Aviso sobre certificados de participação
26 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaJá enviamos certificados de participação por e-mail a todas as pessoas que fizeram inscrições individuais no Catarse (primeira e segunda fases), mediante pagamento de R$ 10. No entanto, muitos e-mails voltaram ou entraram em caixas de spam.
Portanto, se você realizou inscrição individual e ainda não recebeu certificado, mande um e-mail para inscricoes@rio2012.org.br, com o assunto “Certificado de participação”. Assim, mandaremos os certificados diretamente para os que não o receberam inicialmente.
Pessoa desaparecida na Cúpula: ajude!
26 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaUm participante da Cúpula dos Povos da delegação de quilombolas perdeu-se na última quarta-feira (20/6) durante a Marcha dos Povos, no Centro do Rio de Janeiro, por volta das 15h. Alvani Gonçalves Pereira (foto acima) tem aproximadamente 50 anos e é membro do quilombo Brejo dos Crioulos, em Varzelândia (MG), e estava alojado com outros membros de sua comunidade no Sambódromo para participar de atividades da Coordenação Nacional de Quilombos (Conaq). Segundo parentes e conhecidos, Alvani tem um possível distúrbio mental. Vestia calça jeans e boné camuflado no dia em que se perdeu.
A polícia já foi acionada e a Cúpula dos Povos está entrando em contato com órgãos responsáveis para reforçar os pedidos de busca e informações sobre o paradeiro de Alvani. Algumas pessoas disseram tê-lo vistona região da Lapa.
Se você viu Alvani, por favor entre em contato com:
Ticão: (38) 9834-9583 e 3212-7019
Israel Evangelista (Conem): (21) 9556-7392 e 8176-0188
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Nota oficial: Pela vigência da democracia no Paraguai
22 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA Cúpula dos Povos Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, contra a mercantilização da vida e da natureza em defesa dos bens comuns, reunida no Rio de Janeiro de 15 a 22 de junho de 2012, faz pública sua profunda preocupação pela situação politica que esta se produzindo no Paraguai.
Manifestamos nosso compromisso irrenunciável com a vigência da democracia nesse país irmão e rechaçamos qualquer tentativa de golpe de Estado ou desestabilização do governo eleito democraticamente do Presidente Fernando Lugo, que iniciou a partir do ano de 2008 um novo ciclo na vida pública do país. Diante disso, a direita, unida ao poder econômico dominante, vem realizando ações buscando interromper esse processo para aproveitar as ocasiões por eles mesmo produzidas e destituir ou desestabilizar o governo democraticamente eleito pelo povo paraguaio.
Diante disso, demandamos a plena vigência do Estado de direito a preservação dos direitos humanos e integridade física, tanto do Presidente Fernando Lugo, como de todos os paraguaios e paraguaias, assim como o respeito a vontade popular expressada nas urnas.
Instamos nossos governos a tomar todas as medidas necessárias ao seu alcance nos órgãos regionais e internacionais correspondentes para garantir a continuidade democrática no Paraguai e NÃO reconhecer a qualquer governo que não surja da vontade do povo paraguaio.
Por último, fazemos um chamado a mobilização popular e a solidariedade ativa com a luta e resistência do povo paraguaio em defesa do seu sistema democrático.
Viva a democracia paraguaia!
Rio de Janeiro, 22 de junho de 2012
A Cúpula termina, mas as lutas continuam
22 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA terceira e última Assembleia dos Povos, realizada nesta sexta-feira (22), marcou o fim da Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental. Na Assembleia, representantes de entidades e movimentos elaboraram e apresentaram planos de campanhas e ações para as organizações nos próximos anos. O fim da Cúpula dos Povos não significa o fim do processo de construção de um novo paradigma, que continuará entre as redes e organizações que participaram do evento. Entre as mais variadas campanhas e ações programadas para os próximos anos, a luta contra a ‘economia verde’ perpassa todos os temas.
Foram programadas campanhas relacionadas a cada uma dascinco plenárias realizadas ao longo da Cúpula. Sobre a Plenária 1, que trata de direitos, foram agendadas campanhas anti-militarização; por igualdade de gênero dentro das organizações; por liberalização das drogas; contra a criminalização da juventude; por solidariedade com Cuba e Haiti; contra a privatização das sementes.
As ações referentes à defesa dos bens comuns e contra a mercantilização (Plenária 2) envolvem a campanha pela reforma agrária; pela comunicação como bem comum e pela liberdade de expressão. Já a Plenária 3 (soberania alimentar) elaborou, por exemplo, campanhas pela produção e consumo de alimentos sustentáveis, contra o uso de agrotóxicos e de transgênicos, pela produção de sementes crioulas.
Em relação à energia e indústrias extrativas (Plenária 4), a Cúpula dos Povos programou campanhas contra o abuso das corporações transnacionais, e pela denúncia de empresas causadores de degradação ambiental e de violação de direitos. A quinta e última Plenária, que trata de trabalho e economia, construiu campanhas contra o capitalismo e formas de exploração do trabalho, pelos direitos dos trabalhadores e pela reforma do sistema político brasileiros.
A Cúpula é a verdadeira Rio+20
“A Cúpula dos Povos realizou o que propôs: ser um contraponto à Rio+20 oficial”, resumiu Darci Frigo, membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, em coletiva de imprensa realizada após a Assembleia. “Nós nos recusamos a estabelecer um diálogo com a ONU porque sabíamos que a negociação do documento final não avançaria”, explicou.
