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Cúpula dos Povos

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Cupula dos Povos

11 de Junho de 2012, 21:00 , por Vicente Aguiar - | No one following this article yet.

Mulheres abrem jornada de mobilizações da Cúpula dos Povos na Rio+20

18 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Marcha Mundial das Mulheres Brasil

Na manifestação realizada neste dia 18, as mulheres enfatizaram que é necessário construir igualdade e erradicar a violência contras mulheres para superar o modelo capitalista, patriarcal, homofóbico e racista, que hoje se traduz na economia verde

Sob o slogan “Mulheres contra a mercantilização de nossos corpos, nossas vidas e a natureza!”, mais de 10 mil pessoas marcharam na manhã desta segunda-feira, 18 de junho entre o Aterro do Flamengo e o Largo da Carioca. A mobilização foi organizada pela Marcha Mundial das Mulheres (MMM), mulheres de movimentos mistos como a Via Camponesa, a Contag, a CAOI, a ANA, a CUT e outras organizações e movimentos feministas e inaugurou a jornada de mobilizações da Cúpula.

O dia começou muito cedo, às 7 horas, quando mais de 2.000 mulheres dos movimentos sociais que estão alojados no Sambódromo do Rio de Janeiro saíram em marcha até o MAM – Museu de Arte Moderno, no Aterro do Flamengo. No caminho, estimuladas pela Batucada Feminista da Marcha Mundial das Mulheres, elas denunciaram a economia verde, às corporações multinacionais e às instituições multilaterais como o Banco Mundial e o FMI, responsáveis pela crise mundial que vivenciamos hoje e pelo incremento da violência e a pobreza entre as mulheres.

No MAM, militantes de outros movimentos feministas de América Latina e do mundo que estavam na inauguração da tenda “Território Global das Mulheres” se somaram às demais e partiram em direção ao Largo da Carioca onde aconteceu um ato público final da manifestação de denúncia do modelo capitalista, patriarcal, homofóbico, racista e destruidor da natureza.
“Temos que superar esse modelo, mas para isso temos que superar a divisão sexual do trabalho, que não reconhece nosso trabalho como trabalho, que diz que temos que fazê-lo por amor ou pela culpa que carregamos. Estamos exigindo o reconhecimento do trabalho das mulheres, que a divisão sexual do trabalho deixe de existir também no trabalho produtivo”, enfatizou Nalu Faria, da MMM.

A questão não é somente de sustentabilidade ambiental e sim da construção de outro modelo de produção e consumo que garanta condições de igualdade. “Para conseguir isso temos que estar livres de todas as formas de opressão, pensar não só em harmonia com a natureza, mas também na harmonia entre humanos e humanas. Isso significa erradicar a violência, que os homens deixem de estar a serviço do capitalismo, deixem de nos violentar e assediar. Significa ter o livre exercício de nossa sexualidade, o direito ao aborto. Por isso vamos seguir em luta enquanto não tivermos construído todas as transformações necessárias, fortalecer nossa luta contra o capitalismo verde e exigir que nossas demandas sejam reconhecidas inclusive por nossos companheiros de luta!”, afirmou Nalu.



Rádio Cúpula dos Povos volta ao ar

18 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Às 13h30 desta terça feira, a Rádio Cúpula voltou ao ar, transmitida na frequência 98,7 para o território da Cúpula, graças a uma articulação entre a rádio, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e o Ministério das Comunicações. No último domingo, a Anatel obrigou o evento a interromper a transmissão da rádio.

A transmissão pela internet, no entanto, nunca foi interropida. A Rádio Cúpula transmite as vozes dos movimentos que participam da Cúpula dos Povos (evento paralelo à Rio+20), exigindo justiça social e ambiental.

Este momento é uma grande vitória do movimento pela democratização da comunicação e das rádios comunitárias que lutam pela liberdade de expressão, tantas vezes impossibilitada pelo monopólio da mídia comercial.

Ouça o ato da volta ao ar no áudio abaixo.

Download audio file (radiocupulavolta.mp3)



Transgênico para quê?

18 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Todos os dias, durante a Cúpula dos povos, você pode experimentar algo diferente: a troca de sementes crioulas. A feira de intercâmbio é iniciativa da Rede de Grupos de Agroecologia do Brasil (Rega), com o apoio do MST, da Via Campesina e de grupos de extensão (universitários ou não). O objetivo do encontro é promover e dar visibilidade às trocas de sementes nativas, consideradas um patrimônio dos povos.

