“Respeite o índio e respeite nossas terras”, pede Cacique Raoni
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda“Respeite o índio, respeite os rios e respeite nossas terras”. Esse é o recado que o cacique Raoni, liderança Caipó, trouxe à Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20 que reúne a sociedade civil. Com tradução de seu sobrinho Megaron, Raoni falou à equipe da EBC na Rede: “Nesse encontro importante, quero pedir coisas grandes: não destruição da floresta, não barragem no rio e respeito aos costumes dos índios”.
Alguns países não colocaram em prática as políticas elaboradas na Rio 92
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Juliana Maya
O assessor extraordinário do Ministério do Meio Ambiente para Rio+20, Fernando Lyrio, reconhece os avanços alcançados em 92, mas para ele a dificuldade de implementação de alguns acordos se deve a falta de comprometimento político, principalmente, sob uma perspectiva mais ampla de desenvolvimento.
Ouça a matéria aqui.
Brasil quer acabar com controvérsias ao assumir Rio+20
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
No comando da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20) que assumirá no final da noite de hoje (15), o Brasil pretende estabelecer uma nova ordem de trabalho para as delegações dos 193 países representados nas reuniões. O objetivo é fechar o documento final até o dia 19 para evitar constrangimentos aos 115 chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22.
A estratégia brasileira é esgotar as negociações em busca de consenso até às 23h de hoje. Se a tática não der certo, como tudo indica, segundo os negociadores, foi definido um plano B. A ideia é que os grupos trabalhem, a partir do fim de semana, debruçados sobre os temas-chave que não obtiverem consenso.
Inicialmente, estão programados quatro grandes grupos de trabalho: o que tratará dos meios de implementação, que são as definições de metas para curto, médio e longo prazo; o que vai discriminar as ações para a governança global; o que vai definir as metas relativas ao desenvolvimento sustentável em si, como água e energia, além das propostas relativas à economia verde.
O Brasil deve assumir a Presidência da Rio+20, logo depois do encerramento oficial das reuniões dos comitês preparatórios. Comandarão as negociações os atuais embaixadores André Corrêa do Lago, chefe da delegação brasileira na conferência, e o secretário executivo da delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo Machado. O comando-geral ficará a cargo do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
A partir do dia 20 até o dia 22, a presidenta Dilma Rousseff assume o comando nas reuniões plenárias. Paralelamente, os negociadores intensificam as articulações para que o menor número possível de controvérsias seja encaminhado aos líderes políticos nas reuniões de alto nível.
No entanto, os obstáculos vêm se acumulando ao longo do dia. As questões relativas às definições de metas, como compromissos formais no que se refere ao desenvolvimento sustentável, garantias de recursos para a execução das propostas e meios de assegurar transferência de tecnologias limpas dominam os debates.
Os países em desenvolvimento que integram o grupo do G77 divergem dos países desenvolvidos sobre a questão da economia verde. Para o G77, a proposta que predomina, que é a europeia, de fixar um programa mundial com normas e regras sobre a economia verde, não atende aos interesses dos países pobres.
Paralelamente, os negociadores dos países ricos se recusam a aceitar propostas que visam ao aumento de recursos financeiros destinados ao crescimento sustentável. O argumento apresentado por eles é que os impactos da crise econômica internacional os impedem de avançar sobre os temas relacionados a mais recursos. Também há restrições no que se refere à proposta de transferência de tecnologias limpas – que envolvem negociações sobre patentes.
Edição: Lana Cristina
Ativistas enfrentam problemas ao chegar a alojamentos
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Nielmar de Oliveira
Vindos de todos os cantos do país, ativistas dispostos a participar da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e que tem início hoje (15), enfrentaram problemas e contratempos ao chegar à capital fluminense. Os alojamentos coletivos, prometidos pela organização para abrigar os participantes, não estavam prontos e muitos deles sequer estavam abertos.
Foi o que aconteceu com Fátima Lima, da Rede da Educação Ambiental de Rondônia (Rearo). “A vontade que eu tenho é de chorar. Disseram que eu poderia vir e ao chegar dei com a cara na porta”, desabafou.
“Eu fui informada, ainda em Rondônia, que a gente ficaria alojado no Ciep [Ciep José Pedro Varela, na Rua do Lavradio, na Lapa], mas, chegando aqui, recebi a informação de que o alojamento só vai estar liberado no sábado. É muita falta de informação. Eu estou viajando desde a 1h30 da madrugada e com várias escalas até chegar aqui e encontrei a porta fechada”, criticou.
