Rio+20: 2º dia de encontro dos chefes de estado
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaHoje é o segundo dia do encontro dos chefes de Estado na Conferência para o Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Riocentro, no Rio de Janeiro, e vai até amanhã.
Todos consideram acordo ineficiente, avalia Marina Silva
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Lauro Mesquita
Enviado Especial
Em entrevista à imprensa nesta manhã (21) na Rio+20, Marina Silva criticou o texto da Rio+20 apresentado aos chefes de estado. Além disso, ela falou também das novas formas de ativismo político. “Decidiram [na Rio+20] que vão adiar o inadiável, porque sem financiamento e sem governança para articular e implementar a agenda, vamos ficar no mesmo lugar onde estávamos”, avalia a ambientalista.
Morales condena economia verde e aconselha estatização de recursos naturais
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Flávia Villela
O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou o sistema capitalista e o conceito de economia verde ao discursar nesta manhã na plenária do Riocentro, zona oeste da capital fluminense, no segundo dia de reuniões entre chefes de Estado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. Ele aconselhou os demais países a estatizarem seus recursos naturais e serviços fundamentais prestados aos cidadãos.
“Os serviços básicos jamais podem ser privatizados. É obrigação do Estado”, disse Evo. “A economia verde é o novo colonialismo para submeter os povos e os governos anti-capitalistas. Coloniza e privatiza a biodiversidade a serviço de poucos. Verticaliza os recursos naturais e transforma a natureza em uma mercadoria. A economia verde converte todas as fontes da natureza em um bem privado a serviço de poucos”, criticou.
Ele falou por 14 minutos, embora o limite fosse cinco, e parafraseou o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, ao dizer “acabe com a fome, não com o homem. É preciso pagar a dívida ecológica e não a dívida externa”.
Morales acusou os países mais ricos a quererem obrigar os países do Sul a serem os guardiões pobres das florestas e afetarem sua soberania ditando como devem utilizar seus recursos naturais. “Querem criar mecanismos de intromissão, para julgar e monitorar nossas políticas nacionais com argumentos ambientalistas”, declarou.
“Não é possível que uma civilização de cerca de 200 anos ou 300 anos tenha conseguido destruir a vida harmônica que os povos indígenas desfrutaram durante mais de 5 mil anos”, disse Morales, que foi muito aplaudido, sobretudo, devido à presença de líderes indígenas presentes na plenária.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que também falou na plenária foi breve e ameno em seu discurso e disse acreditar que a conferência chegará a alcançar um modelo de desenvolvimento coerente com os interesses sociais e econômicos dos países. “O legado do Rio continua vivo e deve continuar assim para o bem das futuras gerações.”
Edição: Lílian Beraldo
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Militantes do MST fazem passeata no centro do Rio
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaDa Agência Brasil
Rio de Janeiro – Cerca de 3 mil pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fazem neste momento uma passeata por ruas do centro do Rio em defesa da agricultura camponesa no país. Carregando bandeiras do movimento e instrumentos musicais, os manifestantes saíram da Candelária e percorreram a Rua 1º de Março e a Avenida Rio Branco, seguindo em direção à sede regional do Ministério da Agricultura, localizada na zona portuária.
Por causa da manifestação, as ruas do trajeto tiveram o trânsito parcialmente interrompido.
Edição: Lílian Beraldo
Brasil e Turquia definem incremento de US$ 7 bi nas relações comerciais
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Carolina Gonçalves e Renata Giraldi
Antes de retomar as negociações entre os mais de 115 chefes de Estado e Governo reunidos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a presidenta Dilma Rousseff abriu a agenda de compromissos com um café da manhã com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Ao discutirem a ampliação da parceria bilateral, Dilma e Erdogan se comprometeram a intensificar o comércio entre os dois países.
Os líderes decidiram intensificar as trocas comerciais com investimentos em setores estratégicos para incrementar o atual resultado comercial, de US$ 3 bilhões. Os dois países querem que essa cifra chegue a US$ 10 bilhões. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, não informou em que prazo esse incremento será consolidado, mas disse que os dois governos vão divulgar um comunicado ainda hoje (21), com mais detalhes.
“Estamos emitindo um comunicado hoje que eleva o nível dessa parceria. A Turquia e o Brasil têm níveis de desenvolvimento semelhantes. Cada país tem força em setores diferentes”, disse.
A Turquia abriu, recentemente, um escritório de promoção comercial e turística em São Paulo. “Uma área que é muito interessante [na Turquia] é a área dos trens de alta velocidade. Tem algumas licitações. Investimentos geram comércio”, acrescentou o ministro.
Dilma e Erdogan também falaram da ampliação e troca de experiências em torno de programas sociais. O governo turco tem um Ministério de Desenvolvimento Urbano que promove a construção de moradias populares, em moldes semelhantes ao do programa brasileiro Minha Casa, Minha Vida.
“Há ainda um grande potencial de intercâmbio na área industrial e na área agrícola. O empresariado está muito ativo na busca dessas oportunidades”, disse Patriota.
A relação estreita que os dois países mantém contempla outras negociações no Oriente Médio. A Turquia é tida como uma nação conciliadora na região. Durante o governo Lula, o Brasil ajudou os turcos nas negociações pelo plano de paz para pôr fim às resistências da comunidade internacional ao Irã. Brasil e Turquia intermediaram reuniões em busca do fim de restrições internacionais ao Irã, com a mediação de um texto para a venda de urânio enriquecido.
Apesar dos esforços, a comunidade internacional rejeitou o acordo na época. Os impasses persistem desde então, mesmo diante das repetidas declarações do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reafirmando o caráter pacífico do programa nuclear.
Ontem (20), durante a sessão de cúpula da Rio+20, Ahmadinejad discursou por quase 20 minutos, evitando tocar em temas polêmicos e clamando um esforço conjunto “para o gerenciamento de um mundo baseado em compaixão”. Ahmadinejad disse ainda que a repetição de erros “é imperdoável” no momento em que se constrói uma nova ordem no mundo.
Segundo informações da delegação turca, Erdogan e Ahmadinejad vão se reunir ainda hoje no Rio de Janeiro. A pauta do encontro não foi divulgada. À tarde, Ahmadinejad vai dar uma entrevista coletiva na zona sul da cidade.
Edição: Lílian Beraldo