Sementes genuínas produzem alimentos mais ricos em nutrientes

Para Tainá Soares, da Casa de Sementes de Aldeia Velha, em Silva Jardim (RJ), o momento é importante para fortalecer a discussão sobre o tema. “É um fruto que vamos colher ao final da Cúpula. precisamos discutir o uso das sementes tradicionais, do trabalho desses camponeses e ir contra o movimentos capitalistas e a ‘Revolução Verde’”, explica. “Aqui tem sementes que eu procuro há anos, mas que só encontrei agora”.

Grupos compartilham experiências e trocam sementes durante a feira

Outro ponto importante proporcionado pela troca de sementes é “o aumento da variabilidade genética dos alimentos, que diminui a exposição às pragas e às intempéries” explica Tadzia Maya, coordenadora da Casa de Sementes Livres. Maya explica que a maioria das pessoas que estão ali trocam sementes ou aceitam colaboração espontânea.

A Feira de Sementes Crioulas acontece até sexta-feira (22) na tenda Frida Kahlo, nos Territórios do Futuro 2.

Vale a pena passar por lá para conferir esse trabalho bacana! Quem sabe você não se anima e começa uma mini-horta em casa?



A Cúpula é das mulheres!

17 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Participantes se concentram em frente ao MAM para seguir na Marcha das Mulheres

Hoje pela manhã (18) as ruas do Centro do Rio de Janeiro  lotaram: integrantes de vários movimentos sociais se juntaram por uma causa única: a defesa dos direitos e da liberdade das mulheres. A concentração da manifestação começou no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, e seguiu pela avenida Rio Branco, no Centro do Rio, terminando no Largo da Carioca.

Um trio elétrico acompanhou a passeataA, composta de integrantes de diversos movimentos (como a Marcha Mundial das Mulheres), que colaboraram com gritos de guerra e palavras de apoio e de luta. A legalização do aborto, o respeito ao corpo eo respeito ao direitos igualitários foram algumas das reinvidicações.

Entrevistamos algumas mulheres que estavam na passeata para entender as razões que as motivaram a estar ali. As amigas Júlia Moretti e Júlia Marazzo, ambas de 21, são de São Paulo.

As amigas (esq. para dir.) Júlia Marazo e Moretti vieram de SP para participar da Cúpula

Marazo acredita que o momento é propício para discutir os rumos das políticas e ações decisivas. “É um momento em que o mundo inteiro está aqui para decidir o futuro do planeta. É importante essa união dos povos para lutar por seus direitos de ir e vir”. Para  Moretti, é preciso que as mulheres lutem contra a interesse capitalista do uso do corpo. “Sou totalmente contra a comercialização do corpo feminino para fins capitalistas que vão contra toda a lógica que nós, feministas e ambientalistas, defendemos”, explica.

Marcha das Mulheres ocupa Centro do Rio.

As estudantes de pedagogia Raquel oliveira, 33, e Juracy Guimarães, 30, vieram de São João Del Rei, em Minas Gerais. “Acredito no movimento. A gente pode mudar as coisas. Tem como fazer a diferença. Não precisamos ficar quietos. Temos que mudar a nossa concepção de política e não aceitar passivamente o que está sendo imposto pra gente”, defende Raquel.

Raquel Oliveira veio de São João del Rei (MG) para participar da Cúpula

Juracy conta que veio junto com a faculdade. “Nós estudamos sobre isso e viemos para contestar. A Rio+20 é para
Inglês ver. É um modelo econômico que não aceitamos”.

Juracy Guimarães, estudante de Pedagogia

Para conhecer a programação do Território Global das Mulheres, no Catete, clique aqui.



Plenária de Soberania Alimentar debate os motivos da crise alimentar e as soluções camponesas

17 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

As cinco plenárias da Cúpula dos Povos tem a função de socializar o que foi debatidos pelas diversas organizações e movimentos nas atividades dos dias anteriores de acordo com três eixos: as causas estruturais das crises e falsas soluções apresentadas pelo capital; as soluções dos povos para os problemas e a agenda de ações dos povos. Ao final do processo, cada plenária produzirá um documento, que será levado para as Assembleias de convergência da Cúpula.

A plenária número 3 tratou da Soberania Alimentar. Participaram dela diversas organizações e movimentos sociais do campo nacionais e internacionais, como Via Campesina, MST, Marcha Mundial das Mulheres, Associação Nacional de Agroecologia (ANA), o Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade (GEA) movimentos quilombolas, indígenas, entre outros.

Na parte da manhã, debateu-se os motivos da crise e as falsas soluções dadas pelos governos e corporações para resolvê-las. O modelo do agronegócio foi apontado como o principal responsável pela crise alimentar. Ao priorizar o latifúndio monocultor, o agronegócio aumentou a expulsão de camponeses, indígenas e negros do campo, agravando a concentração de concentração de terras; o modelo criou um êxodo rural forte, além do uso de trabalho escravo no campo, a privatização das sementes, a utilização de agrotóxicos e alimentos transgênicos na lavoura.

