UNESCO apoia programas de alfabetização que usam tecnologia para promover o aprendizado. Foto: UNESCO/Always
Em mensagem para o Dia Internacional da Alfabetização, lembrado no 8 de setembro, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, alertou que 617 milhões de crianças e adolescentes no mundo todo não estão adquirindo habilidades mínimas em leitura, escrita e matemática. Atualmente, já existem 750 milhões de jovens e adultos que não sabem ler nem escrever.
“Essas deficiências seriamente debilitantes levam, na prática, à exclusão da sociedade e perpetuam uma espiral de desigualdades sociais e disparidade de gênero”, afirmou a chefe da agência da ONU.
Azoulay lembrou que dois terços dos jovens e adultos analfabetos são mulheres. “A alfabetização é o primeiro passo para a liberdade, para a libertação das restrições sociais e econômicas. É o pré-requisito para o desenvolvimento, individual e coletivo”, acrescentou a dirigente.
Segundo a autoridade máxima da UNESCO, o aprendizado dessas competências básicas também “reduz a pobreza e a desigualdade, promove a prosperidade e ajuda a erradicar problemas de nutrição e de saúde pública”.
Apesar de conquistas nas últimas décadas, com um amplo movimento de alfabetização e democratização do ensino, Azoulay avalia que “a perspectiva de um mundo em que cada indivíduo tenha acesso ao conhecimento básico permanece como um ideal”. Soma-se a isso o surgimento de novas tecnologias, que exigem o domínio de outras habilidades.
“A fim de encontrar um lugar na sociedade, conseguir um emprego e responder aos desafios sociais, econômicos e ambientais, as habilidades tradicionais de letramento e numeramento não são mais suficientes. Novas habilidades, inclusive em tecnologias de informação e comunicação, estão se tornando cada vez mais necessárias”, alertou a chefe da UNESCO.
A dirigente defendeu que, num contexto de contínua inovação, oportunidades de capacitação devem estar disponíveis para todos os indivíduos, em todas as fases da vida. Azoulay explicou ainda que a UNESCO apoia várias formas de cooperação entre os setores público e privado, a fim de garantir a inclusão das pessoas num mundo que se reinventa a cada dia.
“Neste Dia Internacional, convoco todas as partes interessadas no mundo da educação e além, porque esta é uma causa que interessa a todos nós, a mobilizar-se para que o ideal de uma sociedade global totalmente alfabetizada se torne cada vez mais uma realidade”, concluiu a diretora da agência da ONU.