O contratempo, entretanto, não esfriou o ânimo de participar das reuniões da Cúpula dos Povos. “É na cúpula que cada um de nós fica sabendo dos problemas uns dos outros: não indígenas, indígenas, quilombolas, o movimento das mulheres, as sociedades alternativas. E esse povo se unindo e tentando fazer algo pelo nosso país e pelo mundo é algo bem forte que acontece”, disse.
Problema semelhante viveu a ativista Maria Luiza, do Movimento de Educação Ambiental, do Grupo Voz, de São Paulo. Ela saiu de Florianópolis (SC) e chegou ao mesmo Ciep ainda na madrugada da última quinta-feira (14).
Ao encontrar o Ciep fechado, a primeira providência de Maria Luiza foi tentar encontrar um hotel na região. Entretanto, as diárias cobradas – em média R$ 70, por noite – eram acima do seu orçamento.
“Eu já havia recebido mensagem pela internet informando que podia vir e que estava tudo certo. Ao chegar aqui ainda de madrugada estava tudo fechado. Aí os guardas municipais conversaram com os seguranças que, por compaixão, me deixaram entrar. O jeito foi dormir em um colchão improvisado, mas foi melhor do que ficar na rua.”
Agora, Luiza encontrou abrigo no acampamento improvisado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Praia Vermelha, zona sul da cidade. “Lá no Acampamento da Juventude já está rolando uma socialização entre as pessoas e eu estou levando para lá a Fátima”, disse.
Assim como a ativista de Rondônia, Luiza não desanimou e disse que mantém os objetivos que a levaram à Cúpula dos Povos. Para ela, esta é mais uma oportunidade para que as pessoas e as organizações se fortaleçam. “Esse fortalecimento tem que acontecer com todos e não só com a sociedade civil. Os governantes também precisam se entender, falar a mesma língua. É preciso sair daqui com o gostinho de que valeu a pena. Eu sou daquelas que ainda acreditam, mesmo com o cenário que a gente vive no momento. Porque, se eu não acreditasse, eu não estaria aqui.”
A reportagem da Agência Brasil encontrou os portões fechados também no Ciep Tancredo Neves, no Catete. Já no Ciep Sambódromo, no Estácio, a chegada da reportagem ao local coincidiu com a de um grupo proveniente do Recôncavo baiano. Ao contrário do que ocorreu na Lapa, os visitantes foram recepcionados pelos seguranças e conduzidos ao alojamento.
A Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa da Cúpula dos Povos que eximiu a organização do evento de culpa e atribuiu os incidentes envolvendo os alojamentos à “desinformação” dos próprios ativistas. Segundo a assessoria, em razão do calendário escolar, as unidades só poderão receber os ativistas a partir do sábado (17), quando começam a plenária e ocorre a abertura oficial da Cúpula dos Povos. Ainda segundo a assessoria, a data de liberação foi previamente acertada com o prefeito da cidade, Eduardo Paes.
Edição: Lílian Beraldo
Saiba mais:
Cúpula dos Povos será aberta hoje
Simpósio – Setor Elétrico Brasileiro e Sustentabilidade no século 21 – Oportunidades e Desafios
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO Simpósio vai reunir especialistas para promover um debate sobre a geração de energia limpa no Brasil. Serão abordados os seguintes temas: eficiência energética, energia solar e eólica, outras formas de energia renovável, oportunidades empresariais e de investimento nos mercados emergentes de energia limpa etc.
O evento será dividido em dois Painéis: Planejamento de demanda e eficiência energética e Alternativas para a geração de energia elétrica no Brasil: políticas públicas, investimento e estudos de caso internacionais.
Palestrantes: Philip Fearnside, professor-pesquisador, Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia; Stefan Schurig, diretor de energia e clima, World Future Council Foundation; Marcelo Furtado, diretor executivo, Greenpeace Brasil; Élbia Melo, presidente executiva, Associação Brasileira de Energia Eólica, Altino Ventura Filho, Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia e Jigar Shah, membro do conselho de administração, Carbon War Room.
Local: Planetário, Rio de Janeiro | Rua Vice-Governador Rubens Berardo, 100 – Gávea
Website do evento: www.simposioenergia.com.br
Informações para Imprensa:
Karina Miotto – +55.11.8355.7663 karina@amazonwatch.org
Christian Poirier – christian @ amazonwatch . org
Bárbara Veiga, +55.21.8278.6814 barbaravitoria@gmail.com