Além disso, pois desde sua implantação a crise climática aumentou, ao passo que a perda de alimentos na cadeia produtiva aumentou de 30% a 40%. O Agronegócio se apropria de recursos naturais para existir, e mesmo sendo um modelo de agrário que somente aumenta as desigualdades, continua sendo a opção política dos Estados, que se subordinam aos seus interesses, dando aos latifundiários grandes incentivos públicos. Movimentos de diversos lugares do mundo, como Índia, Bolíivia, África, Argentina e Paraguai, relataram que os mesmos problemas causados pelo agronegócio no Brasil está presente em outros lugares, pois são as mesmas companhias transnacionais que ditam as regras.

A economia verde, proposta que está sendo discutida na Rio+20 como novo modelo de desenvolvimento, que vai resolver as crise, também foi duramente criticada. A economia vede foi descrita como uma agenda política que quer preparar o território para a acumulação de capital por meio do controle da natureza, que vai agravar os problemas já existentes no campo, como a grilagem, despejos da população original e concentração de terras.

Por fim, questionou-se o papel que a tecnologia agrícola exerce hoje, que serve apenas para aumentar a acumulação de riquezas e o controle no campo a uma velocidade maior, pela utilização de máquinas e sementes transgênicas. Ao invés de se pensar em soluções sociais para problemas sociais, estas tecnologias prometem resolver os problemas por si só. Exemplo disso são os processos tecnologicos mais recentes, como a biotecnologia, que promete criar a diversidade natural que perdemos em um laboratório, liberando a exploração dos recursos atuais à exaustão; a geoengenharia, por sua vez, vai permitir “controlar o termômetro das regiões do mundo”. Ao invés de se diminuir as emissões de carbono para controlar a crise climática, esse controle resolveria o problema. No entanto, esse controle estará nas mãos dos poderosos, o que pode ter graves conseqüências para todos.

Nossas soluções – Na parte da tarde, a plenária se reuniu pela segunda vez para discutir as alternativas que vem de experiências dos povos aos problemas sociais que vivemos. A Soberania Alimentar é o modelo agrícola que foi proposto na plenária como alternativa ao agronegócio e à crise ambiental e alimentar que vivemos. O termo contrapõe-se ao de Segurança Alimentar, cunhado pela FAO como forma de tentar resolver a crise alimentar por vias de mercado, e que foi responsável por desestimular a produção interna de alimentos dos países, que precisam importá-los agora.

A Soberania Alimentar consiste em dar aos camponeses condições dignas para viver e produzir alimentos saudáveis, que não estão contaminados por agrotóxicos e cujas sementes são as crioulas tradicionais dos povos, e não transgênicas. Nos dias atuais, a agricultura familiar, apesar da falta de incentivos públicos, é responsável por alimentar 70% da população mundial. Se a Soberania Alimentar for adotada, será possível produzir alimentos para o mundo todo. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que medidas contrárias às que são adotadas hoje sejam tomadas.

A principal é o conjunto de políticas públicas que precisa ser adotado, para dar aos camponeses o acesso a terra, deve-se realizar efetivamente a Reforma Agrária; Também é necessário garantir aos camponeses o acesso à água, às sementes locais e ao crédito rural. O saber camponês precisa ser resgatado e valorizado; deve-se alterar a situação das mulheres camponesas, que trabalham mais no campo do que os homens, mas não tem seus direitos reconhecidos e são vítimas de violência, e demarcar as terras indígenas, em constante ameaça pelo agronegócio e pelos megaprojetos. Em relação à Juventude, é preciso erradicar o trabalho infanto-juvenil e garantir a permanência dos jovens no campo.

Foi ressaltado o papel da agroecologia na soberania alimentar. O desafio do modelo agroecológico não é técnico, pois sua eficácia para alimentar o mundo e esfriar o clima está comprovada. Seu desafio é político, pois é um modelo que incomoda as grandes agroindústrias.

Por fim, a plenária destacou que implantar a Soberania Alimentar dadas as condições atuais é um desafio que só pode ser cumprido se as pessoas tanto do campo como da cidade, de todo o mundo, se unirem contra um modelo que vê os alimentos e o planeta apenas como uma mercadoria e explora os camponeses, para lutar por um modelo que respeite os recursos naturais, e reconheça a importância de quem coloca comida na nossa mesa.

Convergência de Comunicação da Cúpula dos Povos – MST



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