Soberania alimentar na Rio+20
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Bruno Lima/Viva Favela
Yam Castelfranchi explica sobre o processo realizado pelo Comitê Facilitador da Sociedade Civil Catarinense na Rio+20. A troca de diálogos com o tema “Soberania Alimentar” visa chegar em um consenso sobre como alcançar a sustentabilidade com a cooperação de todos.
Grupo de ativistas pedalou até a Rio+20 em busca de incentivo e segurança para os ciclistas
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor David Alves Mattos e Phillip James Fiuza Lima
Para divulgar o uso da bicicleta no Brasil, um grupo de ativistas saiu de Brasília até o Rio de Janeiro. Eles querem mais incentivos e segurança para os ciclistas no Brasil. Confira como foi o percurso no Outro Olhar. A produção é de de David Alves Mattos e Phillip James Fiuza Lima.
Dilma tem agenda intensa com reuniões bilaterais
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
A presidenta Dilma Rousseff tem hoje (21) agenda intensa de compromissos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, além da terceira reunião plenária de chefes de Estado e Governo. Dilma toma café da manhã com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e tem reuniões ao longo do dia com o presidente do Congo, Denis Sassou-Nguesso, e os primeiros-ministros Julia Gillard (Austrália) e Wen Jiabao (China).
A equipe da presidenta recebeu 57 pedidos para audiências bilaterais. Mas, em decorrência das dificuldades de tempo, Dilma deverá se reunir apenas com sete autoridades. Além das audiências de hoje, ela se reuniu ontem (20) com os presidentes François Hollande (França), Macky Sall (Senegal) e Goodluck Jonathan (Nigéria).
Os encontros foram marcados por um tom de cobrança por parte da presidenta que, no caso da França, esperava mais empenho em relação aos pontos do texto da conferência que esbarravam em compromissos financeiros. Dilma lembrou que países africanos contribuíram com os europeus para a superação da crise. De outro lado, ouviu críticas ao documento concluído pelos negociadores. Eles estiveram, nos últimos dias, sob o comando da delegação brasileira que empenhou-se em concluir um documento conciso antes que os líderes dos países chegassem à conferência.
Anteriormente, estavam previstos encontro com o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, que é casado com a brasileira Vanda Pignato, ligada ao Partido dos Trabalhadores, e uma reunião com cerca de 50 representantes da União Africana. Mas esses compromissos não foram incluídos na primeira agenda da presidenta que, no entanto, pode ser alterada.
Dilma quer assegurar aos africanos que, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quer manter uma relação privilegiada com a África, que está entre as prioridades da política externa brasileira. Desde que assumiu o governo, ela visitou Angola e Moçambique, mas pretende ampliar as viagens para outros países da região.
Os líderes africanos reiteram que pretendem fortalecer as relações com o Brasil e a América Latina, pois acreditam que os continentes têm semelhanças. Para os africanos, a globalização aproxima os países de tal maneira que há uma tendência também à ampliação da classe média na África, como ocorre no Brasil.
Uma das preocupações dos africanos é com o crescimento populacional, pois a estimativa é que em breve a África tenha 2 bilhões de habitantes. Eles querem desenvolver parcerias para implementar a agricultura tropical, aproveitando a geologia da região que é semelhante à do Brasil, e trocar experiências para a transferência de tecnologias.
Edição: Graça Adjuto
Líderes terão dia de negociações sobre polêmicas do documento final
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
Os cerca de 100 chefes de Estado e Governo reunidos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, mantêm hoje (21) uma série de discussões em mesas-redondas sobre o documento final a ser anunciado por eles amanhã. A exemplo de ontem, vários presidentes e primeiros-ministros discursarão. O pronunciamento do presidente de Cuba, Raúl Castro, é um dos esperados.
Pela tradição das conferências, os líderes se reúnem em quatro grandes debates, em busca de fechar um consenso sobre o documento final, que nos últimos dias dividiu os negociadores dos países em desenvolvimento e desenvolvidos e gerou muita polêmica. Mas o texto não será modificado, mesmo diante de críticas e apelos. A tendência, segundo os negociadores, é acrescentar, mas sem a possibilidade de exclusão de itens ou de alteração de conteúdo.