Segundo Frigo, essa percepção foi confirmada quando Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, afirmou durante uma reunião com representantes da Cúpula que o documento elaborado na Rio+20 oficial era o primeiro passo rumo ao desenvolvimento sustentável. “Se esse é o primeiro passo, significa que os 20 anos anteriores, iniciados com a Eco 92, foram perdidos!”, exclamou Frigo.
As críticas da Cúpula dos Povos ao processo da Rio+20 incluem a captura da ONU por corporações multinacionais; o rebaixamento dos direitos nos textos discutidos durante a conferência e, claro, a ‘economia verde’. Como uma das questões mais marcantes da oposição entre a Cúpula dos Povos e a conferência das Nações Unidas, a ‘economia verde’ é, para Frigo, a única solução levada em conta pela ONU. “Ban Ki-moon ficou surpreso quando dissemos que éramos contra a ‘economia verde’”, contou. “A ONU aposta na economia verde como solução única para o sistema financeiro, e não para a crise global.”
Se a Rio+20 oficial foi um fracasso, a Cúpula dos Povos – que levou 80 mil pessoas ao Centro do Rio de Janeiro na Marcha dos Povos – foi um sucesso.
Leia aqui a Declaração Final da Cúpula dos Povos.
Veja aqui também os documentos produzidos em cada plenária.
Rio+20 ou Rio-20?
22 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Iara Pietricovsky, do Inesc
Está praticamente definido o texto que será aprovado amanhã, 22 de junho, na Cúpula oficial da Rio+20 – o evento internacional mais importante deste ano. Um cenário lamentável de retrocesso. Os governos, pressionados por uma lógica de “cada um por si” e o mundo que se dane, nos levaram a assistir uma farsa. A abertura oficial, comandada pela presidenta brasileira, Dilma Rousseff, e pelo Secretario Geral da ONU, Ban Ki Moom, foi realizada em um ambiente insosso, burocrático. Os governantes discursaram para uma plateia desinteressada e como se tivessem copiado um o discurso do outro. Monocórdios, sem luz, sem compromisso repetiam a mesma ladainha, sem brilho e vigor. Esse foi o sentimento predominante dos representantes da sociedade civil que assistiram a abertura.
Pensar que em 1992 o mundo vivia a expressão máximo do neoliberalismo, quando presenciou o desmantelamento do papel do Estado, a transferência progressiva do poder às grandes corporações financeiras, comerciais, industriais e agrárias. Hoje observamos um processo declarado de apropriação privada do espaço público de forma geral e irrestrita, inversão de uma ordem que nos custa reverter 20 anos depois e com a anuência dos governos.
Vimos governos fracos, apresentando um documento inconsistente e sem a ambição necessária para reagir à destruição do Planeta, que ainda pensam na lógica do crescimento econômico como base para o enfrentamento das crises econômica, social e ambiental.
Nosso cenário, em números, é desanimador. Constatamos que existem mais de um bilhão de pessoas ameaçadas de morrer de fome, que a distância entre ricos e pobres está aumentado, com 70% dos recursos mundiais desfrutados pelos 20% mais ricos, enquanto aqueles no quintil inferior ficam somente com 2%. Comprovamos uma ausência de vontade política dos países mais ricos em mudarem seu padrão de consumo, estilo de vida, porque em grande medida é disso que se trata, os mais ricos são os maiores responsáveis por este padrão que se mostra esgotado e em crise. Lacunas e falta de vontade política no momento de colocar em prática os acordos internacionais, a Agenda 21, os Princípios do Rio, que saíram das Rio92, e todos os outros do Ciclo Social. A nossa crise é de implementação e não de ausência de um marco decente para que possamos fazer a mudança de modelo de desenvolvimento. É uma tensão política e econômica, onde os algozes defensores de um modelo predatório insistem em sua sobrevivência e hegemonia.
O documento que será aprovado amanhã retrocedeu nos direitos das mulheres, não resolveu o problema do financiamento ao desenvolvimento sustentável e muito menos os problemas diretamente relacionados à mudança climática, assim como, não solucionou o problema de transferência de tecnologia, direito a água, piso social básico, entre muitos dos temas fundamentais para que os direitos humanos sejam efetivados e os países caminhem para um rota de sustentabilidade.
Mesmo naquilo que o documento aponta como positivo a linguagem é pouco substanciosa, voluntária e fragiliza os Princípios aprovados há 20 anos na Rio92. Os governos reconhecem a crise econômica e sua profundidade, no entanto, não se mostraram corajosos nas decisões que poderiam atacar esta situação. A proposta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável deveria estar vinculada aos Princípios de responsabilidades comuns, porém diferenciadas; país poluidor-pagador e o da precaução, o que infelizmente não ocorreu, a sua citação é frágil.
O que nós, da Cúpula dos Povos, preconizamos é que a efetivação dos direitos e a busca de processos sustentáveis só será possível, com novas formas de fazer política, com participação das populações, em especial, aquelas afetadas por este desenvolvimento predatório, assim como com outra forma de relação política entre os povos do Planeta. Os países e seus governos não podem mais trabalhar na lógica dos interesses econômicos, mas sim da solidariedade e da mudança radical de padrões de produção e consumo. Cada país possui uma responsabilidade neste processo e deveria estar atuando de forma efetiva.