Divulgação de boatos e informações falsas por meio de grupos de mensagem é tema de novo episódio da websérie da ONU Mulheres sobre a participação das mulheres na política brasileira. Foto: PEXELS
Em um novo episódio da websérie #Brasil5050: paridade de gênero na política, a ONU Mulheres discute como o discurso de ódio e as fake news podem afetar as eleições de 2018 no Brasil. Agência das Nações Unidas aborda a importância da checagem de dados, uma estratégia adotada por agências de notícias e veículos de comunicação para garantir a divulgação de informações corretas.
Flávia Campuzano, jornalista da Agência Lupa, explica por que a verificação dos fatos também deve levar em conta as desigualdades entre homens e mulheres. “A causa feminista, independente de partido ou posição política, é uma causa global. A gente percebe que são causas com ataques muito fortes, principalmente dentro das redes”, afirma.
A Agência Lupa é parceira do Facebook para combater as fake news — desinformação ou notícias falsas. “O objetivo é que o alcance desses ataques e das notícias falsas sejam diminuídas dentro da rede”, diz Campuzano.
A jornalista alerta para plataformas, como grupos de mensagens por celular, nos quais há mais “propagação de notícias falsas, porque são grupos com controle menor, normalmente da família e do trabalho”. “Boatos e ataques se alastram muito rápido”, enfatiza.
Outro aspecto do trabalho de Campuzano é a checagem de propostas de candidatos e candidatas sobre políticas para as mulheres.
“A partir da série Sobre Elas [especial da Agência Lupa sobre as “promessas de campanhas” das eleições 2016], a causa das mulheres se tornou premente nas eleições 2018 e, com a importância que tem, a representatividade das mulheres no parlamento. A Lupa fará um trabalho também olhando as declarações de candidatos e candidatas em relação às pautas femininas”, completa.
As eleições também trazem mais um desafio — a produção e a circulação do discurso de ódio. De acordo com Thânisia Cruz, integrante da Articulação Nacional das Negras Jovens Feministas e do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, parceiro da ONU Mulheres, o problema “tem aumentado e se alastrado no contexto brasileiro”.
Segundo a jovem ativista, isso “afeta famílias de todas as classes e origens” e enfrentar essa prática é se comprometer com “informações claras, objetivas e de representatividade”.
A websérie documental #Brasil5050: paridade de gênero na política traz cerca de 90 depoimentos sobre a participação das mulheres nas instituições e no processo democráticos. Entrevistas serão publicadas nas redes sociais da ONU Mulheres Brasil e do projeto Cidade 50-50 até o final do ano. Os episódios abordam as candidaturas de mulheres, a responsabilidade dos partidos e a violência política, além de iniciativas do poder público sobre questões de gênero.
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