Inicialmente, houve uma expectativa de que a versão preliminar, concluída anteontem (19), pudesse ser modificada. Mas o secretário executivo da delegação do Brasil na Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, descartou a hipótese.
Segundo Figueiredo, as 30 recomendações encaminhadas pela sociedade civil serão analisadas pelos líderes políticos, mas eventuais mudanças no documento final só ocorrerão daqui a três meses. Reunidos em dez painéis, os integrantes da sociedade civil examinaram os temas-chave do desenvolvimento sustentável, como água, energia, oceanos, novos padrões de consumo, produção e erradicação da pobreza e da fome.
Na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, será criado um fórum para debater as propostas da sociedade civil e as sugestões que foram excluídas do texto final. O embaixador lembrou que a criação do fórum foi estabelecida no documento final.
Os chefes de Estado e Governo retomam os debates hoje em meio às cobranças da presidenta Dilma Rousseff para que os países desenvolvidos cooperem com o desenvolvimento sustentável e apoiem os investimentos, sem rejeitar as propostas alegando dificuldades decorrentes da crise econômica internacional.
Paralelamente, alguns líderes políticos e organizações não governamentais (ONGs) exigem mudanças no rascunho do texto alegando que, como está, ele não atende às suas demandas. As queixas envolvem principalmente a ausência específica de repasses financeiros, a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em organismo autônomo e a ampliação da regulação das águas internacionais.
Edição: Graça Adjuto
Piñera e Mujica alertam para os desafios do desenvolvimento sustentável
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Vladimir Platonow
Os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e do Uruguai, José Pepe Mujica, alertaram em seus discursos, durante a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que medidas imediatas precisam ser adotadas para garantir a sustentabilidade nos países sul-americanos.
Piñera chamou a atenção para os sinais que já aparecem na natureza, em forma de aviso, para que a humanidade tome providencias. “A natureza há muito tempo está dando sinais angustiantes de prevenção, para nos motivar a mudanças de rumos. Não podemos continuar a fazermos as coisas como fizemos nos últimos tempos. Temos que pegar o touro a unha e mudar os rumos do desenvolvimento em nosso continente. Se isso não acontecer, é provável que muitas espécies vão deixar de existir. Não podemos continuar perdendo biodiversidade, ecossistemas, contaminando água, ar e terra da forma como fizemos nos últimos anos”, alertou Piñera.
Para o presidente chileno, o tempo está se esgotando. “O tempo não é nosso aliado. Ele é o nosso juiz e exige com urgência que desta cúpula do Rio saiam frutos fecundos. Muitos dos problemas que temos de enfrentar não podem ser enfrentados por um país por maior que seja, como a poluição do ar, o aquecimento global, o crime, o narcotráfico. Só poderemos enfrentar esses problemas com eficácia se fizermos isso unidos e com coordenação”, disse.
Para o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, a solução do problema ambiental passa pela reavaliação do sistema econômico em que vivemos. “Toda esta tarde falou-se de desenvolvimento sustentável e de tirar grandes massas da pobreza. O que vai por nossas cabeças? O modelo de desenvolvimento de consumo das sociedades ricas. O que aconteceria a este planeta se os hindus tivessem a mesma proporção de carros que os alemães? O mundo tem hoje os elementos materiais para possibilitar que 7 ou 8 bilhões de habitantes tenham o mesmo potencial de consumo e de desperdício que as sociedades ocidentais ostentam?”
O presidente uruguaio concluiu dizendo que é preciso mudar a lógica do desenvolvimento, que hoje é governado pelo mercado. “Estamos governando a globalização ou será que é a globalização que nos governa? O problema é o mercado, o hiperconsumo. Não se trata de propor voltar ao homem das cavernas e ter um monumento ao atraso. Não podemos ser governados pelo mercado. Temos é que governar o mercado”, ressaltou Mujica.
Edição: Aécio Amado